14/11/20

45. Ouça o Espírito

Espiritualidade Cristã (parte 45/64)

      “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” Apocalipse 3.22

      Por sete vezes a frase do versículo acima é citada no livro de Apocalipse, o que existe de tão importante nela? Ela se refere à primeira parte de Apocalipse onde João entrega cartas a sete igrejas, o que são ou representam essas igrejas ninguém sabe ao certo, mas existem várias interpretações. Podem ser igrejas mesmo, locais da época em que João escreveu o livro, podem ser eras na história da igreja cristã universal, do início do evangelho até o final dos tempos, podem ser grupos específicos de cristãos no final dos tempos, assim representando a situação do cristianismo nos últimos tempos. Enfim, as cartas nos falam como seres humanos, sobre condições, situações e escolhas que cada um de nós fez e faz na vida, e o que Deus pensa disso e com nos orienta para que nos preparemos para a morte e para o juízo final. 
      O objetivo desta reflexão não é ser um estudo sobre Apocalipse, mas entender a relevância da frase “ouça o que o Espírito diz”. Quando João fala “quem tem ouvidos“ obviamente não está se referindo a ouvidos físicos, esses todos têm, também não se refere a isso porque senão os fisicamente surdos estariam sendo deixados de fora para ouvirem um ensinamento de Deus, o Senhor não comete essa injustiça. Assim, os tais ouvidos, são ouvidos espirituais e esses não são todos que têm, porque não são todos que querem ter, ou que mesmo tendo usam. A exortação de João é para que tenhamos e mantenhamos viva e atenta nossa sensibilidade espiritual, nossa verdadeira espiritualidade, nosso cuidado em buscar, ouvir e obedecer à voz de Deus. Caso contrário poderemos não perceber algo sério e decisivo que está acontecendo, e nos separarmos da melhor vontade de Deus para as nossas vidas.
      Interessante que João poderia ter usado outra referência na frase para denominar o divino, ele poderia ter registrado “ouça o que Jesus diz”, ou “ouça o que Deus diz”, mas ele usou Espírito, Espírito Santo, penso que isso mostra não um Deus criador distante ou um Cristo salvador que partiu do mundo, João conviveu com Deus homem em Jesus em tempo real. João nos chama a atenção para o Espírito Santo, o representante oficial de Deus na Terra, aquele que foi enviado por Jesus, com a mesma autoridade e poder dele, para permanecer com a humanidade até o fim. É esse Espírito que nos exorta, e não só nos registros de Apocalipse, mas hoje, em nossos corações, assim como chamando todos os homens à salvação. É o Santo Espírito que torna viva, próxima e acessível a presença do Deus Altíssimo, ele é a espiritualidade melhor de Deus, ele é o evangelho, sua origem e seu fim, ele é a religião de Deus que salva o homem.   
      Quantos, contudo, têm negligenciado a voz do Espírito, quantos têm “profetizado” de seus corações e não dele, quantos têm interpretado sua voz sem cuidado, sem sabedoria, sem temor a Deus, e têm levado palavras enganosas ao povo de Deus. Mas também, quantos têm amordaçado a boca dos verdadeiros profetas, aqueles que têm ouvido a voz de Deus e têm algo a entregar ao povo de Deus, mas não entregam porque líderes vaidosos e manipuladores não permitem. Enquanto isso os falsos profetas têm liberdade e são bem pagos para dizerem coisas que interessam a muitos líderes e que são agradáveis a muitos cristãos que não querem a verdade, que não querem mudar de vida, não a interior, a espiritual, só querem prosperidade material que mude seus exteriores. Quem tem ouvidos ouça? Mas muitos não possuem ouvidos, se fazem de surdos, e isso no meio do chamado povo de Deus, nas igrejas cristãs, não no mundo.

      “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O que vencer não receberá o dano da segunda morte.
      “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no meio do paraíso de Deus.” 
      “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.
Apocalipse 2.7, 11 e 17

      Os versículos iniciais fazem três promessas “aos que vencerem”, e essa vitória está essencialmente ligada a ouvir a voz do Espírito, não de religiões, não de homens, mas a verdadeira voz de Deus, vamos refletir sobre essas promessas. A primeira promessa é não receber o dano da segunda morteA primeira morte é a morte do corpo, que os arrebatados não provarão, eles serão livrados das duas mortes. O arrebatamento é a tomada por Deus de pessoas vivas no mundo que estiverem numa situação espiritual diferenciada, antes que o mundo comece a passar por sua pior fase, um tempo de problemas globais em várias áreas, área climática, cósmica, política, da saúde e também áreas moral e religiosa. Assim, ocorrerão terremotos, quedas de objetos espaciais, como guerras, doenças e desvirtuação de valores morais. Mas mesmo mortos em Cristo serão ressuscitados e não provarão a segunda morte.
      A segunda morte é a condenação ao inferno, onde, pela visão teológica do cristianismo protestante tradicional, será uma condição de danação eterna. Ouvir a voz do Espírito, e na área espiritual acima que a voz da ciência e de outros materialismos incrédulos, livra do inferno e de uma situação de sofrimento sem fim do espírito, a essência eterna do homem. A segunda promessa está ligada à primeira, comer da árvore da vidaque terão direito os que não tiverem a segunda morte e estiverem no lugar (ou posição) céu, o paraíso, o melhor da eternidade com Deus. Seria a mesma árvore citada no livro de Gênesis (2.9 e 3.22 e 24)? Penso que sim, mas sendo isso a Bíblia dá outra dica para entendermos que Gênesis não descreve fatos que devem ser entendidos ao pé da letra, mas que são ou metáforas ou só esboços de eventos e lugares bem mais complexos para os quais o ser humano, no geral, não está pronto para entender. 
      Como a árvore plantada em algum lugar do oriente médio estará no paraíso celestial e alimentará os salvos? Não penso que os frutos dessa árvore serão alguma espécie de alimento, os salvos e transformados no céu não necessitarão de alimento, mas eles terão o privilégio de provar um fruto que foi proibido ao homem depois que ele pecou. Lembremos que esse fruto, pelo que lemos na Bíblia, só foi proibido depois que o homem pecou, antes só o fruto da outra árvore, a do conhecimento do bem e do mal, era proibido. Pelo que entendemos o fruto da árvore da vida poderia dar vida eterna ao homem encarnado, ainda vivendo no plano físico. Mas seja por alguma espécie de necessidade de manutenção de vida eterna ou prêmio aos salvos, esse será outro direito exclusivo para os que ouvem a voz do Espírito. Que sabor terá esse fruto?
      Comer do maná escondido é outro direito dos salvos, uma terceira promessa ao que ouvem a voz do Espírito, o que é isso a Bíblia não dá qualquer informação, só a relação óbvia que podemos fazer com o maná que os Israelitas comeram no deserto quando iam à Canaã. Aquele maná era efeito de um evento milagroso de Deus para alimentar o povo numa situação especial e num lugar limitado. O paraíso será um lugar diferenciado, os salvos existirão numa condição especial, assim podemos entender que poderemos provar coisas singulares, que nunca ninguém provou e nem tem a mínima ideia do que sejam. A verdade é essa, não podemos ter ideia do que será prazer na eternidade, já que prazer no mundo material sempre acaba, enjoa, entedia, por causa da condição da carne caída no pecado, ainda que nosso espírito esteja salvo e ungido com o Santo Espírito. 

