27/04/20

Loucura (parte 16) Conclusão

16. Conclusão

      “Não temas diante deles; porque estou contigo para te livrar, diz o Senhor.” Jeremias 1.8

      Eu poderia, para encerrar este estudo sobre loucura, listar alguns versículos bíblicos, desses com promessas de vitória, mas não acho para muitas das orientações que o Espírito Santo me dá neste momento sobre o assunto, passagens que possam ajudar de forma direta, não ao homem do século XXI. Como já dissemos aqui, a Bíblia é o início de nosso conhecimento de Deus, não o fim, assim, seguem frases que não são princípios de auto-ajuda se forem vividos em Deus, e só em Deus há de fato uma maneira de viver bem. 

      Saúde é equilíbrio, nos extremos podemos adoecer, seja na área física, emocional ou espiritual.
      Prática de esportes mantém corpos sãos e nos aproxima das pessoas.
      Mas ler bons livros, ver bons filmes também nos dão oportunidades de sermos sociais.
      Trabalhe e faça uma faculdade de uma área que realmente te dê prazer, seja sua melhor versão.
      Você não precisa ser aprovado por todos, ser sempre centro das atenções, nem ter um milhão de amigos.
      Mas não precisa estar sempre só, ter medo das pessoas e dizer a si mesmo que não precisa de ninguém.

      Informe-se, de preferência com pessoas qualificadas, crie referências de excelência dentro de si.
      Use profissionais da área médica, melhor busca-los sem precisar que ignora-los precisando deles.
      Cuidado com bebidas e drogas, evite excessos de comida, de sexo, se não consegue parar, busque ajuda.
      Durma bem, mas não durma demais, se houver desequilíbrio nisso, busque ajuda.
      Tenha paz mental, se ouvir vozes, ver ou ouvir coisas, busque ajuda. 
      Todos rimos e choramos às vezes, se passar da euforia à tristeza sempre e sem motivo, busque ajuda.

      Temos um espírito dentro de nós que busca comunhão com o pai dos espíritos, Deus.
      Toda religião, mesmo que funcione ao redor de uma busca de Deus, não é Deus, é coisa de homens.
      Saiba dizer não a líderes religiosos e à religião, mas busque e confie sempre num Deus de amor.
      Você é livre para buscar uma igreja na qual se sinta bem, mude sempre que precisar.
      Saiba parar um dia e manter alianças boas, sejam afetivas, profissionais ou religiosas.
      Se ver que o tempo passa e não consegue se firmar nas coisas, não se feche, busque ajuda.

      Agora, alguns conselhos que devem ser seguidos com bom humor, aliás um dos segredos para não ficar maluco é não se levar tão a sério ou saber rir de si mesmo, já foi um conselho, seguem outros. Às vezes é bom cair fora, dizer não me importo ou não estou nem aí (para não usar aqui palavras de baixo calão), que mesmo que não seja verdade nos ajuda a nos convencer que é, funcionam como desabafo, nos fazem relaxar. Nem tudo na vida tem solução, e nem precisa ter, a saída pode ser deixar pra lá muitas coisas e seguir vivendo um dia de cada vez. 
      Alegre-se com o luar, mas aproveite os primeiros raios de Sol, acorde cedo e respire fundo, deixe a vida se renovar em você. Aproxime-se da natureza, ande descalço, viva o verde, acaricie um animal, encante-se com as crianças, aprenda com com a vida eterna do universo. Tome um bom banho, corte o cabelo, sinta-se bem em você, olhe-se no espelho e sorria. Fale com Deus, com emoção, ouça Deus, em paz, harmonize-se com o bem, ande na luz, leia o evangelho de João e aprenda diretamente com Jesus, antes de com qualquer outro. Não tenha medo, Deus é contigo.

José Osório de Souza 

25/04/20

Loucura (parte 15) Informações de profissionais

15. Informações de profissionais

      Os textos a seguir foram retirados da matéria “Transtorno Mental” (Fonte Wikipedia), achei interessante compartilha-los aqui neste estudo sobre “Loucura”. Recomendo a leitura da matéria integral da página para um entendimento melhor sobre o assunto, mas ainda assim, cuidado, não faça diagnósticos ou conclua tratamentos baseados nesses textos, procure um profissional da área médica para uma opinião adequada sobre o assunto. 

