08/03/22

Até que ponto seremos provados? (37/90)

      “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” 
Tiago 1.12

      Até que ponto de nossas forças seremos provados nesta vida? Até que tempo seremos provados? Qual será a extensão máxima de nossas provações? Sabemos em algum momento que já fomos provados o suficiente, para que possamos então descansar e só usufruirmos? Ou a existência no mundo constitui provas até nosso último instante de vida no corpo físico? Temos que entender que viver é ser provado, esse é o objetivo da vida, e provados para que sejamos seres humanos melhores no espírito. O ponto, então, não é como encerrarmos provas, escaparmos delas, mas como administrá-las e sermos felizes, fazendo os outros felizes também, saindo do egoísmo para o altruísmo. 
      Alguns são provados para terem e manterem um trabalho simples, mas suficiente para sobreviverem de maneira honesta e independente. Esses não nasceram com muitos privilégios, mas terão que dizer não à tentação exercida pela marginalidade, que oferece lucros financeiros fáceis, sem exigir qualificações profissionais ou morais, obrigando o ser humano a ser desonesto, mas sujeitando-o a penas e cárceres caso seja descoberto e condenado. Como tem crescido essa tentação, sendo prova para uma grande maioria da população desempregada ou mal empregada, desprezada por governos, pessoas que não têm o luxo de se preocuparem com os outros, só com elas mesmas. 
      Outros, por um motivo ou outro, já possuem alguma estabilidade financeira e ganham mais que o mínimo, suficiente para terem filhos e pagarem formações acadêmicas melhores para esses, assim como para usufruírem lazeres e outros prazeres com mais assiduidade e qualidade. Esses são provados, não pela sobrevivência básica no mundo, mas para fazerem escolhas intelectuais, morais e espirituais mais profundas. Não que o outro grupo não tenha também esse tipo de prova, mas esse segundo grupo pode abrir mão de certas obrigações porque pode, digamos assim, pagar por isso, dessa forma pode cuidar não só de si mesmo, mas também de outros mais necessitados. 
      Em maior ou menor proporção todos somos provados dessas duas maneiras, para sermos indivíduos melhores e para ajudarmos os outros a serem. Sair de um grupo para o outro depende de disponibilidade material, sim, mas muito mais de virtude moral, já que quem tem amor pode ajudar o próximo mesmo tendo pouco. Por que temos que temer a Deus em todo o tempo? Porque neste mundo, enquanto no corpo físico, as provas não terminam, só quem teme a Deus o tempo todo está devidamente preparado para tudo. O “universo” pode nos surpreender com provas que não acharíamos que passaríamos, ou pelo menos não mais, fazendo-nos de ajudadores, os ajudados. 
      Quem teme a Deus respeita os homens, todos eles, não diz em seu coração, “quero distância desse pois não preciso dele”. Não sabemos se Deus nos colocará numa prova onde seja justamente uma pessoa que desprezamos a única que poderá nos ajudar. Deus é justo, não pedirá de nós algo que não podemos suportar ou que pode nos humilhar excessivamente, pelo menos isso não é regra, ainda que nos prove para nos ensinar sobre humildade e nos conduzir à santidade, usando qualquer um para isso. Nossas vidas podem sofrer viradas extremas até nosso último instante aqui, como se diz, “o mundo dá voltas” e “ninguém sabe o dia de amanhã”, por isso tenhamos sabedoria. 
     Isso não é um Deus prepotente e exigente tendo prazer em nos ver sofrer, isso é a porta para a melhor eternidade sendo mantida aberta, o máximo possível, para entrarmos. Quanto mais nos aperfeiçoarmos, seguindo o exemplo de vida e morte do Cristo homem, e dando liberdade para o mestre Espírito Santo, mais essa porta nos será aberta. Não, meus queridos irmãos evangélicos, não é uma decisão de fé no momento do batismo cercados de crentes, que nos garante o céu, não se enganem com isso, mas é trabalho persistente. Não viemos ao mundo para conquistarmos direito a férias, se haverá descanso será na eternidade, e mesmo esse não será como muitos acham. 

