21/02/19

Só por Deus

      “Deus é o que me cinge de força e aperfeiçoa o meu caminho.” Salmos 18.32

      Não tente viver para Deus, você não vai conseguir, antes, permita que Deus viva em você. Como isso é feito? Em primeiro lugar admitindo de coração, verbalizando em oração, assumindo a convicção de que nada somos sem Deus. Não podemos ser espirituais, virtuosos, evangélicos ou cristãos se Deus não ser tudo isso em nós através do Espírito Santo. Essa atitude é o que Jesus chama de humilde de espírito, é mais que parecer humilde, que praticar gestos altruístas ou caridosos, é muito mais que ser um bom religioso. É render-se ao Senhor e se deixar ser atraído por ele, guiado por ele, obedecendo o que ele ensina e então, consequentemente, sendo forte e tendo um caminho bom. É Deus quem nos cinge de força, é ele quem aperfeiçoa nosso caminho, é ele quem nos ama e nos amou primeiro e tem o maior interesse em que sejamos felizes. Tudo é Deus, vem de Deus, é por Deus e para Deus.

20/02/19

Amar é a única saída

      “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.” Mateus 5.44-45

      Precisamos ler esse texto todos os dias, para tentar praticá-lo ao menos um pouco, ele define um dos princípios básicos do evangelho, um daqueles antagonismos espirituais que só entende e pode viver os novos nascidos em Cristo. Antagonismo pois vai contra a “lei” que diz que podemos amar os amigos e não amar os demais, Jesus ensina o contrário. Isso, contudo, é mais que uma escolha de espiritualidade maior, é um mistério que entrega uma cura. Deus dá o exemplo de prática do mandamento maior, ele abençoa a todos, mesmo aqueles que não o amam.
      Quantas vezes nos confrontamos com pessoas que nos incomodam sobremaneira, e nós, querendo viver o evangelho não queremos odiá-las, só tentamos nos desvencilhar delas e seguir em frente. Todavia, parece que quanto mais tentamos despreza-las mais forte fica em nossos corações o sentimento de desconforto, nossas mentes não as esquecem, ficamos lembrando e lembrando delas, parece impossível seguir em frente sem a lembrança do que elas são e quanto nos irritam. Isso definitivamente nos rouba a paz e faz maior algo que tentamos deixar pequeno.
      Nos sentimos assim atormentados porque tentamos ser cristãos, espirituais, superiores, do jeito errado, ou nos colocamos debaixo da lei ou debaixo da graça, ou amamos ou odiamos, poucos conseguem ser indiferentes, se é que conseguem. A solução é amar, e nem pense que não consegue, se essa é a vontade de Deus, se você permitir, quiser, o Espírito Santo te dará amor mesmo por aquela pessoa que mais te incomoda. Amar nem é uma opção, é a única solução, o único caminho, a única saída, pelo menos para os verdadeiros filhos do pai de amor.

19/02/19

Deus disciplina mas cura

      “Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus repreende; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso. Porque ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam.Jó 5.17-18

      Eis uma diferença da dor que passamos como disciplina do Senhor. Os inimigos nos castigam e depois nos abandonam, pobre do homem que se distanciar de Deus e se deixar ser presa de homens ou demônios, perderá duas vezes. Mas a disciplina do Senhor é diferente, sim, ela é sofrida, e tem que ser, nós homens, infelizmente, só aprendemos com a dor, é o único jeito de parar nossa teimosia em fazer algo que não é o melhor para nós. Essa dor não é a mesma para todos os homens, cada um tem sua fraqueza, e cada um tem que ser disciplinado pelo Senhor de maneira específica. 
      Mas seja como for, a dor da disciplina tem fim, e mais que isso, depois que acaba Deus pai não nos abandonará enfraquecidos e quebrantados, ele também nos consolará, cuidará das feridas que ficaram, e nos levantará mais fortes e maduros. Prova isso os filhos rebeldes? Sim, mas só prova uma vez os que não permanecem rebeldes na disciplina, deixam-se ser tratados pelo Senhor, aceitam de coração a disciplina como algo saudável para suas vidas espirituais e emocionais. Depois, contudo, serão tratados, restabelecidos e erguidos, em honra, honra dupla, maior até que achavam possuir antes da disciplina. Felizes somos se podemos ser disciplinados como filhos pelo pai de amor.