      “Os termos transtorno, distúrbio e doença combinam-se aos termos mental, psíquico e psiquiátrico para descrever qualquer anormalidade, sofrimento ou comprometimento de ordem psicológica e/ou mental. Os transtornos mentais são um campo de investigação interdisciplinar que envolvem áreas como a psicologia, a psiquiatria e a neurologia. As classificações diagnósticas mais utilizadas como referências no serviço de saúde e na pesquisa hoje em dia são o Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais - DSM IV, DSM V e a Classificação Internacional de Doenças - CID-10.
      Em psiquiatria e em psicologia prefere-se falar em transtornos, perturbações, disfunções ou distúrbios (ing. disturbs, alem. Störungen) psíquicos e não em doença; isso porque apenas poucos quadros clínicos mentais apresentam todas as características de uma doença no sentido tradicional do termo - isto é, o conhecimento exato dos mecanismos envolvidos e suas causas explícitas. O conceito de transtorno, ao contrário, implica um comportamento diferente, desviante, "anormal".”

      “Dentre os sistemas de classificação dos transtornos mentais o de Jaspers (1913) recebe, pela sua importância histórica, um lugar preponderante. Esse sistema é triádico, por diferenciar três formas de transtornos mentais:

1. Doenças somáticas conhecidas que trazem consigo um transtorno psíquico, em seus subtipos:
  • Doenças cerebrais;
  • Doenças corporais com psicoses sintomáticas (ex. infecções, doenças endócrinas, etc.);
  • Envenenamentos/Intoxicações (Álcool, morfina, cocaína etc.).
2. Os três grandes tipos de psicoses endógenas (ou seja, transtornos psíquicos cuja causa corporal ainda é desconhecida):
  • Epilepsia genuína;
  • Esquizofrenia, em seus diferentes tipos;
  • Distúrbios maníaco-depressivos.
3. Psicopatias:
  • Reações autônomas anormais não explicáveis por meio de doenças dos grupos 1 e 2 acima;
  • Neuroses e síndromes neuróticas;
  • Personalidades anormais e seu desenvolvimento.
      Dois termos desempenham assim um papel preponderante: neurose designa os "transtornos mentais que não afetam o ser humano em si", ou seja, aqueles supostamente sem base orgânica nos quais o paciente possui consciência e uma percepção clara da realidade e em geral não confunde sua experiência patológica e subjetiva com a realidade exterior.
      Psicose, por sua vez, são "aqueles transtornos mentais que afetam o ser humano como um todo", ou seja um transtorno no qual o prejuízo das funções psíquicas atingiu um nível tão acentuado que a consciência, o contato com a realidade ou a capacidade de corresponder às exigências da vida se tornam extremamente diferenciadas, e por vezes perturbadas, e para a qual se conhece ou se supõe uma causa corporal.
      Entre as neuroses costumam-se classificar: a perturbação obsessiva-compulsiva, a transtorno do pânico, as diferentes fobias, os transtornos de ansiedade,a depressão nervosa, a distimia, a síndrome de Burnout, entre outras. O tratamento das neuroses e psicoses pode ser feito com um psicoterapeuta, um psiquiatra ou equipes de profissionais de saúde mental. As equipes incluem sempre psicólogos e psiquiatras, e podem incluir também enfermeiros, terapeutas ocupacionais, musicoterapeutas e assistentes sociais, entre outros.
      Essa forma de classificação, apesar de muito utilizada ainda hoje, tem alguns problemas sérios: 
(a) a classificação limita o transtorno mental à pessoa (não correspondendo às exigências de uma análise bio-psico-social), 
(b) a diferenciação entre neurose e psicose endógena não é sempre tão clara como parece à primeira vista e 
(c) ambos os conceitos (neurose e psicose) estão ligados a uma etiologia psicanalítica dos transtornos mentais, tornando-os de utilidade limitada para profissionais de outras escolas.”

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      Vou aproveitar o espaço desta reflexão para compartilhar uma matéria do site Correio Braziliense (Ciência e Saúde), Mediunidade ou esquizofrenia?, é um estudo do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (NUPES) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) orientado pelo diretor Alexander Moreira-Almeida, que investiga diferenças entre experiência espiritual e transtorno mental, recomendo a leitura da matéria na íntegra. Apesar da pesquisa comparar a experiência de mediunidade com transtornos mentais, penso que os critérios de diferenciação usados podem ser utilizados também para outras experiências espirituais, de outras religiões. 
      Você, amigo evangélico, entenda isso como uma verificação médica, não pense que estou ponto no mesmo nível experiências de evangélicos com as de outros religiosos. Contudo, sob um ponto de vista técnico, digamos assim, ver demônios ou ver anjos, ver espíritos ou ter uma visão do Espírito Santo, é a mesma coisa, tudo se passa no plano espiritual, ainda que evangélicos entendam entidades espirituais e espíritos desencarnados como demônios. Às pessoas de bom senso cabe diferencia-las de transtornos mentais. Os pesquisadores identificaram nove critérios que podem ser úteis nessa diferenciação, se é experiência verdadeira, e não transtorno mental, as pessoas experimentam:
  • ausência de sofrimento psicológico;
  • ausência de prejuízos sociais e ocupacionais;
  • duração curta da experiência;
  • atitude crítica (ter dúvidas sobre a realidade objetiva da vivência);
  • compatibilidade com o grupo cultural ou religioso do paciente;
  • ausência de comorbidades (coexistência de doenças ou transtornos);
  • controle sobre a experiência;
  • crescimento pessoal ao longo do tempo;
  • uma atitude de ajuda aos outros.
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      Seguem outros links (Fontes Wikipedia) interessantes sobre transtornos mentais, recomendo leitura na íntegra de cada texto:



