Chamando ele os discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que
esta viúva pobre deu mais do que todos os que colocaram ofertas no cofre, porque
todos deram do que lhes sobrava, mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que
possuía, todo o seu sustento.”
Evangelho
de Marcos capítulo 12, versículos 41 ao 44
Com
certeza você já conhece esse texto, não há muito que explicar sobre ele, é bem
claro. A lição é uma: vale mais o todo de um pouco que a parte, mesmo que grande,
de muito.
Tive
uma experiência nesse feriado de páscoa que lembrou-me a passagem da viúva. Alguém
me ofereceu uma ajuda, alguém que professa uma religião cujos princípios vão
contra os princípios da minha experiência com o caminho de Jesus. Se fosse outros
tempos, quando eu era jovem, insensível e altivo, eu simplesmente negaria a ajuda,
e jogaria na cara da pessoa aquilo que eu acredito, a queima roupa.
Contudo,
minha reação foi outra, percebi como o tempo, o caminhar com Deus, os
sofrimentos e as situações inconvenientes que eu já me meti, devido à dureza de
meu coração, me ensinaram alguma coisa.
Não
julguei a pessoa que me estendeu a mão, pela religião, antes pelo seu coração e
pela compaixão que mostrou por mim. É necessário que se diga que assim como considerei
tal pessoa diferente de mim, pelos princípios religiosos que possui, ela me
considera da mesma forma, e isso é justo. Todavia, mesmo assim, ela me ofereceu
ajuda.
Mas
o que mais me sensibilizou foi que a tal pessoa não me ofereceu simplesmente
uma ajuda, ela me ofereceu tudo aquilo que tinha, e não que o que ela tinha
fosse pouco. Muitos até nos ajudam, mas com presunção, fazendo parecer que somos
nós que temos a honra por sermos ajudados, não que isso não seja verdade, mas
essa atitude prepotente nos humilha.
Porém,
eu pude notar que ela deixou de lado todo o tipo de preconceito e de diferenças
para me dar aquilo que ela tinha de mais precioso. Confesso, não sei, se na
fraqueza que ainda vivo, eu faria o mesmo por ela.
Bem,
a atitude humilde e sincera da pessoa me quebrou, as lágrimas subiram e
molharam meus olhos, percebi que o mesmo aconteceu com ela quando agradeci-lhe
pela iniciativa que tomou.
Agora
penso, quantos, que têm os mesmos princípios religiosos que eu, não me ajudaram
quando eu mais precisei, ou se me ajudaram foi com restos, com migalhas, já que
isso representava tudo que eles, em seu orgulho, podiam dispor para me dar.
Sim,
lembrei-me da viúva e aprendi muito, com uma atitude real de humildade e de
generosidade. Sabe, isso fala muito mais alto que margens religiosas, isso
revela o que de melhor pode habitar o coração de um genuíno filho de Deus.
Obrigado
meu irmão pelo seu testemunho!
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