      “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe.” Apocalipse 2.17

      Há uma outra promessa feita aos que ouvem a voz do Espírito em Apocalipse 2.17,  o recebimento de uma pedra branca com um novo e secreto nome, nome que só o que recebe sabe qual é. É importante que entendamos que lugar, objetos e mesmo nomes, que no plano físico se referem a coisas físicas, dentro de dimensões físicas, são apenas simbologias para outras referências no plano espiritual. De maneira geral podemos entender essas lugares como posições espirituais, saindo da dimensão horizontal e indo para a vertical, nome não é uma denominação simplesmente para chamar alguém, mas uma graduação que coloca a pessoa numa altura espiritual. Mas o interessante é o texto dizer que ninguém sabe o nome a não ser quem recebe, isso denota uma condição de ausência de vaidades, de se postar sobre os outros para receber glória deles, mas é uma satisfação que se contenta por saber e saber que Deus sabe, mais nada. 
      Isso nos fala profundamente sobre a verdadeira espiritualidade, aquela que levaremos na eternidade e que começamos a construir aqui pela fé em Jesus, dando liberdade ao Espírito Santo e conhecendo e obedecendo ao Deus Altíssimo. Contudo, nossa existência no melhor do plano espiritual de Deus é mais que termos liberdade de movimentação além de para frente, para trás, para à esquerda e para à direita, nós seremos livres, e não só para ir para cima e para baixo, mas poderemos flutuar, voar, libertos dos limites dos membros de nossos corpos físicos. Poderemos nos mover em todas as dimensões e na velocidade do pensamento, simplesmente poderemos aparecer nos “lugares”, como Jesus mostrou que podia fazer depois de ressuscitado, mas ainda neste mundo. Contudo, mesmo o exemplo de Jesus depois de ressuscitado e antes de subir ao céu, não mostra tudo o que poderemos fazer no plano espiritual.
      Jesus, ainda que estivesse com o corpo transformado, estava aqui, no plano físico, assim aqueles que testemunharam seus movimentos e os registraram na Bíblia reconheciam as coisas ainda com a ótica de corpos físicos no plano físico. No mundo espiritual não existem “lugares” como entendemos aqui, embora João tenha interpretado revelações espirituais com as referências sensitivas físicas que ele tinha, mas é muito mais que comprimento, largura e altura, que espaço, e isso sem tempo, já que espírito na melhor eternidade de Deus não envelhece nem sofre. Não será assim no “inferno”, uma eternidade também feita e mantida por Deus, mas um “lugar” (ou posição, e bem inferior”) de sofrimento, e tempo é inerente a sentir o passar do tempo. Sofre-se porque não se vê o fim do sofrer, ainda que se sinta que o tempo passe, para quem sofre um minuto parece mil anos e mil anos são apenas um minuto de um tempo sem fim. 
      Se alguém quer adquirir espiritualidade saiba que a espiritualidade mais alta só é acessada por Jesus que nos dá direito ao selo do Espírito Santo. Cuidado, muitas religiões são profundamente espirituais, mais até que muitas denominações cristãs, contudo, não ouvem a voz do Espírito Santo, só a de outros seres espirituais. Não basta ser espiritual, no sentido de crer no mundo espiritual e se comunicar com ele, é preciso se render ao nome de Jesus, se assumir como pecador e ser selado com o Santo Espírito. Mas cuidado, também aos cristãos, não basta uma relação intelectual com Deus, como tantas vezes temos dito aqui no “Como o ar que respiro” e em especial no estudo “Espiritualidade Cristã”, do qual esta reflexão faz parte. Precisamos ter momentos de oração mais dedicados, quem tiver ouvidos, ouvirá do Santo Espírito coisas inefáveis, que guardará só para si de tão preciosas que são.

Espiritualidade Cristã
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

13/11/20

44. Atraídos pelo Espírito Santo

Espiritualidade Cristã (parte 44/64)

      Por que muitos cristãos se tornam hipócritas, falam uma coisa e vivem outra? Porque limitam a atuação do Espírito Santo em suas vidas, dessa forma deixam de dar liberdade para Deus, o único que pode dar-lhes uma vida de vitória de acordo com a vontade de Deus. Estudam e estudam a Bíblia, decoram textos, sabem de memória tudo o que Deus quer deles para que iniciem uma jornada com Jesus, mas barram a atuação do Espírito Santo o que impede que o conhecimento intelectual seja posto em prática e vire vida. O resultado é uma vida frustrada, que por orgulho não se assume como tal e que passa a ser falsa. Saber a Bíblia pode ser só informação mental, só o Espírito Santo dá conhecimento espiritual. Conhecimento espiritual é vida!  
      Objetivos maiores para a vida cristã não são metas criadas por esse que escreve este estudo, nem fantasia de românticos que não têm nada pra fazer, também não são utopia de teóricos ou invenções de desviados que descontentes com o cristianismo tradicional querem novidades que deem sentido às suas existências rebeldes. Objetivos mais altos da genuína espiritualidade cristã são aquilo para o qual o próprio Espírito Santo do Deus Altíssimo nos atrai, nos chama, é a nossa vocação, e não só como cristãos, mas como seres humanos. Existimos para voltarmos a Deus e só o Espírito Santo por Cristo pode realizar isso de maneira reta e certa. Você veio a este mundo para voltar a Deus no outro mundo, essa é tua prioridade! 
      Temos que conhecer a Bíblia? Sim, profundamente, é um texto maravilhoso e quanto mais o lemos mais nos descobrimos e nos resolvemos nas histórias, nos personagens, na nação de Israel e nas atitudes dos apóstolos de Cristo, metáforas eternas para nossos curriculum vitae, nossos erros e nossos acertos. A Bíblia, por ter sido inspirada pelo Espírito de Deus, é renovável, sempre tem algo novo para nos mostrar, ainda que a tenhamos lido várias vezes, muitas vezes na simplicidade de pequenos versículos um mistério espiritual profundo nos é revelado, que nos ajuda a achar solução para nossos problemas e que nos consola prontamente. Leia Bíblia, dos textos sagrados, o mais excelente sempre!
      Mas temos também que comungar com o Espírito Santo. Em primeiro lugar sensíveis à sua voz quando nos mostra um pecado a ser assumido, perdoado e deixado, pelo nome de Jesus. Pecado não se acumula, não se dá apelidos, não se arranja desculpas para eles, mas os encaramos como algo que nos separa de Deus e nos macula, como algo ruim, que deve ser lançado fora o quanto antes. Em segundo lugar buscando os dons espirituais, eles são para todos os cristãos e em todos os tempos. Quem os nega, nega remédio não só para o espírito, mas para a mente e para o corpo, quem os nega pode se colocar numa batalha desarmado, assim é derrotado antes mesmo de começar a lutar. Arme-se com os dons espirituais! 
      Entretanto, experiência cristã espiritual é mais que dons do Espírito, é conhecimento espiritual, que fundamenta-se na Bíblia, mas que pode ir além. O catolicismo construiu uma seita eficiente, que instalou na alma humana enganos que não são o cristianismo de fato, e que o protestantismo reformou, mas não transformou. Um deles é o conceito de dogma, algo que é de um jeito e não pode ser questionado, sim, como cristãos verdadeiros temos verdades inquestionáveis, Jesus como único e suficiente salvador é a principal, o único caminho que leva a Deus. Contudo, o engano instalado nas mentes de muitos cristãos, católicos, protestantes e outros, é que a Bíblia é um livro de regras atemporais. Livre-se de dogmas! 
      Sabemos que a Igreja Católica foi além de dogmatizar a Bíblia, muitos outros textos que dogmatizam sua religião foram adicionados à sua doutrina, e isso só fez aumentar ainda mais o engano, mas com mais algemas ou menos a verdade é que nos acostumamos a um cristianismo amarrado que procura nos impedir de ter acesso ao mestre Espírito Santo. É fácil entender porque o grande Vaticano e os pequenos, as várias denominações protestantes e evangélicas, têm interesse nisso, eles querem controlar as pessoas para realizarem seus objetivos de poder no mundo, assim não é conveniente para eles que as pessoas obedeçam a algo livre e invisível, como é o vento do Espírito Santo. Jesus é o pastor das ovelhas, nenhum outro! 

      Mahatma Gandhi disse, “na verdade há tantas religiões como indivíduos”, é claro que sob o ponto de vista hinduísta dele isso ganha uma ampliação extrema, que mesmo os que não têm foco no Deus Altíssimo se encaixam. Mas o genuíno cristianismo é o único que pode praticar essa afirmação, sem que os homens se percam de Deus e ainda assim tenham direito às suas individualidades, o catolicismo prega justamente o oposto dessa afirmação. Em quase dois mil anos de cristianismo no mundo o ser humano provou um evangelho muito aquém da proposta original de Jesus, mas o tempo urge, uma grande mudança está para ocorrer, pelo menos para os que se permitirem enxergar a verdade. Ligue seu rádio espiritual!
      Muitos conceitos cristãos precisam ser revistos, igreja, pastor, ovelha, não para que os homens sejam rebeldes e libertinos, mas para que o Espírito Santo tenha liberdade de ação. Essa enorme divisão de igrejas evangélicas que temos visto nas últimas décadas, que a princípio nos pareceu só efeito de conflito de vaidades e ganâncias, pode ser algo positivo, no sentido de individualizar mais a fé. Contudo, a solução não é dividir igrejas, templos, denominações, mas libertar o ser humano, levantado-o a se conhecer no Espírito Santo e a respeitar a mesma experiência libertária nos outros. Na verdade se houvesse maturidade poderia existir uma única igreja que funcionaria muito bem. No céu será assim, todos um no pai! 
      “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai. O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.“ (Romanos 8.13-16), que texto esplêndido, no final das contas os filhos de Deus sempre serão atraídos pelo Espírito Santo, portanto não julgue mal ninguém. O final de cada história revelará a verdade sobre cada um, mesmo que batamos as cabeças no processo. A ovelha sempre segue seu pastor! 
      Outros, contudo, ainda que aparentemente pareçam ter acertado, se não foram atraídos pelos Espírito Santo não mostrarão no final frutos adequados a isso. O Espírito Santo nos atrai com amor e puxa de dentro de nosso âmago a palavra pai, um desejo profundo e sincero de querermos estar perto de Deus, de conhecê-lo e de adora-lo. Ah, meus queridos, que percamos tudo na vida, menos esse privilégio, de sermos atraídos por Deus e de dizermos a palavra pai. Ela revela muito mais que uma oração, que respeito por Deus, mas uma intimidade espiritual, de filho com o pai, não existe nada melhor no universo que essa comunhão, em amor, por amor, nela se revelam todos os mistérios da espiritualidade cristã. Deus é pai de amor! 
      Existem muitas coisas que sei e que gostaria muito de dizer neste estudo sobre espiritualidade cristã, mas não posso. Por que? Por vários motivos. Em primeiro lugar porque Deus não me autoriza dizer, e os outros motivos vêm do fato de eu entender o porquê Deus não dar essa autorização. Cada um de nós deve trilhar seu caminho sozinho, e não me refiro ao caminho inicial de salvação, esse deve ser pregado a todos, em todo o tempo, mas me refiro ao conhecimento de coisas espirituais mais profundas. Por que deve trilhar sozinho? Porque só Deus sabe o que cada um pode saber, e o que cada um pode saber nunca fará mal ou escandalizará, isso será suficiente para que cada um ache a melhor felicidade. A felicidade é simples! 
      Paulo se refere a um conhecimento que ele guardava só para ele em II Coríntios 12.1-5, “conheço um homem em Cristo que há catorze anos... foi arrebatado ao terceiro céu... arrebatado ao paraíso, e ouviu palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar”, como introdução ao ensino sobre o espinho na carne, uma das passagens mais ricas da Bíblia, onde muitos conceitos espirituais são esclarecidos para os que tiverem olhos espirituais para ver. Algumas palavras são inefáveis, isso é, não devem ser ditas, pelo menos não para qualquer um e de qualquer jeito, assim que cada um descubra sozinho seu repertório de palavras não pronunciáveis, mas creia, Deus tem muito mais pra você. Deus quer te revelar mistérios espirituais! 

