sábado, dezembro 15, 2018

15. Quem faz cobertura espiritual: liderança espiritual na família (Parte 15 de 17)


15. Quem faz cobertura espiritual: liderança espiritual na família

      “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” 

João 15.16


       Uma chamada de Deus, é isso que temos, chamada para desempenhar uma missão. Deus não nos salvou para frequentarmos templos confortáveis, cantar belas músicas acompanhados por uma boa equipe de músicos, enquanto somos preparados para dar dízimos e pagarmos o direito de termos prosperidade material. O Senhor não nos escolheu para isso, mas para que caminhemos com Jesus num processo de crescimento espiritual à medida que damos frutos que permaneçam. Quantos de nós damos frutos fracos, que pouco duram, assim pulamos de galho em galho, de igreja em igreja, de casamento em casamento, de emprego em emprego, nem os nossos amigos conseguimos manter por muito tempo, os que andam conosco hoje, daqui a três anos não andarão mais, como somos fúteis. Depois queremos orar e termos nossos pedidos respondidos rapidamente, veja que a promessa de oração respondida, e de todas as orações respondidas, está no final de João 15.16, é consequência de um processo de obediência, de assunção da verdadeira chamada e escolha de Deus.
     Quem deve fazer cobertura espiritual? Quem tem pessoas abaixo de si, principalmente com ligação familiar, mas podemos também fazer cobertura com grupos de irmãos em Cristo, que fazem parte de um mesmo ministério, ou conforme sentir pastor e líderes orientação do Espírito Santo. Repito, cobertura espiritual é mais que orar pelas pessoas, isso podemos e devemos fazer por todos, mas dar cobertura pode ser entrar em batalha espiritual, requer uma interferência maior no reino espiritual e portanto uma aprovação clara do Senhor que isso deve ser feito. Nas igrejas atuais os dois extremos acontecem, em igrejas ditas pentecostais muitos entram em batalha espiritual sem responsabilidade, sem ordem de Deus, simplesmente porque se acham no direito como crentes. Por outro lado, em igrejas protestantes tradicionais, os cristãos simplesmente nem creem no mundo espiritual e se acovardam, não usando da autoridade que Jesus nos concedeu, por isso, nesse meio, tantos enfermos e frios. 
      Quem deve fazer a cobertura espiritual da família, o homem ou a mulher, o pai ou a mãe? Quem acompanha o “Como o ar que respiro” sabe a posição do blog, de que o Espírito Santo dá outro foco à posição de homem e mulher na família, nos tempos atuais. A posição da tradição cristã, seguindo textos como os de Paulo coloca o homem, o marido, como superior à mulher, contudo, isso é visão da sociedade contemporânea do apóstolo, não dá atual. Alguém pode perguntar, “então, está se propondo uma desobediência à palavra?” Neste caso uma interpretação diferente, mas se tivéssemos que seguir literalmente a Bíblia neste caso, a mulher não poderia nem falar nos cultos e deveria estar limitada a trabalhos domésticos e criação de filhos. Isso com certeza não é seguido pelas igrejas cristãs atuais, não pelas verdadeiras, assim já estamos na prática vivendo uma família diferente da descrita na Bíblia. Mas por favor, siga todo o raciocínio da reflexão desta parte do estudo para entender o que o blog entende como sendo a vontade de Deus para a família com relação à cobertura espiritual.
      Vamos a mais fatos da triste realidade social atual, seres humanos adultos mas sem compromisso com família, como pais, mães ou cônjuges, tendo como consequência a criação de famílias aos pedaços, imperfeitas e distantes do ideal de Deus. Infelizmente o que mais se vê são homens despreparados para terem famílias o que faz com que muitas “famílias” sejam lideradas por mulheres sem maridos, que precisam desempenhar o papel de mãe e de pai, trabalhando e criando filhos. Isso quando não são os avós que criam os netos, avós com os filhos ainda insistindo na condição de solteiros, sem responsabilidade com aqueles que geraram, se relacionando com outras pessoas e seguindo em fazer novos filhos. Quando essas “famílias” vêm para o evangelho, sem pais, sem maridos, as mulheres precisam também desempenhar a função de darem cobertura espiritual para os filhos, não tem outro jeito. 
