quinta-feira, março 03, 2022

Onde está tua paz? (32/90)

      “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz.” 
II Pedro 3.13-14

      Onde está tua paz? Se descobrir isso achará teu céu. A vida é uma constante procura por paz, e muitas coisas podem nos dar paz, agora, se essa paz é passageira ou duradoura, vã ou nobre, isso é algo que só darão valor os maduros ou espirituais. Você não precisa ser espiritual para ser maduro, mas todo espiritual com certeza amadureceu. Depois de uma redação sexual sentimos paz, também após uma refeição, quando vamos bem em uma avaliação na faculdade também sentimos paz, assim como quando somos aplaudidos por termos realizado uma apresentação musical. 
      Uma criança, criada com equilíbrio e amor, está em paz, o jovem terá paz rapidamente, e ainda que também a perca em pouco tempo, experimentará de novo paz com facilidade. Um corpo sadio, com emocional apaixonado e espírito novo, ajudam-nos a não permanecermos presos a espaço e tempo, jovens ainda não temos passado e futuro, só presente. O maduro, contudo, não se acomoda a uma paz experimentada, ele sabe que a vida segue, que as coisas mudam e a paz não fica, novos desafios precisam ser superados, ele precisa estar de pé, com ou sem paz. 
      O espiritual tem uma experiência com Deus e sabe que a paz que advém disso é singular e gerará nele virtudes que levará para sempre. Mas qual é a experiência em Deus que nos dá paz? Paz não vem de experimentarmos algo, mas de reconhecermos nessa experiência algo relevante. Muitas vezes temos experiências importantes na vida e por não darmos a elas o real valor não sentimos muita coisa, a vivência passa e continuamos perdidos. Você deve ter tido uma experiência que te foi rara, mas que já tinha experimentado antes e não tinha dado importância.
      Só damos importância para duas refeições no dia quando temos tão pouco dinheiro no bolso que talvez não dê para pagar nem uma. Só damos valor ao nosso cônjuge, parando de brigar com ele por qualquer motivo e não achando que o marido da outra ou a esposa do outro é melhor que o nosso cônjuge, quando ficamos sozinhos, sem alguém sequer para nos acompanhar silenciosamente enquanto assistimos um filme na TV. Só sentimos falta de um culto quando somos obrigados a trabalhar secularmente num domingo até a noite e somos impedidos de ir à igreja. 
      A paz pode ser relativizada, a partir do momento que entendemos o preço que podemos pagar por ela. Paz que não custa muito, quando ainda somos imaturos, é relegada a um nível mais baixo, mas quando amadurecemos sabemos que todo preço deve ser respeitado e nenhuma paz é pequena se for sincera do bem e não fizer mal a ninguém. Mas achamos um mistério espiritual ao descobrirmos aquilo que realmente nos dá a melhor paz, sentimo-nos satisfeitos de um jeito único, de tal maneira que ainda que faltem-nos outras coisas, nos sentiremos serenos e protegidos. 
      Descobrirmos essa paz especial é descobrirmos o centro da vontade de Deus para nossas vidas. Acredite, todos temos uma missão especial, uma provação específica, que temos que vivenciar para acharmos a paz mais profunda, que nos acompanhará até a eternidade. Veja que essa paz não tem a ver com estarmos bem financeiramente, com termos notoriedade diante dos homens, muitos têm tudo isso e não têm a melhor paz. Descobrirmos a melhor paz e podermos retê-la até o fim de nossas jornadas, é acharmos o céu ainda encarnados, estamos no mundo para isso. 
      Como ensina o evangelho, essa paz não tem a ver com ganhar, mas com perder, não tem a ver com ter, mas com ser, num presente constante que não sente saudades ou culpas pelo que se foi, nem ansiedades ou medos pelo que virá. Quem sente essa paz e consegue segurá-la experimenta algo que não vai mudar quando morrer o corpo físico, mas que só será liberado na eternidade com plenitude para existir na luz mais alta de Deus. Quem vive essa paz tem toda a convicção que estará no céu quando partir deste mundo, para esse o plano espiritual não será surpresa ruim. 

Esta é a 32ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

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