05/05/23

Jesus salva, a palavra julga

      “E se alguém ouvir as minhas palavras, e não crer, eu não o julgo; porque eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeitar a mim, e não receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.João 12.47-48

      Que palavra clara essa que João registrou de Jesus, vim, não para julgar o mundo, mas para salvar, isso diz tanto sobre eternidade, céu e inferno, e ainda assim muitos teimam em interpretações supersticiosas da Bíblia. Ainda que o novo testamento contenha textos que dizem que Deus separará salvos de condenados e mandará uns para o céu e outros para o inferno, palavras assim são para explicar melhor um assunto muito sério, a eternidade, de uma maneira que pessoas do século um entendessem. A profundidade espiritual mais real só o ser humano de alguns séculos para cá pode entender, ainda que o catolicismo e o protestantismo insistam em entendimentos ao pé da letra, materialistas, antropomórficos, obsoletos.
      Jesus salva. Deus é amor. O altíssimo emana a luz. Deus atrai todos por seu amor. Só isso! Quem escolhe a salvação do Cristo, se coloca sob a luz de Deus, se deixa ser atraído pelo amor do Senhor, redime-se. Quem nega tudo isso naturalmente se coloca numa outra posição espiritual, de condenação, não de Deus, por pecados pessoais não resolvidos se coloca nas trevas e não se deixa ser atraído pelo amor do Senhor. Deus não aparecerá como um velho de cabelos, barba e vestes brancas, separando os seres humanos (Mateus 25.32-33). Na eternidade todos estarão sob a luz de Deus, quem se deixar ser atraído pelo amor de Deus, será salvo, quem não quiser isso, não será e por si mesmo fugirá da luz. 
      Não é a pessoa de Jesus, nem a pessoa de Deus (ou do Espírito Santo) que julgam o ser humano, é a palavra. Que palavra é essa? Não, meus queridos, não é a Bíblia, não são doutrinas de igrejas, ainda que tudo isso contenha essa palavra. A palavra a que Jesus se refere é uma lei espiritual eterna, que fez existir e mantém existindo planos físicos e planos espirituais, palavra que só podemos entender com mais precisão, não lendo e destrinchando versículos bíblicos ou dogmas, mas estudando a vida de Jesus. A palavra é o verbo e o verbo é Jesus (João 1.1-5), muito mais que textos que outros registraram como vindos de sua boca, mas todos os exemplos de santidade, justiça e amor que o Cristo praticou como homem encarnado. 

04/05/23

Fora há trevas, dentro há luz

      “Disse Jesus: Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.João 8:12 

      Fora de nós até pode haver trevas, mas não dentro de nós, e Deus pede só isso de nós, que cuidemos de nosso interior, o resto é efeito. Muitos não sabem o poder que tem um espírito iluminado. Uma chama, por menor que seja, sempre fará diferença, principalmente nas trevas mais profundas. Vivemos atualmente um tempo de muita perturbação espiritual, as trevas estão tendo vitória, não por serem escolha de entrevados, mas por terem penetrado mentes de pessoas dentro de igrejas cristãs, justamente onde a luz mais alta de Deus, Jesus Cristo, é pregada. 
      Triste é esse momento, que os luzeiros de Deus orem pela humanidade. Mas não sinto pelo Espírito Santo que esse seja momento de fim dos tempos, pelo menos não como muitos evangélicos e protestantes acham que é. A prova só é passada no final de um período, quando alunos tiveram oportunidade de aprenderem e de estudarem a matéria, então, o professor avalia o que foi retido de conhecimento nos alunos. Não é o mundo que está sendo provado, é a Igreja, do jeito que ela aprendeu que seria. Deus prova cada um conforme sua crença. 
      Deus faz duas perguntas, uma é: onde está tua luz, na religião, na igreja, nos homens religiosos, ou dentro de você? A outra pergunta é: o que é essa luz, é a doutrina de sua igreja, a aprovação que homens te dão por obedecerem essa doutrina, ou é Jesus e sua aprovação? O texto bíblico inicial não diz que quem segue a igreja Católica, a Batista, a Assembleia de Deus, ou tantas outras igrejas cristãs, não andará em trevas, mas quem segue a Jesus. Para seguir alguém é preciso conhecê-lo, então, adquirir confiança para submeter-se a esse alguém. 
      O único embaixador oficial de Jesus no mundo é o Espírito Santo. As igrejas têm suas utilidades, Deus as usa, principalmente no início de nossas caminhadas, mas quem só tem paz porque é assíduo em igreja vicia-se em coisas dos homens, mas ainda não viveu uma experiência maior e plena em Deus. Sim, não deixe de frequentar igrejas, mas não as leve tão a sério, a Deus, sim, esse você deve levar cada vez mais a sério. Quem insistir em igrejas do jeito errado ou se alienará de vez, ou sofrerá uma decepção tão grande que poderá derrubá-lo da fé. 