24/04/20

Loucura (parte 14) O mal não entrará em ti

14. O mal não entrará em ti

      Segue uma segunda reflexão sobre o tema “Medo”, que também incluo neste estudo do assunto “Loucura”, medo (“fobias”) é um dos males mais sérios que afligem aqueles com transtornos mentais, mas também é dificuldade que todos nós temos. Novamente repito, não tente usar somente soluções espirituais se um mal físico, um transtorno mental, estiver se instalando ou instalado no corpo. Ore e confie em Deus, mas busque ajuda de médicos profissionais das áreas psiquiátrica, neurológica e/ou psicológica para diagnóstico e tratamento de problemas mentais, leia introdução da reflexão anterior para melhor entendimento disso, por favor. 

      “Quando passares pelas águas estarei contigo, e quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Isaías 43.2

      Existem pessoas que têm um tipo de medo, de serem tocadas por bichos e insetos, como por exemplo, por ratos e baratas, o terror é tanto que nem se imagina tais seres mordendo ou ferindo de alguma maneira os corpos, mas o simples fato deles poderem tocar a pele das pessoas, isso já é suficiente para aterrorizar, é de fato um medo a flor da pele. O texto de Isaías 43.2 pode dar uma palavra de livramento de Deus justamente nessa situação, um texto com várias camadas de interpretação, que se refere tanto a inimigos físicos quanto espirituais. 
      A passagem não diz que não passaremos por águas perigosas, mas diz que elas não nos submergirão, também não diz que não passaremos pelo fogo, mas ainda que passemos não seremos queimados por ele. Deus não nos livra, muitas vezes, de estarmos envolvidos até a cabeça com problemas, mas ainda assim, ele promete que não seremos destruídos pelos problemas, que eles ficarão do lado de fora e não entrarão em nós. No caso da água, sermos tocados externamente por ela, não nos faz mal, mas ela nos mata se formos submergidos, se ela entrar em nós seremos afogados e, sim, poderemos morrer.
      Penso que a metáfora da água, no texto de Isaías, pode ser aplicada mais a problemas materiais, mas a metáfora do fogo pode ser aplicada a problemas espirituais. Fisicamente só o toque externo do fogo em nossos corpos já nos fere, mas o versículo diz que mesmo que passarmos pelo fogo não seremos queimados. As hostes espirituais do mal, os demônios, podem estar ao nosso redor nesse mundo (I Pedro 5.8-10), nós as transpassamos o tempo todo, principalmente quando andamos pelas ruas, lugares sem cobertura espiritual específica, mas elas não penetram os guardados em Deus. 
      Aos medrosos, uma orientação, coloque sua vida em ordem com Deus (antes de tudo isso é muito importante), mas depois vença o medo, pela fé, e enfrente o problema, ainda que perto, ainda que visível, não vos penetrará, como as águas, mas mesmo que insólito (como os demônios), ele não pode fazer-vos mal, não vos pode tocar. Nas águas teremos um bolsão de ar do Espírito Santo que não permitirá que sejamos afogados, e o fogo dos demônios poderemos, guardados pelo nome de Jesus, transpassar, sem que nenhum mal entre e fique em nós.