Esta é a 37ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

07/03/22

Que pessoas vos convêm ser? (36/90)

      “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão.
      Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” 
II Pedro 3.9-13

      A vida urge e nos conclama em todo o tempo a compreendê-la. Aqui no mundo ela não é eterna e segue para a desintegração, quem tiver olhos e ouvidos espirituais abertos compreenderá a existência neste plano e poderá retirar dela algo bom e eterno. Sofremos esperando, os que não querem sofrer negam a necessidade da espera fazendo uso de subterfúgios, que potencializam as ilusões da vida material dando uma falsa impressão de eternidade na carne, eternidade que só é viável no espírito. Mas quem tem o Espírito Santo tem a eternidade em si, para a vida, não para a morte, e ainda que veja o corpo morrer pode conhecer e usufruir o Deus eterno de luz e paz. Basta-lhe lutar contra as baixas tendências da carne e deixar subir a vocação mais alta do espírito, que habita essencialmente todos os seres humanos.
      Para Deus o tempo não funciona como funciona para nós, seres encarnados, ele sabe do futuro porque tudo já fez no passado, existindo num eterno presente. Os que sincronizam suas vidas com ele não sofrem com prazos de entrega, nem se surpreendem com recebimentos, se para nós parece demorar é só o Senhor aguardando que nós, na carne, estejamos melhor preparados para receber. Justos e ímpios, salvos ou perdidos? Deus ama a todos igualmente, todos provarão o seu amor em algum tempo, não duvidem disso. São os próprios homens, não Deus, que podem impedir os homens de receberem as bênçãos e serem satisfeitos com a felicidade. Quem ainda não recebeu um bem é porque ainda não se preparou para isso, colocando-se na posição onde todas as bênçãos, espirituais e físicas, podem ser usufruídas. 
      Haverá juízo, um julgamento final? Haverá um momento onde todos os seres humanos serão avaliados por um juiz, mais elevado e puro, para que recebam uma sentença? Sim, não da maneira como muitos, incluindo cristãos e evangélicos, acham que será, mas com certeza confrontará causas e efeitos de todos os seres. Tudo será recompensado, também não do jeito que muitos acham que será, não necessariamente conforme o que foi feito, mas conforme a intenção de quem fez. É assim para que haja justiça e crescimento para o alto, onde habita o pai das luzes, de todo o bem, de todos os espíritos criados e colocados no mundo para serem provados. Esse mundo, apesar de ser tão importante para tantos, será totalmente transformado pelo “fogo”, fogo que também não será o que muitos acham que será. 
      Roupas caras, produtos de embelezamento e estética, comidas sofisticadas, bebidas raras, joias, ouro, pedras preciosas, carros luxuosos, tecnologias de última geração, dinheiro, cartões de credito, lugares seculares e históricos, belezas naturais e construídas pela humanidade em milênios, quadros, instrumentos musicais, toda a arte avaliada em milhões, tudo isso passará. Mas se tudo o que vemos, se tudo o que muitos chamam de a única realidade, se tudo o que tantos pagam preços de sangue para possuir, para que possam se sobrepor sobre pares e gozar de prazeres físicos, se tudo isso acabará, o que de fato levaremos para aquilo que não tem fim? Chegamos ao questionamento que Pedro nos faz em sua carta: que pessoas nos convêm ser, quais os valores que verdadeiramente nos salvarão do “fogo do inferno”? 
      Em santo trato e piedade, aguardando e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que habita a justiça, eis as melhores condições para vivermos um estado de vigilância que nos dê direitos a uma boa sentença no juízo. Santo trato e piedade, é mais que aparência de santidade, que simplesmente obedecer certas regras que muitas vezes só protegem o exterior, é mais que educação e discurso de amor. É vida prática como fruto de um homem interior limpo, é amor que age e serve os semelhantes com misericórdia e caridade. Quem está em Deus sente a urgência da existência e não se faz de morto, não perde tempo, mas toma, a tempo, a iniciativa para fazer o bem, vencendo o orgulho e a vaidade, dando a outra face e de fato andando em humildade, discreta e do coração, como é a verdadeira humildade. 
      A pressa de ver justiça sendo feita neste mundo e principalmente nas próprias vidas, é o que leva muitos a se afastarem de Deus e a se colocarem debaixo de homens e de seres espirituais rebeldes, que se achando maiores que Deus enganam a muitos dizendo que são defensores de seus direitos. Apressemo-nos, sim, mas para conhecermos e obedecermos a Deus, nem a justiça, o amor e a paz estão acima de Deus, quem busca tudo isso e despreza Deus, no final só achará desgosto e tormento. Não se enganem, fins não justificam meios. Sim, podemos e devemos buscar direitos iguais e qualidade de vida para todos hoje, mas cientes que a justiça maior só vem de Deus que só a manifestará plenamente no futuro, nos novos céus e na nova terra. Que pessoas nos convêm sermos, nós que aguardamos o cumprimento da promessa de Deus?

