03/02/20

Tranquilo mas vigilante

       “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.Mateus 26.41

      Ande tranquilo e descansado, mas só depois de ter orado e entregado tua vida nas mãos de Deus. Essa entrega deve ser constante, assim que não se passe muito tempo entre um período de oração sério na presença do Senhor e outro, nem precisa ser longo, mas tem que ser profundo, almejando sempre a santidade e a adoração. Não enfrente o dia a dia, o mundo, o trabalho e o estudo secular, e mesmo as relações sociais dentro de igreja e família, de qualquer jeito, e é claro muito menos compromissos com o ministério, compartilhamento de palavra, ministração de louvor ou direção de oração. 
      O espírito está pronto, mas a carne não, e ela pode conter a unção espiritual de forma limitada, é um vaso pequeno, assim deve ser constantemente cheio com o Espírito Santo. É importante, contudo, que se entenda uma coisa, tranquilo não significa displicente ou passivo, aquele que descansa em Deus não se enfraquece, mas fortalece-se, pois está calmo não por confiar nas ilusões do mundo, da carne e do diabo, mas por firmar-se no altíssimo. Assim, o segredo da força esta em confiar plenamente, pela fé em Deus, e crer não é fazer força, mas descansar, Deus é a nossa força.

02/02/20

Simples ou bipolar?

      “Quisera eu me suportásseis um pouco na minha loucura! Suportai-me, porém, ainda. Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Coríntios 11.1-3

      Às vezes refletimos tanto, pensamos tanto, raciocinamos tanto, que nos esquecemos da simplicidade de agradecer ao Senhor por tudo, sem filosofar demais, sem se preocupar em basear-se demais na teologia, e desculpe-me se este texto se refere somente a mim, se é pessoal demais, quem me acompanha aqui entenderá minha sinceridade. Não, ser profundo, ser sério, analizar a fé, o cristianismo, a prática do evangelho com coerência, pesando teoria com prática, não é costume da maioria, aliás, uma das ênfases do “Como o ar...” é justamente sobre a ociosidade intelectual de muitos cristãos atuais, ociosidade que leva tantos a serem presas de heresias e hipocrisias. É preciso crer mas com sabedoria, com crítica, sempre!
     Contudo, só às vezes, arrogantes como eu, que se acham melhores por serem mais informados (ou se acharem mais informados), descobrem na simplicidade do primeiro amor do evangelho uma satisfação maior. Mas o que de fato é ser profundo no evangelho? O cristianismo oferece um acesso a Deus diferenciado justamente por ser descomplicado, e por isso pode ser provado por todos, de todos os tempos e lugares, de níveis intelectuais e financeiros distintos, o cristianismo é simples. Glória a Deus por isso, e por mais que precisamos ser íntegros, conhecer a Deus não só com fé e emoção mas também com razão e trabalho, não podemos nos esquecer disso. 
      Se analisarmos a história da igreja cristã no mundo, a primitiva, a católica, a protestante, a pentecostal, a neo-pentecostal e a atual (misturada e sem identidade), veremos um jogo de queda de braço. Entre quem, entre o homem e Deus? Não, isso é desnecessário tanto quanto impossível, mas entre polos de visões do que seja o cristianismo. Por um lado está a liberdade emocional no Espírito Santo e por outro lado o legalismo racional dos textos bíblicos. Mas esse jogo na verdade é do homem contra o próprio homem, que se perde na liberdade emocional e se abriga nos grilhões do racional, depois desfalece nas cadeias do legalismo doutrinário e deseja de novo a liberalidade passional do que acha que é o Espírito. 
      Os extremos ficam interessantes quando o homem deixa a simplicidade do evangelho, da fé e obras, do crer e praticar, do sentir mas avaliar racionalmente, isso dá trabalho, exige tanto conhecimento bíblico quanto vida de oração, isso exige cérebro e intuição espiritual, inteligência e dons do Espírito. Quem não quer se dar a esse trabalho considera melhor simplesmente repousar num extremo e ou não pensar mais ou não sentir mais. Equilíbrio dá trabalho, mas cansa, por isso às vezes, basta sermos simples, talvez Deus conte com o nosso cansaço, não para que estacionemos num polo, mas para que descansemos realmente nele, para que achemos o ponto de equilíbrio.
      A verdade é que o equilíbrio é uma quimera, desejado mas poucas vezes provado, somos seres bipolares, passamos a vida num jogo de queda de braço que nos leva de um lado para outro. Todavia, às vezes ser simples basta, e é nesses momentos que provamos Deus de maneira mais pura e direta, que ouvimos sua voz com clareza, que entendemos a vontade de Deus para nossas vidas e que vemos que tudo faz sentido e que somos felizes. À medida que envelhecemos no corpo e amadurecemos no espírito esses momentos aumentam, mas só quando vencemos a desesperança, que também podem ser tentação forte à medida que o tempo passa. Desculpe-me novamente se essa reflexão só serviu a mim...