      "Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão.Salmos 32.6

22/04/20

Loucura (parte 13) Sobre medo

13. Sobre medo

      Incluí esta reflexão no estudo “Loucura” por ser o medo uma experiência mental comum e que pode preceder à instalação de algum transtorno mental. Contudo, as orientações dadas aqui, ainda que possam ser curativas para o medo, são só preventivas para a não instalação de um transtorno mental, os de fato “doentes” devem buscar ajuda de profissionais da área médica antes de se submeterem a “curas espirituais”. Todos podemos orar, entregar nossas vidas nas mãos de Deus e confiar nele, e em alguns casos isso até pode ser suficiente, mas por favor, use esta reflexão com sabedoria, entendendo-a dentro do contexto de todo o estudo “Loucura”, tendo bom senso para equilibrar saúde física, mental e espiritual.
      Seríamos irresponsáveis se orientássemos outra coisa, assim como agiríamos sem temer a Deus deixando de buscar ajuda médica que é tanto (ou mais, nas situações adequadas) ferramenta nas mãos de Deus quanto uma oração de fé. Alguém que adoece de fato ou está fragilizado o suficiente para adquirir uma doença, não deve achar que só oração, e pior ainda, feita sozinho, cura, mesmo porque “doentes da cabeça” nem temos condições de fazer uma oração correta, isso pode até ser feito, mas um psiquiatra, um neurologista ou/e um psicólogo devem ser procurados para que haja um tratamento eficiente e profissional no corpo. Sejamos sábios, repito, enfatizo e digo novamente, com nós mesmos e com os outros!!

      “O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida, de quem me recearei?” Salmos 27.1

      Muitos de nós carregam medo na alma, o motivo pode estar na criação errada que muitos tivemos, em traumas causados por experiências violentas que muitos podem ter, mas também numa sensibilidade diferenciada, que alguns mesmo com formação afetiva equilibrada podem possuir. Um temor emocional projeta-se em vários tipos de medo, desde a insetos e a bichos até a pessoas e mesmo a coisas espirituais. O pior medo, contudo, é do invisível, e muitos são assolados durante o dia e nos pesadelos noturnos por esse terror, o que não pode ser visto parece mais difícil de ser controlado. Medo é irracional, quando muito forte paralisa, e depois de instalado pode adoecer, além de nossas mentes, nossos corpos.
      Já refletimos um pouco sobre isso na postagem “Sistemas de alarme, não os ignoremos”, mas a ênfase nesta reflexão é: Deus é maior que o medo! Assim, quem anda de acordo com Deus não precisa ter medo, basta apossar-se da coragem que o Espírito Santo pode nos dar. O medo pode ter várias origens, mas ele tem só um fim, se manifesta basicamente em nossas emoções, nós sentimos o medo, ainda que não o expliquemos e mesmo que creiamos que estamos protegidos pelo nome de Jesus. Portando, para nos libertarmos do medo, depois de colocarmos nossas vidas em ordem com Deus, buscando perdão e perdoando em todas as esferas, precisamos ter uma experiência emocional que supere o medo. 
      Não sentimos medo enquanto estamos vendo um filme de comédia, rindo com um grupo de pessoas, não na maior parte das vezes pelo menos, assim não adianta tentarmos só nos convencer racionalmente que o medo é injustificável, temos que sentir isso e de maneira proporcional ao medo. Uma experiência de oração profunda e plena com Deus é solução, que envolva-nos espiritual, emocional e fisicamente, mas tem que ser de fato uma oração “forte”, como se diz. A mesma “energia” que nos enfraquece pelo medo deve ser usada para nos fortalecer em Deus, através de uma oração feita com convicção, com emoção e em voz alta (mesmo aos berros, muitos gritam por tantas coisas mas têm vergonha de gritar para libertação).
      É claro que o volume da verbalização para ser eficiente depende do emocional de cada um, se consegue-se vitória em silêncio, melhor, não é o barulho que liberta. Seja como for, orações assim é ideal que sejam feitas a sós ou com pessoas de confiança, mas ainda que com alguém, é bom expressarmos de preferência em voz alta nossa libertação, sentindo com todo o coração o que oramos. O que vamos orar? O que a Bíblia nos orienta, que o Deus altíssimo está conosco, que em nome de Jesus temos autoridade sobre todo o mal, que em Deus não precisamos temer nada, que somos novas criaturas em Cristo e que todo o nosso pecado já foi perdoado, portanto nada pode nos acusar, atingir ou prejudicar. 
      Esse método é usado pela psicologia, para permitir que as pessoas extravasem seus medos, mas os terapeutas não possuem a ferramenta espiritual que é o nome de Jesus. Medo é acúmulo de coisas ruins, medroso é acumulador de lixo emocional, por isso diz-se que o louvor liberta, quando cantamos dizemos promessas de vitória em Deus, e isso, além de adorar ao Senhor, também nos permite extravasar e tomar posse de libertação. Mas como sempre, damos aqui uma orientação de equilíbrio, libertar-se do medo é não senti-lo, isso não significa que vamos sair por aí fazendo coisas crendo que estamos protegidos como super-homens, não ter medo não confere direito de não sofrer consequências por irresponsabilidades.
      Os tímidos e reprimidos poderão sofrer mais com medos, e aqueles que querem viver uma vida cristã só intelectual não usufruem a libertação que uma adoração mais “pentecostal” ou o falar em línguas espirituais estranhas (tema também já refletido aqui em “Fale em línguas espirituais estranhas”) podem oferecer. Se já há libertação só com a expressão emocional que existe numa verbalização forte e clara, há muito mais se ela estiver saindo de bocas cujos espíritos estão em comunhão com o altíssimo no Espírito Santo e pelo nome de Cristo. Minhas libertações de medo são experimentadas com gritos, é claro que faço isso quando estou sozinho num lugar e tenho mais liberdade para orar (não se escandalize com isso).
      "Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação." (II Timóteo 1.7), ter vitória sobre o medo não é só vontade ou escolha nossa, humana, mas é a inclinação do Santo Espírito de Deus que nos habita através do nome de Jesus. Assim, fazer uma oração de libertação, é simples posse de um direito que o próprio Deus dá ao novo nascido em Cristo, o “não normal” para esse é andar amedrontado, oprimido, escravizado. Assim, não temamos, se andamos com Jesus somos vocacionados para uma vida de coragem, e isso com equilíbrio, já que junto dela recebemos também amor e moderação, para vivermos sem temor mas com sabedoria. 