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

12/11/20

43. Rádio espiritual

Espiritualidade Cristã (parte 43/64)

      É isso que somos, ou podemos ser, aparelhos de rádio que recebem ondas, só que espirituais. Ligar ou não o aparelho, e sintonizá-lo numa estação que esteja transmitindo um programa bom ou ruim, só depende de nós. Todos os seres espirituais transmitem suas intenções no universo, de Deus, o espírito mais elevado, que tem um alcance maior que qualquer outro, até os demônios mais baixos, passando pelos seres espirituais de luz, anjos e outros, e os seres espirituais rebeldes, diabos e outros príncipes das trevas. O salvo por Cristo tem a instrumentalização do Espírito Santo para saber onde e como sintonizar seu aparelho, infelizmente a maioria dos cristãos ouve só a programação básica para iniciantes. 
      A primeira coisa a entender sobre comunicação com o mundo espiritual é que ela é algo protegido, guardado, digamos assim, para que não seja usada por qualquer um e de qualquer jeito, assim, é mais normal que as pessoas não se interessem por ela. A única estação que está sempre ligada e para todos é a que sintoniza no Deus altíssimo, e essa, a princípio, é para todos os homens e sintoniza um programa: Deus te ama e quer te salvar. Todos podem ouvir a vós de Deus, mas ainda assim é uma comunicação espiritual, que tem referências espirituais. Qual a chave para toda experiência espiritual? Fé, assim essa é a primeira coisa que precisamos entender, algo tão importante, mas que muitos cristão não entendem nem o básico. 
      Fé envolve três experiências, força emocional que nos dá uma convicção, imaginação mental que nos permite visualizar o que queremos, e aprovação de Deus que recebe do nosso espírito nossas intenções de alma e “realiza” o que cremos. Está pressuposto que fé sempre é usada para se ter algo que não se sabe materialmente se existe ou não, como os seres espirituais, além do uso mais comum pelos homens que é receber, ainda que algo físico, mas que pelos meios materiais não parece possível. Para a comunicação espiritual “fé dom de Deus“, conforme Efésios 2.8, que vão além de convicção e imaginação humanas, é mais que a chave mestra, é a porta, a sala, e novamente a porta e a sala, infinitamente.
      A fé genuína dom de Deus não é a força humana que se dá em troca de uma resposta divina, é o conhecimento humano de algo que Deus quer dar ou fazer, dessa forma o homem ora só para tomar posse, nessa fé verdadeiramente divina, cabe ao homem conhecer, mas a Deus executar a obra. Obviamente essa fé está essencialmente ligada ao duplo princípio de João 15.7, onde as duas coisas precisam acontecer simultaneamente, pedir conforme a vontade de Deus assim como viver de acordo com essa vontade. Uma coisa, contudo, é começar a caminhada cristã pela fé, receber a salvação e mesmo os dons espirituais, outra coisa é aprender os mistérios espirituais com o Espírito Santo, a fé precisa ser aperfeiçoada para isso. 
      Equilíbrio entre corpo, alma e espírito, eis um princípio que não pode ser esquecido na busca de espiritualidade, se uma dessas áreas receber mais peso que as outras, o ser pode ser prejudicado. Se forem o corpo ou o alma, poderão ficar enfermos, jejum demais pode enfraquecer o corpo, diminuir o sistema de imunidade, mas oração demais pode prejudicar a mente, levar mesmo à depressão e outros transtornos, porque coloca o homem numa condição mental de foco e isolamento que não é para ele estar o tempo todo. Assim, manter o aparelho de recepção de rádio espiritual bem ajustado e funcionando implica em manter também o corpo e a alma sadios, ter o “templo do Espírito” limpo, arejado e aberto, não fechado. 
      Isso não se faz só clamando e adorando a Deus, de joelhos num quarto fechado, ou mesmo nos templos junto de outros crentes, com o coração no céu, mas caminhando pela Terra, com os pés no chão, olhando o Sol, a Lua, usufruindo da natureza, tendo conversas positivas e descontraídas com amigos. É importante que isso seja dito e entendido, porque não somos espíritos soltos querendo voltar a Deus, temos corpos e almas, e esses não são limitadores, mas mecanismos de equilíbrio, Deus nos fez assim para este tempo no mundo, precisamos aceitar isso com humildade. Muitos querendo atingir nível superior de espiritualidade podem se frustrar e afastarem-se do evangelho, mas também podem enlouquecer. 
      A maioria dos cristãos não se atém a isso, mas muitos ficariam assustados em saber como existem pessoas mentalmente desequilibradas nas igrejas, principalmente no meio daquelas que parecem mais consagradas e santas. Infelizmente muitos líderes mal intencionados usam essas pessoas para fazerem trabalhos sem fins lucrativos para que eles recebam fins bem lucros. Sem sanidade mental é impossível ter de fato uma experiência espiritual cristã, com o Deus Altíssimo e através do Espírito Santo, e o diabo e seus lacaios podem se aproveitar disso de muitas maneiras. Para alguns, ainda que sejam sinceros e crentes, se forem mentalmente frágeis, é melhor que nem se aprofundem em coisas espirituais.
      Deus é perfeito, sabe o que tem para cada um de nós, não é igual para todos, a nós compete conhecer e obedecer, cientes de que se é a vontade de Deus é boa para nós. Não busquemos espiritualidade pelos motivos errados, quem busca sempre acha, mas se busca na rebeldia não acha em Deus, mas nos espíritos rebeldes. O plano espiritual é fechado para os olhos carnais, e mesmo cristãos convertidos se não olharem com os olhos espirituais nada verão, mas creiam, Deus tem muito a nos ensinar, a nos mostrar, os que forem chamados a crer verão. Todavia, iniciamos um tempo quando algumas coisas não serão só para alguns, o homem já está pronto para aquilo que o Espírito Santo sempre manteve guardado para revelar. 
      O importante é termos ciência que Deus “não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação“ (II Timóteo 1.7), e eis outro texto que só a Bíblia tem, curto e revelador. Os ensinos mais corretos sempre nos conduzem a uma perfeita harmonia, força, cuidado afetivo e equilíbrio, uma coisa limitando a outra para que o ser experimente sua melhor posição espiritual, respeitando os outros, a si e a Deus. Há de se ter coragem, força, trabalho, empenho, mas com amor, com carinho, não passando por cima de ninguém por causa disso, nosso direito acaba quando começa o do outro. Que tudo seja feito de maneira moderada, já que mesmo busca por espiritualidade, sem moderação não é boa, com fé, sim, mas por amor. 
      Não tenhamos medo, o Espírito Santo nunca é espírito de medo, é sim de temor a Deus, mas não de medo, seja de quem quer que seja, homem ou espírito. Por outro lado temos que nos basear na fé antes de em nossos sentimentos, mas quem crê pelo Espírito sente a presença de Deus, é esse sentimento pós fé que nos dá vitória sobre sentimentos ruins. Não basta só crer, temos que crer e experimentar aprovação do Senhor, quem tenta vencer dores só com fé mental, ignorando o sentimento “pós fé dom de Deus”, poderá adoecer mentalmente, não ter o problema resolvido, e só exigir de si algo que só Deus pode fazer. Essa experiência, contudo, exige tempo, é preciso paciência para achar a estação espiritual certa.
      Creia, ore e não saia da presença de Deus enquanto não se sentir curado, não, isso não é um trabalho de horas ou dias, leva minutos, minutos que quando estamos torturados por uma luta podem parecer anos, mas creia, ninguém que se aproxima de Deus com todo o coração sai de sua presença sem uma resposta, “e buscar-me-eis e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração“ (Jeremias 29.13). E não nos preocupemos com quais coisas devemos dizer, o Espírito Santo nos diz, nos ajuda a orar, “e da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis“ (Romanos 8.26).
      Relacionamento com Deus, como toda amizade, é algo que se aprende com o tempo, intimidade se constrói, não se acha pronta e se usa de maneira imediata, precisamos gastar tempo falando com Deus, examinando nosso coração, discernindo a voz mansa do Senhor que fala ao nosso espírito, ajustando nosso rádio espiritual. Isso só o tempo ensina, à medida que provamos, não para Deus, mas para nós mesmos, que convencemos, não Deus, mas nós mesmos, que de fato queremos mais de Deus. Quando esse processo é caminhado, crescemos, começamos a entender como funcionam as coisas espirituais, como Deus nos fala, e é só a partir daí que podemos aprender mais com o Espírito Santo sobre os mistérios espirituais. 