03/05/23

Não precisam saber, Deus sabe

      “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.Mateus 6.6

      Um dia uma parente muito próxima a mim disse-me, “você sai sempre com a mesma cara nas fotos”, talvez achando que sou alguém insensível. Para ter um rosto firme e um coração seguro, oro todas as noites a Deus, e o Senhor sabe do pranto amargo, das lágrimas doloridas, de rostos e caras em que minha alma se abre, se mostra, se humilha, para que eu possa estar sereno diante de homens. Ah, as pessoas não sabem o quanto você sofre, sozinho, para ser alguém melhor, ainda que se achem no direito de te julgarem como alguém pior que elas, mas Deus sabe. 
      Ao espiritual Deus recompensa publicamente, mas não com aplausos dos homens, com riquezas, esse não precisa disso, já aprendeu que muitas carências são só vaidades de meninos espirituais. Ao humilde basta-lhe a mais profunda e genuína paz que advém da aprovação do pai, mais nada. Muitos julgam as pessoas usando-se como referências, assim, se para eles boas roupas, carro caro, restaurantes luxuosos, viagens ao exterior, são o que provam que eles são vitoriosos, exigirão isso também dos outros, procurarão nos outros a si mesmos, não o Senhor. 
      Jesus deu esse exemplo como nenhum outro, vivia em oração e em consagração, assim dizia muito mesmo pelo silêncio. Pergunto à parente que citei no início, como você acha que era o semblante do Cristo? Ele não devia ter marcas de expressão, aquelas que ganhamos nos arrependendo de pecados terríveis que cometemos, ele devia ser a cara da riqueza, mas da riqueza espiritual. Jesus vivia em paz com Deus. Os homens não sabiam, mas ele sabia que Pedro poderia negá-lo no final, que Iscariotes poderia traí-lo, ainda assim não condenava ninguém. 
      Quando realmente entendemos que não dependemos do que as pessoas pensam ou dizem de nós, nossas vidas entram numa nova fase com Deus. Mas esse entendimento é diretamente relativo à intimidade que adquirimos com Deus, primeiro em momentos realmente profundos em oração, depois agradando-o em santidade e em amor. Quem agrada, adora, quem adora sintoniza-se na mesma frequência, estar em Deus é a única posição que nos fortalece, nos ensina e nos faz ver com clareza nossa razão de existir. Mas ninguém precisa saber disso, basta Deus saber. 

02/05/23

A vida é séria, mas cheia de graça

      “E Daniel propôs no seu coração não se contaminar com a porção das iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; portanto pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não se contaminar. Ora, Deus fez com que Daniel achasse graça e misericórdia diante do chefe dos eunucos.Daniel 1.8-9