18/02/19

Você é nascido do Espírito?

      “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?João 3.5-9


      O capítulo três do evangelho de João, um dos principais textos do cânone bíblico, um dos mais pregados e estudados, o encontro de um príncipe dos judeus, de um fariseu, Nicodemos, com Jesus e a verdade única do evangelho. Não vou fazer novamente um estudo detalhado do texto, apenas salientar a dificuldade que Nicodemos, com todo seu conhecimento religioso, bíblico, com toda seu status social e religioso, teve para entender o que é ser nascido do Espírito, e veja que Espírito está iniciando com letra maiúscula, referindo-se não a um espírito qualquer, mas à terceira pessoa da trindade, o Espírito Santo Deus.

      Como as pessoas se enganam com o que é ser espiritual, confundem essa qualidade com coisas diferentes. Algumas acham que acreditar e praticar uma vida com bons princípios morais, sendo boas cidadãs, sendo caridosas, mesmo se preocupando com o planeta, é ser espiritual. Muitas acham que serem fiéis a uma religião, que frequentarem reuniões e cultos, que terem cargos dentro de igrejas é ser espiritual. Outras ainda, consideram espiritualidade como conhecimento e interação com entidades espirituais, desenvolverem mediunidade em centros espíritas ou praticarem religiões orientais e esotéricas.

      Ser espiritual, à luz do evangelho, é ter o Espírito Santo morando em seu interior e manifestar obras coerentes com esse Espírito. Como se consegue ter o Espírito Santo? Nascendo novamente. Por que essa experiência é chamada de novo nascimento? Porque ela é um divisor de águas nas existências das pessoas, sem morrer fisicamente ou reencarnar, mudam-se as referências de certo e errado, prova-se uma real mudança de vida para melhor e tem-se uma comunhão com Deus, íntima e diferenciada, coisa que nenhuma outra experiência religiosa ou dita espiritual pode dar. Então eu pergunto, você é nascido do Espírito?

      Tem gente que estuda e fala de espiritualidade com profundidade, professa religiões com esforço e constância, tem práticas de caridade e ajuda ao próximo como poucos, ou ainda conhece o mundo dos “espíritos” e dos “anjos” no nível de iniciados do mais “alto” ocultismo mágico, mas ainda assim é só nascida na carne, nunca nasceu do Espírito. Gente assim pode ser erudita, filantrópica e mestre, mas terá no máximo acesso aos demônios e anjos caídos, não às riquezas espirituais do Deus verdadeiro manifestadas em Cristo. Gente assim, repito, precisa nascer do Espírito Santo e parar de se enganar.

      Ou se é nascido da carne, ou se é nascido do Espírito, não tem meio termo, e a diferença fica bem clara, aos que olham os homens à luz verdadeira. Não se engane, não achará nos nascidos do Espírito, os novos nascidos, necessariamente diferenças exteriores radicais, ao contrário, os genuinamente nascidos do Espírito são equilibrados e lúcidos. Você também não achará nos nascidos do Espírito gente que nega ao extremo os prazeres carnais, que tem regimes alimentares exóticos, que se veste de maneira diferenciada, que habita mosteiros e conventos, que se isola em locais distantes para só meditar e que não conviva com a vida comum de quem trabalha, se casa, se diverte e consome valores materiais em shopping centers, etc. 

