“Então, olhei e vi, diante de mim, o Cordeiro
em pé sobre o monte Sião, e junto a ele cento e quarenta e quatro mil, que
traziam, escritos na testa, o nome dele e de seu Pai.
Ouvi um som do céu, como o barulho de um temporal e o estrondo de
um grande trovão. O som que ouvi era como o de harpistas que tocavam suas
harpas.
Cantavam um cântico novo, diante do trono e diante dos quatro
seres viventes e dos anciãos; e ninguém podia aprender o cântico, senão os
cento e quarenta e quatro mil, os que foram comprados da terra.
Estes são os que não se contaminaram com mulheres, porque são
virgens. São os que seguem o Cordeiro aonde quer que vá. Foram comprados dentre
os homens para serem as primícias para Deus e para o Cordeiro.
Mentira alguma saiu de sua boca, pois são irrepreensíveis.”
Apocalipse 14.1-5
Olhando
o cenário evangélico brasileiro, vejo uma Igreja dividida. Por um lado, uma
grande maioria, sintoma da sociedade atual, da cultura vigente em nosso país
mesmo fora da Igreja, esses são os corajosos, contudo, para terem experiências
emocionais dentro de templos que se tornaram casas de show, lideradas por
pastores interessados em poder e glória desse mundo, em dinheiro e em conforto,
alimentados por uma crescente classe de artistas, principalmente músicos, entorpecendo
a alma com mantras hipnóticos e com letras minimalistas, colocando o povo como
vítima para que com o mínimo esforço, e uma fé irresponsável e não bíblica, cobrem
de Deus, uma atitude que eles deveriam tomar, esses não querem servir, mas
serem servidos.
Por
outro lado vejo um povo em minoria, ainda centrado na palavra de Deus, buscando
a essência da igreja primitiva, contudo, um povo tímido, fechado, minguando em
templos grandes e antigos, em ministérios tradicionais e intelectualizados, um
povo de uma classe social que não precisa de milagres para ganhar o pão de cada
dia, para comprar uma casa própria, mas sendo escravizado por doenças psicológicas,
por depressão, somatizando enfermidades terminais, com medo de um extremo, mas
caindo no outro extremo: não adoram a Deus com todo o coração, com todo o
entendimento, com todo o sentimento, fazem morrer o Espírito.
A
coragem está nas mãos dos loucos e hereges, enquanto a timidez habita o coração
dos lúcidos. Deus tem salvo o povo brasileiro? Claro que sim, nas “universais”
da vida e naquelas que são “universais” na prática, mesmo dizendo para todos
que não são e que abominam a “universal”. Todavia, nesse meio, não acharão
alimento para crescer e dar frutos, seus galhos serão sufocados pelos espinheiros
que não foram aniquilados, ou suas raízes serão cerceadas pelas pedras que não
foram retiradas, plantadas em terra ruim padecerão. Enquanto que os que possuem
a boa terra, o ensino que leva o coração a ser purificado e preparado para
receber a boa semente do evangelho, guardam seus talentos nos bolsos, mofados e
escuros.
É
tempo dos profetas de Deus se levantarem, sem medo de pastores falsos e
inescrupulosos, é tempo dos homens temerem a Deus, mas lançarem fora qualquer
medo de homens, mesmo que esses se fantasiem de servos de Deus. Mas antes da
palavra ser dita, é preciso preparo, com oração, com quebrantamento, com estudo
da Bíblia, e dela por inteiro, não somente partes convenientes. Desse encontro,
a miséria e a condição espiritual de pobres e famintos serão conhecidas, então a
santidade será desejada e provada, levando os profetas ao centro da vontade de
Deus. Só então a palavra profética poderá ser declarada a fim de preparar a
Igreja que será arrebatada. Isso sim, e não pentecostalismo de vaidades e
sinais exteriores, prosperidade material, poder político, ou ministérios
poderosos, é avivamento, o avivamento bíblico.