20/04/20

Loucura (parte 12) Podemos escolher?

12. Podemos escolher?

      “Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários! São muitos os que se levantam contra mim. Muitos dizem da minha alma: Não há salvação para ele em Deus. Porém tu, Senhor, és um escudo para mim, a minha glória, e o que exalta a minha cabeça.” Salmos 3.1-3

      Existe uma tênue linha que separa aquele que possui um transtorno mental daquele que externa esse transtorno através de ações de violência, seja contra si mesmo ou/e contra os outros. Diferentemente do que pensa a psiquiatria atual (e mesmo os códigos de leis civis), que só contemplam o humano como matéria, sozinho neste mundo, eu creio num Deus que sempre dá oportunidade de livre arbítrio aos homens, mesmo aos doentes mentais, a opção de fazer uma escolha moral. Dessa forma, se ninguém pode escolher ter uma doença mental, pode escolher pecar, seja com ou sem uma psicopatologia. É claro que o doente está mais fragilizado para tudo, inclusive para fazer a escolha moral mais adequada.
      Não incluo nisso os deficientes intelectuais, como os portadores de síndrome se Down e outros, sob o meu ponto de vista esses carregam uma inocência infantil mesmo com mais idade, o que os protege de juízos morais. Por outro lado, da mesma forma, também acho que esses, se criados corretamente, não agirão contra a moralidade, a não ser que sejam viciados por pessoas normais (normais fisicamente, mas com certeza com algum transtorno psicológico, já que só um louco para se aproveitar ou fazer mal contra deficientes intelectuais). Algumas pessoas parece que mantêm uma inocência infantil por toda a vida, mesmo que não tenham algum problema mental aparente, Deus sabe. 
      Todavia, existem, sim, pessoas tão violentadas, tão mal criadas, tão marginalizadas, desde a infância, que podem crescer e se transformarem em verdadeiros monstros, esses talvez nunca consigam proteger a si mesmos, quanto mais aos outros, terão que ser cuidados por alguém, se não for pela família, pela sociedade no papel dos governos. O porquê de existirem pessoas assim, que parecem não usufruírem de direito à justiça, ao livre arbítrio, por que elas são escravas que nunca poderão ser livres neste mundo, bem, isso é com Deus, e eu nem me atrevo a compartilhar aqui meu entendimento  sobre isso, talvez numa outra reflexão. Para a maioria das pessoas, contudo, doenças mentais podem ser tratadas a tempo.
      Acho que Deus protege de forma diferenciada os animais, as crianças e os malucos “do bem”, acredito na graça e na misericórdia de um Deus que toma a iniciativa de acolher o fraco. Eu sei bem disso, provei isso, tive problemas sérios de saúde, problemas que não foram detectados por igrejas, pastores e muitos irmãos que se julgavam e ainda se julgam espirituais, morais e inteligentes, mas que foram e são rápidos para julgar e condenar, ainda que lentos para amar. Por causa disso paguei preços altos, errei quando nem sabia que estava errando, ainda que muitos tenham exigido de mim e exijam até hoje atitudes de pessoas normais ou que nunca enfrentaram sérios problemas de saúde. O homem não é justo.
     Mas o amor de Deus cuidou de mim de forma pra lá de especial, o passado ruim ficou no passado, hoje tenho um casamento estável e feliz, duas filhas criadas em paz e com carinho, uma vida financeira suficiente. Meu tempo presente é o testemunho de que há cura e vitória para os que buscam a Deus, mesmo sozinhos, mesmo doentes, mesmo loucos, mesmo ouvindo até de cristãos, “não há salvação para ele em Deus”. Sim, meus queridos e minhas queridas, amigos e amigas, o que me levou a fazer essas reflexões sobre loucura foi mais que conhecimento e curiosidade, foi experiência em primeira mão, vivência prática com o problema abordado neste estudo, tenho coragem em Deus de assumir isso.
      Uma coisa sei, mesmo durante tantas lutas, tantos abismos, tantas maldições humanas, tanta ignorância, nunca deixei de buscar a Deus, de confessar meus pecados, de tomar posse do perdão exclusivo e suficiente que existe por Jesus, ainda que tenha tido que fazer isso setenta vezes setenta vezes. Por isso se o abismo esteve perto, nunca passei de seu limiar, se o mal foi grande, nunca foi tanto que eu não pudesse viver depois com suas consequências. O tempo passou, mas Canaã foi alcançada, os anos voaram, mas conheci a felicidade que permanece, e acima de tudo, o plano que Deus me disse que tinha para minha vida quando eu tinha dezesseis anos e me converti ao evangelho, foi cumprido, em seus mínimos detalhes. 

