21/09/18

Senhor, eu te adoro

      Senhor eu te adoro por tudo o que tu criastes, toda a criação não foi feita para anjos ou para outros seres espirituais, mas para mim, simples homem. Magnifico-o por tu teres criado a Terra, a natureza, o universo, com belezas e diversidades espetaculares para mim. A ciência e as tecnologias, por mais altas e sofisticadas que sejam, não podem imita-lo, só o Senhor consegue ser simples e misterioso, complexo e ao mesmo tempo tranquilo, eterno mas sempre renovado. Em ti não há tédio, mas vida, eterna e abundante, só em ti há felicidade e paz.
      Senhor eu te adoro por ter me amado antes que eu sequer te conhecesse. Amando, tu destes, dando, sacrficou-se, sacrificando foi o próprio filho, que nenhuma culpa tinha, mas que levou em sua morte dolorida, humilhante e solitária, todos os meus pecados, todas as minha mágoas, todos as minhas derrotas, todas as minhas decepções, que eu causei e que me causaram. Senhor eu te louvo porque a tua redenção é completa, a tua restauração é eterna, a tua cura é profunda, o teu perdão, infinito, o teu amor, em todo o tempo.
      Senhor eu te adoro porque tu me atrai à tua presença, não te busco por eu ser melhor, por eu ser mais espiritual, tenho consciência disso e também te agradeço por isso, mas te busco somente por fazer parte dos teus maravilhosos planos. Tu colocas em meu coração desejo de te buscar e de me acertar, contigo e com os homens, mas acima de tudo, me faz provar a tua misericórdia, e provando-a, de verdade, eu consigo entregá-la também aos outros, de graça, pois de graça a recebi de ti. Senhor eu exalto teu nome porque nunca me deixas, sempre me acompanhas, é sempre meu melhor e fiel amigo.
      Senhor eu te adoro porque a cada dia tu me preparas para o grande dia, onde me encontrarei contigo face a face. Senhor, nunca me mimastes, nem me enganastes com ilusão, mas me confrontastes com a verdade, seja ela qual for, e principalmente a verdade sobre mim mesmo, minha humanidade, meus limites. Assim, meu Deus, sempre me conduzistes à santidade, me destes forças para tomar as atitudes necessárias, para trabalhar, para dar o melhor de mim, de maneira que posso ter no meu coração a paz de quem sabe que fez tudo o que podia para acertar. Senhor, eu engrandeço teu nome porque tu és Deus e eu posso te conhecer como tal, através de Jesus Cristo e por meio do Santo Espírito.

20/09/18

Olhos fixos em Deus

      “Os meus amigos são os que zombam de mim; os meus olhos se desfazem em lágrimas diante de Deus.” Jó 16.20
      “Mas os meus olhos te contemplam, ó Deus o Senhor; em ti confio; não desnudes a minha alma.Salmos 141.8

       Para quem você olha? Cuidado, podemos nos tornar iguais a aquele, ou a aquilo para o qual olhamos, o adorador sempre se parece com seu objeto de adoração, que não sendo Deus, é ídolo, mesmo que seja uma adoração psicótica e as avessas de alguém que ao invés de admirarmos, invejamos e odiamos. Olhamos mais para aquilo que mais ocupa nossas mentes e nossos corações, crente que ora pouco, que adora pouco a Deus, mesmo que fale, pregue, ensine e escreva sobre Deus, olhará para outras coisas, não para Deus. Não sendo Deus, não é saudável, seja para nosso corpo, nossa alma ou nosso espírito. Você tem dificuldades para deixar de pensar em coisas inadequadas? Você não consegue parar de sentir sentimentos inconvenientes? Você está em luta consigo mesmo, não querendo ser o que sua mente e seu coração parecem mais quererem ser?
      Não tente se controlar sozinho, ter autocontrole por meios que não seja Deus, meditação e outras pseudoespiritualidades (e não sendo Deus por Jesus é espiritualidade falsa), mesmo terapias científicas, no melhor das circunstâncias mandarão embora, temporariamente, o inadequado, mas deixarão a “casa” vazia, e vazia tornará receber visita ruim. A alma humana nunca fica sozinha, livrar-nos da solidão é um dos instintos básicos de sobrevivência, mente quem diz que escolheu ficar só e gosta disso, principalmente nestes tempos de internet e vida virtual, quem foge do mundo físico acabará preso, mesmo que anonimamente, a redes sociais, sites de relacionamentos, pornografia e outros vícios solitários é prejudiciais. 
      Somente o Espírito Santo limpa a “casa”, de verdade e totalmente, não só mente e coração, mas também espírito, e depois de limpar ocupa, com a doce, maravilhosa e exclusiva presença de Deus. Numa “casa” onde o Senhor está, não há espaço para outras coisas, assim preenchidos e satisfeitos conseguimos olhar para Deus e consequentemente para as melhores coisas da vida, libertos de ódio, inveja, adultério, inseguranças e qualquer espécie de falsidade. Para isso, ore mais, com todo o coração, adore mais ao Senhor, com toda a força do teu pensamento, enchamo-nos do Espírito Santo de Deus, e não de “vinhos”, sejam eles quais forem. Cristãos são chamados para o melhor da vida e o melhor é Deus. Fixemos nossos olhos no Senhor e sigamos, bem acompanhados, com esperança de bons tempos!

