domingo, dezembro 09, 2018

9. Batalha espiritual: cuidados que devemos ter (Parte 9 de 17)


9. Batalha espiritual: cuidados que devemos ter

       “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”
 Tiago 4.7

      Um novo convertido ou alguém sem conhecimento bíblico ou teológico sobre o mundo espiritual, se estiver com a vida limpa e em plena comunhão com Deus, já está protegido, repito, ninguém precisa ser técnico ou doutor em doutrina para ter os direitos espirituais conquistados por Cristo em sua morte e ressurreição. Por outro lado, que o conhecimento do mundo espiritual não nos torne psicóticos, levando-nos a ver demônios em tudo ou colocando neles a culpa por tudo. Deus conhece cada coração, sabe dos limites de cada um, assim como o evangelho é disponibilizado a todos os que creem, sejam do tempo, nação, raça, poder aquisitivo, formação acadêmica ou faixa etária que forem, indiferentemente de seus conhecimentos intelectuais sobre este ou aquele ensinamento. O versículo de Tiago 4.7 nos ensina isso de forma simples.
     Com relação à extensão de nossa área de cobertura espiritual, podemos orar a Deus pedindo a salvação de nossa cidade, a restauração de nosso país, mas é diferente de entrar em batalha espiritual por essas localizações geográficas, é diferente de estabelecer sob nossa responsabilidade uma cobertura espiritual. Qual a diferença? Uma oração conversa com Deus, procura tocar seu amor com a nossa sinceridade. Nesse diálogo sincero podemos pedir qualquer coisa, como filhos falando com o pai, sejam filhos pequenos que só pedem brinquedos ou os mais maduros que só querem conselhos para poderem ser independentes. Já batalha espiritual é outra coisa, usa da autoridade espiritual em Cristo para ordenar a demônios que façam isso ou aquilo. Quem faz batalha espiritual reinvidica o direito de cobertura espiritual sobre um território espiritual, consequentemente sobre os espíritos malignos que tentam dominá-lo. 
      Podemos orar pelo Brasil, mas não entrar em batalha espiritual por ele, não sem autorização de Deus, e pessoalmente não penso que Deus autorize alguém a entrar nesse tipo de batalha épica, isso porque não creio que o Senhor coloque cobertura espiritual sobre um país inteiro sob uma pessoa ou um grupo de pessoas. Se um assunto assim tão importante fosse vontade de Deus estaria enfatizado na Bíblia, assim dizer “Jesus é Senhor desta cidade”, frase que muitos políticos evangélicos gostam de por nas entradas dos municípios, a priori, não tem base bíblica. Deus é Senhor das vidas daqueles que se entregam a ele, Jesus é Senhor dos cristãos verdadeiros de uma cidade, mas neste tempo presente, debaixo da permissão de Deus, os demônios dominam grande parte dos municípios, estados e países. 
      Não está errado dizer “Jesus é Senhor da cidade de São Paulo”, Deus é dono de tudo, mas é perigoso entrar em batalha espiritual por um território assim ou dar cobertura sobre ele. Na verdade quem, a princípio, pode reivindicar isso seria um prefeito e isso se fosse cristão, mas ainda assim um prefeito é eleito para administrar bem uma cidade para todos, cristãos e mesmo satanistas. Um prefeito é uma autoridade do mundo, não da Igreja. O Senhor é quem sabe, meu conselho, contudo, é, cuidado com o mundo espiritual, não o tema, mas respeite-o. Em Cristo como indivíduos estamos protegidos em todas as esferas, em todos os níveis, neste mundo e no outro, e através da cobertura espiritual legítima podemos proteger nossas famílias. Este mundo, contudo, em sua totalidade, só será restaurado no final, e só aí os demônios serão todos lançados no Inferno. Até lá conviveremos com eles em vitória, com eles fugindo de nós, à medida que andamos na luz de Cristo.
      Um entendimento que podemos ter, baseados na tradição cristã, naquela doutrina mais comum entre as igrejas protestantes evangélicas, que dispensa tanto conhecimento profundo sobre mundo espiritual e que pode ser praticado (e é) pela maioria, é que não precisamos ter consciência que uma guerra espiritual é travada entre seres espirituais do bem e do mal. Daniel capítulo 10 pode nos levar a concluir que o profeta teve conhecimento que anjos e arcanjos lutavam contra demônios e diabos porque o anjo veio e revelou isso a ele, caso contrário ele teria orado, teria recebido o consolo do Senhor na resposta e fim. No máximo o ser espiritual teria dado a resposta a Daniel, mas sem informar-lhe detalhes de sua demora por vinte e um dias. Dessa forma, bastaria ao homem de Deus orar e crer, em santidade e com toda a alma, que o resto Deus faria indiferentemente de Daniel ter ou não consciência do mundo espiritual. Sob última instância, na verdade, tanto faz, pela menos para a maioria de nós, mas talvez a revelação das “setenta semanas de Daniel”, contendo profecias importantes sobre o final dos tempos de todo o planeta terra, merecia mais detalhes. Seja como for poucos têm a chamada profética de Daniel ou de João o evangelista.
      Outro aspecto é que alguns dizem que fazer batalha espiritual é dar ordens a Deus, é o tal do “determinismo”, e que isso o homem não pode fazer. Contudo, Jesus disse que nos deu autoridade, autoridade em seu nome, se ele deu a autoridade ela é nossa, então, baseados na Bíblia, podemos orar dizendo “em nome de Jesus eu fecho esta casa contra todo ataque maligno, se há algum demônio aqui, eu expulso no nome de Jesus, se alguém fez alguma obra do mal contra minha casa e as pessoas sob minha cobertura, eu destruo tal obra no nome de Cristo”. Veja que a oração não diz “Deus destrua”, mas, “em nome de Jesus, eu destruo”, Deus não precisa de autoridade, ele já a tem, mas nós a recebemos em o nome de Jesus e podemos usá-la limpos do pecado e sob ordem do Senhor. Algumas coisas, algumas palavras, todavia, são apenas detalhes, dizer eu destruo em nome de Jesus ou Deus destrua em nome de Jesus, não tem assim tanta relevância. O mundo espiritual não é uma ciência exata, não sob as referências físicas, ele é experimentado pela fé e fé é algo pessoal, o que vale é a convicção de cada coração. Contudo, alguns cuidados extremados com as palavras podem não ser sabedoria, mas covardia, e quem entra em batalha espiritual não pode se acovardar. 

Esta é a 9a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

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