18/04/20

Loucura (parte 11) Processo da loucura

11. Processo da loucura

     “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti, porque ele confia em ti.” Isaías 26.3

      Seguindo na reflexão sobre o processo de desenvolvimento de doenças mentais, temos uma segunda fase, que se inicia com a fase adulta, após a adolescência física, eu disse física pois um doente mental pode seguir emocionalmente na adolescência (ou mesmo na infância) por muito tempo. Nessa segunda fase se está tão atordoado com o mal que se sofreu e que se reteve durante a primeira fase, que não se tem noção das coisas. Se vai sendo empurrado pela vida, machucando, se machucando e sendo machucado, sem referências, seja de tempo, de espaço ou de moral, essa é a pior fase. Alguém deveria perceber a condição do doente e tomar uma atitude, principalmente se estiver em idade física adulta incoerente com suas atitudes sociais. 
      “O louco sabe de tudo, menos que é louco”, e quando digo de tudo digo que ele pode achar mesmo que tem super poderes, que pode ver o universo com um olhar especial, que é alguma espécie de “escolhido”, enfim, mas que na verdade é apenas fantasia de sua mente doentia. O louco sofre? Conscientemente muitas vezes nem sofre, ele apenas existe, se ele não tem referência de nada, por que deveria ter de sua dor? Uma das características do doente mental é que ele não consegue se prender a alianças sociais, como empregos, estudos, igrejas ou casamentos. Na verdade ele está casado com sua insanidade, é fiel só a ela, quem o olha de fora vê uma face plastificada, como a de um boneco, sempre igual, sem emoção, fria, olhando para um mundo que só existe dentro de sua cabeça. 
      Na terceira fase começa-se a ter uma noção da situação, da vergonha que se está passando, então se quer achar alguém para se colocar a culpa. Nessa fase o doente se sente profundamente vitimizado e por isso ele pode somatizar doenças físicas, já que experimenta muita dor, em silêncio e na solidão, não compartilha isso com ninguém porque nem sabe ainda que isso é anormal, só sabe que dói. Sem válvula de escape, maus pensamentos viram tumores ou outros males. Essa fase pode durar muito tempo, mais até que as outras, e pode terminar em uma crise emocional grave, com um quadro depressivo sério, que tragicamente pode ser o que, enfim, revele aos outros que havia um doente grave próximo a eles e eles não sabiam. 
      Na quarta fase, que pode acontecer pela misericórdia de Deus, pelo caráter do doente e com a ajuda de profissionais da área médica, a ficha cai, a cura vem, para-se de jogar a culpa nos outros, assume-se a culpa por muitas coisas, e se é libertado do terrível complexo de vítima. Encontra-se a paz, contudo, pode-se entender quanto tempo foi perdido, uma juventude, uma maturidade que começou tardiamente colocando o ex-doente numa falta de sincronia entre idade física e idade emocional. É só nessa fase que o doente adquire referências, de certo e errado, de tempo, é só nessa fase que um ex-louco começa de fato a experimentar uma vida real, que valoriza e segura alianças, nessa fase um verdadeiro novo nascimento acontece.

      O texto inicial nos ensina um segredo que pode ser um remédio para o que experimenta feridas em sua mente. O que é ter a mente firme em Deus? O texto diz que quem tem isso tem uma paz mantida, não por ele, mas por Deus. Se entregamos a Deus nossa vida ele cuida dela, fiel à sua palavra e à nossa entrega. Entender isso pode ser a diferença entre ser curado e ficar ainda mais enfermo. Em poucas palavras ter a mente firme em Deus é descansar em Deus, e descansar não é fazer força, mas relaxar com segurança. Quem relaxa o faz não porque confia em sua capacidade de resolver um problema, mas na capacidade daquele no qual ele descansou para resolver. Quem nos faz descansar é Deus, não a fé que pomos nele para nos fazer descansar. 
      Quando nós sentamos num sofá, não ficamos apreensivos tentando manter a integridade do sofá através de nosso pensamento, não, nós sentamos e relaxamos, tranquilos sabendo que o sofá suportará nosso peso e nos permitirá descansar nele. Ocorre como uma integração, entre nós e o sofá, é como se ele fizesse parte de nosso corpo, acomodando nosso corpo, suportando o peso e se mantendo íntegro enquanto estamos sobre ele. Ocorre a mesma coisa quando firmamos nossa mente em Deus, não fazemos força porque a verdadeira fé não é a princípio convicção emocional e intelectual nossa, mas dom espiritual de Deus. Precisamos ao menos crer, mas nem isso é esforço nosso. 
      Se vêm de Deus e para ele retorna, não é mérito ou crédito nosso, assim não nos é pesado, se não pesa não pode nos enfraquecer e levar-nos a adoecer, mas nos renova e nos fortalece. Mas como saber quando estamos usando fé dom de Deus e quando estamos nos cansando com alguma energia de corpo e de alma nossa? O que é de Deus deixa paz que permanece, simples assim, Deus nunca exige de nós algo que não podemos fazer ou que vai nos trazer prejuízos, sejam físicos, emocionais ou espirituais. Para aquele que está com alguma problema mental, seja depressão, trauma ou algum transtorno, Deus só orienta que entregue a ele o problema e espere, mais nada.
      Assim, é de suma importância que a pessoa com algum problema mental pare de fazer tudo o que está fazendo, que tenha, daqueles que o cercam, a segurança de que eles vão ajudá-lo e que ela não precisa se preocupar com nada. Isso precisa ficar bem claro, caso contrário o doente não conseguirá descansar e se restabelecer, e creia, um descanso verdadeiro, profundo, continuado, cura ou ajuda a curar muitos males. Tarefas na igreja, mesmo que sejam “para Deus”, como dizem muitos, não nos descansam, é um trabalho como qualquer outro, nem podem ser trocadas por favores divinos, se estiver doente mentalmente dê um tempo com trabalhos em igrejas, siga orientação do médico, não do pastor, se tiverem opiniões distintas sobre isso.

17/04/20

Loucura (parte 10) Origem da loucura

10. Origem da loucura

      “Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?Jó 38.36

      Temos dentro de nós, no nosso íntimo, além do corpo e da alma, no espírito, um sopro de Deus, uma essência divina, um pedaço espiritual do pai das luzes e das almas, isso é o que nos diferencia de todas as demais criaturas e elementos da natureza, sejam do reino animal, do reino vegetal ou do reino mineral. Isso independe de nossa idade física, de nosso nível intelectual, de nossa classe financeira, de nossa nacionalidade, raça ou de nossa cor de pele. Essa essência tem um desejo intrínseco, comunhão espiritual com Deus, e para isso cada um de nós faz uso do que lhe está à mão, do que se adequa à sua visão de vida, assim, ainda que o “líquido” que se tome seja diferente, a sede é a mesma. 
     Obviamente, dependendo do líquido que se time, a sede será mais ou menos saciada, da mesma maneira como alguns líquidos materiais podem, ainda que saciem a sede do corpo, trazerem efeitos colaterais. O mesmo acontece quando ingerimos água limpa e fresca, suco de laranja ou cerveja para matar nossa sede física, a água mata a sede e não deixa efeitos colaterais, o suco mata a sede, não tão eficazmente como a água, mas além disso nos alimenta com vitaminas, por outro lado a cerveja pode até matar a sede, mas deixa o álcool em nosso organismo como um efeito colateral prejudicial. Mas cada indivíduo escolhe o que quer para matar a sede, assim como terá que conviver com os efeitos da escolha. 
      O melhor seria que todos bebessem da pura água do Espírito Santo para saciar suas sedes espirituais, de vez em quando algum suco natural de laranja para se fortalecer, que são as alegrias sadias da alma, e nunca bebidas alcoólicas, interação com espíritos malignos. Mas a vida real não é ideal, daí as doenças, que prejudicam tanto as pessoas quanto seus descendentes. Doenças mentais podem ser levadas de pais para filhos, assim como podem ser consequências mesmo de partos ruins, que tiveram alguma dificuldade médica ou da própria constituição física da mãe, eu disse podem, pois nem médicos têm certeza disso. O correto é saber que ainda que Deus tenha feito o ser humano original e espiritual perfeito, sua alma e seu corpo sofreram e adoeceram.

