sábado, setembro 15, 2018

Não complique o perdão

      “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” “Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti? E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia.Mateus 18.21-22, 32-34

      A vida espiritual em Deus é simples, mas viver no mundo de homens e de demônios pode ser bem complicado. Quem complica a vida? Eu e você. Por qual motivo? Principalmente por causa de nosso orgulho, quando nos damos valor demas, quando vendemos caro a paz, quando insistimos em não entender o ponto de vista do outro. Orgulhosos sempre achamos motivos para legitimar nossa dor, pondo-nos como vítimas e os outros como agressores. Sim, muitas vezes somos vítimas, de injustiças, de egoísmos, e outras vezes também somos agressores, cegos e ocupados com nossas razões e dores sem nos darmos conta que estamos magoando os outros. 
      Contudo, algumas vezes inventamos dores, assim como criamos agressores, dando muito valor a nós mesmos e pouca importância aos outros, então condenamos alguns ao pior dos males, que mal é esse? Não é agressão física ou verbal, nem é a indiferença, é a negação de perdão, e esse mal, o reino das trevas adora, o difunde, com toda espécie de artimanha, de todas as maneiras, por quê? Porque a única coisa que de fato pode nos roubar a paz é não sermos perdoados. 
      Por pior que for o nosso erro, e mesmo colhendo consequências terríveis neste mundo por tê-lo cometido, se houver perdão passaremos pelos efeitos de nossos pecados, pela colheita ruim de uma plantação feita sem sabedoria, sem amor, sem temor a Deus, passaremos por tudo isso em paz. Assim, negar perdão é negar o evangelho, infelizmente isso acontece no meio das igrejas, no meio cristão, e nem é por causa de grandes erros, mas na maioria das vezes por coisas bobas, coisas pequenas que ferem o coração orgulhoso. 
      Essa ferida, não curada pela ausência do perdão, e não é no coração de quem errou, porque esse muitas vezes nem tem ideia que errou ou sabe do tamanho da dor que seu erro causou, mas é no coração de quem foi ferido, que sofreu o erro do outro, essa ferida cria o rancor que se transforma em mágoa. A mágoa gastará a energia que a pessoa deveria usar para resolver o problema, espalhando a dor para os outros, tentando ferir de forma covarde aquele que o magoou, difamando e caluniando. Assim, não adianta complicarmos o perdão, muitas vezes superavaliarmos a nossa dor e demonizarmos exageradamente quem nos feriu, temos que perdoar e pronto. 
      Só o perdão destrói a corrente do mal e dá liberdade para que o Espírito Santo distribua para todos, agressor e vítima, a paz. Por outro lado, mesmo que alguém te negue perdão, depois que você tentou pedir, acerte-se com Deus e sinta-se plenamente perdoado, não dê lugar em seu coração à vingança de quem não quer perdoar, entregue o assunto ao Senhor e siga em paz, resgatado e restaurado no poder do sangue de Jesus Cristo. Pra terminar uma triste conclusão, a dificuldade em dar perdão aos outros por seus erros, está diretamente ligada à dificuldade de receber perdão de Deus por seu próprios erros, quem é de fato perdoado pelo Senhor, perdoa fácil, mais ainda, dificilmente será magoado por alguém, pois anda de fato em humildade.

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