sábado, janeiro 25, 2020

Auto-estima

      “Autoestima é uma avaliação positiva ou negativa que uma pessoa faz de si mesma em algum grau a partir de emoções, ações, crenças, comportamentos ou qualquer outro tipo de conhecimento de si próprio.Fonte: Google

      A ausência de auto-estima é a raiz de todos o s males? Não de todos, mas de muitos, contudo, auto-estima demasiada também pode prejudicar. Eis um tema tão falado atualmente, quando psicologia virou censo comum, onde auto-ajuda e filosofia são as novas religiões, mas ainda assim é assunto relevante, que muitos desprezam e por isso são tão infelizes. Para se gostar, antes é preciso se conhecer e se aceitar, e o problema principal ocorre aí, muitos não se conhecem ou se equivocam com relação a si mesmos, e quando se conhecem não se aceitam, não se acham viáveis para uma existência feliz.  
      Muitos se acham menos do que aquilo que são de verdade? Sim, por isso não se gostam, e isso ocorre após uma vida de maus tratos e desrespeito, sendo criados por gente que nunca elogiou mas sempre criticou e amaldiçoou. Esses foram feridos por outros? Sim, mas também por si mesmos, pois de um jeito ou de outro num determinado momento nos afastamos de quem nos faz mal, mas ainda assim podemos continuar acreditando nas mentiras que nos disseram, mentiras que diziam que somos pessoas ruins e que nunca conseguiremos vencer. Esses precisam de fato se conhecerem e acreditarem que têm qualidades e que podem ser vitoriosos e felizes com o que são.
      Outros, contudo, acham que são mais do que são, por quê? Porque foram mimados, e esse erro de criação ocorre muito nas famílias atualmente. Muitos acham mais fácil dizer sim que não, dar bens materiais que princípios morais, dar liberdade, que limitar, e esse erro ocorre apoiado por pedagogias e psicologias modernas. Isso não acontece só em famílias com alto poder aquisitivo, não, existe muito pobre mimado também. Gente com baixo poder aquisitivo, sem estudo de qualidade, e sem caráter, causa um mal maior a si mesma e à sociedade, pois para continuarem tendo o que receberam e sendo o que disseram que eram, podem cair na marginalidade e criminalidade. 
      Enquanto pessoas mimadas de alto (ou suficiente) poder aquisitivo podem se transformar em doentes psiquiátricos e dependentes de remédios controlados, além de dependentes econômicos dos que as criaram erradamente, as de baixo poder podem virar marginais. Contudo, como em tudo na vida, o problema não é o problema, já que ele não é variável mas constante, o problema é o que fazemos com o problema, como administramos algo que é inerente a todo ser humano. Acho que ninguém nunca dirá que foi criado da maneira correta, não se for honesto, se o Adão mítico que teve como pai o criador não confiou em seu progenitor e desobedeceu as melhores regras da vida, o que diríamos de nós. 

      “E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.” Marcos 12.29-31

      Quando não nos aceitamos criamos uma “persona” para existirmos, um personagem, uma mentira, pelo menos para nós, baseada em algo que gostaríamos de ser, que achamos melhor para nós ser ao invés daquilo que somos de verdade. O mundo atual é um enorme shopping center vendendo identidades, máscaras para esconder as pessoas de suas verdades? Sim, mas mais que isso, falsos refúgios que são usados pela agenda anti-cristianismo para controlar as pessoas, reconstruirem-nas à imagem da antítese do Deus verdadeiro. Essa é a estratégia da serpente desde o início. 
      Na prática ocorre o seguinte quando não convivemos bem com a verdade sobre nós mesmos, quando não gostamos do que somos: quem não se respeita não respeita os outros e não faz escolhas respeitosas para si mesmo, já que se não se acha bom não se acha merecedor do que é bom e nem dá o que o é bom aos outros. Assim o que começou mal vira uma bola de neve e só vai piorando, e ainda que por algum motivo se faça uma boa escolha não se tem repertório de vida para segura-la e passá-lo à frente. Auto-estima errada nada mais é que preservação de passado não resolvido ou mal resolvido, isso impede qualquer crescimento humano sustentável. 
      A tal agenda anti-cristianismo atual, hipócrita e falsa, ainda que diga que prega tolerância e respeito com diferenças, só conduz as pessoas a conflitos, frustrações e enganos, à medida que leva todos a acreditarem que podem tudo, como diz a falácia disneyana, “believe and your dreams come true”, falácia que está doutrinando as crianças e muitos nem se dão conta do quanto é perigosa. Sob um aspecto esse princípio é até cristão, o evangelho mesmo ensina que se tivermos fé podemos alcançar muitas coisas, mas essa fé cristã é baseada numa experiência real com o Deus verdadeiro, experiência que leva o ser humano a ter um auto-conhecimento único. Quem tem esse auto-conhecimento sabe o que é em Deus, aceita isso com humildade e aprende a buscar com fé aquilo que de fato pode ter e é bom para si. 
      Só se conhece e se ama quem conhece e ama a Deus, querer amar o mundo, as pessoas, lutar por grandes causas, se preocupar e se ocupar com o bem da humanidade, sem ter antes uma experiência de amor com um Deus altíssimo e pessoal, é inútil, no máximo levará o homem a se achar um deus, no máximo o aproximará do desejo maior dos grandes anjos caídos. O humanismo, a ciência, as entidades espirituais, por mais verdades que contenham, sozinhos, sem a experiência de salvação em Cristo, não fornecem o espelho puro e cristalino da verdade espiritual mais alta que permite ao homem não só uma visão integra do que ele é, mas a capacidade em amor de aceitar isso e ser feliz. Auto-estima equilibrada só em Jesus! 

