sexta-feira, abril 17, 2020

Loucura (parte 10) Origem da loucura

10. Origem da loucura

      “Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?Jó 38.36

      Temos dentro de nós, no nosso íntimo, além do corpo e da alma, no espírito, um sopro de Deus, uma essência divina, um pedaço espiritual do pai das luzes e das almas, isso é o que nos diferencia de todas as demais criaturas e elementos da natureza, sejam do reino animal, do reino vegetal ou do reino mineral. Isso independe de nossa idade física, de nosso nível intelectual, de nossa classe financeira, de nossa nacionalidade, raça ou de nossa cor de pele. Essa essência tem um desejo intrínseco, comunhão espiritual com Deus, e para isso cada um de nós faz uso do que lhe está à mão, do que se adequa à sua visão de vida, assim, ainda que o “líquido” que se tome seja diferente, a sede é a mesma. 
     Obviamente, dependendo do líquido que se time, a sede será mais ou menos saciada, da mesma maneira como alguns líquidos materiais podem, ainda que saciem a sede do corpo, trazerem efeitos colaterais. O mesmo acontece quando ingerimos água limpa e fresca, suco de laranja ou cerveja para matar nossa sede física, a água mata a sede e não deixa efeitos colaterais, o suco mata a sede, não tão eficazmente como a água, mas além disso nos alimenta com vitaminas, por outro lado a cerveja pode até matar a sede, mas deixa o álcool em nosso organismo como um efeito colateral prejudicial. Mas cada indivíduo escolhe o que quer para matar a sede, assim como terá que conviver com os efeitos da escolha. 
      O melhor seria que todos bebessem da pura água do Espírito Santo para saciar suas sedes espirituais, de vez em quando algum suco natural de laranja para se fortalecer, que são as alegrias sadias da alma, e nunca bebidas alcoólicas, interação com espíritos malignos. Mas a vida real não é ideal, daí as doenças, que prejudicam tanto as pessoas quanto seus descendentes. Doenças mentais podem ser levadas de pais para filhos, assim como podem ser consequências mesmo de partos ruins, que tiveram alguma dificuldade médica ou da própria constituição física da mãe, eu disse podem, pois nem médicos têm certeza disso. O correto é saber que ainda que Deus tenha feito o ser humano original e espiritual perfeito, sua alma e seu corpo sofreram e adoeceram.

      Mas sigamos com o tema desta reflexão, posso identificar fases na vida de quem passa por problemas mentais mais sérios, repetindo o que já disse, deixo bem claro que não sou profissional da área médica de doenças mentais, ou de qualquer outra especialidade, assim, se está precisando de ajuda nesse assunto, procure um médico, psiquiatra ou psicólogo competente, não use qualquer opinião ou declaração feitas aqui no blog como orientação de diagnóstico ou de tratamento de doenças mentais. Tome cuidado, também, com religioso, seja pastor, pregador, missionário, profeta, ou qualquer outro título que se dê nas igrejas evangélicas atuais, não confie em suas orientações sobre o assunto, pelo menos não em qualquer um, no que se refere a problemas mentais deixe a ciência cuidar daquilo que é dela. 
      A primeira fase de uma doença mental é a origem dela, é sobre ela que refletiremos nesta reflexão, na próxima reflexão sobre o tema “Loucura” refletiremos sobre as outras fases Nessa fase inicial é quando a enfermidade é criada, ou mal criada, que é pior. Algumas pessoas, por uma série de fatores, já nascem com disposição para transtornos mentais, se elas forem bem criadas desenvolverão a doença, mas terão mais condições de conviver socialmente, principalmente se a enfermidade for diagnosticada cedo. Infelizmente existe um preconceito com problemas mentais, muitos, mesmo com bom nível intelectual e financeiro, preferem nem saber se são ou se têm filhos doentes, por puro estigma social, por vergonha. Se juntar-se ao problema congênito uma criação familiar ruim, a coisa piora e muito, como veremos abaixo. 
      Alguns especialistas dizem que transtornos mentais podem a princípio ser somente uma deficiência química que se tem no organismo, no cérebro ou/e em outros órgãos, assim, talvez num futuro próximo, a utilização de medicamento, como é a insulina para o diabético, possa colocar a cabeça doente no lugar. Contudo, e essa é a maior e diferenciada dificuldade em doenças mentais, o mau funcionamento do cérebro não interfere só numa função física do indivíduo, mas na interação social e subjetiva desse com a vida. Outros órgãos com funcionamento ruim também podem interferir na vida social de alguém, mas de maneira indireta, um paraplégico terá dificuldades para se relacionar, mas a princípio é diferente da dificuldade que tem um esquizofrênico.
      Ter um problema mental não é como ter um problema nos pulmões, por exemplo, em primeiro lugar porque não se pode diagnosticar a doença com uma chapa de raio x ou com uma tomografia computadorizada. Não se pode tirar uma fotografia da cabeça e constatar transtorno bipolar ou esquizofrenia, ainda que se possa constatar a presença de tumor ou de outra deficiência física que também podem causar transtornos mentais. Muitas pessoas têm, pelo menos aparentemente e até onde a medicina sabe até o momento, órgãos e membros em perfeito funcionamento, e ainda assim sofrem com bipolaridade. Mas o que dificulta bastante a vida de doentes mentais é uma vida afetiva também ruim, que pode funcionar tanto como efeito, como causa de transtornos mentais.
      Nesse caso temos um paradoxo, quem veio primeiro, o ovo ou a galinha? Transtornos mentais facilitam problemas afetivos e problemas afetivos pioram os problemas mentais se já existem ou mesmo criando-os se não existiam, assim se a criação familiar for ruim, o doente tem sua condição piorada. Infelizmente é isso o que ocorre com muitos bipolares e esquizofrênicos, ao menos as igrejas evangélicas deveriam ter condições de identificar pessoas com esses problemas e ajudá-las. Contudo, o que ocorre muitas vezes, é o oposto, doentes mentais podem ser obsessivos, trabalhadores perfeccionistas e terem um gosto especial por coisas espirituais e religiosas, o que os leva a serem ainda mais facilmente explorados em muitas igrejas por pastores, senão mal intencionados, mal informados. 
      Se normalmente a pessoa com transtornos mentais já é isolada da realidade, da sociedade, se tiver uma educação sem amor, sem respeito e com muita cobrança, onde a desobediência de regras injustas é punida com violência, seja verbal ou física, mais ainda o doente vai se isolar, mais terá medo das pessoas, mais vai buscar fuga da dor, o que pode escravizar o doente a vícios, de drogas, bebidas alcoólicas etc. Uma grande maioria de viciados em drogas e de sem-tetos, os mendigos que vemos pelas ruas, é de doentes mentais, que não teve uma base familiar mínima para dar a eles abrigo e auxílio. Sim, meus queridos e queridas, tem muito maluco no mundo, e isso não é um termo pejorativo, não é frescura nem engraçado, é doença mental que pode ser tratada. Quem se acha são que discirna quem não é e o ajude, urgentemente. 

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