Esta é a 36ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

06/03/22

Pastor, quem você será na eternidade? (35/90)

      “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas. Mando-te diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos deu o testemunho de boa confissão, que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.” 
II Timóteo 6.12-16

      Para entendermos melhor a jornada de Jesus e de outros mestres do primeiro século, é importante conhecermos como funcionava a educação nesse tempo. Parte importante do ensino era itinerante, os alunos andavam com o professor de cidade em cidade, era um costume da época, o professor e seus alunos não eram andarilhos desempregados por causa disso. Alunos podiam ser sustentados pela família, mas os que não podiam dependiam da ajuda dos moradores das cidades com alimentação e moradia, vemos um exemplo disso em Lucas 10.1-16 quando Jesus envia os setenta (veja mais neste link). 
      Jesus era rabino, mestre, era professor, essa era sua profissão, ele escolheu alunos, os discípulos (Mateus 4.18-22). Jesus tinha experiência e conhecimento, obtidos antes do início de seu ministério, para desempenhar sua atividade. Jesus não era só alguém tentando divulgar uma nova religião ou a reforma de uma antiga. Hoje temos esse costume no ensino? Não, hoje o ensino é feito em lugares fixos, há leis que certificam escolas e faculdades como oficiais, entretanto, mistificando a vida de Jesus, muitos pastores tentam romantizar um costume antigo para dar legitimidade a seu despreparo. 
      Hoje, um pastor deveria ser um profissional legalizado, e nessa afirmação usei o termo “profissional” na melhor das interpretações. Profissional no sentido de ser alguém, após ser chamado espiritualmente, preparado intelectualmente em faculdades e seminários teológicos sérios, depois ser devidamente consagrado numa igreja por um grupo de pastores idôneos, para então começar a trabalhar. Infelizmente o termo profissional é interpretado do jeito errado, como empresário vendendo um produto para obter lucro, ainda que não se tenha preparo e muito menos chamada espiritual para tal.
      Não é fácil o trabalho de um pastor que milita a boa milícia da fé, ocupar-se em servir o outro, em tempo integral, atender os pedidos dos que sofrem, ter sempre uma palavra de esperança para dar, estar sempre de pé. Se para viver é preciso resiliência, muito mais para ser pastor, e não só para a própria sobrevivência, mas para ajudar outros a seguirem vivendo em Deus. Existem pastores verdadeiros hoje em dia? Sim, muitos, Deus os conhece e deles cuida, ainda que sejam menos “famosos” entre os homens. Quem deles precisou nunca deles se esquece, louva a Deus por eles, servos leais de Jesus. 