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
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José Osório de Souza, 30/09/2020.

11/11/20

42. Espiritualidade e a mídia

Espiritualidade Cristã (parte 42/64)

      “E, levantando-se no seu lugar, leram no livro da lei do Senhor seu Deus uma quarta parte do dia; e na outra quarta parte fizeram confissão, e adoraram ao Senhor seu Deus.Neemias 9.3

      “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.II Timóteo 4.13

      A palavra mídia significa meio de informação, na reflexão que segue a usarei referindo-me a um grupo de órgãos, empresas e instituições que compartilham informação, com ênfase em mídia virtual. Procurei na Bíblia citações sobre mídia, achei no antigo testamento o versículo de Neemias e no novo o de II Timóteo, a primeira citação se refere a textos sagrados, à própria Bíblia, a segunda a textos que eram importantes para Paulo no final de sua vida, seriam textos de ficção? Quem sabe, mas poderiam ser textos técnicos, como dicionários, Paulo era um homem cosmopolita em viagem constante por povos diferentes de seu tempo, mas é opinião dos estudiosos que Paulo estaria preso em Roma pela segunda e última vez quando escreveu o texto. Interessante que para um homem pleno, como Paulo, intelectual e espiritualmente, serem esses os bens que ele priorizava no final de sua vida. 
      Compartilhar informação sempre foi algo importante na humanidade, mas por muito tempo foi algo feito só por via oral, isso é, um pai contava para o filho que tornaria a contar para seu filho, era assim que a informação era perpetuada. A partir do momento que os textos sagrados passaram a ser escritos a tradição oral se tornou menos importante, cópia de textos sagrados era algo feito à mão e de suma importância, existia uma classe religiosa específica e dedicada a esse ofício, os escribas. Quando a impressão mecânica foi inventada (em 1440 por Gutenberg) a informação ficou mais fácil de ser multiplicada, criava-se uma matriz de tipos que depois podia produzir muitas cópias, sem tanto trabalho humano e com certeza que as cópias não seriam adulteradas, mas ainda assim, no dia a dia, poucos escreviam e liam. Textos religiosos e acadêmicos eram escritos em latim, o que limitava a distribuição de informação.
      Foi a partir do século XVIII com o advento do romantismo literário e da propagação de feiras de livros em várias cidades da Europa, que a leitura tornou-se um hábito mais popular e com impacto na sociedade. O computador para uso pessoal e doméstico revolucionou a mídia, substituindo papel pela tela dos monitores, mas também entregando informação não diariamente em lojas físicas, mas em sites o tempo tempo e para todos. A televisão já havia iniciado esse processo, principalmente com a CNN norte americana nos anos 1980, com notícia em real time, o celular, contudo, mudou de vez a maneira como a humanidade recebe e passa informação. Informação se tornou mais que texto sagrado, que leitura prazerosa de um romance, que aquisição de conhecimento, mas um vício, e infelizmente vício em informação raza e vã. É sobre essa mídia que pode manipular o homem que pensaremos a seguir. 

      É certo que a mídia, redes de televisão, sites, jornais e revistas, em sua maioria, é tendenciosa sobre o que veicula sobre espiritualidade, seja para promover ou para criticar, não, isso não é teoria de conspiração, é fato, quem tem uma visão mais aberta da realidade, e não extremada, enxerga isso. Nessa reflexão farei algo que faço menos no “Como o ar que respiro”, avaliar o mundo, já que de maneira geral sigo a orientação do Espírito Santo, que notamos nos livros bíblicos, avalio a minha casa, não a casa dos outros, quem lê a Bíblia com mente esclarecida perceberá isso. Os profetas no antigo testamento, salvo algumas exceções como Jonas, eram enviados para exortar Israel, não as outras nações, quando templos idólatras eram destruídos eram aqueles dentro de Israel, não nas outras nações, Deus deu posses a seu povo, mas estabeleceu limites para que as nações que não o temessem tivessem, neste mundo, direitos iguais.
      No novo testamento, apesar de ter uma proposta nova, mais abrangente, de um salvador para toda a humanidade, e não de uma nação como testemunha de Deus na Terra, visando aperfeiçoar Israel não o mundo, vemos isso também em muitas passagens, tanto nos debates teológicos de Jesus com os líderes religiosos judeus como nas cartas, principalmente de Paulo, onde fé em Jesus é defendida como mais importante que obras e sacrifícios. Mas desta vez pensaremos um pouco diferente, não especificamente nas outras religiões, e sempre entenda as avaliações feitas neste espaço sobre as outras religiões como constatações de fatos, pontos de vista técnico das doutrinas, não juízos de valor, nesse aspecto nunca poupo nem o catolicismo e muito menos o protestantismo, ainda que respeitando a sinceridade do bem e a verdade das vidas de todos os seres humanos, católicos, protestantes e de outras religiões. 
      Deus ama a todos, ouve a todos, e salvará bem mais que só evangélicos de templos evangélicos, muitos se surpreenderão na eternidade ao confrontarem seus preconceitos com o amor do Senhor. Jesus se sacrificou por todos, mesmo por aqueles que não o aceitam como salvador, e muito por tantos que mesmo sem decisões oficiais em templos cristãos ainda vivem como filhos de Abraão, com temor a Deus e fazendo obras verdadeiramente de amor. Desta vez refletiremos sobre o comportamento da mídia, que atualmente é muito mais que divulgadora de notícias diárias ou de entretenimento, a mídia tem se colocado como sacerdote, se achando no direito de ditar regras morais, direitos sociais e mesmo orientações espirituais, enquanto eleva a ciência, a conservação do planeta e a saúde física. Essa agenda, em si não está errada, mas é, sim, arma nas mãos do anti-cristianismo que nega o Deus altíssimo.
      Negar o Altíssimo, eis o grande propósito do diabo. Altíssimo é o melhor adjetivo para Deus, por isso o usamos tanto aqui no “Como o ar que respiro”, ele coloca Deus numa posição espiritual exclusiva, acima de todo principado e potestade, uma posição onde existe a luz mais clara. Nessa luz está a mais pura santidade, as mais altas virtudes, os olhos que tudo veem, as mãos que tudo controlam e os pés que em todo lugar estão, nesse lugar espiritual mais elevado só Deus está o tempo todo e sempre, e estando ele está Jesus. Depois que Jesus consumou sua obra de redenção os homens também podem estar nas regiões celestes mais elevadas, enquanto encarnados pela oração através do Espírito Santo, e na eternidade pelo amor de Deus, ainda que nós homens não sejamos e nem poderemos ser Deus, podemos estar comunhão com o Altíssimo por Cristo, com direitos não à adoração ou aos poderes de Deus, mas à proteção dele. 
      O anti-cristianismo quer impedir que o homem olhe para o altíssimo levando esse a olhar para os outros poderes espirituais abaixo, abaixo de Deus estão os seres espirituais do bem e os rebeldes, os do bem estão guardados pela luz que vem do altíssimo, esses não se comunicam com os homens sem autorização de Deus, portanto, não recebem adoração nem podem responder a pedidos diretos do homem. A esses os homens só têm acesso no Altíssimo e por Jesus Cristo, dessa forma o que resta para estabelecer contato, quanto não é Deus, são os anjos caídos e suas legiões, que têm autorização para terem comunhão com o homem por causa do livre arbítrio do homem. Afroespíritas não devem sentirem-se ofendidos quando escolhem certos contatos espirituais que sob o ponto de vista bíblico-cristão são contatos abaixo do Altíssimo, sejam quais forem, boas ou não, suas intenções em contacta-los, não estamos julgando isso. 

      A Cabala judaica, em hebraico, קַבָּלָה (receber/tradição), impossível de ser explicada em poucas palavras, pelos menos para os que não têm ouvidos “espirituais” (os iniciados, conforme as ordens secretas), é um sistema que organiza várias coisas, vários conceitos, vários seres, tanto físicos quanto espirituais, tanto no céu quanto na terra (conforme o hermertismo). Ela é um método para prática, não mera explicação teórica e filosófica, demonstra o fluxo de energia que se inicia em Deus e acaba no homem, passando por potestades espirituais através das dez Sefirá ou do Sefirot (no plural), em hebraico סְפִירוֹת, potências ou agentes pelos quais manifestou sua vontade na produção do universo Ein Sof, em hebraico אין סוף (sem limites, ilimitado ou Infinito), termo cabalístico para a Deidade antes de sua auto-manifestação na criação dos mundos. Cabala e hermetismo são a base do esoterismo, do ocultismo etc.
      A Cabala é a representação mais próxima da árvore do conhecimento do bem e do mal, e ainda que de forma velada ou inconsciente (se é que isso é possível) é o que a mídia mundial propaga, sempre, repito, para desviar os olhos humanos do Deus Altíssimo. Uma frase do ocultismo revela muito sobre isso, “Deus é arquiteto, não pedreiro”, assim, conforme o ocultismo diz, se quisermos comunicação, comunhão ou mesmo poder sobre o universo, devemos procurar os pedreiros que administram os elementos, não o arquiteto. Esse princípio é tão antigo quanto o homem, é ensinado no mito grego de Prometeu, titã que foi incumbido por Zeus junto de seu irmão Epimeteu para criar os animais e o homem. Reza a lenda que depois de ter criado os animais e dado a eles capacidades Epimeteu não tinha mais capacidades para dar ao homem, assim pediu ajuda a Prometeu que roubou o fogo dos deuses e deu ao homem. 
      Fogo é um símbolo, das ciências, a mesma simbologia bíblica do fruto da árvore do conhecimento do bem e mal, a mídia é o Prometeu moderno. A principal crítica que fazemos à mídia é que ela promove os defeitos do cristianismo, principalmente em se tratando do cristianismo não católico, notícias sobre falsos pastores e erros de cristãos são veiculadas rapidamente e com todos os holofotes. Enquanto que em relação a religiões não cristãs, mas incluindo o catolicismo, são divulgadas qualidades mesmo quando elas não são tão evidentes. Sim, o motivo óbvio para isso é que ainda que o cristianismo protestante evangélico não esteja sempre certo, ainda prega o caminho mais reto e certo para o Deus altíssimo, e isso não interessa às potestades as quais estão ligados muitos donos e profissionais importantes da mídia. O diabo odeia o cristianismo, sempre será assim, por isso é impraticável qualquer comunhão entre luz e trevas. 
      Defende-se aquilo em que se acredita, ainda que a mídia não assuma no que acredita, ela defende o estado laico quando lhe é conveniente porque se fosse de fato laica ou não falaria nada de nenhuma religião ou falaria de forma justa de todas. Mas existem, sim, igrejas evangélicas e protestantes assim como pastores e ovelhas, que levam cristianismo a sério, nem vou entrar no mérito se seguem ou não o cristianismo original, mas tem muito evangélico que não compra e nem se vende por dízimo, que pratica caridade, que é tolerante com as outras religiões e que respeita a diversidade sexual defendida atualmente principalmente pela mídia. Contudo, o que aparece na mídia são denominações que nem evangélicos consideram evangélicas, mas seitas, grupos desviados da doutrina principal aprovada pela maioria dos protestantes. A mídia não quer entender o básico, que evangélicos não são uma denominação única como o catolicismo.
      Muitas vezes vemos a exceção equilibrada da religião x sendo promovida como regra, enquanto que a regra do cristianismo é divulgada como exceção, jogo sujo de grande parte da mídia. Mas quando essa mídia encontra um líder político estúpido que é apoiado por muitos evangélicos, então é que ela faz a festa, nem precisa se esforçar para anular o cristianismo com fake news, basta veicular a verdade, isso é muito triste para todos nós cristãos. Enquanto isso ioga e meditação budista são mostradas pela mídia como práticas que devem ser incluídas mesmo no currículo escolar, como terapêuticas, e com apoio da ciência, já que orar a um Deus único através de Cristo em instituições de ensino é ser intolerante e ignorante, e isso, corroborado por cristãos sem sabedoria que de fato são intolerantes. E repito, não estou dizendo que ioga e meditação budista não tenham seus benefícios, têm sim, e aliás, cristãos deveriam saber mais a respeito. 

      Mas talvez a coisa mais séria que a mídia faça seja desconsiderar qualquer informação sobre religiões que fazem mal explícito e que têm práticas de sacrifício humano, principalmente de crianças, explicação para um número tão grande de desaparecimento de menores no Brasil e no mundo, e objetivos por trás de muitas clínicas clandestinas de aborto. O que muitos jornalistas dizem, e eu creio que muitos jornalistas competentes de fato acreditam no que falam e não têm noção que estão sendo manipulados, é que esse tipo de coisa não existe e é, sim, teorias de conspiração de gente ignorante ou com transtornos psiquiátricos, argumento que novamente ganha legitimidade quando cristãos em cargos políticos importantes (como ministro de educação) revelam esse tipo de coisa sem sabedoria alguma. Assim o mal vence mais um round, já que verdade em boca de mentiroso tem credibilidade improvável.
      O único que pode vencer o cristianismo no mundo é o mau cristão, e no mundo atual o mau cristão se perde nas redes sociais e na política. Informação é poder e conhecimento é libertação, a mídia sabe que tem nas mãos uma arma poderosa, os espíritos rebeldes sabem que a mídia é uma arma importante para conquistar a mente do homem, mente rendida conquista o mundo exterior à sua maneira. Enganam-se os pastores que pregam vitória contra perseguição ao cristianismo com fé num Deus que faz milagres exteriores, que ainda acham que cristãos podem ser levados a arenas para serem mortos por leões, atualmente, como jamais ocorreu antes, o diabo quer matar a mente, não o corpo, e a mente se mata com informação falsa, e não me refiro aqui a fake news. A informação mais falsa e mais eficiente baseia-se em verdades, verdades de cristãos vivendo errado e de não cristãos vivendo corretamente. 
      A mídia foca no ser humano (como refletimos em “O diabo é um humanista (III)”), exibe e defende o homem, suas causas, suas paixões, suas dores e suas superações, e principalmente como vítima do “sistema”, que sistema é esse? Tudo que é ou que a mídia interpreta como autoritarismo, como monopolizador de ideologias, por isso o cristianismo é tão perseguido, ele prega um único Deus e um único salvador, que relega todos os outros deuses e salvadores. A mídia nem está interessada em saber se a maioria das pessoas gosta desses monopolizadores, que é direito delas, mas ela busca argumentos para destruir totalmente os monopolizadores. Enganam-se os que acham que atualmente a mídia maior de todo o mundo é de esquerda (e muito menos é de direita), ela está acima desses extremos, o diabo não apresenta mais uma guerra contra Deus, colocando Deus no seu nível e do lado oposto. 
      Os espíritos rebeldes querem anular totalmente a ideia de um Deus altíssimo e se colocarem como únicas potestades nos ares espirituais, estão fazendo isso não em cultos satânicos, mas no Instagram, no Whatsapp, na Netflix, enfim, pela mídia e principalmente no mundo virtual. O mundo virtual definitivamente é o campo de batalha dos últimos tempos, é onde as pessoas, por incrível que pareça, se encontram mais proximamente nos dias atuais, já que mesmo guerra de verdade está sendo travada à distância, feita por drones, veículos controlados remotamente, bombas teleguiadas que são enviadas de muito longe e fazem um ataque com precisão cirúrgica aos alvos. O Armagedom poderá ocorrer enquanto boa parte da humanidade estará assistindo-o pela internet, anestesiada pelos filmes apocalípticos de qualidade que assistiu, assim não sentirá a relevância do que está vendo, achando que é só um game. 
      A mídia virtual busca ter no plano físico o que só Deus tem a partir do plano espiritual, onipresença e onisciência, e quem tem isso acaba tendo também onipotência. Disponibiliza informações em todo lugar e em tempo real, e adquire informações de todos pois todos compartilham suas vidas, então, se sabe de todos e pode dizer isso a todos acaba tendo também poder sobre todos. Se o diabo quer ser Deus a mídia virtual dá-lhe as ferramentas para isso, ferramentas que nunca antes teve, através do homem e para dominar tudo pelo homem, criando algo que substituiu até a principal vocação humana, espiritualidade. Quem quer transcender espiritualmente em direção a Deus quando pode ser deus na Terra, diante dos homens, recebendo likes em suas fotos e vídeos e inscrições em seus canais, num mundo de mentira e à distância? Eis a verdade sobre a mídia, o Prometeu moderno, entregou o fogo, mas roubou a alma.

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

10/11/20

41. Espiritualidade e o planeta

Espiritualidade Cristã (parte 41/64)

      “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.II Pedro 3.10-13

      “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.II Tessalonicenses 2.1-4

      Quando pensamos em espiritualidade, seja como cristãos ou mesmo em outras religiões, a maioria de nós pensa em valores para existir no plano espiritual, na melhor eternidade com Deus, no céu, contudo, esse mundo continuará a existir, e muitos que amamos, nossos descendentes, filhos, netos, bisnetos, continuarão aqui. Como espirituais, sintonizados com o Deus Altíssimo, o que temos que desejar para este plano, ou melhor, o que devemos fazer por este mundo? Nada? Só aguardar o juízo onde tudo será destruído pelo fogo, quando novos céus e nova Terra existirão? Até que ponto espiritualidade deve se refletir também num mundo no plano físico com melhor qualidade? Esse assunto é bem relevante nos dias atuais e com certeza um ponto a ser levantado nesse estudo, que pode expandir nosso conceito de espiritualidade.
      Em primeiro lugar é importante que entendamos que certas preocupações com o mundo, como conservação da natureza, das florestas, dos recursos hidráulicos e da atmosfera, equilíbrio ecológico, numa sociedade sustentável capaz de se desenvolver suprindo as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações, sem esgotar os recursos do planeta, todos esses pontos que a mídia e outras organizações tanto têm levantado atualmente, bandeiras que têm se transformado quase que em religião, não eram importantes há um tempo atrás, mesmo no início do século XX. Assim, não culpem os cristãos por não se preocuparem com isso, ainda que eles possam ser culpados por ainda olharem o mundo sob uma ótica ultrapassada, em várias áreas. 
      Como parte da estratégia humanista do diabo está o levantamento dessa bandeira, que junta duas coisas importantes para ele, uma prioridade óbvia para o planeta que agrada a tantos mais preocupados com esse mundo que com o outro, e o antagonismo a prioridades ditas espirituais por muitos cristãos, ainda que não por todos (não estou generalizando). Isso coloca o cristianismo como vilão e dá aos que já não simpatizam com o cristianismo mais motivos para continuarem assim. Sim, sem sombra de dúvidas, luta por um mundo melhor é uma bandeira do anti-cristianismo, que de maneira alguma tem prioridades a princípio más ou injustas, ao contrário, junto de tolerância religiosa, igualdade entre sexos e raças e cientificismo, entrega a última e mais completa religião anti-cristá. Estão os cristãos preparados para esse embate? 
      Importante salientar que o estudo, do qual este texto é parte, é palavra direcionada a cristãos, usando termos e conceitos de cristãos, muitos que não forem de fato cristãos e que não tiverem algum conhecimento da doutrina cristã comum às denominações protestantes e evangélicas, talvez não entendam o que é dito, e não possam usar isso de maneira mais adequada. Assim, quando dizemos que algo é do “diabo”, bem, diabo é um conceito que pode ser bem abrangente, que vai de um ser mal que quer levar as pessoas para longe de Deus e finalmente ao inferno, a um ser espiritual simplesmente rebelde à ótica cristã, que quer o bem do homem, só que não de acordo com as “regras“ do cristianismo. Dessa forma, o diabo pode ser somente um anti-cristão, não necessariamente alguém ruim, ainda que para os cristãos ser anti-cristão baste para ser ruim.
      Mas será que muitos de nós cristãos estamos certos em não priorizar tanto assim esse planeta, de nos preocuparmos mais com o céu? A resposta para essa pergunta está novamente num dos conceitos mais simples e aplicáveis da Bíblia, pelos frutos serão reconhecidos. Se o cristão viver de fato a misericórdia e o amor do evangelho, ele terá, como um dos efeitos, uma vivência justa e equilibrada no planeta, com a natureza, com os animais, com a água, com o ar, enfim, com o plano físico. Contudo, numa hipocrisia estrutural instalada em grande parte do cristianismo, nos acostumamos a falar e não a praticar, a pregar, mesmo crer, mas a não averiguarmos se isso tudo de fato está mudando para melhor as sociedades em que vivemos. Estamos mais ocupados com a qualidade do som e das cadeiras de nossos tempos, que com os rios e as matas do planeta. 
      O cristão precisa reavaliar suas crenças, abranger seu conceito de espiritualidade, de forma que isso seja de fato causa de um efeito muito maior, em primeiro lugar em sua vida moral, em suas virtudes interiores, e depois no planeta onde vive. O cristão precisa libertar-se do cárcere dos templos, dos carcereiros, os falsos pastores, assim como dos espetáculos que assistem nos templos e que não levam de fato a Deus, mas só iludem e tiram deles dinheiro. O resultado da incoerência entre o que muitos evangélicos dizem e o que eles fazem é que o cristianismo está “entregando ouro ao bandido”, está armando os inimigos do cristianismo, afastando os que ainda não são cristãos e que precisam de Cristo, e legitimando bandeiras certas, mas levantadas por mãos erradas. 
      Outro ponto é que ninguém sabe quando o mundo vai “terminar”, se é que vai ser do jeito que muito cristão acha, teremos que existir aqui talvez por muito tempo, se não nós, pessoas que amamos. Não pense ninguém que temos motivos mais legítimos para achar que o final está próximo, o cristianismo já achou muitas vezes na história, que o mundo iria acabar e não acabou. Foi assim nas duas grandes guerras mundiais do século XX, na idade média, e mesmo nos tempos do apóstolo Paulo, cristãos se equivocaram sobre quando seria o fim. Atualmente estamos mais próximos do que nunca do fim, isso é fato, mas ainda teremos um longo tempo aqui, e seja como for, luz se faz necessária nas trevas, é o mundo quem precisa dela, o plano físico, não o céu, portanto, cristãos, sejamos espirituais também para o bem do planeta Terra. 

Espiritualidade Cristã
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.


09/11/20

40. Espiritualidade e sexo

Espiritualidade Cristã (parte 40/64)

      Temos uma ideia errada sobre vício, o que torna algo um vício não é o simples fato de ser errado ou ruim, que prejudica de alguma maneira nosso corpo, nossa mente ou nosso espírito, vício é fazer algo de forma exagerada, deixando que nos controle. Assim, a princípio, vício pode não ser algo ruim ou errado, mas que feito sem controle, na hora errada, no lugar errado, com as pessoas erradas, pode viciar. Algo bom pode ser tornar um vício se não conseguirmos parar de fazê-lo ou se dependermos dele para estarmos bem. Iniciei esta reflexão sobre sexo falando sobre vício porque o vício mais comum é o vício por sexo, isso por vários motivos. Sexo é algo que se pode fazer de graça e sozinho, sem que haja necessidade de pagamentos, outros recursos ou mesmo de companhia. Diferente de bebida alcoólica ou de entorpecentes, que precisam ser comprados e muitos podem ser bem caros, para sexo podem bastar os nossos próprios corpos e alguma imaginação. 
      A princípio o pecado não está em algumas coisas, mas no exagero delas, no vício dessas coisas, e a verdade é que vivemos numa sociedade obcecada por sexo, e nem é pela interação social que ele proporciona, mas pelo consolo que ele oferece para que se possa enfrentar dores e carências. Um exagero, no início, sempre traz desconforto, o fígado reclama, a alma se sente culpada, é só na sua insistência, que é quando algo se transforma de fato em vício, que o homem se acostuma e fica viciado. Então, a busca inicial por um prazer muda, a dor de não ter o prazer do vício é que leva as pessoas a ficarem mais viciadas, no final não se anulou uma dor com um prazer, mas só se trocou de dor. A dor da falta de carinho dos pais, por exemplo, é substituída pela abstinência de sexo, que no início até era resolvida com sexo seguro, mas que depois bastou sexo casual numa madrugada qualquer após um encontro num lugar regado à música ruim e álcool. 
      Mas até que ponto sexo é pecado, até que ponto pode limitar nossas vidas espirituais? Naquilo para o qual se desviou o cristianismo primitivo que se deu o nome de catolicismo, ordens religiosas surgiram com o objetivo de levar as pessoas àquilo que se achava que era a espiritualidade mais alta. Celibato era exigido assim como vida isolada em mosteiros, quem vê o mal nas coisas pensa que afastar-se das coisas pode facilitar uma vida santa, isso quando não se entende que o mal está dentro de nós e nos acompanha para onde formos. No que os historiadores europeus chamaram de idade das trevas (parte da idade média, e é de nos chamar a atenção denominarem assim um período onde o cristianismo tinha predominância religiosa, política e econômica no mundo ocidental), estabeleceu-se o conceito de que os sacerdotes deveriam se abster de sexo e de outros apetites carnais, assim casamento foi proibido aos padres e membros do clero: 

      O celibato acabou por se impor no Ocidente: o Código de Direito Canónico impõe o celibato a todos os sacerdotes da Igreja Latina (em 1123). Porém, há várias exceções de sacerdotes casados na Igreja Latina, houve alguns papas casados (Adriano II, Honório IV), bispos casados (nas diocese da Islândia até à Reforma protestante; o bispo Salomão Barbosa Ferraz no Brasil) e vários padres casados ordenados nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Reino Unido e Escandinávia, sob autorização especial. A Igreja Católica de rito latino, sinteticamente, dá as seguintes principais razões de ordem teológica para o celibato dos sacerdotes e religiosos de vida consagrada:
      - com o celibato os sacerdotes entregariam-se de modo mais excelente a Cristo, unindo-se a Ele com o coração indiviso;
      - o celibato facilita ao sacerdote a participação no amor de Cristo pela humanidade uma que vez que Ele não teve outro vínculo nupcial a não ser o que contraiu com a sua Igreja;
      - com o celibato os clérigos dedicariam-se com maior disponibilidade ao serviço dos outros homens;
      - a pessoa e a vida do sacerdote são possessão da Igreja, que faz as vezes de Cristo, seu esposo;
      - o celibato dispõe o sacerdote para receber e exercer com generosidade a paternidade que pertence a Cristo.
Fonte: Wikipedia

      Quem sai da cobertura do Espírito Santo e ainda assim quer viver para Deus (ou para o que pensa ser Deus), está sozinho, só tem suas próprias forças para ter vida espiritual, os católicos em seu cristianismo desviado do original, mas ainda obstinados, por vários motivos, a se manterem como representantes oficiais de Cristo na Terra, inventaram suas regras e uma delas foi controlar a força mais poderosa que existe no homem, o sexo. Mais forte que outros instintos, mais forte que outras vaidades, mais forte mesmo que a sede de dominar outros homens na política, nas riquezas e na guerra, o sexo é democrático, todos, pobres, ricos, pouco instruídos ou eruditos, podem usufruí-lo. Por ele muitos abrem mão de muitas coisas, reis já abdicaram por uma paixão, reis já mudaram de religião pelas paixões, teve um, Henrique VIII, que mudou a religião de seu império por elas, transformou o catolicismo da Grã Bretanha em anglicanismo, para ter autorização para se casar de novo e de novo. 
      Mas não é só no cristianismo que sexo é visto de forma equivocada, muitas culturas o demonizam, algumas mutilam (até hoje) fisicamente mulheres para que não tenham prazer sexual, e outras as mutilavam emocionalmente, colocando-as no papel de somente geradoras de filhos, o prazer os maridos teriam com profissionais do sexo. As religiões orientais também orientam abstinência sexual para o caminho de uma espiritualidade mais elevada e mesmo o apóstolo Paulo tinha uma visão que impunha prioridades para que vida sexual interagisse bem com espiritualidade, coerente com a cultura de seu tempo. Precisamos aceitar que a Bíblia deve ser entendida com a ajuda do vivo Espírito Santo porque seus textos são, sim, influenciados pelas culturas dos tempos dos que a registraram, e em assuntos referentes à sexualidade é onde precisamos de mais auxílio do Espírito Santo, para não ficarmos escravos de preconceitos e tradições de homens, que não representam a real vontade de Deus.

      “Ora, quanto às virgens, não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel. Tenho, pois, por bom, por causa da instante necessidade, que é bom para o homem o estar assim. Estás ligado à mulher? não busques separar-te. Estás livre de mulher? não busques mulher. Mas, se te casares, não pecas; e, se a virgem se casar, não peca. Todavia os tais terão tribulações na carne, e eu quereria poupar-vos. Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que também os que têm mulheres sejam como se não as tivessem...” “E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher.” 
I Coríntios 7.25-29 e 32-33
   
      O pensamento de Paulo sobre sexo fica bem claro no texto inicial, é importante notarmos a honestidade dele quando começa o ensino dizendo “não tenho mandamento do Senhor, dou, porém, o meu parecer”. Eu já cheguei a um entendimento que ouço a voz do Espírito Santo indiferente do que uma leitura rasa da Bíblia diz, mas mesmo os que só têm fé para entender e obedecer a Bíblia ao pé da letra concordarão que a orientação não é o que Paulo entendia como de Jesus, mas dele, ainda que para muitos a orientação de Paulo possa ter o mesmo peso que a de Jesus por estar na Bíblia. Mas é sensato compreendermos que o ensino não é uma lei, mas apenas uma orientação, que pode ser seguida com sabedoria. Qual é o parecer de Paulo? Se alguém tiver feito uma aliança de casamento, mantenha-se nela, mas se não tiver, não a faça, é mais fácil obter a espiritualidade na condição de solteiros.
      Para mim, com sessenta anos de idade e com um bom casamento de mais de vinte anos, talvez seja mais fácil dizer aos jovens, se puderem, permaneçam solteiros, e não me entenda mal, mas os anos nos “acalmam” e na maturidade muitas coisas ganham mais importância que o prazer de uma relação sexual. Hoje posso me dar ao luxo de focar minhas energias em orar, estudar a Bíblia, ler bons livros, enfim, me aprofundar em cultura e espiritualidade, sem que meus instintos me empurrem para querer, buscar e achar “namoradas”. Jovens, creiam em mim, envelhecer é uma bênção. Paulo escrevia como alguém maduro, resolvido como homem, não sabemos pela Bíblia sobre a vida conjugal do apóstolo-teólogo, mas se apresenta em seus textos como alguém com quem Deus pode contar, com o tempo e com as capacidades, intelectuais, sociais e espirituais, de um chamado para uma missão para lá de especial no cristianismo, só superada pela do próprio Cristo.
      Todavia, o que Paulo orienta não é fácil para os jovens, principalmente para os jovens de hoje, numa sociedade que prega sexo sem culpa sempre e para todos, que disponibiliza fantasias gratuitas a qualquer hora e lugar no aparelho celular, que oferece controles seguros de natalidade e de proteção contra doenças sexualmente transmissíveis, e onde se tem liberdade para ir e vir mesmo sendo jovem (obviamente fora de um ambiente de pandemia como temos vivido nestes dias). E se os tempos são outros, em relação aos meus tempos de juventude ou dos tempos de meus pais, são outros completamente diferentes em relação aos tempos do apóstolo Paulo e da sociedade para a qual ele falava, que legalizava escravos, tinha a mulher como ser inferior ao homem e que pouco valor dava a crianças e adolescentes. 
      Mas a declaração reveladora de Paulo e que tem certa dificuldade de ser colocada em prática em vista dos papéis de homem, mulher e casamento atualmente na sociedade, é a seguinte: “o solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor, mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher”. Hoje o solteiro tem muito mais liberdade e facilidades, como dissemos acima, de servir a ele mesmo, tanto no esforço de se preparar melhor para uma independência econômica, estudando e trabalhando, como nas possibilidades de diversão e entretenimento, e nisso sexo é algo prioritário. Assim, ao meu ver, hoje o entendimento é o contrário daquele que tinha Paulo, e também como dissemos acima, o mais maduro, os não tão jovens, têm bem mais oportunidades de servirem a Deus, principalmente se já tiverem tido um bom casamento. 
      O homem moderno pede um evangelho interpretado pelo Espírito Santo que satisfaça necessidades diferentes das elencadas não Bíblia, por diversos motivos. Homem e mulher têm as mesmas oportunidades de estudar, trabalhar e se casar, ninguém é dono de ninguém, não existe o conceito de submissão, mas de respeito mútuo e igualdade, e ambos, se ficarem solteiros, podem ter vidas de independência econômica sem qualquer vínculo financeiro ou hierárquico com pais. Assim, ninguém serve melhor a Deus porque não se casa, aliás, o evangelho só atualmente está podendo ser compreendido em toda a sua abrangência libertária, algo que sempre esteve no coração de Deus, mas que só em nossos dias o Espírito Santo tem tido liberdade de ensinar. Essa abrangência diz que todos somos chamados a conhecer a Deus e a servi-lo, isso não depende de se ter um ministério específico e exclusivo ligado a igrejas, podemos exercer chamadas dentro de vidas profissionais seculares, casados e administrando família. 

      “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência. Digo, porém, isto como que por permissão e não por mandamento. Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra. Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem como eu. Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que abrasar-se.” I Coríntios 7.4-9