      Mas os nascidos do Espírito provam um mistério, ensinado por Jesus, “O vento assopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai, assim é todo aquele que é nascido do Espírito”, é inclinado, e se obedecer, é movido pelo Espírito de Deus, não por religião ou por uma mente humana mais esclarecida. O nascido do Espírito conhece a Deus, o adora, quer agradá-lo e acha forças para ser alguém melhor, dependente sempre do perdão e do poder que há no nome de Jesus, o cordeiro de Deus, o verbo de Deus, o único mestre. Sim, você pode achar novos nascidos no meio de tantas igrejas protestantes evangélicas, mesmo naquelas com pastores equivocados, mas pela misericórdia de Deus também pode achá-los em outras religiões principalmente cristãs, mesmo que a salvação só exista através de Cristo.

      Se não tem certeza se é ou não um nascido do Espírito, você pode fazer uma oração simples e direta a Deus no nome único de Jesus pedindo o novo nascimento, mas não fique só nessa experiência. Procure uma igreja protestante ou evangélica, se não se sentir bem em uma, conheça outra, mas não desista até achar um lugar em que sinta paz e que te permita ver em tua vida mudanças para melhor. Contudo, você precisa entender, todos nós precisamos nascer de novo, um nascido gerado pelo Espírito Santo, para então seguirmos no caminho estreito do evangelho em vitória, só assim podemos ter satisfação espiritual, respostas espirituais, solução verdadeiramente espiritual, que nos farão de fato novas criaturas espirituais.

17/02/19

Não confie em sentimentos

      “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos e segundo o fruto das suas ações.” Jeremias 17.9-10

      Geralmente usamos o texto acima para nos orientar com relação a algo que é errado, mas que o coração diz que é certo. E isso é verdade, é mais fácil nos equivocamos com o prazer, com algo que é agradável na carne, e que um coração viciado no pecado vai tentar nos enganar dizendo que não é errado. Mas eu penso que o cristão que experimenta esse equívoco ou é muito novo na fé ou é muito rebelde e duro de coração. Vivendo com Deus durante algum tempo, nosso coração aprende os caminhos do Senhor, sabe e habitua-se muito bem com aquilo que é a vontade de Deus e assim quando estamos diane de algo que desagrada ao Senhor, que vai nos fazer mal, o coração sente e avisa. 
      Contudo, o ponto nesta reflexão é falar sobre uma leitura oposta da orientação tradicional do texto inicial, é entendermos que a inclinação do coração pode ser o contrário, sentir que é errado algo que é certo, para Deus e para nós. Entenda que a revelação de Jeremias 17.9-10 é que o coração é enganoso e que nós seres humanos não conhecemos de fato todos os seus ardis. Quando a Bíblia usa a palavra “coração”, como no texto acima, ela se refere ao centro do ser humano que sente e pensa, a alma humana, aquilo que ainda não temos certeza de como funciona, nem a ciência tem, mas que define nossa identidade e que é imortal tanto quanto o nosso espírito.
      Sem fazer um estudo psiquiátrico mais profundo da alma humana, que pode ser mapiada, por exemplo, em id, superego e ego (conforme Sigmund Freud, veja este link para mais informações), podemos dizer que temos ao menos três partes dentro de nós. Uma que quer fazer as coisas de forma instintiva, buscando o prazer mais básico, outra, acumulada com o tempo e conforme nossa criação e religião, que reúne as referências daquilo que é certo é que nos mostra o que devemos fazer, se a primeira diz sim, a segunda diz não, e a terceira, a parte consciente, a que decide o que quer fazer na realidade e que administra nossa memória.
      Bem, a Bíblia diz que o coração é enganoso, assim todas essas partes podem se equivocar, é só o Espírito Santo, que nos habita após nossa conversão, que nos sela quando nós autorizamos e que obedecemos quando queremos (já que Deus nunca nos obriga a nada, mesmo depois de novos nascidos), que pode iluminar nossas trevas e nos mostrar a vontade de Deus, a melhor pra nós, assim como nos dar forças para obedecer essa vontade. Então, podemos também estar fazendo algo certo, conforme o Espírito Santo, algo que é o melhor para nós em todos os planos, e ainda assim nosso coração estar apontando como algo errado, nos privando de sentir paz, nos deixando desconfortáveis.
      Sim, isso é possível, principalmente se somos muito inseguros, se temos muito medo das pessoas, se possuímos um passado maior que o nosso presente para nos lembrar nossos erros e os erros dos outros. A solução, nesse caso, é o versículo que sinto como meu texto bíblico chave para 2019, e que já compartilhei em reflexão no dia dois de janeiro,  “Porque andamos por fé, e não por vista” (II Coríntios 5.7). Mesmo que à medida que andamos com Deus nosso coração tenda (e precisa tender) a estar em sincronia com o Espírito Santo, ainda assim “o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” (Hebreus 10.38), diz o Senhor, nossa fé precisa estar acima dos sentimentos. Talvez, uma geração tão viciada em sentimentos, que os buscam mesmo em “cultos” inflamados de música que muitos pensam ter “unção”, e que em muitos casos é só emoção, tenha dificuldades para andar por fé, não por vista ou por emocionalismo. 
      Portanto, avalie sua vida com inteligência, se os pecados estiverem confessados e deixados, se você estiver no lugar certo, na hora certa e fazendo a coisa certa, se você orou antes e houve bons frutos depois, o que fez é certo, mesmo que o coração sinta diferente. Andemos por fé, uma fé em Deus e por Deus, mas por fé! Quanto ao futuro, a Deus pertence, e será bom se foi plantado com sabedoria e fé, não tentemos ser Deus, somos homens, não tentemos prever tudo, isso não nos compete. Nos demos ao direito de sermos humanos, de termos corações complicados, que sentem muitas vezes erradamente, mas tenhamos  o dever de confiar no Senhor e de obedecer, em tudo o que nos é possível, a sua vontade. Depois de tudo isso, estejamos em paz, pela fé, andando um dia de cada vez e sempre sensíveis à voz do Espírito Santo.