01/02/20

Filosofar no Espírito

      “Mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.” I Coríntios 2.7-11

      “Filosofia (do grego Φιλοσοφία, philosophia, literalmente «amor pela sabedoria» é o estudo de questões gerais e fundamentais sobre a existência, conhecimento, valores, razão, mente, e linguagem; frequentemente colocadas como problemas a se resolver. O termo provavelmente foi cunhado por Pitágoras (c. 570 – 495 BCE). Os métodos filosóficos incluem o questionamento, a discussão crítica, o argumento racional e a apresentação sistemática. As questões filosóficas clássicas incluem: É possível saber qualquer coisa e provar que se sabe? O que é mais real? Os filósofos também colocam questões mais práticas e concretas, como: Existe uma maneira melhor de se viver? É melhor ser justo ou injusto (se haver como se safar)? Os seres humanos têm livre arbítrio?“ Fonte: Wikipedia 

      Quem acompanha o “Como o ar...” já entendeu que a “pegada” aqui é filosofia, e não tem nada errado em cristão filosofar, isso usa outras partes importantes do nosso ser, filosofia é uma ferramenta, não uma religião, usada pelo nosso intelecto. Analizar aquilo que nos toca, que impressionou em nós fortes sentimentos, que mudou de alguma maneira nossas vidas, entender o que somos, porque nos tornamos assim, e o que nos leva tanto a sofrer quanto a sermos felizes, é importante. A diferença entre filósofo e cristão filósofo e que o cristão não encerra o processo na reflexão, nem está sozinho para praticar as conclusões obtidas, mas ele tem Deus morando nele numa íntima ligação.
     O cristão tem o privilégio de filosofar no Espírito Santo, que tanto o conduz às melhores conclusões quanto o fortalece para viver de fato o que concluiu, pensar é preciso, ainda que conquistemos os mistérios espirituais por fé que é o primeiro passo, depois temos que refletir sobre o mistério e chegar mais perto da mente de Deus. Quem crê e vive abençoa a si mesmo, mas quem crê, vive e pensa a respeito (filosofa), consegue verbalizar e então ensinar o que aprendeu, isso abençoa os outros. Por outro lado o motivo da humanidade ser joguete nas mãos de maus líderes religiosos é justamente porque muitas vezes deixou que outros pensassem por ela. 
     Paulo não só acreditava, tinha experiências com o Espírito Santo, praticava o evangelho e o pregava, ele também escreveu os textos maiores e mais importantes do novo testamento, que têm ensinado a igreja desde o início. Por que Deus escolheu Paulo para escrever esses textos e não outros, como João e Pedro? Porque Paulo tinha inteligência, tinha cultura, pensava e escrevia com profundidade e verdade, Paulo era também um filósofo cristão, mais do que qualquer outro escritor bíblico, refletiu profundamente sobre o reino de Deus estabelecido por Cristo, argumentou com os judeus que insistiam em permanecer debaixo da lei, mesmo depois de convertidos. 
      Salomão é outro escritor bíblico que também foi útil nos planos de Deus porque era um profundo pensador além de temente a Deus, Eclesiastes prova isso. Moisés, criado como príncipe no Egito, com a melhor educação, foi incumbido por Deus de escrever o pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia. Podemos citar também Daniel, um dos “jovens em quem não houvesse defeito algum, de boa aparência, e instruídos em toda a sabedoria, e doutos em ciência, e entendidos no conhecimento, e que tivessem habilidade para assistirem no palácio do rei, e que lhes ensinassem as letras e a língua dos caldeus” (Daniel 1.4), outro selecionado pelo Espírito Santo para registrar profecias sobre o fim dos tempos no nível de Apocalipse de João.
      Moisés, Salomão, Daniel, Paulo, são homens que escreviam bem porque pensavam bem, eles, e não outros, foram as ferramentas usadas por Deus para registrar mais que crônicas históricas e políticas ou biografias, mas pensamentos profundos sobre Deus, o homem e a vida, isso nos ensina que pensar, sim, é preciso, obviamente depois de crer e buscar a Deus. Eu pessoalmente creio que mais do que nunca, nesses tempos de tanta manipulação ideológica, de tanta heresia, de tantas vozes virtuais, o cristão precisa pensar mais, avaliar mais as coisas, buscar coerência entre palavras e vida. Contudo, tudo isso para voltar à simplicidade do evangelho de Jesus e de fato vivê-lo, não para se perder nos extremos. 

