segunda-feira, julho 06, 2020

Santidade sustentável

       “Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.Lucas 11.24-26

     Muitos ouvem tanto na igreja que precisam ser santos que acabam se convencendo que isso é certo, afinal Deus é santo e a palavra diz que devemos ser santos como é santo nosso pai que está no céu. Assim buscam santidade e até conseguem, só que dura pouco, por qualquer instabilidade na vida, qualquer injustiça sofrida, ou qualquer prazer oferecido, se perde a santidade. Isso ocorre tantas vezes que muitos, ainda que permaneçam fiéis nos cultos, mesmo em estudos bíblicos diários e na participação como obreiros nos ministérios, acabam desistindo de viver em santidade. 
      Por que isso? Porque muitos querem ser santos pelos motivos errados, para fins enganosos, basicamente ou por obrigação ou por vaidade. Por obrigação vemos isso principalmente nos religiosos mais velhos, muitas vezes mais motivados por remorsos que por outros motivos. Mas alguns querem ser santos por vaidade, para postarem-se como “espirituais” nos púlpitos, esses são sinceros, sabem que não devem ser hipócritas, pregarem uma coisa e viverem outra, mas ainda assim não entenderam como podem vivenciar santidade, digamos, sustentável, que permaneça em suas vidas.
      O segredo está no texto inicial, não basta limpar o vaso, temos que enche-lo de algo limpo, senão se encherá de algo sujo que novamente nos dará trabalho para limpar. Se cheio de algo limpo o conteúdo também se esvaziará, nada é eterno neste mundo, mas o trabalho que faremos esvaziando o vaso é para abençoar a nós mesmos e aos outros, dando o bom conteúdo. Depois, quando estiver vazio, basta que enchamos novamente de algo limpo e continuemos trabalhando, distribuindo esse bom conteúdo. Esse trabalho é mais fácil que limpar, pois é feito com alegria. 
      Mas mesmo o bom conteúdo, se não for usado, envelhece e suja o vaso, como água pura, que se não for bebida estraga e suja o vaso que a contém. O segredo de uma santidade que permanece é manter o vaso cheio de bençãos e trabalhar para que essas bençãos cumpram a vontade de Deus. Quem se mantém trabalhando com o coração cheio da vontade de Deus não deixará espaço em seu coração (nem terá tempo) para pecar, a santidade será natural e genuína. A verdadeira santidade não é forçada, pois não a obtemos sozinhos, mas com Deus que nos ajuda.
      Contudo, não basta trabalhar, tem que ser um trabalho que Deus mandou fazer. Aquele que está ocupado servindo a Deus, obedecendo o Senhor, já está santo, não tem espaço dentro dele, não tem tempo e muito menos vontade de pecar. Quando se descobre a felicidade que existe em obedecer a Deus nos sentimos tão satisfeitos, temos tanto prazer, que nenhum outro prazer da carne poderá nos tentar. Há proteção para ser santo na obediência a Deus, assim, limpemos a casa, mas não a deixemos vazia, ocupemo-nos em Deus e a santidade não será pesada.

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