      “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.I Tessalonicenses 5.23

      Como sabermos se temos uma auto-estima equilibrada? Se temos equilíbrio em todas as áreas de nossas vidas, física, emocional e espiritual. Aceitamos nossa aparência física, nosso corpo, nosso tamanho, nossa altura, nosso cabelo, nosso rosto, ainda que façamos o possível para ter uma boa saúde, não achamos que somos feio porque não temos aquelas referências de beleza pregadas pela mídia, pelo cinema, pela internet. Nos satisfazemos com o nosso poder aquisitivo, nos vestimos, comemos, temos a casa e o carro que podemos pagar de forma honesta, com o fruto de nosso trabalho. Aceitamos nossos limites emocionais, nossa timidez, ou nossa voluntariedade, nossa ansiedade, nossa indiferença, mesmo que nos esforcemos para sermos melhores, para reagirmos e agirmos de maneira mais produtiva e amorosa. 
      Todavia, é preciso ter um vida espiritual equilibrada, e isso a religião não fornece por si só, a simples negação dos apetites carnais não confere por si mesma, ter uma fé enorme e sincera em algo ou alguém também não significa que sejamos espiritualmente equilibrados. É preciso, como já dissemos, ter uma experiência pessoal com Deus através de Jesus, um novo nascimento em Cristo, nos tornarmos de fato filhos de Deus, e não só criaturas dele. É preciso olhar Deus de frente, Deus verdadeiro, e isso só é possível através de Jesus, nessa experiência nós também nós olhamos de frente pois em Cristo o Espírito Santo tanto nos revela como pecadores tanto quanto nos entrega o perdão para todos os nossos pecados.
      Perdoados podemos perdoar, e nisso nos conhecemos de fato e gostamos do que somos, sem maquiagem, nisso adquirimos auto-estima equilibrada. Mas isso não acontece assim, num passo de mágica, a vida é sempre um caminho, nunca um ponto de chegada, ser feliz é aprender a ser feliz no processo, e não porque se chegou ao ponto final. O universo se conhece e se ama à medida que nós, seres humanos, nos conhecemos e nos amamos, o universo se ilumina à medida que equilibramos nossa auto-estima. Assim, todo dia, é preciso olhar para Deus e depois para o espelho, se ver, se aceitar, querer melhorar, mas aceitar com humildade o que não pode ser mudado, e muitas coisas não podem e nem precisam ser mudadas.
      Deus em sua multiforme sabedoria fez a cada um diferente, belo em sua singularidade, para que sua multiforme beleza se reflita em cada um de maneira diferente, única, de forma que todos, sem excessão, possam contribuir para que o universo seja melhor e equilibrado. A beleza maior é espiritual, e essa muitas vezes passa a vida escondida dentro de nós, enquanto lutamos contra nós mesmos para revelá-la, para liberta-la. Quando entendemos isso damos menos importância à aparência física, ainda que não a desprezemos. O corpo não pode iluminar o espírito, por mais belo que seja, e arrumado que esteja, mas a beleza de espírito inunda alma e corpo e nos permite gostar de nós mesmos de forma equilibrada. 

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