      Mas sigamos com o tema desta reflexão, posso identificar fases na vida de quem passa por problemas mentais mais sérios, repetindo o que já disse, deixo bem claro que não sou profissional da área médica de doenças mentais, ou de qualquer outra especialidade, assim, se está precisando de ajuda nesse assunto, procure um médico, psiquiatra ou psicólogo competente, não use qualquer opinião ou declaração feitas aqui no blog como orientação de diagnóstico ou de tratamento de doenças mentais. Tome cuidado, também, com religioso, seja pastor, pregador, missionário, profeta, ou qualquer outro título que se dê nas igrejas evangélicas atuais, não confie em suas orientações sobre o assunto, pelo menos não em qualquer um, no que se refere a problemas mentais deixe a ciência cuidar daquilo que é dela. 
      A primeira fase de uma doença mental é a origem dela, é sobre ela que refletiremos nesta reflexão, na próxima reflexão sobre o tema “Loucura” refletiremos sobre as outras fases Nessa fase inicial é quando a enfermidade é criada, ou mal criada, que é pior. Algumas pessoas, por uma série de fatores, já nascem com disposição para transtornos mentais, se elas forem bem criadas desenvolverão a doença, mas terão mais condições de conviver socialmente, principalmente se a enfermidade for diagnosticada cedo. Infelizmente existe um preconceito com problemas mentais, muitos, mesmo com bom nível intelectual e financeiro, preferem nem saber se são ou se têm filhos doentes, por puro estigma social, por vergonha. Se juntar-se ao problema congênito uma criação familiar ruim, a coisa piora e muito, como veremos abaixo. 
      Alguns especialistas dizem que transtornos mentais podem a princípio ser somente uma deficiência química que se tem no organismo, no cérebro ou/e em outros órgãos, assim, talvez num futuro próximo, a utilização de medicamento, como é a insulina para o diabético, possa colocar a cabeça doente no lugar. Contudo, e essa é a maior e diferenciada dificuldade em doenças mentais, o mau funcionamento do cérebro não interfere só numa função física do indivíduo, mas na interação social e subjetiva desse com a vida. Outros órgãos com funcionamento ruim também podem interferir na vida social de alguém, mas de maneira indireta, um paraplégico terá dificuldades para se relacionar, mas a princípio é diferente da dificuldade que tem um esquizofrênico.
      Ter um problema mental não é como ter um problema nos pulmões, por exemplo, em primeiro lugar porque não se pode diagnosticar a doença com uma chapa de raio x ou com uma tomografia computadorizada. Não se pode tirar uma fotografia da cabeça e constatar transtorno bipolar ou esquizofrenia, ainda que se possa constatar a presença de tumor ou de outra deficiência física que também podem causar transtornos mentais. Muitas pessoas têm, pelo menos aparentemente e até onde a medicina sabe até o momento, órgãos e membros em perfeito funcionamento, e ainda assim sofrem com bipolaridade. Mas o que dificulta bastante a vida de doentes mentais é uma vida afetiva também ruim, que pode funcionar tanto como efeito, como causa de transtornos mentais.
      Nesse caso temos um paradoxo, quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Transtornos mentais facilitam problemas afetivos e problemas afetivos pioram os problemas mentais se já existem ou mesmo criando-os se não existiam, assim se a criação familiar for ruim, o doente tem sua condição piorada. Infelizmente é isso o que ocorre com muitos bipolares e esquizofrênicos, ao menos as igrejas evangélicas deveriam ter condições de identificar pessoas com esses problemas e ajudá-las. Contudo, o que ocorre muitas vezes, é o oposto, doentes mentais podem ser obsessivos, trabalhadores perfeccionistas e terem um gosto especial por coisas espirituais e religiosas, o que os leva a serem ainda mais facilmente explorados em muitas igrejas por pastores, senão mal intencionados, mal informados. 
      Se normalmente a pessoa com transtornos mentais já é isolada da realidade, da sociedade, se tiver uma educação sem amor, sem respeito e com muita cobrança, onde a desobediência de regras injustas é punida com violência, seja verbal ou física, mais ainda o doente vai se isolar, mais terá medo das pessoas, mais vai buscar fuga da dor, o que pode escravizar o doente a vícios, de drogas, bebidas alcoólicas etc. Uma grande maioria de viciados em drogas e de sem-tetos, os mendigos que vemos pelas ruas, é de doentes mentais, que não teve uma base familiar mínima para dar a eles abrigo e auxílio. Sim, meus queridos e queridas, tem muito maluco no mundo, e isso não é um termo pejorativo, não é frescura nem engraçado, é doença mental que pode ser tratada. Quem se acha são que discirna quem não é e o ajude, urgentemente.