sábado, março 07, 2020

Vida, movimento, extremos, equilíbrio

      “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.Filipenses 4.11-12

      Morrer em nome de “Deus” é tão equivocado quanto matar em nome do “diabo”, ou o inverso, o mal está nos extremos. Achar que vai perder alguma proteção, algum direito, se faltar a um culto, a uma missa, é tão vício como não conseguir ter satisfação se não encher a cara de cachaça ou o nariz de cocaína. Somos servos de quem dependemos. Ser ateu ou materialista é tão insensato quanto achar que pela fé tudo é possível, seja onde for que coloquemos a fé. Estou falando aqui de extremos, Deus e os “diabos”, contudo, não precisam de harmonia, são o que são e convivem em equilíbrio, quem precisa de harmonia somos nós.
      A harmonia existe no equilíbrio entre extremos, é no balançar do pêndulo uniformemente de um lado para o outro, sem parar, que se acha, em algum momento, o ponto do meio, se o pêndulo parasse num lado não haveria harmonia, assim é preciso que haja movimento para um e outro extremo, para que exista, em algum momento, um equilíbrio. Harmonia é eterna, é lei universal, assim não demonizemos os extremos nem divinizemos o meio, fazem parte dela que existe por si só e é perfeita. Quem precisa aprender a administra-la somos nós, seres humanos, em nossos corpos, em nossas almas, em nossos espíritos.
      Equilíbrio estagnado (morto), eternamente, é impossível, se há vida, há movimento, se há movimento há extremos, e se há extremos num determinado momento se chega a um ponto de equilíbrio. Para existir harmonia é preciso que haja tudo isso. Se todo o universo funciona assim, por que achamos que nós devemos ser diferentes? Se movimento e extremos são sem início, sem fim e inalteráveis, como achar harmonia dentro de nós mesmos em momentos quando não existe equilíbrio? Em Deus, simples assim, o ponto não é como achar harmonia, mas como se achar em Deus.
      O movimento universal interrompe-se quando pousamos nossos seres em Deus? Não, mas nós achamos serenidade ainda assim, independente dos extremos e mesmo do equilíbrio. Estou filosofando demais, cristão, você não está entendendo o que é esse movimento universal? Vou explicar. Quando você se empolga com algo bom, ou quando se deprime com algo ruim, isso é o movimento, quando seu país está numa boa fase econômica ou quando está numa ruim, com gente perdendo empregos e poder aquisitivo, isso é o movimento, em seu psicológico e no mundo material ele impera.
      Contudo, quando você experimenta a presença poderosa o Espírito Santo te dando um consolo e um livramento e quando se sente oprimido por potestades demoníacas, isso também é o movimento universal. Ele ocorre em todos os planos, físico, emocional e espiritual, afeta a tudo e a todos. Em todos os homens, em todas as nações, na história da humanidade, assim como no mundo espiritual de anjos, arcanjos, potestades e príncipes diabólicos, esse movimento acontece, por isso apoiar-se em qualquer um deles é buscar o sofrimento, eles variam conforme o movimento, o constituem, Deus não.
      Como viver em Deus? É simples mas não é fácil, pelo fato de nos deixarmos iludir facilmente pela posições do pêndulo, algumas vezes achamos prazer na extrema direita, outras vezes na extrema esquerda e outras vezes no centro (e eu não estou falando necessariamente de ideologias políticas). Mas tudo isso é ilusão, mesmo o êxtase que sentimos quando participamos de um culto que achamos abençoado, é, e é ilusão porque passa, Deus não passa, ele é eterno. Viver em Deus é não se distrair com nada, nem com o ruim, nem com o bom, nem com o dia, nem com a noite, nem com o ter, nem com o não ter.

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