19/09/18

Deus vê o coração, nós devemos ver nossos limites

      “Então disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.”
      “E sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe, e disse: Certamente está perante o Senhor o seu ungido. Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.”
      “Disse mais Samuel a Jessé: Acabaram-se os moços? E disse: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, porquanto não nos assentaremos até que ele venha aqui. Então mandou chamá-lo e fê-lo entrar (e era ruivo e formoso de semblante e de boa presença); e disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo.” 
I Samuel 16.1, 6-7, 11-12

       Como aqueles que se opõem a nós, que se colocam como nossos inimigos, parecem, pelo menos em nossos corações, grandes, e é essa desproporção equivocada que nos faz teme-los. No medo não há amor, mas não existe amor maior que aquele que direcionamos, não a amigos, mas a inimigos, mesmo que nos pareçam gigantes. Nessa experiência, o opositor pode parecer imenso, mas tão grande quanto ele, fica o nosso coração, não para caber oposição, mas amor. Inimigos permitidos por Deus, não são para aumentar nosso ódio, isso deixa o coração mais apertado, eles são, contudo, para extender nosso coração para caber mais amor. 
      Deus nos julga conforme o coração, de acordo com as virtudes que ele guarda, não pela aparência, por posicionamentos fortes e físicos exibidos da boca pra fora, diante dos homens. Assim, não temamos a aparência, mesmo que no mundo mal, a maioria das pessoas julguem os outros por ela. Deus conhece o coração do justo, daquele que confia nele e o teme de verdade, daquele que mesmo que tenha inconscientemente errado, se acerta, se quebranta. Esse nunca será rejeitado pelo Senhor, e Deus estará sempre atento ao seu clamor, à sua dor, à sua necessidade de justiça e misericórdia. 
      Sobre o texto inicial, explicando a metáfora, Saul pode ser alto, forte, belo e agradar a maioria, Eliabe pode ser o escolhido da família e dos amigos, mas o Senhor elegeu a Davi. É triste, mas quando Deus rejeita alguém, não tem volta, Deus só rejeita quem na verdade já o rejeitou antes, e entendamos o texto sob a ótica do novo testamento. Na nova aliança, salvo está sempre salvo, na minha visão quem é salvo de verdade não perde a salvação, eternidade com Deus é direito adquirido e nunca perdido. Contudo, mesmo o salvo, se endurecer o coração, pode perder a oportunidade de ter posição de honra neste mundo, assim se alguém for teimoso demais, o Senhor colocará outro na posição que era para ser dele.
      Saul e Eliabe eram inimigos de Davi? A princípio não, e Saul só começou a perseguir Davi depois que soube que Davi tinha sido escolhido por Deus para ser rei sobre Israel no lugar dele. Mas novamente entendendo as coisas sob a ótica da nova aliança em Cristo, Deus ama a todos igualmente, aos Sauls, aos Eliabes e aos Davis, a todos quer abençoar, assim, muitas vezes nossa posição de honra não nos foi dada ainda porque Deus está abençoando outra pessoa nessa posição. No momento de Deus, quando ele colocar a pessoa em outra posição, seja superior, se ela merecer “promoção”, ou inferior, se ela tiver que ser disciplinada, a posição então será nossa. A nação de Israel só conquistou Canaã quando o tempo de disciplina dos povos que habitavam Canaã chegou, assim Deus tirou de um e deu a outro, mas ainda assim Canaã tinha limites.
      Você já se perguntou porque páginas e páginas da Bíblia são usadas para definir os limites dos termos geográficos de Israel e das doze tribos, textos que parecem chatos de ler, e mesmo desnecessários? (Leia por exemplo Números 34). Pois bem, é para que entendamos de uma forma bem clara, que neste mundo, mesmo filhos de Deus, não têm direitos ilimitados. Nós precisamos ter noção disso, caso contrário perderemos batalhas que nunca foram nossas e que o Senhor nunca nos mandou entrar, achando que estamos sofrendo injustiças, quando na verdade só estamos invadindo termos dos outros. Seja como for, Deus não tem prediletos, mas filhos, os obedientes, os desobedientes, e os demais, que ainda não são filhos porque não escolheram ser. Davi, mesmo rei eleito por Deus, respeitou seus limites e nunca confrontou Saul antes do tempo, ao contrário, respeitava o rei e se entristeceu muito quando ele morreu (II Samuel 1). Assim, Deus julga conforme o coração, Deus olha os nossos corações antes de nossas aparências, mas nós devemos entender com clareza os nossos limites e não invadir limites dos outros.

18/09/18

Cuidado com quem entra em tua vida

      Minhas reflexões aqui são sempre pessoais, aliás, esse é um dos meus muitos defeitos, sou descabidamente pessoal, isso com certeza sempre me coloca em situações perigosas, sempre me expõe. Mas penso, que aquele que Deus chama para campartilhar a vida, seja num púlpito, numa sala de aula, em textos ou por vídeos, precisa ter esse “defeito”. Quem se protege demais, se cala demais, com certeza não se expõe e se protege mais, contudo, pouco ou quase nada terá a dizer sobre da vida.
      Existem pastores educados, carismáticos, que têm ministérios sempre de portas abertas, assim enchem com facilidade os templos, todavia, no púlpito, na hora de compartilhar a palavra, acabam sendo vazios e repetitivos. Se protegem demais, não saem do personagem que acham que precisam viver do homem de Deus vencedor e sempre satisfeito, eles não são pessoais, e acabam entregando uma palavra fria, e é fria porque é velha. Não são pessoais e não experimentam experiências pessoais, e mesmo se experimentam, não revelam aos outros, não facilmente. Sim, como em tudo, é preciso equilíbrio, assim como é necessário, a um líder, alguma proteção, seja como for, eu não sou assim, talvez por isso Deus me use aqui, em textos...
      Mas o ponto dessa reflexão é o seguinte: as maiores decepções que tive na vida, na maioria das vezes, foram com cristãos, e foram decepções anunciadas, por quem? Pelo Espírito Santo. Deus sempre me avisa antes, mas eu, teimosamente, querendo estar bem com as pessoas, querendo fazer novos amigos, ou preguiçosamene, não dando ao Espírito Santo a devida atenção, desobedeço e no final, me machuco e pior, machuco as pessoas. Um conselho, cuidado com quem entra na tua casa, cuidado com quem entra na tua vida, cuidado com quem entra em teu coração (cuidado com quem entra em teu corpo...). Ore sempre, e principalmente quando, por algum motivo, seja social ou profissional, uma pessoa que você não conhece até então, surgir em teu caminho.
      Cuidado dobrado no mundo moderno, com relacionamentos virtuais, fáceis de acontecerem em nossas vidas atualmente, mesmo que sejam vidas também virtuais, amigos de amigos, pessoas que por algum motivo, profissional ou outro, se aproximam para fazer parte de nossas redes sociais. Sejamos educados, mas cuidadosos, e sempre atentos à orientação do Espírito Santo que, creiam nisso, sempre, sempre nos avisa de possuíeis problemas, de armadilhas que poderão nos amarrar e causar muita dor em nossas almas e em outras.
      Ah se eu tivesse dado ouvidos ao Senhor, quanta encrenca teria evitado, tanta situação que acaba esquisita porque na verdade não era para ter acontecido, mas aconteceu e não se resolveu porque eu fui desobediente. Perdoem-se a honestidade neste texto, mas compartilho experiência que acabei de viver, e que está me machucando demais. Espero que essa dor sirva positivamente para algumas coisas, primeiro para que no futuro coisas semelhantes eu evite de acontecer comigo, mas também para que ensine a você sobre ter mais cuidado com novas “amizades”, principalmente virtuais.