31/01/20

Mente de Cristo

      “Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.I Coríntios 2.12-16

      Eu amo o texto inicial de Paulo, muitos não captam sua profundidade, nele o apóstolo-teólogo une conceito espiritual com intelectual, fé com conhecimento, constrói um entendimento maduro sobre a obra de Cristo em nossas vidas, que vai muito além do leite espiritual que muitos acham atualmente que é alimento de cristão crescido quando não é. O que é leite espiritual? São as primeiras e básicas coisas do caminhar com Cristo, fé, perdão de pecados, salvação eterna, santidade e adoração, mesmo dons espirituais, que muitos acham serem efeitos de vida altamente espiritualizada, também é o início da caminhada, não o fim (como tantas vezes já refletimos aqui).
      Alimento espiritual de cristão crescido leva a um confronto com todas as realidades, sem a proteção inicial que as crianças precisam, conduz a um longo processo de cura pessoal e conhecimento divino, que não interfere na salvação, mas que permite tanto o auto-conhecimento quanto uma intimidade profunda com Deus e o mundo espiritual. Não, ninguém precisa de maturidade espiritual para ter direito à eternidade melhor e a um cuidado especial do Senhor neste mundo. Maturidade, assim como o novo nascimento inicial, é uma questão de escolha, ainda que o Espírito Santo que habita o homem após o novo nascimento atraia o filho de Deus sempre para o crescimento, mas só cresce quem se permite crescer. 
      Como sabemos se damos ao Espírito de fato liberdade? Quando experimentamos um conhecimento crescente daquilo que nos foi dado gratuitamente no início, como diz o texto. Veja bem, Deus já está em nós e nos abençoa, mas ainda assim podemos não entender ou conhecer sua atuação, porque ainda que ser curado só dependa de fé, saber como essa cura é operada depende de nós, de “filosofarmos no Espírito”, digamos assim. Isso é nos alimentarmos de comida espiritual de adulto, isso é uma escolha de trabalho, assim implica em querer isso e em se dar ao trabalho de buscar. O que nós precisamos saber é que no novo nascimento, quando o Espírito Santo nos sela, ganhamos a “mente de Cristo” e o potencial para crescer.
      “Dado gratuitamente por Deus”, “não com palavras de sabedoria humana”, “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus porque lhe parecem loucura”, isso tudo vai contra o entendimento de ocultistas e esoteristas (e filósofos) que diz que o conhecimento mais profundo pode ser adquirido por homens que queiram isso. Sim, querer é preciso, deve-se escolher querer questionar e aprender mais, mas só depois que o Espírito de Deus é dado por Deus através de uma fé que dá um pulo no escuro, sem conhecimento. Muitos podem até, por esforço próprio, adquirirem profundos conhecimentos sobre o mundo espiritual, alguns até desconhecidos pela maioria dos cristãos.
      Mas por si só ninguém nunca entenderá a relevância de Jesus, e portanto nunca será salvo e terá o melhor da eternidade. Ninguém conhece a Deus, assim Deus precisa nos dar sua mente, em Cristo, para que possamos conhecê-lo, ao menos um pouco. Ah se os cristãos entendessem de verdade a profundidade desse mistério, que recebemos a mente de Cristo, não só o privilégio de sentir a presença de Deus, mas também o intelecto de Cristo para conhecer de fato as verdades universais. Essa capacidade muitos que se acham espirituais não têm, vai muito além dê emoções, só ela pode nos levar a uma maturidade espiritual realmente verdadeira de auto-conhecimento e intimidade com o altíssimo.