      Contudo, mesmo em famílias ditas “normais”, as mulheres atuais também acumulam tarefas, assim como os homens acumulam. Como elas trabalham fora e têm preparo acadêmico e carreira profissional, eles cuidam de administrar a casa e de cuidarem dos filhos, não existe mais exclusividade de tarefas, o justo e certo de ser feito em amor e os dois ajudarem em tudo para que nada pese pra ninguém. Da mesma maneira, ambos podem dar cobertura espiritual para à família, essa é uma visão em Deus de uma família moderna onde existe igualdade, respeito para com a mulher, ausência de machismo do homem, com Cristo sendo o cabeça sobre todos. Contudo, compartilharei agora uma visão que você não precisa concordar. Em primeiro lugar faço uma pergunta: homem e mulher são realmente iguais? Bem, na inteligência e capacidade profissional, sim, ambos podem exercer qualquer profissão, das fisicamente mais brutas às intelectualmente mais sensíveis. 
      A diferença está justamente na criação de filhos, e nem me refiro às tarefas domésticas, limpar a casa, lavar roupas, fazer as refeições, isso ambos podem fazer. Se não fosse assim ambos poderiam engravidar e gerar filhos, mas existe uma diferença na sexualidade, temos o feminino e o masculino, com funções distintas. Cada um com referências distintas que oferecem tipos diferentes de ensino, juntos formarão um ser humano de caráter e equilibrado. Falar de sexualidade nos tempos atuais ganhou complexidade, impossível refletir a respeito sem citar homossexualidade ou homoafetividade, onde as figuras masculina e feminina podem estar presentes de maneiras distintas em núcleos familiares. A adoção também tira da mulher uma tarefa que a princípio lhe é exclusiva, engravidar e gerar filhos, assim o trabalho que segue com bebê ou criança adotado pode ser desempenhado tanto por um homem quanto por uma mulher. Dessa forma, a diferença de funções entre homem e mulher num compromisso de casamento, na prática nos dias de hoje, pode ser nenhuma.
      Após essas considerações, perguntamos novamente: quem deve fazer a cobertura espiritual? Penso que uma pessoa deve fazer, seja homem ou seja mulher, seja num casamento tradicional ou nem tanto, mas penso que um deve se responsabilizar por isso. Se ambos puderem fazer, então que se deixe o homem fazer, se houver um homem na relação, não porque é melhor ou superior, mas porque isso remete ao plano original (e ideal) de Deus, e não estou aqui diminuindo a mulher, nem desrespeitando homoafetivos. Penso que o plano original de Deus, através do texto (metafórico ou não) de Gênesis, é de um homem e uma mulher, uma figura masculina e uma feminina numa família, e assim teve que ser por um longo período da história humana. O foco deste estudo não é família e sexualidade (e homoafetividade...), mas num núcleo familiar assumido com responsabilidade diante da sociedade e de Deus, acertem-se os líderes e concordem com um responsável por orar pela família dando cobertura espiritual, e se possível um homem.
      Na sociedade atual a mulher está se empoderando? Que bom. O preconceito que colocava toda relação homoafetiva como promíscua é pecaminosa, condenada aos olhos de Deus, está sendo vencido? Que bom. Mulheres têm adquirido respeito e direitos para serem o que querem onde querem, seja no lar ou na profissão? Que bom! Contudo, que o homem heterossexual não se enfraqueça, aprenda que sua dignidade não está em sem impor por força, seja física ou intelectual (ou espiritual) sobre a mulher ou sobre homoafetivos. Que haja um líder espiritual na família, mesmo respeitando todos os respeitos dos outros, e que o homem assuma seu papel como pai, marido e cobertura espiritual de esposa e filhos, com humildade, sabedoria, mas com coragem e autoridade em Deus!

Esta é a 15a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário