quarta-feira, abril 22, 2020

Loucura (parte 13) Sobre medo

13. Sobre medo

      Incluí esta reflexão no estudo “Loucura” por ser o medo uma experiência mental comum e que pode preceder à instalação de algum transtorno mental. Contudo, as orientações dadas aqui, ainda que possam ser curativas para o medo, são só preventivas para a não instalação de um transtorno mental, os de fato “doentes” devem buscar ajuda de profissionais da área médica antes de se submeterem a “curas espirituais”. Todos podemos orar, entregar nossas vidas nas mãos de Deus e confiar nele, e em alguns casos isso até pode ser suficiente, mas por favor, use esta reflexão com sabedoria, entendendo-a dentro do contexto de todo o estudo “Loucura”, tendo bom senso para equilibrar saúde física, mental e espiritual.
      Seríamos irresponsáveis se orientássemos outra coisa, assim como agiríamos sem temer a Deus deixando de buscar ajuda médica que é tanto (ou mais, nas situações adequadas) ferramenta nas mãos de Deus quanto uma oração de fé. Alguém que adoece de fato ou está fragilizado o suficiente para adquirir uma doença, não deve achar que só oração, e pior ainda, feita sozinho, cura, mesmo porque “doentes da cabeça” nem temos condições de fazer uma oração correta, isso pode até ser feito, mas um psiquiatra, um neurologista ou/e um psicólogo devem ser procurados para que haja um tratamento eficiente e profissional no corpo. Sejamos sábios, repito, enfatizo e digo novamente, com nós mesmos e com os outros!!

      “O Senhor é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida, de quem me recearei?” Salmos 27.1

      Muitos de nós carregam medo na alma, o motivo pode estar na criação errada que muitos tivemos, em traumas causados por experiências violentas que muitos podem ter, mas também numa sensibilidade diferenciada, que alguns mesmo com formação afetiva equilibrada podem possuir. Um temor emocional projeta-se em vários tipos de medo, desde a insetos e a bichos até a pessoas e mesmo a coisas espirituais. O pior medo, contudo, é do invisível, e muitos são assolados durante o dia e nos pesadelos noturnos por esse terror, o que não pode ser visto parece mais difícil de ser controlado. Medo é irracional, quando muito forte paralisa, e depois de instalado pode adoecer, além de nossas mentes, nossos corpos.
      Já refletimos um pouco sobre isso na postagem “Sistemas de alarme, não os ignoremos”, mas a ênfase nesta reflexão é: Deus é maior que o medo! Assim, quem anda de acordo com Deus não precisa ter medo, basta apossar-se da coragem que o Espírito Santo pode nos dar. O medo pode ter várias origens, mas ele tem só um fim, se manifesta basicamente em nossas emoções, nós sentimos o medo, ainda que não o expliquemos e mesmo que creiamos que estamos protegidos pelo nome de Jesus. Portando, para nos libertarmos do medo, depois de colocarmos nossas vidas em ordem com Deus, buscando perdão e perdoando em todas as esferas, precisamos ter uma experiência emocional que supere o medo. 
      Não sentimos medo enquanto estamos vendo um filme de comédia, rindo com um grupo de pessoas, não na maior parte das vezes pelo menos, assim não adianta tentarmos só nos convencer racionalmente que o medo é injustificável, temos que sentir isso e de maneira proporcional ao medo. Uma experiência de oração profunda e plena com Deus é solução, que envolva-nos espiritual, emocional e fisicamente, mas tem que ser de fato uma oração “forte”, como se diz. A mesma “energia” que nos enfraquece pelo medo deve ser usada para nos fortalecer em Deus, através de uma oração feita com convicção, com emoção e em voz alta (mesmo aos berros, muitos gritam por tantas coisas mas têm vergonha de gritar para libertação).
      É claro que o volume da verbalização para ser eficiente depende do emocional de cada um, se consegue-se vitória em silêncio, melhor, não é o barulho que liberta. Seja como for, orações assim é ideal que sejam feitas a sós ou com pessoas de confiança, mas ainda que com alguém, é bom expressarmos de preferência em voz alta nossa libertação, sentindo com todo o coração o que oramos. O que vamos orar? O que a Bíblia nos orienta, que o Deus altíssimo está conosco, que em nome de Jesus temos autoridade sobre todo o mal, que em Deus não precisamos temer nada, que somos novas criaturas em Cristo e que todo o nosso pecado já foi perdoado, portanto nada pode nos acusar, atingir ou prejudicar. 
      Esse método é usado pela psicologia, para permitir que as pessoas extravasem seus medos, mas os terapeutas não possuem a ferramenta espiritual que é o nome de Jesus. Medo é acúmulo de coisas ruins, medroso é acumulador de lixo emocional, por isso diz-se que o louvor liberta, quando cantamos dizemos promessas de vitória em Deus, e isso, além de adorar ao Senhor, também nos permite extravasar e tomar posse de libertação. Mas como sempre, damos aqui uma orientação de equilíbrio, libertar-se do medo é não senti-lo, isso não significa que vamos sair por aí fazendo coisas crendo que estamos protegidos como super-homens, não ter medo não confere direito de não sofrer consequências por irresponsabilidades.
      Os tímidos e reprimidos poderão sofrer mais com medos, e aqueles que querem viver uma vida cristã só intelectual não usufruem a libertação que uma adoração mais “pentecostal” ou o falar em línguas espirituais estranhas (tema também já refletido aqui em “Fale em línguas espirituais estranhas”) podem oferecer. Se já há libertação só com a expressão emocional que existe numa verbalização forte e clara, há muito mais se ela estiver saindo de bocas cujos espíritos estão em comunhão com o altíssimo no Espírito Santo e pelo nome de Cristo. Minhas libertações de medo são experimentadas com gritos, é claro que faço isso quando estou sozinho num lugar e tenho mais liberdade para orar (não se escandalize com isso).
      "Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação." (II Timóteo 1.7), ter vitória sobre o medo não é só vontade ou escolha nossa, humana, mas é a inclinação do Santo Espírito de Deus que nos habita através do nome de Jesus. Assim, fazer uma oração de libertação, é simples posse de um direito que o próprio Deus dá ao novo nascido em Cristo, o “não normal” para esse é andar amedrontado, oprimido, escravizado. Assim, não temamos, se andamos com Jesus somos vocacionados para uma vida de coragem, e isso com equilíbrio, já que junto dela recebemos também amor e moderação, para vivermos sem temor mas com sabedoria. 

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