      Pastor, quem você será na eternidade? Seu homem interior estará coerente com o que você pregou? Que você seja um ser humano feliz por estar fazendo o que lhe é pedido por Deus. Se não sentir-se melhor pelo que se faz é consciência que deve haver em todo aquele que decide pelas vidas de muitos em áreas materiais deste mundo, também é consciência que será cobrada de pastor. Esse tem a missão de servir, não de ser servido, de entender que foi chamado por causa de ovelhas que precisavam do alimento que Deus lhe deu para dar a elas, e não para ser sustentado materialmente por elas. 
      Nem sermos líderes religiosos, por si só, nos faz melhores e com mais direitos na eternidade, o pastor não terá entrada no céu na frente de outros só por ser pastor, ninguém se engane. Se estamos fazendo o que Deus quer de nós, temos capacidade do Senhor dada a nós no tempo para fazer isso, por isso, ainda que fazendo com muito amor, não fazemos mais que nossa obrigação. Mas se alguém acha estar fazendo mais que deve, por isso os homens e Deus estão em dívida com ele, e que isso lhe deverá ser pago, se não aqui no céu, entenda melhor sua chamada e como desempenhá-la ou mude de área. 
      Como outras vezes já foi dito aqui, haverá muitas surpresas no exato instante após o corpo físico parar de funcionar e o espírito estiver livre para a eternidade, muitas surpresas serão para melhor, mesmo que se veja que as coisas não são bem como se pensava ser. O humilde sempre acha paz e luz. Contudo, haverá surpresas tristes e outras até piores. Os que experimentarem as tristes passarão por um tempo de aceitação, não do que o céu é, mas do que eles de fato são construído em seus homens interiores no mundo, por anos de escolhas equivocadas sobre o caminho da piedade e do temor a Deus. 
      Haverá, entretanto, os que experimentarão terríveis surpresas, esses se revoltarão por não receberem o que achavam que tinham direito, esses se escandalizarão com a verdadeira eternidade confrontada com as superstições e fantasias que a religião de homens construiu em suas mentes, ainda que o Espírito Santo lhes mostrasse a verdade. Esses terão um inferno para alojar invejas, ódios, vícios, culpas e revoltas contra tudo, principalmente contra Deus, que não sejamos um desses, antes andemos sempre no amor de Deus. Deus sempre nos conduz à verdade, o humilde sempre a encontra e a tempo. 
      “Rei dos reis e Senhor dos senhores, aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível, a quem nenhum dos homens viu nem pode ver”, lindíssima essa descrição que o texto bíblico inicial faz sobre o Cristo espiritual que nos será revelado na eternidade, me chamam a atenção os termos imortal e luz inacessível, que mistério profundo há nisso. Entendemos de fato o que isso significa? Muitos cristãos não entendem, ainda que creiam que terão vida eterna no céu. Imortalidade não é só nunca morrer, mas ser eternamente atraído pelo amor de Deus à sua mais alta luz e dizer sim. 

Esta é a 35ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

05/03/22

Carisma, política e pecado (34/90)

      “Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” 
I Timóteo 6.7-11

      As cartas de Paulo a Timóteo constituem um verdadeiro manual do pastor, não só sobre os deveres desse, mas também sobre seus direitos. Um pastor tem direitos? Tem, mas bem menos que muitos pastores querem ter nos dias atuais. A palavra chave do texto bíblico inicial é piedade, piedade é devoção, amor pelas coisas religiosas, mas mais que religiosidade pessoal, é compaixão pelo sofrimento alheio, misericórdia pelos outros. Em piedade está também incluído o termo servo, que é ocupar-se em servir o outro, não a si mesmo, é se dar, não receber, desaparecer, não ser visto. 
      Se a pergunta “quem você será na eternidade?” é relevante para todos os seres humanos, para os pastores em especial tem uma importância ainda maior. Quem será você, pastor, na eternidade? Quem será você diácono, presbítero, missionário, reverendo, padre, bispo, papa, monge? Vocês que pregam que na eternidade não valerão títulos do mundo, status de profissionais em empresas, adquiridos com estudo, trabalho e mesmo valor da conta no banco, não se enganem, títulos em instituições religiosas, em ministérios, em igrejas, também pouco ou nada poderão representar. 
      Quando os homens entenderam o poder do cristianismo, que esse contém o Cristo e o Cristo pode transformar as vidas dos homens, em primeiro lugar muitos homens receberam essa transformação, entretanto, alguns outros, depois, perceberam que esse poder poderia ser usado para beneficia-los no mundo. Assim nasceu a igreja católica no quarto século e depois tantas igrejas evangélicas como empresas e negócios lucrativos, daí outra coisa ocorreu, proeminência religiosa potencializa influência política, assim homens manipulam homens não só em templos, mas na sociedade. 
      A relação entre papas e imperadores é histórica no catolicismo, no protestantismo isso se repete, pastores, missionários, pregadores, diáconos usam a popularidade que possuem em congregações para construírem eleitorado e conquistarem cargos políticos em suas cidades, estados e mesmo no âmbito federal. Ainda que eu acredite que cristão não deva ter cargos políticos de forma alguma, posso até fazer uma excessão, mas desde que o cristão abra mão de cargos e títulos na igreja, não usando isso para ter votos de cristãos, mas sendo representante político de todos, mesmo de não cristãos. 
      Mas quem resiste à tentação? Quem percebe que nasceu com uma persona marcante, com jeito carismático que encanta as pessoas, principalmente por seu modo de falar, e toda sedução implica em boa lábia e energia sexual, que necessariamente não requerem boa aparência, esse não resiste à tentação de expandir a influência que tem em púlpitos, em igrejas, para toda a sociedade. Carisma independe de dons espirituais, mesmo de formação intelectual, e hoje, com a internet, popularidade se constrói ainda com mais facilidade. Eu pergunto se carisma pessoal é bênção ou maldição. 
      Fica fácil para quem não precisou investir trabalho e dinheiro no desenvolvimento de uma competência, conseguir as coisas com algo que recebeu de graça, não precisar nem de vida espiritual para impressionar as pessoas, basta-lhe encenar um personagem. Carisma pessoal mais cristianismo podem acabar em política, mesmo que seja só para administrar interesses numa igreja. Políticos, contudo, poderão cair nas armadilhas dos valores mais cobiçados no mundo, dinheiro e sexo. Estou generalizando, sendo injusto? Nem todo líder de igreja é político e nem todo político é ganancioso e lascivo? 
      Mas para quem começa errado é mais fácil acabar errado, o erro inicial é confiar em si mesmo para ter aquilo que não era para se ter, pelo menos não do jeito que se teve, assim o carismático deve ter mais cuidados, não menos. A pergunta que deve ser respondida é: o que nos torna carismático, o Espírito Santo ou o nosso ego? Grandes egos devem ser ainda mais moldados por Deus e pelo tempo. Se não tocarmos as vidas das pessoas com justiça, piedade, fé, amor, paciência e mansidão, como orienta Paulo a Timóteo, seremos nós que faremos algo e para a nossa glória, não Deus e para Deus. 
      Aparta-te deles, foge dessas coisas, eis as orientações de Paulo a Timóteo sobre como devemos nos comportar com homens e mulheres que usam o cristianismo para benefícios próprios. Será que nós, como ovelhas ou como líderes do segundo escalão, fazemos isso? Ou somos seduzidos por pastores carnais e nos colocamos debaixo deles para sermos promovidos com eles, aprovados por eles, ainda que digamos para nós mesmos que queremos só servir a Deus em boas igrejas? É tentador ao carismático seu carisma, mas também aos outros, seduzidos sentem-se amados e todos querem ser amados. 
      Seremos avaliados na eternidade pelo nosso interior e não pelo nosso exterior, seja pela nossa aparência, pelo número de pessoas que se encantam com nossa simpatia, por títulos ou fama em igrejas, e mesmo por sermos líderes ou “donos” de ministérios evangélicos reconhecidos. Infelizmente como tem pastor, principalmente de um tempo para cá quando ser evangélico e pastor virou moda, não querendo fazer a vontade de Deus, mas ser um novo Macedo ou um novo Hernandes, e aqui não vai necessariamente crítica a esses. Poucos querem ser como Paulo, e menos ainda como Jesus. 