      Depois não adianta choro, e se formos teimosos, a decepção pode ocorrer uma, duas, três vezes, ficando pior a cada vez, até que aprendamos a agir com mais sabedoria, com mais cuidado com quem deixamos entrar em nossas vidas. Algumas pessoas vêm com problemas não resolvidos, consigo mesmas e com Deus, pessoas que projetam suas inseguranças e rancores nos outros, pessoas que se fazem de vítimas, pessoas que Deus já vem tratando há algum tempo, mas que ainda não obedeceram o Senhor.
      Como eu disse no início, cristãos podem nos decepcionar mais que não cristãos, e esses temos certeza que deram, em algum momento, autorização a Deus para cuidarem de suas vidas. Mas para mim, isso acontece porque eu sempre espero mais de cristãos, principalmente corações mais humildes, que nos olhem com mais misericórdia e principalmente, que saibam perdoar. Mas quando vem a decepção entendemos que quem tem que ser humilde e misericordioso é sempre nós, sou sempre eu, e ser isso sem esperar que o outro seja primeiro.
      Mas eu tenho aprendido uma outra coisa com essas decepções, principalmente quando acontecem com “irmãos espirituais”, o final decepcionante não me deixa com um inimigo, mas com um motivo de oração, já compartilhaei isso outras vezes aqui. Cristão de verdade não tem inimigo, principalmente em se tratando de outro cristão, cristão tem um bom motivo para intercessão.
      Quando a situação acaba sem solução, sem entendimento, comece a orar pela pessoa, e aqui vai outro cuidado, não esconda atrás da oração qualquer tonalidade de vingança, muito crente imaturao faz isso com frequência. Não demonize aquele com o qual você se desentendeu pedindo coisas como “Deus pese a mão sobre ele”, ou, “Senhor, que ela veja a minha vitória enquanto é envergonhada”, isso não é de Deus, Deus não ouve esse tipo de prece e muito menos traz paz ao coração de quem ora assim.
      O cristão realmente espiritual colocará toda a sua energia, toda sua força mental e emocional em abençoar o outro, em clamar a Deus pedindo coisas boas, vitórias, prosperidade e honra para a vida daquele que o decepcionou com injustiça. Ore verbalizando o nome da pessoa, ore por ela, por seu cônjuge, por seus filhos, pela sua profissão, pela sua igreja. Não ore só uma vez não, mas várias, até sentir que a lembrança do fato não te machuca mais, que não traz a você qualquer rancor a memória da decepção e que possíveis encontros, físicos ou virtuais com a pessoas, não tirarão de você a paz. 
      Talvez, toda essa situação tenha sido permitida pelo Senhor para que você se levantasse em clamor pela vida de alguém, talvez você seja a última oportunidade que Deus esteja dando a alguém para se quebrantar e obedece-lo. Abençoe e não amaldiçoe e transforme uma armadilha do inimigo, uma surpresa ruim, em bênção, em adoração e louvor ao Deus da luz e do amor. “Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia.Mateus 5.7

17/09/18

Não há mais nada a fazer...