16/02/19

O que sabemos de Deus?

      “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus, Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele.” Efésios 3.8-12

      Não conhecemos Deus, temos uma mínima ideia do que ele é, do que ele faz, e mesmo do que ele pretende com tudo. Ainda assim, tantas vezes, nos achamos íntimos do Senhor, sabedores de sua vontade, entendidos de “Bíblia”, ainda assim muitos cristãos se acham melhores que os outros e se sentem espirituais, ungidos, servos de Deus. Quanto engano, quanta arrogância, quanta mesquinhez, quanta presunção, quanto atrevimento nosso, teu e meu. Segue uma definição sobre a palavra filosofía:

Filosofia (do grego Φιλοσοφία, philosophia, literalmente «amor pela sabedoria») é o estudo das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza da existência humana; do conhecimento; da verdade; dos valores morais e estéticos; da mente; da linguagem, bem como do universo em sua totalidade. O termo foi cunhado por Pitágoras (570 – 495 a.C). Ao examinar tais questões, a filosofia se distingue da mitologia e da religião por sua ênfase em argumentação racional; por outro lado, diferencia-se também das pesquisas científicaspor geralmente não recorrer a procedimentos empíricos em suas investigações. Entre seus métodos, estão a argumentação racional, a análise conceitual, a dialética, a hermenêutica, a fenomenologia, as experiências de pensamento e outros métodos investigativos a priori. A Filosofia é o saber mais abrangente – na medida em que ocupa-se com os grandes temas da humanidade. A partir dela, são fundamentadas e desenvolvidas teoriasmetodologiaspesquisasprojetos educacionais, bem como elabora-se, inclusive, a própria fundamentação racional das instituições do conhecimento humano, i.e., as instituições científicasartísticasreligiosas e culturais. Fonte Wikipedia