30/01/20

O homem, o tempo e o fruto

      “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um.” I Coríntios 3.13

      Não tente ofuscar, esconder ou destruir, de alguma maneira, o trabalho de alguém, que ele seja feito e que venham à tona os frutos, que esses frutos revelem as intenções, a luz, o bem de quem trabalhou para que eles brotassem. Se você tem dificuldade para se relacionar com alguém, se você, por algum motivo, se desentendeu com alguém e não conseguiu mais ter um bom relacionamento com esse alguém, não use esse desconforto como álibi para diminuir o trabalho dessa pessoa. Deus ama a todos e todos têm seu espaço de honra debaixo do Sol, mesmo que nós não gostemos de alguns ou alguns não gostem de nós, assim respeitar o trabalho de todos é temor a Deus, que nos guarda de amargura.
      Os que criticam e buscam defeitos nos trabalhos de algumas pessoas só porque essas pessoas de alguma maneira os deixam desconfortáveis com suas auto-imagens e vaidades, serão envergonhados e caminham para a solidão, ainda que sejam pessoas até mais competentes que aquelas as quais criticam. Valorizar os seres humanos, todos eles, é honrar a Deus, é adorar ao Senhor por suas criações e sua providência, que distribui com sabedoria dons e talentos aos seres humanos, assim, se os amigos merecem nossos elogios, mais ainda os que se fazem de nossos inimigos, e na pior das situações, só o nosso silêncio distante e totalmente entregue nas mãos de Deus, sem qualquer espécie de retaliação. 
     Abaixo de Deus e sob seu gerenciamento, a maior potência sob os homens é o tempo, encarnados somos obrigados a conviver e administrar o tempo, os que não têm paciência estão mais fragilizados para cometerem muitas espécies de pecados, não ter temor a Deus é basicamente ser impaciente. O tempo mostra a verdade sobre os homens, o tempo depura as intenções e prova os corações, frutos precisam de tempo para aparecerem a partir de uma simples semente escondida na terra. Assim, nunca julgue o trabalhador, não sem antes ver o fruto, e mesmo depois tema a Deus e cale-se, caso o fruto seja amargo, fruto amargo deve ser provado só pelo que o plantou, por mais ninguém.
      Mas aos que forem pacientes, que prosseguirem trabalhando, se esforçando, fazendo o melhor possível, que nem se importarem com o ponto de chegada, apenas em serem excelentes no processo, fazendo de cada dia um dia especial, aos que mesmo após terem colhido os primeiros frutos, não se contentarem e pararem para viverem de louros iniciais, aos que olharem para além da primeira morte, que vislumbrarem a eternidade, esses serão agraciados pelo tempo. Não, não é fácil ser paciente, eu que o digo, a impaciência colhe verde e azedo, assim como julga mal e injustamente, mas no Espírito podemos gerar paciência em nós para entendermos um pouco como é a essência do Deus para o qual tempo não existe. 

29/01/20

Seja!

      “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3.13-14

      Não pareça ser, seja, mas saiba, que se não conseguir ser o que deseja, você já é o que é (parece óbvio mas muitos não aceitam isso). Aceitar a verdade sobre si mesmo é o primeiro passo para ser melhor, pensar, todavia, que se é mais do que se é, impede-nos de melhorar porque em nossas cabeças já somos bons o suficiente. Assim, o desafio de vivermos em paz está em nos olharmos como realmente somos, sem medo e sem ilusão, mas ainda assim tentarmos melhorar, ao menos um pouquinho, a cada dia. Deus nos mede (e não nos julga), não pelas grandes coisas, mas pelas pequenas. 
      Existir baseados em aparência, contudo, é uma das grandes tentações do ser humano, e queremos exibir algo melhor do que de fato somos simplesmente para impressionar as pessoas. Quanto a Deus isso é impossível, ele sabe quem somos de verdade, e não nos considera mais ou menos por isso, Deus é verdade, ama a verdade, e colocou em cada um de nós uma verdade útil. Se entendêssemos e aceitássemos essa utilidade, seríamos felizes mais facilmente e realmente viveríamos no universo nossa singularidade. No final, somos o que somos, e pela misericórdia de Deus isso basta. 