      Algumas vezes, na vida, é preciso simplesmente admitir nossa impotência, nossa total incapacidade para resolver ou mudar certos assuntos. Às vezes é preciso orar a Deus, obedecer todas as orientações do Espírito Santo, tomar as atitudes necessárias com as pessoas, custem o que custarem, mas depois disso, aceitar, em paz, que não há mais nada a se fazer. Isso pode exigir de nós mais humildade que tentar mudar as coisas, isso pode moldar mais o nosso caráter que ver o problema resolvido, isso pode nos fazer confiar mais em Deus, que seguir com a consciência tranquila que tudo tem um final feliz. Crer em finais felizes sempre é um equívoco que vai contra o princípio básico da existência, aquele que todos nós temos que aceitar depois que nascemos: nascemos pra morrer, a vida na carne, neste mundo, não tem um final feliz, isso é irrevogável. O que nos consola para aceitar a morte, nossa e daqueles que tanto amamos, é a salvação em Cristo, sem ela tentaremos sublimar a dor da morte de várias maneiras. 
      Uns tentam melhorar a qualidade de vida do corpo para postergar o maximo possível a morte, outros apelam para religiões demoníacas achando que podem entrar em contato com entes queridos que morreram, outros simplesmente tentam se convencer que são ateus ou materialistas, para não sentirem a responsabilidade daquilo que colhemos após a morte de acordo com o que plantamos em vida física. Todavia, antes de morrermos, outras circunstâncias nos colocarão diante da verdade que em alguns momentos, com algumas pessoas, não há mais nada a se fazer, a não ser aceitar o jeito não mais adequado de como as coisas terminaram. O homem simples aprende com essa aceitação e tentará, ciente da dor que ela causa, não se envolver mais em situações que o levem a ter que provar essa amarga verdade novamente. Contudo, pela misericórdia do Senhor, o Espírito Santo, e só ele, pode nos consolar, mesmo que algo não tenha solução, Jesus pode nos dar forças para não seguirmos amargurados. 
      A doce palavra de Deus pode curar nossas almas, nos ajudar a superar impotências, através do perdão, não só que recebemos de Deus, e muito menos daquele que às vezes os homens nos negam, mas do perdão que nós damos a nós mesmos. Às vezes a cura pode estar numa oração simples, assim, “eu me perdoo por ter feito isso e tentarei não fazer isso de novo”. Por incrível que pareça, muitas pessoas desconhecem essa experiência, buscam perdão de Deus, perdoam as pessoas, pedem perdão às pessoas, mas nunca verbalizam um perdão a si mesmas, e creiam, esse perdão é poderoso, algumas vezes pode ser o único perdão que realmente necessitamos. Sem ele podemos continuar nos torturando por anos, exigindo de nós algo que nem Deus exige, num orgulho psicótico que no fundo nos coloca como mais reais que o rei. Coloquemos um fim nisso, aceitemos nossa humanidade, nos perdoemos, nos preocupemos menos com o que os outros pensam de nós, mesmo depois de errarmos, mas acima de tudo aceitemos o poder que há no perdão que Jesus Cristo conquistou na cruz, se Deus pode nos perdoar, quem somos nós para não perdoarmos os outros ou a nós mesmos?

      “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica.Romanos 8.31-33

16/09/18

O justo sempre se levanta

      "Porque sete vezes cairá o justo, e se levantará, mas os ímpios tropeçarão no mal." Provérbios 24.16      

      Na vida do justo, daquele que realmente confia e obedece a Deus, o final de uma fase é o início de uma nova fase, assim, ele não fica contemplando com tristeza um fim, mas foca com alegria e esperança o novo começo. O justo não morre, não permanece caído, mas se levanta, mais forte e segue em frente. Por que às vezes Deus permite que caiámos, que sejamos surpreendidos por uma armadilha, por inimigo mais forte que nos vence e nos joga por terra? Para nos tirar da zona de conforto, para encerrar uma fase que não pode nos trazer mais nada de útil e nos colocar num novo é melhor momento. Assim, mesmo a queda do justo, não está fora do controle de Deus, não contribui para o mal do justo, mas para o seu bem, é uma maneira que Deus usa para destruir ilusões, ídolos, que sempre nos amarram em zonas de conforto. 
      Mas o justo de verdade, sempre, sempre se levanta, o ímpio, contudo, tropeça no mal e desse ele não consegue se levantar, não como ímpio. Qual a diferença da queda de um e de outro, ambos não tropeçam em algo ruim? Se fosse algo bom, não haveria queda, não resultaria em algo igualmente prejudicial, seja para o justo, seja para o ímpio. Mas o texto fala de coisas diferentes, a queda não é aquela do dia a dia, das pequenas coisas, nos pecados que todos estamos sujeitos de cometer. Esses são resolvidos com assunção de pecado e posse de perdão, esses, via de regra, não prendem ninguém de maneira mais duradoura. A queda que o texto se refere são experiências mais fortes, onde literalmente quebramos a cara, mas a diferença está em Deus. 
      Para o justo, o motivo da queda é permitido pelo Senhor, criado por Deus, mas para que haja um fim positivo para o justo. A queda debaixo do plano de Deus, vem para melhor, não é um mal para encarcerar o justo para sempre. Na queda que Deus autoriza não somos humilhados, mas quebrantados, para mudarmos de rumo, ou melhor, para nos levatarmos e continuarmos caminhando. É mais um safanão para sairmos do sono e abrirmos os olhos, que um golpe fatal para nos desacordar de vez. Com o ímpio é muito diferente, mesmo que ele pareça mais esperto, mais forte, para evitar dificuldades que às vezes o justo em sua ingenuidade não evita, ele anda em trevas, não sabe para onde vai e quando cai de fato, se não se converter ao altíssimo, ficará prostrado para sempre. Como diz o texto, o ímpio tropeça no mal, mal que ele mesmo criou, já o justo sofre apenas uma correção de Deus.