      Daniel era escravo e de um povo com crenças religiosas diferentes da sua, sua vida não era fácil, ele tinha que administrá-la com seriedade. É muito diferente para nós hoje? Não, apesar das enormes diferenças sociais, culturais etc, entre o mundo e o tempo de Daniel e o nosso mundo e o nosso tempo. Homens no mundo não trabalham para viverem, vivem para trabalhar, o que fazem com o que ganham? Se divertem. Grande parte das pessoas acorda na segunda-feira feira de manhã para trabalhar pensando no happy hour que terão na sexta-feira. O objetivo de muitos não é sério, é só aquele momento no final de semana em que tomam cerveja, namoram, riem com os amigos, enfim, saciam corpos com almas vazias. 
      Neste mundo não somos chamados por Deus para isso, pelos menos não só para isso, somos chamados para usarmos a vida aqui como um tempo de aprimoramento moral, que nos prepara para uma vida eterna que vem depois. A vida é séria, nossos sentidos físicos estão sempre nos tentando, para agradarmos apetites carnais de maneira desenfreada, para impormos nossos egos vaidosos, para reagirmos de forma agressiva a quem sentimos que se opõe a nós. Quem vive para rir sem responsabilidade acaba chorando depois. Por outro lado, existem legiões de espíritos malignos só esperando oportunidade para pegarem carona em pecado nosso, assim terem chance de viverem em corpos alheios, o que eles, sem corpos, não podem viver mais. 
      Daniel, contudo, tinha um escape em suas provações, ele tinha a graça de Deus, que em seu caso foi manifestada também pela atitude de um líder de seu cativeiro, esse deu a Daniel certas liberdades, não para ele se perder, mas para agradar a Deus. Que exemplo, Daniel tinha muitos motivos para abaixar a guarda, ser menos exigente com suas crenças, afinal, sua vida estava em jogo desobedecendo a religião da nação que oprimia seu povo. Mas não, ele queria se manter fiel à sua fé, assim Deus o ajudou, quem tem a graça de Deus não precisa dos manjares do mundo. A vida é séria, aceitemos isso, é vigilância moral constante enquanto lutamos por sobrevivência material, mas o justo acha a graça de um Deus que sorri para ele.

01/05/23

Se moralismo é falso, moral não é

      “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luzI Pedro 2.9

      Moralismo como uma ordem que tem fim em si mesma, que prega aparência moral como efeito obrigatório, indiferente da causa interior, pode ser falso. O cristianismo exerce falso moralismo quando prega que atitudes e comportamentos devem ser de determinada maneira, usando o raso argumento “porque Deus quer”, assim, até praticam muitas coisas, mas sem de fato avaliarem se são relevantes e porque devem ser, fazem porque leis religiosas, não necessariamente divinas, ordenam. Por exemplo, muitos não consomem bebidas alcoólicas e se vestem de maneira recatada porque suas igrejas mandam, aparentam obedecer leis, mas se de fato seus corações fazem isso para agradarem a Deus, como virtudes morais melhores e por terem espíritos transformados, é outra coisa.
      Por outro lado, muitos do “mundo”, do “mal”, ateus e materialistas e aqueles que se colocam como inimigos do cristianismo, acham que toda proibição é errada, é impedir liberdade de expressão, assim, moralidade é sempre ruim. Esses não entendem e aceitam os benefícios de virtudes morais, não só gerenciando um mundo civilizado, como também priorizando valores espirituais, que vão com o ser humano para além desse mundo. Hoje a coisa chega num ponto que parece que toda moralidade é falsa, que todo cristão é falso moralista, e repito, ainda que muitos cristãos exerçam de fato falso moralismo. A verdade é que se escolhermos não seremos hipócritas, poderemos ter uma experiência verdadeira com Deus e praticarmos obras que aliam ao nosso espírito virtudes reais. 
      É certo que vivemos tempos diferentes, e aceitemos, isso é autorizado por Deus, assim debaixo de leis os seres humanos buscam aprovação para serem e fazerem o que desejam, sem nãos. Hoje Igreja Católica e estado não estão mais amalgamados e ditam as leis do que é certo e errado, tanto para a sociedade quanto na religião, julgando e condenando quem pensa diferentemente. Mas parece que a lição que os católicos foram levados a aprender, evangélicos estão desaprendendo, assim acham que sabem a vontade de Deus, e que elegendo líderes políticos podem fazer toda a sociedade, cristã ou não, obedecer essa vontade. Não, as coisas mudaram, cristãos, e isso é bom, exige darmos testemunho de verdadeira e mais elevada moralidade, de prática de amor e santidade, não sendo só falsos moralistas.  

