sexta-feira, agosto 21, 2020

O diabo é um humanista (III) (parte 3/7)

      “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” Gênesis 3.4-7

      Quando se diz que o diabo é um humanista não se está dizendo que o diabo faz mal ao mundo, que quer o pior para o homem, ao contrário, a mídia, as organizações mundiais e outros órgãos, governamentais ou não, debaixo da bandeira do humanismo, acreditam no homem e no mundo, querem o melhor para o ser humano e para o planeta. Assim alguém pode perguntar: então, o que tem de errado nisso? Em si, nada, mas essa sempre foi a estratégia maior das trevas, não é prejudicar o homem diretamente, mas afastá-lo de Deus, levar a humanidade a evoluir, na arte e na ciência, na cultura e na tecnologia, construir um planeta justo e agradável a todos, sustentável, equilibrado, mas tirando os olhos do Altíssimo.
      O objetivo do “diabo”, e aqui entre aspas, significando a palavra qualquer coisa que negue o Deus Altíssimo, nunca foi necessariamente fazer mal ao homem, mas só desviar os olhos do homem de Deus. Se o “diabo” conseguir fazer isso com o mal explícito, com vícios da carne, com prazeres do corpo físico, é mais fácil, mas sua estratégia maior, e que está sendo usada hoje no mundo, é valorizar o homem e o planeta. Isso leva o ser humano a pensar que não está pecando, que não está num caminho errado, já que é um caminho que busca o que é correto, sua liberdade, o bem estar de todos. Por que o diabo está tendo vitória nessa estratégia? Porque o cristianismo oficial, que deveria ter dado ao homem esses valores, falha.
      Essa estratégia humanista o diabo usou no início, o homem no mítico jardim do Éden não foi tentado com prazeres básicos do corpo, o fruto proibido, ou como muitos equivocadamente chamam, a maçã, não é uma metáfora para sexo. O diabo tentou o homem com conhecimento, um conhecimento, que segundo ele, era maior que aquele que Deus estava dando, pelo menos até aquele momento, assim mentirosamente o diabo chamou Deus de mentiroso e de ganancioso, pois segundo ele não queria que o homem soubesse o que ele sabia, dessa forma tentou não o desejo da carne física, mas a vaidade de querer saber mais que podia, repito, pelo menos naquele momento.
      Por que eu disse, pelo menos naquele momento? Porque se o homem não tivesse pecado a humanidade também teria evoluído tecnologicamente. Muitos interpretam o fruto proibido da tradição judaica, equivalente ao fogo de Prometeu da mitologia grega, como conhecimento científico, mais até que conhecimento moral ou espiritual. Contudo, e isso só Deus sabe como, se não tivesse caído, o ser humano teria adquirido tal conhecimento no tempo certo, mas sem pecar, sem provar o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal ofertado pelo diabo. É importante que tenhamos noção que quem colocou a árvore no Éden não foi o diabo, mas Deus, como um teste? É o que cremos, um teste para o livre arbítrio.
      Cristãos, se não sabem, é interessante saber, muitos ocultistas dizem que o diabo amou o homem mais que Deus, por isso, ainda que se colocando em risco, deu conhecimento ao homem. Mas o conhecimento não foi dado pelo diabo, mas veio como consequência do homem ter comido do fruto, da árvore que Deus pôs no Éden, então, o diabo queria uma honra que nem dele era, e até hoje ele celebra essa falsa honra pelos bocas dos ocultistas e magos. O certo é que o diabo é o pai da mentira, e ele mente porque quer se colocar no lugar de Deus e levar o maior número possível de seres humanos a caminharem espiritualmente em direção a ele, não ao lugar mais alto onde habita o Deus Altíssimo.

Esta é a 3ª parte de uma reflexão 
dividida em sete partes,
leia nas próximas postagens as outras partes.
José Osório de Souza, 30/06/2020

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