quarta-feira, março 11, 2020

O que é a vida?

      “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinaçãoI Pedro 1.17

      O conhecimento mais verdadeiro do universo, as revelações mais profundas da eternidade, aprendemos enquanto andamos neste mundo, cuidando de coisas simples e com gente simples. Não saímos pela manhã de nossas casas em jornadas épicas para salvar a humanidade, tendo que enfrentar e derrotar monstros míticos e deuses, mas enfrentamos o dia a dia trabalhando, estudando, vendendo e comprando, trocando trabalho por sobrevivência física, com pessoas comuns como nós. Os sãos e equilibrados buscam harmonia entre matéria e espírito, entre a certeza da morte física e a esperança do eterno.
      Talvez esse seja o maior mistério da vida, entender o espiritual através do material, aprender do divino pelo humano, vislumbrar a eternidade nesse efêmero instante que caminhamos por este mundo. Assim, há de se ter humildade para ser humano, há de se ter lucidez para separar o passageiro do perene, há de se ter clareza para achar felicidade espiritual, ainda que presos ao plano físico. Mas também há de se ter simplicidade para não menosprezar o que se é e se possui no corpo material, sem a irresponsabilidade de castigar a matéria que não é prisão do sopro divino, mas seu templo, seu trono.

      “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? I Coríntios 6.19

      Nosso corpo não é nosso, é do nosso espírito, que levará à eternidade, ainda que sem o corpo, tanto as feridas quanto as alegrias que viveu no corpo. Quem faz qualquer coisa com o corpo, faz sofrer o espírito, mas cuidando do espírito, o corpo fica limpo e acha prazer não egoisticamente nele, mas num casamento harmonioso com o espírito. A satisfação maior do espírito alegra o corpo, livra-o de doenças e de violências, mas que violência é maior que escravizar o corpo para obter dele e nele prazer a qualquer custo e sempre? Quem conhece seu espírito, conhece seu corpo, respeita a ambos e acha paz.
      Quem olha superficialmente acha que mídia e outros da agenda anti-cristianismo levantam uma bandeira em defesa da liberdade de todos para serem felizes, mas isso não é verdade, essa bandeira muda conforme lhes convém. Para eles filhos têm mais direitos sobre seus corpos que os pais, quando pais querem dar a filhos referências de certo e errado, mas mães têm mais direito sobre seus corpos que os filhos, quando mães abortam filhos que ainda não nascidos já são indivíduos vivos. O que eles incentivam é o caos, através da quebra de vínculos familiares e de busca de prazer só no plano físico.

      “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.I Tessalonicenses 5.23

      Viver (bem) é em primeiro lugar harmonizar matéria e espírito, nesse equilíbrio se acorda para os melhores e mais eternos valores, sem que se adormeça num ou no outro extremo. A vida é mental, depois que o corpo morre e o espírito se desliga dele nossa identidade permanece viva, semelhante à “vida” que temos quando dormimos, onde o corpo está imóvel, mas a mente continua ativa nos permitindo sonhar. Sonhar é morte, ainda que imprecisa, em vida, morrer é o sonho eterno após a morte física, onde com mais liberdade a mente adquire corpo espiritual, se encontra com Deus e em Deus. 
      A mente nunca morre, mas liberta-se, levando consigo o céu ou o inferno conquistado no plano físico. Dessa forma, tenhamos cuidado com essa vida, não pensem os que têm alguma certeza de salvação eterna que tudo aqui será esquecido, será se houve cura e libertação reais. Levaremos à eternidade só a nossa verdade, no eterno não há lugar para qualquer espécie de mentira. Não basta passar a vida tentando convencer a si mesmo e aos outros que se é uma coisa (e muitos são bem eficientes nisso, Mateus 8.11-12)na eternidade seremos o que sabemos que somos, e mais, que Deus sabe bem que somos.

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