30/04/23

Fim

      “Não há ninguém que tenha domínio sobre o espírito para o reter; nem tampouco quem tenha poder sobre o dia da morte.Eclesiastes 8.8a 

      Pernas já não se firmam com facilidade, pés estão fracos, dedos distorcidos, mãos, sem forças, a visão embaçada vê pouco e o que vê não discerne bem, tudo é sombra, a cabeça já não guarda informação, e aquelas, armazenadas por décadas, são de difícil acesso, assim perdem também acuidade audição e fala. O desligamento da matéria acontece aos poucos, num processo inverso ao do amadurecimento do bebê para se tornar ser humano completo, onde se fortalece para se adquirir autonomia. O velho torna-se fisicamente dependente, emocionalmente débil, eis o universo lançando em nossos rostos a verdade, somos estagiários no mundo. 
      Triste seria ver nossa existência só como isso, só como o que a ciência consegue, ainda que por tempo limitado, administrar e manter vivo. Tristes os que se entendem só como organismos físicos com sistemas nervosos e medula dirigindo-lhes e conferindo-lhes senciência. Triste não aceitarmos a realidade espiritual eterna, que vai além da ilusão física. A verdade implacável da morte deveria servir para que todos tivessem a humildade para exercerem fé, não só conhecimento empírico, saberem de Deus, não só dos homens, verem a eternidade, não só o universo material, mas acima de tudo para que conhecessem a si mesmos.
      Contudo, o que infelizmente muitos não aceitam, é que ciência por mais ferramentas que nos entregue para administrarmos o planeta e nossas saúdes com lucidez, não traz paz, não consola, não nos ensina a amar, não dá paciência com os outros, não nos leva à santidade, não permite-nos enxergarmos a luz mais alta de Deus. No fim, quando o corpo estiver inviável para existir, isso tudo ainda permanecerá no espírito do humilde, paz, consolo, amor, paciência, santidade, a luz do Altíssimo, isso o humilde poderá levar para o plano espiritual e ser feliz numa vida eterna, que vence toda a ilusão da matéria, toda a dor, toda a morte. 
      Ah, ser humano contemporâneo, que por trás de causas sociais, de bandeiras de liberdade, de lutas por direitos, de valorização de diferenças, e tudo isso tem legitimidade, mas que tem por trás só um valor obsessivo que você dá a este mundo, à matéria, aos corpos físicos e seus prazeres. Você se nega aceitar o espírito eterno que te habita. Sim, é importante respeitarmos a sexualidade, seja ela qual for, a cor de pele, seja ela qual for, as competências profissionais e artísticas, sejam elas quais forem, mas espírito não tem sexo, pele, profissão ou talento, só tem virtudes morais. Que o fim nos traga vida eterna, não só a morte. 

29/04/23

Lembrarmos do que sempre somos

      “Melhor é um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de trabalho e correr atrás do vento.” Eclesiastes 4.6