      A Bíblia e as tradições cristãs, muitas ainda católicas, mesmo no meio protestante e evangélico, precisam ser desmitificadas, à luz e na autoridade do Espírito Santo de Deus, refletimos bastante a respeito em “Reavaliemos nossas crenças”, mas a interação entre sexo e espiritualidade talvez seja o tema mais importante nessa reavaliação. Muitos se espantariam ao saber o que Deus de fato pensa sobre sexo, que em poucas palavras é, Deus não dá para sexo tanta importância como damos. Deus se importa, sim, com alianças, e santidade nada mais é que ser fiel a alianças. Por isso Paulo diz que o que foi chamado solteiro ou ao que está viúvo, que assim permaneça, quem não estabelece aliança não pode quebrá-la, mas isso não é estar legal e religiosamente solteiro, enquanto se mantém vida sexual ativa e com mais de um parceiro, isso é promiscuidade tanto quanto é adultério para casados.
      Nesse caso a aliança que se quebra é com o próprio corpo (I Coríntios 6.16), e se alguém disser que não está tendo relação sexual com profissional do sexo porque não está pagando, saiba que todos que fazem sexo só por prazer, sem aliança de fidelidade, se prostitui, ainda que não pague ou que receba pagamento por isso. Vivemos numa sociedade onde muitas pessoas, incluindo muitos jovens, se prostituem uns com os outros, e fazem isso sem culpa. A consequência são os filhos que nascem de relações sexuais e não de relações conjugais, criados sem famílias, só por solteiros imaturos, ainda que já velhos. Enfatizo que aqui não estou pregando qualquer padrão tradicional de família, meus queridos, para Deus isso não importa, família é aliança mantida com fidelidade, sejam os parceiros do sexo que forem, aceitem isso, amados cristãos.
      Santidade é origem e fim da verdadeira espiritualidade do Espírito Santo do Deus altíssimo, defino espiritualidade assim porque o termo espiritualidade é bastante usado por muitos, que conhecem o mundo espiritual e que interagem com ele, mas santidade é uma característica que só possui a espiritualidade de Deus. Muitos são espiritualistas, espiritualizados, mas não são de fato santificados, assim não são espirituais, porque só o nome de Jesus pode nos limpar de todo o pecado e nos selar com o Espírito Santo, e a verdadeira espiritualidade é o Espírito Santo, não outros espíritos, entidades, anjos, arcanjos, diabos, demônios etc. Mas existe algo que mais faz com que sintamos que perdemos a santidade que uma experiência errada com sexo? Podemos nos limpar em várias áreas, nos abstermos de bebidas, de ira, de vaidades, mas tentação a sexo errado é algo que nos acompanha o tempo todo, e basta um deslize e caímos. 
      Como cristãos genuínos filhos de Deus em Jesus o segredo é: nunca deixemos de chamar pecado de pecado, nunca menosprezemos a culpa, peçamos perdão por algo que sabemos que fizemos e que não é correto, nem porque magoamos alguém, nem porque alguém sabe, mas porque ferimos a nós mesmos e ao Espírito Santo. Deixemos claro em nossas mentes e em nossas sentimentos que algo é errado, que não queremos mais fazer e que em Jesus somos totalmente perdoado, façamos isso sempre que for preciso. Contudo, achemos em Deus o prazer maior, remédio para todas as faltas de atenção que os homens nos deram, para todas as calúnias que tantos muitas vezes fazem sobre nossas vidas, o Espírito Santo pode nos dar uma paz maior e única que não deixará que as mágoas fiquem em nós, nem as injustiças com que tantos nos tratam. Sem dor não buscaremos em sexo um vício, e desejaremos mais e mais estarmos próximos a Deus, nisso conheceremos a verdadeira espiritualidade.
      Pessoalmente não acho casamento e sexo problemas para a espiritualidade, de maneira alguma, somos almas partidas, não conseguimos ser sós, temos necessidade do outro, há em cada um de nós uma necessidade implícita de nos “casarmos”, começando pelos nossos corpos, senão seríamos hermafroditas. Ainda que muitos escolham viver só, Deus sabe deles e os abençoe, nada nos amadurece mais que partilhar a existência com alguém, criar filhos com esse alguém, além de nos evoluir nos protege e nos faz proteger, é bênção de todos os lados. Novamente enfatizo o ponto de vista do “Como o ar que respiro”, que não interessa como seja esse casamento, com papel ou sem, não importa cerimônia religiosa, com ou sem, ainda que se puder haver isso é bom, mas também não importa sexualidade, dessa maneira ou “daquela”, criando filhos biológicos ou não. Tudo isso não faz nenhuma importância para Deus e nem nivela espiritualidade, fidelidade às alianças em comunhão com o Deus Altíssimo, isso é que importa. 

Espiritualidade Cristã
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

08/11/20

39. Espiritualidade e bebidas alcoólicas

Espiritualidade Cristã (parte 39/64)

      O cristão deve tomar bebida alcoólica? Se tiver tempo de tomar e não perder tempo depois de tomar, sim, ele pode. Tudo se resume a prioridades e em usar bem o tempo, se isso estiver certo não haverá excessos, em nenhuma área. O cristão será feliz, não machucará o corpo, não sujara a alma e nem esfriará o espírito, fará os outros felizes e agradará a Deus. Então, a pergunta que devemos fazer é: temos tempo para certas coisas na vida, e mais, no tempo atual do mundo em que vivemos? Antes de começar a reflexão é preciso que se faça uma afirmativa: aquele que nunca coloca uma gota de bebida alcoólica na boca, não é mais espiritual que os outros só por causa disso! 
      Quando estamos focados em trabalho, não há tempo mesmo para um copo ou uma dose de algo que a princípio nos fará relaxar e nos deixará menos aptos para certas atividades. Quem está trabalhando no serviço secular precisa estar em sua melhor forma, para se concentrar, atender as pessoas e ser eficiente, e mesmo que nisso, pelo menos a princípio, nem tenha necessidade de estar em comunhão com Deus ou com princípios espirituais e morais. Contudo, se no trabalho secular é preciso lucidez, muito mais numa comunhão espiritual com Deus, principalmente quando Deus nos chamam para uma consagração mais especial, com jejum e maior tempo de oração. 
      Abrindo um parênteses, a consagração genuína, da qual um jejum verdadeiro pode fazer parte, é chamada por Deus para nossas vidas, o Espírito Santo nos convoca para ela, nos prepara para ela, nos leva a ela, porque tem um objetivo muito claro para as nossas vidas através dela, que nos levará a um novo posicionamento espiritual. O jejum verdadeiro não é o homem se sacrificando para Deus mas Deus limpando seu templo, nossos seres, para transbordar seu Espírito, fecho parênteses. Quem está no meio de uma batalha, principalmente espiritual, não tem tempo para relaxar ou se divertir, desde que seja uma batalha para a qual Deus o chamou. 
      Entendamos uma coisa, em nossa existência no plano físico não temos que estar em todo o tempo em luta espiritual, vigilantes e tementes, sim, mas não sempre numa disposição mais extrema de conquista de terreno espiritual. Muitas vezes bastará que mantenhamos o que conquistamos, usando a metáfora bíblica do povo de Israel no antigo testamento, não era sempre que essa nação estava em guerra para conquista ou reconquista de território. Assim, neste mundo temos tempo, sim, para relaxar e com equilíbrio muitas coisas nos são permitidas, ainda que mesmo quando temos tempo, com certas coisas é preciso não exagerar, para que não percamos depois tempo numa “recuperação”.
      O soldado pode parar para descansar, mas sempre tem em mente sua condição de soldado, confesso que não gosto de usar o termo soldado para definir o cristão, porque essa simbologia leva muitos cristãos a cometerem vários enganos sobre o que eles são e como devem se comportar nesse mundo. Mas a melhor maneira de entendermos essa metáfora e nos vermos como soltados numa guerra espiritual por nossas vidas e pelas vidas dos nossos próximos, pelos quais temos responsabilidade de dar cobertura espiritual. O erro é trazermos a simbologia de Israel do velho testamento para o Brasil atual, assunto que já refletimos muito no “Como o ar que respiro” e no estudo “Espiritualidade Cristã” do qual esta reflexão faz parte. 
      Outra coisa que precisamos entender é que certas coisas limpam o templo, mas não colocam nele o melhor conteúdo, assim em si mesmas não nos tornam espirituais, não basta abrirmos mão de certos prazeres do corpo, não basta tirar do organismo bebidas alcoólicas, temos que encher o espírito com o Santo Espírito. A verdadeira espiritualidade não é seguir uma lista de nãos, nem somente uma lista de sins, mas é equilibrar as duas listas, quando é Deus nos mostrando como sermos espirituais achamos forças para sermos harmoniosos e nunca extremados. Tudo começa aprendendo a ouvir a voz de Deus e discernindo o que de fato ele quer de nós, nem mais e nem menos. 
      Confesso que tenho achado pouco tempo para certos prazeres, e não é porque sou melhor que os outros, só não beber vinho não me faz melhor que ninguém, no máximo beneficia meu fígado. Mas buscar o enchimento do Espírito de Deus me dá uma visão mais clara de minha existência e de como posso ser mais útil nas mãos de Deus, principalmente neste momento difícil que vivemos no Brasil e no mundo. Oro a Deus para que um dia possa ter tempo, com minha família, para relaxar e me dar ao direito de certos prazeres, o cristão sabe que não é deste mundo, mas deve trabalhar para o bem dele, tendo paz aqui mas sabendo que a paz maior não vem daqui.
      Para encerrar uma orientação, algumas pessoas podem ser facilmente viciáveis em bebidas alcoólicas, ou podem, mesmo que com pouca quantidade delas, perderem o controle, tornarem-se violentas ou cometerem outras inconveniências sociais, outras pessoas podem ter enfermidades, como cirrose, diabetes, para as quais bebida alcoólica é altamente prejudicial. Para essas pessoas, tomar bebida alcoólica não é uma escolha, mas obrigação de evitar. Pessoas assim aceitem seus limites com humildade buscando a Deus, que sempre dá forças para que sejamos nosso melhor nele, todos nós de alguma maneira temos limites, que nos são permitidos para sermos mais espirituais, não menos. 

Espiritualidade Cristã
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.