quarta-feira, julho 29, 2020

O mal está nos extremos (parte 3/4)

      O texto que segue é a terceira parte de uma reflexão em quatro partes, por favor, se possível, leia todos os textos para um melhor entendimento do assunto, que é liderança política nacional e atual pandemia do Corona vírus, obrigado. 

      Quem acompanha o “Como o ar que respiro” sabe do posicionamento do blog com relação a envolvimento de cristãos com política, cremos que deve ser o mínimo possível, votando bem e evitando ter cargos. Mas na possibilidade de ter cargo político seria conveniente que o cristão não tivesse cargos em igreja, para que as coisas não se misturassem, por outro lado, mesmo nessa possibilidade, púlpitos não devem ser usados para promoção política em hipótese alguma. Sim, é sábio que as ovelhas sejam ensinadas a “dar a César o que é de César, e a respeitarem todo tipo de autoridade, mas usar influência como liderança evangélica para constranger ovelhas a votarem nesse ou naquele, em nosso ponto de vista é tão errado quanto permitir que poderes políticos tenham algum tipo de influência dentro de assuntos da igreja, obviamente dentro de assuntos que não ofendem leis. 
      Mas a questão não é só “técnica” e teórica, ela é muito mais prática, não pode haver comunhão entre luz e trevas, simples assim, dessa forma é muito difícil (para não dizer impossível) para um cristão verdadeiro conviver com um sistema político mundano tão envolvido em trocas de favores, corrupção e imoralidades. A maioria das pessoas não faz ideia da sujeira moral que existe em câmaras de vereadores, de deputados, em senados etc, envolvendo todo tipo de devassidão, sexo, drogas. Política interage com a pior vaidade humana, que é pior que dinheiro e bens, é simplesmente poder, controle sobre as pessoas. Baseado nisso, uma grande massa de evangélicos ser levada a apoiar um candidato porque se diz cristão e tem envolvimento com os evangélicos, é aliança que não deve existir, ainda que o candidato seja de fato cristão e um homem realmente praticante do evangelho, equilibrado, honesto, humilde e sábio. 
      Sim, podemos escolher alguém (e temos o dever cívico disso) e votar nesse alguém, como melhor opção dentre as que se apresentam num determinado momento, mas sem idolatrar esse alguém, sem venera-lo como um “mito”, não como cristãos, para nós isso é sacrilégio, ou deveria ser. Tudo o que ocorre no mundo, principalmente em suas lideranças, políticas, empresariais, tem que ser acompanhado com temor e vigilância pelos cristãos, nunca confiando demais, o mundo é território do mal, de um jeito ou de outro quem dá a palavra final nele, autorizado por Deus, é o diabo, não nos enganemos com relação a isso. Mas um povo cego pelas tantas heresias que falsos pastores lhes contaram pede um líder maior à altura de sua estultícia e desvio, quando se pede muito por algo, mesmo que seja algo ruim, esse algo é dado, não para a alegria, para a tristeza, os que viverem (e infelizmente isso não é só força de retórica nestes dias) verão.
      Aqueles que se colocam num extremo e veem teorias da conspiração no outro extremo, correm o risco de estarem cegos com relação a uma conspiração real, não teórica, acontecendo em seu próprio extremo. Se alguém crê que isolamento social na pandemia da Covid 19 é agenda da esquerda para dar impeachment no presidente, por que não pode crer que o negacionismo é uma maneira de desacreditar a ciência, colocar militares no maior número de cargos políticos possíveis, para então dar um golpe com base militar? Forças armadas são poderes para defender um estado, não um governo, contudo, o atual presidente tem trazido militares para defenderem seu governo, isso ninguém pode negar, isso é perigoso. Sobre as teorias de conspiração de ambos os extremos, não estamos dizendo que uma ou outra é real, podem ser só meras ilusões psicóticas de quem se coloca em extremo “burro”. 
      Israel pediu um rei conforme seus corações, lhes foi dado Saul, extremistas não querem Davi, muito menos Deus, mas Saul. Triste foi o fim de Saul, que dentre os pecados o maior talvez tenha sido o de perseguir o melhor escolhido por Deus para ocupar o cargo que nunca foi seu, que ele nunca teve sabedoria para exercer. O estúpido fica cego, não vê o óbvio na obsessão de querer ser fiel a homens que dizem o que ele quer ouvir, não a verdade de Deus, Saul não apareceu do nada, foi fruto de um anseio popular, da rebeldia dos corações dos israelitas, ele só potencializou o mal de um extremo. No Brasil já vimos isso acontecer uma vez, na esquerda, que levou o país à bancarrota, será que isso não está ocorrendo de novo, agora no outro extremo? Salvação só pode vir de Deus, de mais ninguém, enquanto isso não for vivido muitos serão enganados pelo mal que está nos extremos, e não nos referimos ao mundo, mas aos cristãos.

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