sexta-feira, julho 17, 2020

Podemos pedir provas a Deus?

      “E disse Gideão a Deus: Se hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste, Eis que eu porei um velo de lã na eira; se o orvalho estiver somente no velo, e toda a terra ficar seca, então conhecerei que hás de livrar a Israel por minha mão, como disseste. E assim sucedeu; porque no outro dia se levantou de madrugada, e apertou o velo; e do orvalho que espremeu do velo, encheu uma taça de água. E disse Gideão a Deus: Não se acenda contra mim a tua ira, se ainda falar só esta vez; rogo-te que só esta vez faça a prova com o velo; rogo-te que só o velo fique seco, e em toda a terra haja o orvalho. E Deus assim fez naquela noite; pois só o velo ficou seco, e sobre toda a terra havia orvalho.Juízes 6.36-40

      Podemos pedir provas Deus? A orientação do novo testamento é clara, “Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” (João 20.29), contudo, o mais sábio é responder a essa pergunta, depende, de cada pessoa e de sua relação com Deus. Eu pessoalmente me sinto desconfortável, quando essa possibilidade se torna importante para que eu saiba que algo é de Deus ou agrada a ele. Gideão pediu provas a Deus, e por duas vezes, mas em resposta a isso Deus exigiu dele duas provas para ver se ele confiava mesmo no Senhor.

      “E disse o Senhor a Gideão: Muito é o povo que está contigo, para eu dar aos midianitas em sua mão; a fim de que Israel não se glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou. Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido, volte, e retire-se apressadamente das montanhas de Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram. E disse o Senhor a Gideão: Ainda há muito povo; faze-os descer às águas, e ali os provarei; e será que, daquele de que eu te disser: Este irá contigo, esse contigo irá; porém de todo aquele, de que eu te disser: Este não irá contigo, esse não irá. E fez descer o povo às águas. Então o Senhor disse a Gideão: Qualquer que lamber as águas com a sua língua, como as lambe o cão, esse porás à parte; como também a todo aquele que se abaixar de joelhos a beber. E foi o número dos que lamberam, levando a mão à boca, trezentos homens; e todo o restante do povo se abaixou de joelhos a beber as águas. E disse o Senhor a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam as águas vos livrarei, e darei os midianitas na tua mão; portanto, todos os demais se retirem, cada um ao seu lugar.Juízes 7.2-7

      Interessante como Deus foi justo com a incredulidade de Gideão, ela o revelou e ao povo, por trás de toda incredulidade existe uma arrogância, Deus cedeu à incredulidade, deu duas provas que seria com Israel contra os midianitas, contudo, exigiu humildade do povo, que fosse reduzido ao mínimo, para que suas forças fossem insuficientes e de fato confiassem e dependessem só da força de Deus. A vitória de Israel poderia ser com menos de trezentos? Sim, poderia, como poderia ser com mais, mas o ponto é o homem reconhecer que tudo vem de Deus e só ele merece ser adorado por tudo. 
      Eu, pessoalmente, não gosto de ser exortado como foi Tomé, nossa experiência com Deus é fundamentada em fé, se isso for abalado tudo pode ficar confuso e vazio, eu prefiro crer, o justo viverá pela fé. “Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá.” (Habacuque 2.4), Habacuque também fez a constatação de que o orgulho está ligado à falta de fé, assim ao invés de buscar provas para justificar a fé, melhor é se livrar da arrogância, quebrantar o coração e provar as coisas espirituais do jeito espiritual, pela fé realmente espiritual. 
      Contudo, todos nós temos uma prova de que Deus está no assunto, de que algo é de sua vontade, uma prova incontestável que nem precisamos pedir, é simples consequência de estarmos obedecendo ao Senhor, uma vitória que vem antes da vitória que estamos pedindo, uma vitória que talvez seja mais importante que a objetivada na oração que fizemos e que aguarda resposta do altíssimo. Que prova é essa? Santidade. Não entendeu? Quando estamos no centro da vontade de Deus temos forças para ser santos, aquele nível de espiritualidade que muitas vezes passamos a vida buscando alcançamos, e nem é porque a vitória que pedimos já foi alcançada, porque a batalha já ocorreu e nós a ganhamos porque confiamos em Deus.
      Sabe quando Gideão e Israel atingiram o centro da vontade de Deus, quando conquistaram a vitória, não a que eles queriam, mas a mais importante, a que Deus queria dar a eles? Quando eles acreditaram que mesmo só com trezentos seriam vencedores, ali eles já tinham vencido, pela fé, e creiam, entre aquele instante e a realização da batalha contra os midianitas, Gideão e Israel provaram uma paz única. Nessa paz há santidade, há o desejo de agradar tanto a Deus que todo o pecado se torna menor, desinteressante. Naquele momento específico o povo de Deus foi santo, porque tinha um espírito verdadeiramente obediente e temente ao Senhor, nessa disposição o Espírito Santo nos dá santidade e nos a vivemos. 

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