      Poucos filosofam sobre a vida, muitos cristãos atuais consideram filosofía mesmo algo diabólico, contrário à Bíblia, como ciência e conceitos como evolução das espécies. Outros, contudo, mesmo gente simples e sem formação acadêmica, filosofam sem saber, adquirindo sabedoria ímpar sobre a vida e o ser humano. Eu gosto de filosofar, e creio que Deus nos deu cabeça pra isso, a filosofia não resolve os problemas que o Espírito Santo e o poder do nome de Jesus resolvem, mas nos ajuda a conhecer e a por em prática de maneira mais eficiente a vontade de Deus, seja no plano físico, seja no espiritual. Filosofía não precisa ter um fim em si mesma, mas é uma ferramenta, e como tal pode ser usada por pessoas diferentes e para finalidades distintas.
      Contudo, muitos crentes atuais, com escolaridade mediana, usam filosofia, mesmo sem saber, vou dar um exemplo. A Bíblia diz em Mateus 7.7, “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.”, assim a princípio pedimos algo que queremos a Deus e esperamos uma resposta certa e rápida, afinal pedimos baseados naquilo que consideramos a palavra de Deus, um texto bíblico, e o fizemos com fé. Contudo, num determinado momento vemos que nossa oração não é respondida, então concluímos que a oração não bastou, outras coisas precisam ser feitas para que nossa solicitação a Deus tenha retorno dele, não basta só obedecer um texto bíblico interpretado ao pé da letra. Com o tempo entendemos a complementação do texto de Mateus 7.7, que está em João 15.7, “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.”, é necessário um sincronismo com Deus, pedir certo e em obediência, para que façamos a oração que Deus responde.
      Tenhamos cuidado com pregações de pastores mal informados e ociosos que dizem que ciência e filosofia são coisas do diabo, que a palavra de Deus é superior a tudo isso, que basta crer que Deus dá a vitória, a coisa não é tão simplista assim, ainda que a verdadeira palavra de Deus seja simples. Os que leem a Bíblia debaixo da orientação do Espírito Santo conhecerão a sabedoria superior de Deus, poderão ver ciência e filosofia como ferramentas dadas por Deus ao intelecto humano, e entenderão que fé e ciência não se contradizem, mesmo que falem das mesmas coisas, mas com visões diferentes. O cristão realmente espiritual entenderá que Deus usou a evolução das espécies, não em uma semana de sete dias de vinte e quatro horas, mas em eras de milhões de anos, que a ciência está correta em suas descobertas, e que o criacionismo de Gênesis fala por metáforas de mistérios espirituais de maneira atemporal, não de forma materialista e científica, e ainda assim com muita profundidade, mesmo que para pessoas de todos os níveis intelectuais, culturas e tempos.
      Fiz uma longa introdução sobre filosofia, mas o ponto desta reflexão é outro, citado no primeiro parágrafo, é uma pergunta: o que eu sei sobre Deus? Será que sou tão espiritual quanto acho que sou? A resposta é: pouco sei e pouco sou! Entenda certo, eu não sou espiritual não porque não busco santificação, porque não oro, porque não conheço a Bíblia, porque não sou batizado no Espírito Santo (para os que consideram a exteriorização disso, como falar em línguas estranhas, relevante), posso fazer é ser tudo isso, é ainda assim só tocarei numa “molécula” de Deus (por falta de termo melhor para definir uma parte infinitesimal de um ser que não pode ser definido por referências humanas). Se estudarmos o que linhas metafísicas dizem sobre Deus, como o hinduísmo, o budismo, os esoterismos como a cabala e a magia, se tivermos acesso a essas informações, como cristãos habituados com a simplicidade popular da tradição judaica-cristã, nos perderemos nos números, milhões, bilhões, trilhões, que são usados para definir a eternidade do universo e do Altíssimo Absoluto, o Todo, que nós chamamos de Deus.
      Ainda assim, as filosofias dessas linhas religiosas, que se você tiver disponibilidade e autorização de Deus pode conhecer, e acredite, se souber ler verá que muita coisa bate com a teologia judaica-cristã tradicional dos protestantes evangélicos, isso tudo não confere ao ser humano a espiritualidade que, repito, a simplicidade pop do evangelho confere, mesmo que monges e outros dedicados estudiosos e praticantes dessas linhas digam e pensem o contrário. Mas um coisa essas linhas têm, mais que o cristianismo, um respeito maior por Deus, uma dimensão mais próxima, sob o ponto de vista filosófico, daquilo que Deus é, infelizmente essa maior acurasidade acaba afastando místicos, esotéricos e religiosos orientais da pessoalidade do Deus pai, filho e Espírito Santo do cristianismo. Talvez afaste justamente porque seja esse o objetivo das religiões alimentadas com mais informações espirituais e cósmicas advindas justamente de seres espirituais rebeldes, ou anjos caídos, talvez...
      Amo o texto bíblico compartilhado inicialmente de Efésios, Paulo fala de mistérios reveladores, que muitos leem mas não se atêm às suas importâncias:

- “A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, 
por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo: Paulo fala de intimidades e detalhes sobre Deus, o universo e o ser humano sempre com muita humildade, reafirma sua chamada aos gentios (os não judeus), e coloca o evangelho numa posição diferenciada, entre religiões, aquele que tem a missão exclusiva de revelar à humanidade riquezas incompreensíveis, sim, incompreensíveis, assim, se achamos que sabemos tudo sobre Deus por sermos cristãos, saibamos que esse tudo está bem aquém daquilo que Deus é, para entender isso a primeira coisa é aceitar que as maiores riquezas que Jesus nos dá não são bens materiais, mas virtudes e sabedoria, sobre Deus e o universo, o conhecimento sobre a eternidade espiritual;

- “E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus que tudo criou por meio de Jesus Cristo”: Paulo tinha ciência que era chamado autorizado por Deus para revelar um mistério que estava escondido com Deus desde o início dos tempos, esse mistério é Jesus, o que Deus quer que conheçamos dele está revelado em Cristo, em sua existência encarnada e ressuscitada, eis algo que outras religiões não permitem entender quando equiparam Jesus a outros profetas, sábios, líderes espirituais, Jesus é diferente e é tudo o que a humanidade precisa, mas será que já tomamos posse de todos os mistérios ocultos em Deus e revelados por Jesus? ou nos contentamos só com um conhecimento básico é superficial?

- “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus”: Paulo descreve a missão singular da Igreja, que não é denominações, seitas, religiões ou qualquer espécie de grupo de homens reunidos em templos, mas o conjunto de seres humanos de todos os tempos que foram de fato selados com o Espírito Santo, uma missão que vai além de salvar homens e mulheres, mas que confronta principados e potestades no céu, isso é, exércitos de seres espirituais, do bem e do mal; por Cristo o cristão tem acesso a riquezas que nem anjos, arcanjos, serafins, querubins e outros seres têm, isso é muito forte e a revelação de um grande e poderoso mistério, isso Paulo no entrega, contudo, a palavra que mais em encanta neste texto é multiforme, sim, Jesus é todos esses mistérios que nos revelam todas as formas da sabedoria de Deus, talvez as convicções que tantos têm sobre Deus seja somente uma das formas do Senhor se mostrar, todas as formas só Jesus, o verbo de Deus, dá a conhecer;

- “Segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus nosso Senhor, No qual temos ousadia e acesso com confiança, pela nossa fé nele”: Paulo reafirma a importância exclusiva de Cristo Jesus, ao qual temos acesso não por obras, ou pelo conhecimento e execução de rituais complexos e misteriosos, mas pela fé nele.

      Não tem nada errado em filosofar, em questionar, em querer saber mais, obviamente essa sede de saber não pode ser maior que o desejo de praticar o evangelho. Só o evangelho entrega ao homem meios de viver uma vida moral benigna, com libertação emocional e cura física, o evangelho não “viaja na maionese”, mas transforma o homem, e só ele faz isso. Mas se dê ao direito de filosofar em Deus, de conhecer os mistérios pelo Espírito Santo, usando todo o potencial que o próprio Deus nos deu como seres humanos, com inteligência, raciocínio, equilíbrio, sensatez. Conhecer de verdade só nos leva a uma certeza, de que pouco sabemos, como diziam os gregos, “sei que nada sei”, isso nos torna mais humildes e Deus, esplendidamente maior e maravilhoso. Encerro repetindo o texto que considero tema principal do blog “Como o ar que respiro”, João 17.3: "E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste.", vida eterna é conhecimento de Deus, então, não tenha medo de saber.