28/01/20

A luz só luta pelos que estão na luz

      “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz. (Porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade); Aprovando o que é agradável ao Senhor. E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as. Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe. Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.” Efésios 5.8-13

      Não adianta nada confiarmos que as coisas estão nas mãos de Deus, que Deus fará a sua vontade, que teremos vitória em Deus, se estivermos, ainda que falando de Deus, agindo contra ele, lutando com armas que não são dele. Não adianta invocar a luz estando nas trevas, a luz luta pelos que estão nela, Deus luta pelos que estão nele, nosso trabalho a princípio nem é lutar, mas nos colocarmos na luz, só isso dará a Deus legalidade para lutar por nós. Como nos colocamos na luz? Assumindo as verdades, todas elas. 
      Em primeiro lugar a verdade sobre nós mesmos, que somos pecadores, que precisamos assumir isso, e que queremos deixar essa condição, isso só acontece na posse do perdão único de Jesus. Depois nossa verdade diante das alianças que fazemos com a sociedade, deixando a infidelidade e as mentiras com cônjuges, trabalhando honestamente e cumprindo nossos compromissos profissionais com patrões e governo, assim como evitando usufruto de qualquer serviço por meios ilegais. 
      Mas as verdades humanas só podem ser assumidas quando nos assumimos diante de Deus, tendo uma relação próxima, pessoal e diária com o altíssimo, não só de comtemplação mas principalmente de obediência. Assim, tenhamos cuidado ao dizer, “Deus está no controle e me ajudará”, têm direito a dizer isso os que não só oram e creem, mas os que praticam a vontade de Deus, com obras na luz, com amor e em verdade. Na luz podemos lutar com as armas das luz e essas são invencíveis. 

27/01/20

Trabalho e santidade, o resto Deus faz

      “Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas. Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mateus 6.31-33

      Gostamos da consequência do ensino do texto inicial, mas muitas vezes complicamos a causa, a espiritualizamos demais, e muitas vezes, ainda que inconscientemente, deixamos a causa meio inatingível talvez para que a possamos usar como álibi para não exercê-la. Qual é a consequência? Sermos supridos por Deus em todas as nossas necessidades materiais. Qual a causa para que isso aconteça? Buscarmos em primeiro lugar o seu reino, e é aí que complicamos as coisas. Na maioria das vezes achamos que buscar o reino de Deus em primeiro lugar  é ser ativo e visto nós trabalhamos das igrejas, assim quando vemos alguém com assiduidade nos cultos, nos “altares”, com o microfone na mão pregando e orando, já achamos que esses são os mais espirituais, os que de fato buscam o reino de Deus em primeiro lugar e que consequentemente possuem vidas prósperas e vitoriosas, que engano. 
      Muitos fazem tudo isso mesmo que não tenham vidas materiais bem sucedidas, e esses podem ser os mais sinceros que fazem sem buscarem retorno material ou honra humana. Outros são frequentes na liderança e nos ministérios e de fato possuem vidas materiais bem sucedidas, mas no fundo não glorificam a Deus por isso, só a si mesmos. Outros, contudo, nem são muito vistos nos altares e nos eventos das igrejas, mas de fato buscam a Deus em primeiro lugar, o que esses fazem de diferente? Obedecem a Deus naquilo que Deus pede individualmente a eles, não para serem vistos por homens e muitos menos nas igrejas, mas por Deus. 
      É claro que para alguns Deus pede que liderem ministérios, que pastoreiem rebanhos, que sejam frequentes nos cultos, Deus usa as igrejas, todas elas e de alguma maneira, e esses organismos precisam estar em funcionamento para que muitos outros sejam abençoados, assim quem obedece esse chamado para as sua vidas, busca em primeiro lugar o reino de Deu e Deus cuida deles com carinho especial. Mas quanto a mim e a você, o que é para nós buscar em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça? Buscar em primeiro lugar o reino de Deus pode se resumir a duas coisas, e isso serve para todos: nos esforçarmos no nosso trabalho diário para a sobrevivência neste mundo e não abrirmos mão da santidade de Deus em nossas alianças, com Deus, com nós mesmos, com cônjuges, com família, com amigos, com líderes profissionais e também com igrejas e ministérios. 
      Trabalho e santidade, duas coisas que por mais dura que seja a vida, por mais teimosos e egoístas que sejamos, por mais cruel e injusto que seja o homem, devemos perseverar em fazer e buscar, até o fim, que faz isso é cuidado por Deus. Confie na promessa do texto inicial, ainda que muitos de nós passemos tempos de disciplina de Deus, desertos, quando e onde Deus nos trata para nós amadurecer, tempos em que temos só o mínimo para viver com dignidade, no tempo certo começamos provar um cuidado maravilhoso do Senhor, na área espiritual, na área afetiva e também na área material, não ficaremos milionários, não todos, mas teremos uma vida neste mundo tranquila, ainda que o mundo esteja em lutas. Mas isso só acontece aos que buscam, descobrem e praticam o reino de Deus e sua justiça em primeiro lugar. 