15/09/18

Não complique o perdão

      “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” “Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.Mateus 18.21-22, 32-34

      A vida espiritual em Deus é simples, mas viver no mundo de homens e de demônios pode ser bem complicado. Quem complica a vida? Eu e você. Por qual motivo? Principalmente por causa de nosso orgulho, quando nos damos valor demas, quando vendemos caro a paz, quando insistimos em não entender o ponto de vista do outro. Orgulhosos sempre achamos motivos para legitimar nossa dor, pondo-nos como vítimas e os outros como agressores. Sim, muitas vezes somos vítimas, de injustiças, de egoísmos, e outras vezes também somos agressores, cegos e ocupados com nossas razões e dores sem nos darmos conta que estamos magoando os outros. 
      Contudo, algumas vezes inventamos dores, assim como criamos agressores, dando muito valor a nós mesmos e pouca importância aos outros, então condenamos alguns ao pior dos males, que mal é esse? Não é agressão física ou verbal, nem é a indiferença, é a negação de perdão, e esse mal, o reino das trevas adora, o difunde, com toda espécie de artimanha, de todas as maneiras, por quê? Porque a única coisa que de fato pode nos roubar a paz é não sermos perdoados. 
      Por pior que for o nosso erro, e mesmo colhendo consequências terríveis neste mundo por tê-lo cometido, se houver perdão passaremos pelos efeitos de nossos pecados, pela colheita ruim de uma plantação feita sem sabedoria, sem amor, sem temor a Deus, passaremos por tudo isso em paz. Assim, negar perdão é negar o evangelho, infelizmente isso acontece no meio das igrejas, no meio cristão, e nem é por causa de grandes erros, mas na maioria das vezes por coisas bobas, coisas pequenas que ferem o coração orgulhoso. 
      Essa ferida, não curada pela ausência do perdão, e não é no coração de quem errou, porque esse muitas vezes nem tem ideia que errou ou sabe do tamanho da dor que seu erro causou, mas é no coração de quem foi ferido, que sofreu o erro do outro, essa ferida cria o rancor que se transforma em mágoa. A mágoa gastará a energia que a pessoa deveria usar para resolver o problema, espalhando a dor para os outros, tentando ferir de forma covarde aquele que o magoou, difamando e caluniando. Assim, não adianta complicarmos o perdão, muitas vezes superavaliarmos a nossa dor e demonizarmos exageradamente quem nos feriu, temos que perdoar e pronto. 
      Só o perdão destrói a corrente do mal e dá liberdade para que o Espírito Santo distribua para todos, agressor e vítima, a paz. Por outro lado, mesmo que alguém te negue perdão, depois que você tentou pedir, acerte-se com Deus e sinta-se plenamente perdoado, não dê lugar em seu coração à vingança de quem não quer perdoar, entregue o assunto ao Senhor e siga em paz, resgatado e restaurado no poder do sangue de Jesus Cristo. Pra terminar uma triste conclusão, a dificuldade em dar perdão aos outros por seus erros, está diretamente ligada à dificuldade de receber perdão de Deus por seu próprios erros, quem é de fato perdoado pelo Senhor, perdoa fácil, mais ainda, dificilmente será magoado por alguém, pois anda de fato em humildade.