Esta é a 34ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

04/03/22

E alguns, quem serão na eternidade? (33/90)

      “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; como também não há licença nesta peleja; nem tampouco a impiedade livrará aos ímpios.” 
Eclesiastes 8.8

      No dia 25/11/2020, faleceu o jogador de futebol Diego Armando Maradona, com certeza um dos melhores do mundo em seu esporte, e na opinião de muitos argentinos, o melhor, mais até que Pelé (s.q.n.). Pessoas e coisas se destacam das outras em nível mundial e perdurando no tempo não por terem uma coisa diferenciada, mas muitas, um grupo de características contribuíram para que Maradona fosse especial. Primeiro ele tinha uma habilidade singular com a bola, talento e arte que produziam muito em pouco espaço de campo e em pouco tempo, isso não só ganhava jogos, mas nos encantava, vê-lo jogar era (e é, assistindo vídeos) muito prazeroso. Maradona era mais que um excepcional atleta, era genial! 
      Mas Maradona não era só um jogador ímpar de futebol, ele tinha opiniões políticas e não tinha medo de expô-las. Assumidamente de esquerda dizia que Fidel Castro era seu segundo pai, defendia os pobres e até chegou a se posicionar publicamente contra as riquezas da Igreja Católica. Esse misto de deus e bad boy criou um carisma que levantou adoradores na Argentina, passando pela Itália onde jogou e por todo o planeta. Existe até uma “igreja” que celebra Maradona como um ser espiritual especial, a Igreja Maradoniana. Seu enterro teve pompas de rei e movimentou a Argentina como poucas vezes, o falecimento de Dieguito aos sessenta anos, vítima de parada cardiorrespiratória enquanto dormia, foi prematuro. 
      Contudo, se na vida pública ele é considerado um deus, na vida privada foi terrivelmente humano, e isso ele não escondeu de ninguém. A verdade na vida das pessoas, e por incrível que pareça mesmo a ruim, sempre traz mais admiração que aversão, porque sentimos empatia por sabermos que outros têm as mesmas lutas que nós. Vemos, mesmo no gênio, alguém semelhante a nós, se até ele teve problemas, por que nós não podemos ter? Contudo, é bom refletirmos sobre algumas coisas da passagem desse ser humano único na Terra para aprendermos e quiçá, melhorarmos. O que faz alguém, com tantos privilégios, com tantas glórias, que nasceu com ferramentas tão boas para ter prosperidade no mundo, ser presa de vícios? 
      A vida é feita de trocas, deixamos algo que nos faz mal quando temos algo bom, de pelo menos igual tamanho, para trocarmos, não basta tirarmos o mal, temos que ocupar o espaço com algo bom, algo que valha à pena termos e mantermos. Contudo, o que é bom para nós depende de nosso caráter, de princípios de certo e errado que temos e guardamos no fundo do nosso ser, esses princípios ganham relevância quando entendemos o que realmente importa na vida, o que nos traz a paz que permanece. Muitos deixam uma vida de devassidão e de prazeres egoístas quando acham um amor verdadeiro e com ele constroem uma família, outros trocam vícios por profissão, começando pelos estudos até alcançarem um cargo alto e honrado. 
      Tantos que realmente se convertem ao evangelho de Jesus deixam vidas erradas e frívolas para conhecerem, adorarem e servirem a Deus, e essa é a vocação melhor de todo ser humano, a mais eficiente para livrar de ilusões e vícios. Se não paramos de pecar porque não achamos que o pecado nos faz mal, se tivermos alguma índole paramos de pecar porque isso machuca pessoas que amamos, assim o que vence o pecado é o amor. Pecar e seguir pecando, fazendo disso um vício, é atitude de seres imaturos e egocêntricos, que só se importam com o próprio prazer, e quem não morre para si para viver pelos outros, acaba vivendo só para si e morrendo para todo mundo. Viver para sempre do jeito melhor só em Deus. 
      Felizmente existem bons exemplos de gente, mesmo entre artistas e esportistas famosos, que venceram drogas e alcoolismo, mas infelizmente, por mais que a luz de gênios tenha brilhado neste mundo e que até nos acostumemos a dizer que esses continuarão brilhando no céu, a coisa não funciona bem assim. Não, não estou condenando ninguém ao “inferno” pelo simples fato de alguém não ter demonstrado em vida qualquer relação com o evangelho, a coisa também não funciona assim. Ligação íntima com Deus só Deus e quem a tem sabem, não nos enganemos. A vida é uma prova, aptidões, família, intelectualidade, posições, fama e bens, são só ferramentas, não definem as pessoas, mas são usadas para provar as pessoas. 
      Ser famoso no mundo, em tantas áreas distintas, revela-nos uma coisa, algumas pessoas receberam de Deus uma oportunidade especial. Não, o diabo não é pai de nada, não dá nada, mas pode enganar aqueles que de um jeito ou de outro teriam relevância no planeta, dizendo que eles são o que são por causa dele. Mas isso é uma mentira, com as grandes facilidades, que dons e aptidões entregam, vêm grandes responsabilidades, e a responsabilidade maior é contribuir de forma positiva nas vidas das pessoas, isso será cobrado de todos na eternidade, não tenham dúvidas. Quanto a nós, reles mortais, não invejemos a fama, sejamos úteis em amor o mais humildemente possível, o Deus que dá, sabe, e recompensará com justiça. 

Esta é a 33ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

03/03/22

Onde está tua paz? (32/90)

