quarta-feira, abril 11, 2012

Tudo do pouco que tenho

        “Jesus sentou-se em frente ao cofre das ofertas e observava como a multidão colocava dinheiro no cofre. Muitos ricos depositavam ali muito dinheiro. Veio, porém, uma viúva pobre e colocou no cofre duas moedinhas, que valiam um quadrante.
Chamando ele os discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos os que colocaram ofertas no cofre, porque todos deram do que lhes sobrava, mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.”
Evangelho de Marcos capítulo 12, versículos 41 ao 44

Com certeza você já conhece esse texto, não há muito que explicar sobre ele, é bem claro. A lição é uma: vale mais o todo de um pouco que a parte, mesmo que grande, de muito.
Tive uma experiência nesse feriado de páscoa que lembrou-me a passagem da viúva. Alguém me ofereceu uma ajuda, alguém que professa uma religião cujos princípios vão contra os princípios da minha experiência com o caminho de Jesus. Se fosse outros tempos, quando eu era jovem, insensível e altivo, eu simplesmente negaria a ajuda, e jogaria na cara da pessoa aquilo que eu acredito, a queima roupa.
Contudo, minha reação foi outra, percebi como o tempo, o caminhar com Deus, os sofrimentos e as situações inconvenientes que eu já me meti, devido à dureza de meu coração, me ensinaram alguma coisa.
Não julguei a pessoa que me estendeu a mão, pela religião, antes pelo seu coração e pela compaixão que mostrou por mim. É necessário que se diga que assim como considerei tal pessoa diferente de mim, pelos princípios religiosos que possui, ela me considera da mesma forma, e isso é justo. Todavia, mesmo assim, ela me ofereceu ajuda.
Mas o que mais me sensibilizou foi que a tal pessoa não me ofereceu simplesmente uma ajuda, ela me ofereceu tudo aquilo que tinha, e não que o que ela tinha fosse pouco. Muitos até nos ajudam, mas com presunção, fazendo parecer que somos nós que temos a honra por sermos ajudados, não que isso não seja verdade, mas essa atitude prepotente nos humilha.
Porém, eu pude notar que ela deixou de lado todo o tipo de preconceito e de diferenças para me dar aquilo que ela tinha de mais precioso. Confesso, não sei, se na fraqueza que ainda vivo, eu faria o mesmo por ela.
Bem, a atitude humilde e sincera da pessoa me quebrou, as lágrimas subiram e molharam meus olhos, percebi que o mesmo aconteceu com ela quando agradeci-lhe pela iniciativa que tomou.
Agora penso, quantos, que têm os mesmos princípios religiosos que eu, não me ajudaram quando eu mais precisei, ou se me ajudaram foi com restos, com migalhas, já que isso representava tudo que eles, em seu orgulho, podiam dispor para me dar.
Sim, lembrei-me da viúva e aprendi muito, com uma atitude real de humildade e de generosidade. Sabe, isso fala muito mais alto que margens religiosas, isso revela o que de melhor pode habitar o coração de um genuíno filho de Deus.
Obrigado meu irmão pelo seu testemunho!
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