26/01/20

O que nos identifica como seres humanos?

      “Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora, para que não estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente, O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden, para lavrar a terra de que fora tomado. E havendo lançado fora o homem, pós querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” Gênesis 3.22-24

      O que revela nossa humanidade, o que nos identifica como seres humanos? Nossas qualidades? Nossos defeitos? Nossos sonhos? Nossas frustrações? Como ser humano cada um de nós tem necessidade de mostrar coisas diferentes para identificar nossa identidade. Uns querem ser vistos como pessoas com aparência física bonita, querem se vestir bem, estarem sempre arrumados, com cabelo bom, pele boa, unhas boas, dentes bons. Outros querem ser reconhecidos como pessoas inteligentes, cultas, estudadas, com conhecimento profundo sobre as coisas. 
      Outros, ainda, querem ser conhecidos como pessoas espirituais, religiosas, caridosas, e outros querem mostrar identidade como defensores do planeta, que lutam por causas como ecologia, defesa dos animais, reciclagem de lixo etc. Mas tudo isso pode ser somente máscaras, personagens, não a verdadeira identidade humana, pode ser só maquiagem para esconder a verdadeira identidade, uma que é única, e que é comum a todos, seja qual for o poder aquisitivo, a estética externa ou a formação intelectual das pessoas. 
      Muitos não vão entender, nem aceitar, pelo menos a princípio, mas o que nos identifica como seres humanos, em primeiro lugar, é a corrupção, somos todos nós seres corrompidos, essencialmente corruptíveis, pelo simples fato de estarmos encarcerados em matéria, em corpos físicos, limitados e que nascem com uma única certeza, a morte. Não, a morte não é simplesmente uma passagem, quem dera fosse assim, o rápido movimento de um estado para outro, como a água se transforma em vapor quando submetida à alta temperatura. 
      A morte é um processo, ainda que um instante em relação à eternidade espiritual, um instante longo no plano físico. Se fosse só uma passagem, se esse termo fosse o mais adequado para a morte, ela seria rápida, mas a verdade é que começamos a morrer no exato momento em que nascemos. Contudo, espere aí, essa verdade, de que somos seres corrompidos morrendo, não é o motivo principal para que sejamos tristes, derrotados e desmotivados enquanto encarnados, e é justamente aí que nossa identidade humana adquire mais um segundo aspecto, tão maravilhoso quanto misterioso. 
      Ainda que fadados à morte nós acreditamos na vida, e em vida eterna, e ainda enquanto no corpo físico, aliás, nos dias atuais isso está ainda mais em voga. Atualmente as pessoas não aceitam o processo de morte, tanto o envelhecimento físico quanto as responsabilidades da maturidade, conquistar e manter família, todos querem ser jovens para sempre, usufruindo de uma liberdade de direitos e sem deveres. Mas quem nos atrai à vida é a porção de eternidade que nos habita, o espírito, o sopro do pai de todas as almas, espírito que mesmo encarcerado nos anima e nos faz seguir com esperança. 
      Em uma morte inevitável e com uma fé inexplicável na vida, essa é nossa identidade, uma bipolaridade inerente à humanidade, tentar repousar em qualquer outro ponto é impossível, ilusório e na verdade, desnecessário, porque o encanto da existência encarnada está em oscilar entre esses dois polos. Nessa vibração existimos, nessa onda somos humanos, assim não se engane quando a vida reluz forte como uma festa ao redor do Sol, nem dê muita importância à escuridão solitária que só tem a Lua como companhia, oscile, vibre, esteja em Deus. 
      Só Deus para nos dar paz nessa existência tão louca, estranha, sem regras, ainda que debaixo de leis universais, só Deus para nos livrar da morte eterna, nos consolar na morte temporária e dar algum sentido a uma passagem longa, doída, surpreendente e tediosa, ainda que depois que os anos passem pareça ter sido tão curta. Se a existência como ser humano é inexplicável e incerta, na infinita sabedoria do altíssimo achamos equilíbrio e direção, só um Deus “incognoscível” para dar sentido à nossa identidade irreconciliável, já que viver é aprender a viver com o inviável.

