sexta-feira, julho 10, 2020

O poder da verdadeira santidade (parte 1/2)

      “Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos.Isaías 6.5

      “Naqueles dias eu, Daniel, estive triste por três semanas. Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas.Daniel 10.2-3

      “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a DeusMateus 5.8

      O título desta reflexão, que se divide em duas partes, é “o poder da verdadeira santidade“, mas por que verdadeira, existe santidade falsa? Sim, e não estou querendo dizer que ser um falso santo é ser alguém que diz que é santo, que aparenta santidade, principalmente no meio dos irmãos, na igreja, mas não é, esse não é o falso santo a que me refiro, é um hipócrita mesmo, um mentiroso, e se quer saber esse é menos perigoso que o falso santo. O hipócrita tenta enganar os outros, mas não se engana, ele sabe a qualidade da vida moral e espiritual que tem, ele sabe que mente, e se quer parecer santo é por vaidade, para se ostentar diante da comunidade cristã que frequenta, aliás, ele gostaria muito de ser santo, só não quer pagar o preço para isso.
      A falsa santidade é algo mais complexo, e muito mais difícil de tirar de alguém, quem a tem terá dificuldade de se libertar dela porque não tem nem noção que ela existe. Ela é um estilo de vida de muitas pessoas, que a exercem na prática, com toda a força de suas almas, são religiosos (muitos nas religiões orientais), ou profundamente influenciados pelas modas que essas religiões criam e que a mídia ama promover. Contudo, anular os desejos do corpo, privar-se dos prazeres físico, andar na sociedade sem vaidades de bens, de roupas, de carros, isso tudo pode não ser verdadeira santidade, e em muitos casos, pode ser muito mais efeito de mentes doentes, necessitando de tratamento psiquiátrico, que de fato frutos de vidas consagradas a Deus. 
      Vou repetir algo que tantas vezes já disse aqui: o verdadeiro cristianismo não é o homem vivendo para Deus mas Deus vivendo no homem, o que ele quer viver, quando e como, com liberdade, sem preconceitos. A principal consequência dessa vida é que de fato glorifica a Deus não ao homem, a falsa santidade como causa e efeito humanos, começa no homem e termina no homem, ainda que o homem tente se convencer de todo jeito que seu estilo de vida é vontade de Deus e para a glória de Deus. Na verdade, muitas vezes, esse equívoco é tão sincero que Deus aceita, o pai amoroso e gracioso não despreza nunca o sincero do bem, ainda que ele esteja enganado em muitas vontades e atitudes.
      Mas o ponto dessa reflexão não é a falsa santidade, mas a verdadeira, e essa, acredite, tem um poder especial. Por quê? Porque começa em Deus e termina nele, não é o homem querendo se controlar, mas sentindo que é muito melhor obedecer, isso gera uma paz, uma libertação, que não tem preço. Bem, o controle dos apetites do corpo, a libertação das paixões, o desvinculo de vícios, não só no corpo, mas também na alma e no espírito, é só o efeito final da causa Deus em nós com liberdade. Essa é uma das grandes diferenças entre a falsa e a verdadeira santidade, a falsa é no corpo, no máximo na alma, mas nunca alcança o espírito, só a verdadeira santidade limpa de fato o espírito porque só ela deixa o Espírito Santo agir livremente e ele age diretamente em nossos espíritos.
      A verdadeira santidade é mais que controle de vícios, é iluminação, é abertura dos olhos espirituais para as coisas mais profundas e puras do plano espiritual, onde Deus habita no ponto mais alto. Isaías viu o trono de Deus e o terrível temor que sentiu foi por causa do choque que existe entre o espírito humano e a santidade de Deus, mas tenha certeza, Deus não mostrou ao profeta seu trono sem prepará-lo antes, sem o levar antes a uma consagração plena (Isaías 6). Daniel teve a maior revelação da Bíblia, sobre os últimos tempos depois do Apocalipse de João, porque santificou-se por Deus, em Deus e para Deus (Daniel 10). Jesus ensinou nas bem-aventuranças que os limpos de coração verão a Deus, e muita gente quer, hoje em dia, ver a Deus. (Leia na próxima postagem aqui no blog a segunda parte desta reflexão).

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