      Envelhecer bem é nos lembrarmos do que sempre soubemos e que tínhamos nos esquecido. Para entendermos isso temos que avaliar o ser humano sob alguns aspectos, um deles diz que somos definidos por informações físicas. Será que somos só a mistura de características físicas, químicas e emocionais de nossos pais, avós e árvore genealógica? É certo que herdamos aparência e extensões físicas de pai e mãe, e de seus progenitores, assim como temos aptidões e temperamentos emocionais semelhantes aos deles. 
      Isso não depende de escolhas nossas, viemos de fábrica com essas especificações e ponto, mas essas características podem ser configuradas de formas diferentes, enfatizando algumas, deixando outras em segundo plano. Assim chegamos ao segundo aspecto, somos construídos pela criação familiar e pela formação intelectual, acadêmica e profissional. É claro que se houver conciliação entre especificações e configurações, seremos seres humanos mais eficientes, tanto nas relações afetivas, quanto nas profissionais.
      Três são as principais relações do ser humano neste mundo, as afetivas, de amizades, com família e com cônjuge, as profissionais, das quais dependem nossa independência econômica e física neste planeta, e a espiritual, com o divino, com religiões, com Deus. Ainda que materialistas e céticos teimem em desprezar a necessidade dessa última relação, nosso homem interior clama por Deus e sem ele nunca seremos totalmente satisfeitos, não acharemos nossa principal missão no universo, tolos os que negam isso. 
      Há opiniões extremadas sobre esse tema, uns dizem que somos só frutos da mistura física de familiares antepassados, assim podemos estar “destinados” a ser quem somos de acordo com o que outros foram. Outros dizem que somos frutos de escolhas no ambiente, construções sociais, os místicos falam que nossos corpos e personalidades são controlados por espíritos eternos, assim somos o que Deus nos criou. A melhor resposta é sempre a equilibrada, eu creio que somos tudo isso junto e misturado, matéria, mente e espírito. 
      Se eu não enxergasse relevância na existência espiritual, não teria um espaço que compartilha textos sobre vida com Deus, para mim nosso espírito tem prioridade sobre o corpo, é ele quem vive eternamente e pode se relacionar com os valores perenes do universo. Nossos corpos, por mais capacitados que tenham sido, com genes intelectualmente dotados e fisicamente fortes e belos, são destruídos com o tempo. O espírito não, transcende esse mundo, existe para sempre, conhece o que a ciência é incapaz de comprovar. 
      Deus é perfeito, econômico e objetivo, dessa forma em suas providências permite corpos, criações familiares e formações intelectuais e profissionais, conciliados com uma essência espiritual. Deus não dá asas à cobra, nem lança ao mar peixe que não sabe nadar, assim chegamos ao título deste texto, quando envelhecemos nos lembramos de nós. Queria poder dizer mais a respeito do que a grande maioria de cristãos está preparada para ouvir, mas como o alvo aqui são cristãos, tentarei ser obediente à voz de Deus. 
      Cada um nasce com provas específicas para passar, as provas de um não são iguais às do outro, um precisa de provas diferentes para escolher aquilo que de melhor Deus tem para ele. É Deus quem distribui as provas porque só ele sabe o que cada espírito existe encarnado para ser. Se um precisa ganhar, nascerá num lar com menos recursos, mas com muita energia para trabalhar, se outro precisa perder poderá nascer num lar rico, mas em corpo limitado, por algum problema físico ou emocional, para aprender a abrir mão. 
      Que fique claro, todos devem se esforçar para trabalhar, para não serem ociosos, nem dependentes, e todos precisam abrir mãos de certas coisas, para não se tornarem obsessivos, nem arrogantes. Não façamos interpretações erradas sobre a reflexão. Contudo, alguns crescerão mais moralmente adquirindo mais no mundo material, já outros crescerão mais aprendendo a abrir mãos do que até poderiam ter, mas que prejudicam-lhes moralmente quando têm. A prioridade do espírito são valores espirituais, não materiais. 
      Se Deus colocou propósitos em nossos espíritos, já nascemos sabendo o principal. Mas conseguimos viver o principal desde o início? Não. Assim podemos passar anos neste mundo batendo a cabeça, para só no final entendermos o que de fato o Senhor sempre quis de nós. Existir neste mundo é ter um tempo para nos lembrarmos do que sempre fomos, por isso uma verdadeira iluminação espiritual ao ser percebida, nos leva a exclamar, estupefactos: “poxa, era só isso? se eu soubesse teria feito antes, seria tão mais fácil”. 
      Isso não significa que não evoluímos nos esforçando e melhorando, mas significa que melhorar não é adicionar coisas, mas subtrair. Não foi exatamente isso que Jesus ensinou em Lucas 17.33, “qualquer que procurar salvar a sua vida, perdê-la-á, e qualquer que a perder, salva-la-á”? Temos que perder um monte de coisas, que o mundo e os homens, que nossos pais e mesmo nossos líderes religiosos, disseram que eram relevantes, para acharmos nossa essência espiritual, a que Deus colocou em nós em nossos nascimentos.