25/01/20

Auto-estima

      “Autoestima é uma avaliação positiva ou negativa que uma pessoa faz de si mesma em algum grau a partir de emoções, ações, crenças, comportamentos ou qualquer outro tipo de conhecimento de si próprio.Fonte: Google

      A ausência de auto-estima é a raiz de todos o s males? Não de todos, mas de muitos, contudo, auto-estima demasiada também pode prejudicar. Eis um tema tão falado atualmente, quando psicologia virou censo comum, onde auto-ajuda e filosofia são as novas religiões, mas ainda assim é assunto relevante, que muitos desprezam e por isso são tão infelizes. Para se gostar, antes é preciso se conhecer e se aceitar, e o problema principal ocorre aí, muitos não se conhecem ou se equivocam com relação a si mesmos, e quando se conhecem não se aceitam, não se acham viáveis para uma existência feliz.  
      Muitos se acham menos do que aquilo que são de verdade? Sim, por isso não se gostam, e isso ocorre após uma vida de maus tratos e desrespeito, sendo criados por gente que nunca elogiou mas sempre criticou e amaldiçoou. Esses foram feridos por outros? Sim, mas também por si mesmos, pois de um jeito ou de outro num determinado momento nos afastamos de quem nos faz mal, mas ainda assim podemos continuar acreditando nas mentiras que nos disseram, mentiras que diziam que somos pessoas ruins e que nunca conseguiremos vencer. Esses precisam de fato se conhecerem e acreditarem que têm qualidades e que podem ser vitoriosos e felizes com o que são.
      Outros, contudo, acham que são mais do que são, por quê? Porque foram mimados, e esse erro de criação ocorre muito nas famílias atualmente. Muitos acham mais fácil dizer sim que não, dar bens materiais que princípios morais, dar liberdade, que limitar, e esse erro ocorre apoiado por pedagogias e psicologias modernas. Isso não acontece só em famílias com alto poder aquisitivo, não, existe muito pobre mimado também. Gente com baixo poder aquisitivo, sem estudo de qualidade, e sem caráter, causa um mal maior a si mesma e à sociedade, pois para continuarem tendo o que receberam e sendo o que disseram que eram, podem cair na marginalidade e criminalidade. 
      Enquanto pessoas mimadas de alto (ou suficiente) poder aquisitivo podem se transformar em doentes psiquiátricos e dependentes de remédios controlados, além de dependentes econômicos dos que as criaram erradamente, as de baixo poder podem virar marginais. Contudo, como em tudo na vida, o problema não é o problema, já que ele não é variável mas constante, o problema é o que fazemos com o problema, como administramos algo que é inerente a todo ser humano. Acho que ninguém nunca dirá que foi criado da maneira correta, não se for honesto, se o Adão mítico que teve como pai o criador não confiou em seu progenitor e desobedeceu as melhores regras da vida, o que diríamos de nós. 

      “E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” Marcos 12.29-31

      Quando não nos aceitamos criamos uma “persona” para existirmos, um personagem, uma mentira, pelo menos para nós, baseada em algo que gostaríamos de ser, que achamos melhor para nós ser ao invés daquilo que somos de verdade. O mundo atual é um enorme shopping center vendendo identidades, máscaras para esconder as pessoas de suas verdades? Sim, mas mais que isso, falsos refúgios que são usados pela agenda anti-cristianismo para controlar as pessoas, reconstruirem-nas à imagem da antítese do Deus verdadeiro. Essa é a estratégia da serpente desde o início. 
      Na prática ocorre o seguinte quando não convivemos bem com a verdade sobre nós mesmos, quando não gostamos do que somos: quem não se respeita não respeita os outros e não faz escolhas respeitosas para si mesmo, já que se não se acha bom não se acha merecedor do que é bom e nem dá o que o é bom aos outros. Assim o que começou mal vira uma bola de neve e só vai piorando, e ainda que por algum motivo se faça uma boa escolha não se tem repertório de vida para segura-la e passá-lo à frente. Auto-estima errada nada mais é que preservação de passado não resolvido ou mal resolvido, isso impede qualquer crescimento humano sustentável. 
      A tal agenda anti-cristianismo atual, hipócrita e falsa, ainda que diga que prega tolerância e respeito com diferenças, só conduz as pessoas a conflitos, frustrações e enganos, à medida que leva todos a acreditarem que podem tudo, como diz a falácia disneyana, “believe and your dreams come true”, falácia que está doutrinando as crianças e muitos nem se dão conta do quanto é perigosa. Sob um aspecto esse princípio é até cristão, o evangelho mesmo ensina que se tivermos fé podemos alcançar muitas coisas, mas essa fé cristã é baseada numa experiência real com o Deus verdadeiro, experiência que leva o ser humano a ter um auto-conhecimento único. Quem tem esse auto-conhecimento sabe o que é em Deus, aceita isso com humildade e aprende a buscar com fé aquilo que de fato pode ter e é bom para si. 
      Só se conhece e se ama quem conhece e ama a Deus, querer amar o mundo, as pessoas, lutar por grandes causas, se preocupar e se ocupar com o bem da humanidade, sem ter antes uma experiência de amor com um Deus altíssimo e pessoal, é inútil, no máximo levará o homem a se achar um deus, no máximo o aproximará do desejo maior dos grandes anjos caídos. O humanismo, a ciência, as entidades espirituais, por mais verdades que contenham, sozinhos, sem a experiência de salvação em Cristo, não fornecem o espelho puro e cristalino da verdade espiritual mais alta que permite ao homem não só uma visão integra do que ele é, mas a capacidade em amor de aceitar isso e ser feliz. Auto-estima equilibrada só em Jesus! 

