Muitos séculos antes de Cristo, escribas, sacerdotes, profetas, reis e poetas do povo de Israel mantiveram registros de sua história e de seu relacionamento com Deus. Igualmente fizeram o registro das mensagens e revelações que receberam do Deus de Israel. Esses registros tinham grande significado e importância na vida daquele povo e, por isso, foram copiados muitas vezes e passados de geração em geração. Com o passar do tempo, esses relatos sagrados foram reunidos em três grupos de livros, assim conhecidos, em hebraico:
– Torah (Lei): reúne os primeiros cinco livros da Bíblia, o assim chamado Pentateuco.
– Neviim (Profetas): seção que inclui os profetas anteriores (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e os profetas posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel, e os Doze Profetas Menores).
– Ketubim (Escritos): reúne os demais livros, entre os quais Salmos, Provérbios, Jó, Eclesiastes, e também Esdras e Neemias, Daniel, e os livros de Crônicas, que aparecem em última posição no cânone hebraico.
As letras iniciais dessas divisões formam o acrônimo TaNaK, que é o nome que os judeus dão à Bíblia.
A Edição do Texto Hebraico
Todas as traduções da Bíblia podem ser feitas, como convém, a partir de edições dos textos nas línguas originais. Para a tradução do Antigo Testamento, as Sociedades Bíblicas e os tradutores em geral utilizam a Biblia Hebraica Stuttgartensia , publicada, em nome das Sociedades Bíblicas Unidas, pela Sociedade Bíblica Alemã, e também impressa no Brasil. A edição do texto foi feita entre 1967 e 1977.
A Biblia Hebraica Stuttgartensia reproduz na íntegra um único manuscrito hebraico, o Códice de Leningrado ou Codex Leningradensis, que foi produzido em 1008 d. C. Trata-se de uma edição diplomática, ou seja, uma edição que reproduz sem maiores retoques o texto tal qual se encontra no Códice de Leningrado. Este texto é chamado, também, de texto massorético.
Mas este não é necessariamente o texto original da Bíblia. Há momentos em que o texto massorético, reproduzido no Códice de Leningrado, traz lacunas (como em Gn 4.8, por exemplo, onde não aparece a frase “Vamos ao campo”) e aparentes erros (como em Sl 22.16, onde o texto massorético diz “como um leão as minhas mãos e os meus pés” e as traduções dizem algo como “traspassaram-me as mãos e os pés).
Assim, os tradutores levam em conta o que aparece no aparato crítico ao pé da página dessa edição, particularmente os dados derivados das versões ou traduções antigas (Septuaginta, Targum e Vulgata) e dos manuscritos do mar Morto.Tanto as versões antigas como os manuscritos do mar Morto (ou documentos de Qumran) são muito mais antigos do que o texto massorético que aparece no Códice de Leningrado. (Para mais detalhes sobre a história do texto da Bíblia Hebraica, leia a obra O Texto do Antigo Testamento.
Fonte: http://www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/os-originais-da-biblia/a-formacao-do-antigo-testamento-ou-da-biblia-hebraica/
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