      “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.” 
II Pedro 3.13-14

      Onde está tua paz? Se descobrir isso achará teu céu. A vida é uma constante procura por paz, e muitas coisas podem nos dar paz, agora, se essa paz é passageira ou duradoura, vã ou nobre, isso é algo que só darão valor os maduros ou espirituais. Você não precisa ser espiritual para ser maduro, mas todo espiritual com certeza amadureceu. Depois de uma redação sexual sentimos paz, também após uma refeição, quando vamos bem em uma avaliação na faculdade também sentimos paz, assim como quando somos aplaudidos por termos realizado uma apresentação musical. 
      Uma criança, criada com equilíbrio e amor, está em paz, o jovem terá paz rapidamente, e ainda que também a perca em pouco tempo, experimentará de novo paz com facilidade. Um corpo sadio, com emocional apaixonado e espírito novo, ajudam-nos a não permanecermos presos a espaço e tempo, jovens ainda não temos passado e futuro, só presente. O maduro, contudo, não se acomoda a uma paz experimentada, ele sabe que a vida segue, que as coisas mudam e a paz não fica, novos desafios precisam ser superados, ele precisa estar de pé, com ou sem paz. 
      O espiritual tem uma experiência com Deus e sabe que a paz que advém disso é singular e gerará nele virtudes que levará para sempre. Mas qual é a experiência em Deus que nos dá paz? Paz não vem de experimentarmos algo, mas de reconhecermos nessa experiência algo relevante. Muitas vezes temos experiências importantes na vida e por não darmos a elas o real valor não sentimos muita coisa, a vivência passa e continuamos perdidos. Você deve ter tido uma experiência que te foi rara, mas que já tinha experimentado antes e não tinha dado importância.
      Só damos importância para duas refeições no dia quando temos tão pouco dinheiro no bolso que talvez não dê para pagar nem uma. Só damos valor ao nosso cônjuge, parando de brigar com ele por qualquer motivo e não achando que o marido da outra ou a esposa do outro é melhor que o nosso cônjuge, quando ficamos sozinhos, sem alguém sequer para nos acompanhar silenciosamente enquanto assistimos um filme na TV. Só sentimos falta de um culto quando somos obrigados a trabalhar secularmente num domingo até a noite e somos impedidos de ir à igreja. 
      A paz pode ser relativizada, a partir do momento que entendemos o preço que podemos pagar por ela. Paz que não custa muito, quando ainda somos imaturos, é relegada a um nível mais baixo, mas quando amadurecemos sabemos que todo preço deve ser respeitado e nenhuma paz é pequena se for sincera do bem e não fizer mal a ninguém. Mas achamos um mistério espiritual ao descobrirmos aquilo que realmente nos dá a melhor paz, sentimo-nos satisfeitos de um jeito único, de tal maneira que ainda que faltem-nos outras coisas, nos sentiremos serenos e protegidos. 
      Descobrirmos essa paz especial é descobrirmos o centro da vontade de Deus para nossas vidas. Acredite, todos temos uma missão especial, uma provação específica, que temos que vivenciar para acharmos a paz mais profunda, que nos acompanhará até a eternidade. Veja que essa paz não tem a ver com estarmos bem financeiramente, com termos notoriedade diante dos homens, muitos têm tudo isso e não têm a melhor paz. Descobrirmos a melhor paz e podermos retê-la até o fim de nossas jornadas, é acharmos o céu ainda encarnados, estamos no mundo para isso. 
      Como ensina o evangelho, essa paz não tem a ver com ganhar, mas com perder, não tem a ver com ter, mas com ser, num presente constante que não sente saudades ou culpas pelo que se foi, nem ansiedades ou medos pelo que virá. Quem sente essa paz e consegue segurá-la experimenta algo que não vai mudar quando morrer o corpo físico, mas que só será liberado na eternidade com plenitude para existir na luz mais alta de Deus. Quem vive essa paz tem toda a convicção que estará no céu quando partir deste mundo, para esse o plano espiritual não será surpresa ruim. 

Esta é a 32ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

02/03/22

Sinceridade ganha o céu? (31/90)