      “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.I Tessalonicenses 5.23

      Como sabermos se temos uma auto-estima equilibrada? Se temos equilíbrio em todas as áreas de nossas vidas, física, emocional e espiritual. Aceitamos nossa aparência física, nosso corpo, nosso tamanho, nossa altura, nosso cabelo, nosso rosto, ainda que façamos o possível para ter uma boa saúde, não achamos que somos feio porque não temos aquelas referências de beleza pregadas pela mídia, pelo cinema, pela internet. Nos satisfazemos com o nosso poder aquisitivo, nos vestimos, comemos, temos a casa e o carro que podemos pagar de forma honesta, com o fruto de nosso trabalho. Aceitamos nossos limites emocionais, nossa timidez, ou nossa voluntariedade, nossa ansiedade, nossa indiferença, mesmo que nos esforcemos para sermos melhores, para reagirmos e agirmos de maneira mais produtiva e amorosa. 
      Todavia, é preciso ter um vida espiritual equilibrada, e isso a religião não fornece por si só, a simples negação dos apetites carnais não confere por si mesma, ter uma fé enorme e sincera em algo ou alguém também não significa que sejamos espiritualmente equilibrados. É preciso, como já dissemos, ter uma experiência pessoal com Deus através de Jesus, um novo nascimento em Cristo, nos tornarmos de fato filhos de Deus, e não só criaturas dele. É preciso olhar Deus de frente, Deus verdadeiro, e isso só é possível através de Jesus, nessa experiência nós também nós olhamos de frente pois em Cristo o Espírito Santo tanto nos revela como pecadores tanto quanto nos entrega o perdão para todos os nossos pecados.
      Perdoados podemos perdoar, e nisso nos conhecemos de fato e gostamos do que somos, sem maquiagem, nisso adquirimos auto-estima equilibrada. Mas isso não acontece assim, num passo de mágica, a vida é sempre um caminho, nunca um ponto de chegada, ser feliz é aprender a ser feliz no processo, e não porque se chegou ao ponto final. O universo se conhece e se ama à medida que nós, seres humanos, nos conhecemos e nos amamos, o universo se ilumina à medida que equilibramos nossa auto-estima. Assim, todo dia, é preciso olhar para Deus e depois para o espelho, se ver, se aceitar, querer melhorar, mas aceitar com humildade o que não pode ser mudado, e muitas coisas não podem e nem precisam ser mudadas.
      Deus em sua multiforme sabedoria fez a cada um diferente, belo em sua singularidade, para que sua multiforme beleza se reflita em cada um de maneira diferente, única, de forma que todos, sem excessão, possam contribuir para que o universo seja melhor e equilibrado. A beleza maior é espiritual, e essa muitas vezes passa a vida escondida dentro de nós, enquanto lutamos contra nós mesmos para revelá-la, para liberta-la. Quando entendemos isso damos menos importância à aparência física, ainda que não a desprezemos. O corpo não pode iluminar o espírito, por mais belo que seja, e arrumado que esteja, mas a beleza de espírito inunda alma e corpo e nos permite gostar de nós mesmos de forma equilibrada.