segunda-feira, agosto 12, 2019

Deus conhece o sincero bom

      “Julga-me, Senhor, pois tenho andado em minha sinceridade; tenho confiado também no Senhor; não vacilarei. Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha os meus rins e o meu coração. Porque a tua benignidade está diante dos meus olhos; e tenho andado na tua verdade. Não me tenho assentado com homens vãos, nem converso com os homens dissimulados. Tenho odiado a congregação de malfeitores; nem me ajunto com os ímpios. Lavo as minhas mãos na inocência; e assim andarei, Senhor, ao redor do teu altar. Para publicar com voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas.” Salmos 26.1-7

      Ainda que erremos muito na vida, que batamos a cabeça, mesmo que façamos mal a alguns, se há uma sinceridade benigna em nós Deus nos chama, nos salva, nos perdoa e nos abençoa. Vamos refletir nessa afirmação. Em primeiro lugar é preciso entender e aceitar que todo mundo erra, todo mundo perde tempo em escolhas ruins e todos machucam os outros. Ninguém se ache a pior pessoa do mundo, a única que fez bobagens, nem se considere perfeito ou sempre vítima, inventando desculpas para os pecados cometidos e não assumindo-os com responsabilidade pessoal por eles. 
      Em segundo lugar Deus acha o sincero, mas o sincero benigno, sim, não basta ter sinceridade, ela precisa ser boa. Existe diferença entre sinceridades? Ser sincero é fazer algo, falar ou sentir alguma coisa, com verdade, sem falsidade, mas isso não basta. Muita gente é sinceramente má, sinceramente cruel, sinceramente diabólica, isso não é falso nelas, elas não enganam ninguém sobre suas intenções, mas essas intenções não são boas. Muitos dizem, “ah, eu sou sincero, se me incomodou eu falo mesmo, doa a quem doer”, isso é sincero, mas não é bom, não é benigno. Outro ditado diz, “de boas intenções o inferno está cheio”. 
      O que é então boa sinceridade? O benignamente sincero pode até errar, mas ele quer acertar, e o principal, ele acerta um dia, a tempo de ter uma vida de justificado por Deus (eu disse justificado, não justo, mas o justificado em Cristo se torna justo aos olhos de Deus). Não basta errar e dizer, “poxa, eu não sabia, não tinha experiência, eu queria acertar mas não consegui”, e depois tornar a cometer o mesmo erro outra e outra vez. O sincero do bem acha o caminho melhor, ainda que a custo de sofrimento, acha e fica nele, até o fim. Deus conhece o sincero bom e cuida dele.
      Nós, seres lineares que somos, não entendemos a não linearidade de Deus. Deus não nos julga pelo presente, mas pelo futuro, ele sabe onde chegaremos e se a nossa sinceridade é ou não benigna. Na verdade Deus não tem tempo, contempla todas as existências e todos os tempos ao mesmo tempo e de uma só vez. Você está orando hoje aos prantos, confessando sinceramente um pecado e assumindo de todo o coração que não vai cometer mais esse pecado que tanta dor causou a você e aos outros? Deus sabe se você daqui a um tempo se esquecerá desse encontro com ele e cometerá de novo o mesmo pecado, mas ainda assim ele te perdoa e cuida de você. 
      Na verdade, o verdadeiro filho de Deus sempre tem um final feliz, ainda que esse final seja bem lá no fim, por um curto período de tempo. Isso não importa, importa que ele alcançará o centro da vontade do Senhor para sua vida e ficará nele, até a morte. Deus sabe disso, antes, e por isso cuida e protege o sincero, ainda que no presente esteja fazendo más escolhas e pagando um preço alto por isso. Assim, é sábio não julgar, a ninguém, muito menos condenar alguém por erros passados, só o Senhor sabe quem sinceramente se arrependeu, mudou de vida e segue agora obedecendo a agradando a ele, o Deus justo, santo, eterno e bom para com o benignamente sincero. 

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