15/02/19

Você é equilibrado?

      Você sabe como pode saber se é equilibrado e a favor do diálogo, em qualquer área da vida? Simples, você é tudo isso se consegue ver os defeitos de quem ama e as qualidades em quem não gosta. Querer amar só quem gostamos 100% é impossível, esse pensamento só nos conduzirá ao caminho oposto, odiar 100% a muitos. Veja que eu não disse no segundo caso, ver qualidades em quem não gosta, já que o cristão deve e pode amar a todos, mesmo aqueles que não gosta. Amar e gostar são coisas distintas, ódio e paixão são lados opostos, graus diferentes, de uma mesma experiência.
      Amar é desejar o bem, abençoar, querer o melhor, gostar é concordar com atitudes de alguém. Posso amar mesmo que não goste daquilo que a pessoa é, diz e faz, e pra fechar este ponto, enquanto amar é qualidade de cristão espiritual, é dever, não gostar é direito de todos, e podemos ter esse sentimento sem sentir ódio ou desejar o mal para quem não gostamos. Amar não faz bem só a quem é amado, mas antes e principalmente a quem ama, já que muitas vezes nem somos reconhecidos e recompensados por amarmos alguém, mas somos curados por isso.
      Mas voltemos ao ponto da reflexão, enchergar com lucidez os defeitos, os limites de gente que amamos, é transformar o simples gosto pessoal e emocional em amor espiritual e racional. Isso inclui nossos cônjuges, nossos filhos, nossos pais, nossos parentes e nossas igrejas, é preciso conhecer e aceitar todos esses em suas totalidades, com realidade e maturidade, senão estaremos sujeitos a decepções que nos impedirão de fazer alianças mais perenes, ter casamentos duradouros, provar amizades fiéis e vivenciar interação amadurecida com igrejas. 
      Por outro lado, mesmo daqueles que não gostamos, que até temos dificuldades para amar, é preciso que tenhamos a nobreza de reconhecer as qualidades, olhar esses com essa generosidade é um passo para transformar o não gostar em amar. Veja que o equilíbrio sempre oferece um caminho para o amor, amar é procurar, achar e promover as qualidades alheias, antes mesmo que as nossas. O equilíbrio também está sempre aberto ao diálogo, o ódio e a adoração não estão, com deuses e diabos não conversamos, ou os adoramos ou os odiamos, à distância.
      Infelizmente, nos tempos atuais, parece que é feio ser equilibrado, a maioria prefere adorar alguns ao extremo e odiar totalmente outros, vemos isso em muitas áreas, mas bastante na política. Faça o teste consigo, veja se consegue verbalizar qualidades em pessoas que você não gosta. Entenda que existem pessoas que de fato não temos nada para gostar, desses só temos que ter misericórdia e orar, em amor, pedindo a Deus que os abençoe. Por outro lado existem alguns que nos parecem não terem defeitos, eles nos agradam tanto, nos fazem tão felizes, que gostamos de tudo o que eles são. 
      Um ditado diz que gostamos das pessoas por suas qualidades, mas as amamos pelos seus defeitos. Enfim, ver as pessoas com bons olhos, com clareza, está diretamente ligado a como nós nos vemos, se nos vemos por inteiros, nos conhecemos e nos amamos, teremos muito mais facilidade para aceitar as idiossincrasias e humanidades de cada um. Deus é o único que podemos adorar ao extremo sem perdermos a sanidade e a inteligência, sem nos perdermos, o Senhor, quanto mais o conhecemos mais o amamos e mais o admiramos, nessa iluminação aprendemos mais sobre nós e sobre os outros.

      “Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados, Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor, Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.” Efésios 4.1-3