      “Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida.” 
I Timóteo 1.5

      Basta sermos sinceros para termos direito ao céu? Há um ditado, “de boas intenções o inferno está cheio”, poderíamos acrescentar, de sinceridade o inferno está cheio. A Bíblia, principalmente em Salmos, cita bastante o termo sinceridade como virtude importante do justo, mas penso que nos dias de hoje temos que entender melhor esse conceito, já que sinceridade tem sido usada por muitos como álibi para estupidez. Refletimos sobre sinceridade em “Deus conhece o sincero bom”, contudo, creio que é interessante, num estudo sobre eternidade, pensarmos mais a respeito.
      Ainda que erremos muito na vida, que batamos a cabeça, mesmo que façamos mal a alguns, se há uma sinceridade benigna em nós, Deus nos chama, nos salva, nos perdoa e nos abençoa. Vamos refletir nessa afirmação. Em primeiro lugar é preciso entender e aceitar que todo mundo erra, todo mundo perde tempo em escolhas ruins e todos machucam os outros. Ninguém se ache a pior pessoa do mundo, a única que fez bobagens, nem se considere perfeito ou sempre vítima, inventando desculpas para os pecados cometidos e não assumindo-os com responsabilidade pessoal.
      Em segundo lugar Deus contempla o sincero, mas o sincero benigno, não basta ter sinceridade, ela precisa ser boa. Há diferença entre sinceridades? Sim. Ser sincero é fazer algo, falar ou sentir alguma coisa, com verdade, sem falsidade, mas isso não basta para ser boa sinceridade. Muita gente é sinceramente má, sinceramente cruel, sinceramente diabólica, isso não é falso nelas, elas não enganam ninguém sobre suas intenções, mas essas intenções não são boas. Muitos dizem, “ah, eu sou sincero, se me incomoda eu falo mesmo, doa a quem doer”, isso é sincero, mas não é benigno. 
      O que é então boa sinceridade? O benignamente sincero pode até errar, mas ele quer acertar, e o principal, ele acerta um dia, a tempo de ter uma vida de justificado por Deus (eu disse justificado, não justo, ainda que o justificado em Cristo se torna justo aos olhos de Deus). Não basta errar e dizer, “poxa, eu não sabia, não tinha experiência, eu queria acertar e não consegui”, e depois tornar a cometer o mesmo erro outra e outra vez. O sincero do bem acha o caminho melhor, ainda que a custo de sofrimento, acha e fica nele, até o fim. Deus conhece o sincero bom e cuida dele.
      Nós, seres lineares, não entendemos a não linearidade de Deus. Deus não nos julga pelo presente, mas pelo futuro, ele sabe onde chegaremos e se a nossa sinceridade é ou não benigna. Deus não tem tempo, contempla todas as existências e todos os tempos ao mesmo tempo e de uma vez. Você está orando aos prantos, confessando um pecado e assumindo que não vai mais cometê-lo, consciente que magoou muitos com ele? Deus sabe se você daqui a um tempo se esquecerá da promessa e cometerá de novo o mesmo pecado, mas ainda assim ele te perdoa e cuida de você. 
      O verdadeiro filho de Deus sempre tem um final feliz, ainda que esse final seja bem lá no fim e por um curto período de tempo. Isso não importa, importa que ele alcançará o centro da vontade do Senhor para sua vida e ficará nesse lugar. Deus sabe disso, antes, e por isso cuida e protege o sincero, ainda que no presente esse esteja fazendo más escolhas e pagando preços por isso. Assim, é sábio não julgarmos ninguém, muito menos condenarmos alguém por erros passados, só o Senhor sabe quem sinceramente se arrependeu, mudou de vida e segue obedecendo-lhe. 
      É essa boa sinceridade que será procurada na eternidade em nossos homens interiores. Se existir nos liberará para subirmos para o amor de Deus, o céu, caso contrário estaremos vazios para cairmos mais profundamente num inferno, cuja semente já habita o espírito do falso. A falsidade é mentira que não segura virtudes, ainda que no mundo, no meio dos homens, o falso grite a plenos pulmões que possui virtudes, não são as palavras que compravam sinceridade, mesmos algumas ações. A boa sinceridade não pode ser falsificada, é uma intenção pura no íntimo do ser. 
      O texto inicial de I Timóteo 1.5 define o que o bom sincero tem, amor de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé não fingida. Quem é sincero tem um amor verdadeiro dentro de si anexado por obras, a marca dos que têm o céu, já que o céu é uma posição espiritual construída com o amor de Deus. Esse amor é puro, sem malícia e sem segunda intenção, fruto de uma boa consciência, que não guarda mágoa nem inveja, e de uma fé verdadeira, não fingida, que não só aparenta ser justo, é de fato, porque conhece o Deus em quem confia e a ele consegue agradar. 
      “Julga-me, Senhor, pois tenho andado em minha sinceridade, tenho confiado também no Senhor, não vacilarei, examina-me, Senhor, e prova-me, esquadrinha os meus rins e o meu coração” (Salmos 26.1-2). Só o sincero do bem tem essa coragem, de deixar que Deus o julgue conforme sua sinceridade, ele sabe que existe verdade em sua caminhada com Deus e não teme nenhum juízo. “Quanto a mim, tu me sustentas na minha sinceridade, e me puseste diante da tua face para sempre” (Salmos 41.12). O sincero do bem tem livre acesso ao Altíssimo, no mundo e para sempre no céu. 

Esta é a 31ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021