02/12/20

63. Conhecimento é vida

Espiritualidade Cristã (parte 63/64)

      E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17.3

      Sede de conhecimento espiritual é uma boa curiosidade, alguns a têm de forma mais natural, se for o teu caso não tente supri-la com teorias de conspiração, com explicações fantasiosas que existem aos montes no mundo, essas são mais ferramentas de manipulação, que de fato explicações verdadeiras. A verdade está na fonte, assim acesse-a de preferência em primeira mão, diretamente de Deus, “quem conta um conto sempre aumenta um ponto” e cada um armazena informação com as ênfases que lhe convêm, busque em Deus as tuas respostas. Mas se você não for curioso, cuidado, isso pode não representar uma virtude, mas só um desinteresse de quem ou não entendeu ou se esqueceu que amar a Deus é fonte de vida que nos atrai a ele nos faz crescer, “buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Isaías 55.66).
      Podemos correr o risco de quando mais precisarmos termos dificuldades de achar a Deus, não porque Deus se esconda de nós, não é Deus quem se afasta, são nossos corações que podem se esfriar de tal maneira que não sintam mais vontade, que não tenham mais fé, que não experimentem mais a curiosidade espiritual, que nos leva a prosseguir querendo conhecer mais e mais a Deus. “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir, mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Isaías 59.1-2). Com Deus só tem uma direção a seguir, para frente e para cima, não se acomode, mas continue, conhecendo a Deus, ore mais, obedeça mais, viva mais a espiritualidade cristã.
      “Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.” (Provérbios 1.33), a curiosidade que nos dá vida espiritual não é vontade que se origina na alma do homem que deseja saber sobre coisas que não têm explicação, mas é iniciativa de Deus para revelar ao homem aquilo que ele precisa saber para ter uma vida espiritual sadia. Dessa forma, querer conhecer mais a Deus é uma questão de desobediência, quem se acomoda desobedece e se enfraquece, mas alguém pode perguntar, “mas como faço isso, lendo mais a Bíblia, indo a mais cultos, frequentando a E.B.D.? Também, mas o mais importante é orar dando liberdade para o Espírito Santo, o mestre é o Espírito Santo, e comunhão com o Espírito é algo que só se aprende fazendo, coisas espirituais se aprendem do jeito espiritual, debaixo do poder do nome de Jesus. 
      Os cristãos, por medo, que os leigos têm e os líderes querem manter para terem controle sobre os leigos, acabaram se afastando de experiências espirituais mais profundas, com isso passaram a crer e a ensinar uma religião de teorias, não de práticas. Por isso tantos preferem os espiritismos e esoterismos, essas crenças se aprofundam na comunicação e no conhecimento espiritual e entrega aos homens uma espiritualidade mais legítima e prática, ainda que ao não colocarem Jesus como único e suficiente salvador se perdem nos principados e potestades e não alcançam o Deus Altíssimo. A verdade é que o protestantismo, ainda que tenha pretendido um retorno ao cristianismo primitivo, o fez dentro de paradigmas católicos, sabemos que Martinho Lutero nunca quis deixar de ser católico, só queria se libertar de burocracias e de hierarquias religiosas.
      De fato Martinho Lutero e outros protestantes fizeram uma reforma, mas não fizeram uma transformação, simplificaram mas mantiveram os fundamentos, do cristianismo original? Não, do catolicismo, mesmo que sem os “santos”, ainda somos católicos, caros irmãos evangélicos, não nos enganemos, dessa forma ainda presos a lei (ao cânone bíblico) e não ao Espírito, a liturgias e não à liberdade de culto, a tradições e não ao conhecimento vivo e gradativo de Deus. Não, a palavra de Oseias 6.3, “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”, não se aplica à prática do cristianismo que muitos evangélicos vivem atualmente, e que talvez nunca tenham vivido depois do primeiro século, esses são os fatos, os que tiverem olhos abertos verão. Deus abençoou a humanidade apesar disso? Sim, mas há limites.
      Precisamos acordar, não poderemos seguir como cristãos sem de fato conhecermos a Deus, uma grande, diferenciada e final perseguição se arma, sem mudança o cristianismo não resistirá, e já não está resistindo à medida que tenta lutar contra o inimigo com armas das trevas, não da luz. Nisso a espiritualidade cristã se desprestigia, à medida que o fruto da árvore do conhecimento do bem e do fica mais atrativo, entregando uma espiritualidade que respeita e valoriza todos os seres humanos. Jesus não perde o poder, mas se o homem escolher não vivê-lo a luz mais alta se apagará no mundo, e isso, meus caros, é o anti-cristianismo se manifestando. O mesmo homem que deu poder ao diabo pelo livre arbítrio pode anular a salvação de Cristo também por uma simples escolha, Deus deu o mundo ao homem e esse pode dá-lo a quem escolher dar. 
      O texto inicial desta reflexão é o lema do blog “Como o ar que respiro”, uma das coisas que me dá segurança em compartilhar o que entendo em Deus como sendo espiritualidade cristã é João 17.3, me veio ao coração em maio de 2010 quando criei o espaço. Não foi só mais um de tantos versículos importantes na Bíblia, mas representa o centro de minha chamada neste mundo, que só vem se fortalecendo nesses dez anos de blog, chamada que me leva a não me acomodar com o tradicional e nem me prender a pré-conceitos, mas prosseguir, conhecendo a Deus, nisso tenho achado vida, libertação de vícios e vaidades, iluminação que me realiza e que me faz feliz. Com ele encerro o estudo “Espiritualidade Cristã”, exortando a todos que conheçam mais de Deus, e que não parem enquanto não acharem felicidade real que permanece. 

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

01/12/20

62. Prossigamos em conhecer a Deus

Espiritualidade Cristã (parte 62/64)

      “Vinde, e tornemos ao Senhor, porque ele despedaçou, e nos sarará; feriu, e nos atará a ferida. Depois de dois dias nos dará a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva seródia que rega a terra. 
      Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque a vossa benignidade é como a nuvem da manhã e como o orvalho da madrugada, que cedo passa. Por isso os abati pelos profetas; pelas palavras da minha boca os matei; e os teus juízos sairão como a luz, Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos.” 
Oseias 6.1-6

      O texto de Oseias é uma lição de espiritualidade cristã, podemos aprender várias coisas com ele. Em primeiro lugar ele faz um convite para que todos nos aproximemos de Deus, eis algo que precisamos aprender a fazer, acima de tudo nesta vida, convidar as pessoas para chegarem mais perto de Deus. Não de religião, não de crenças, mas do único e verdadeiro Deus, e por dois motivos básicos. Em primeiro lugar porque ele existe, e em segundo lugar por ele tem boas coisas para aqueles que se achegam a ele. “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam“ (Hebreus 11.6), aproximemos-nos de Deus, e com fé, pois ele abençoa os que se aproximam assim, e sem acepção de pessoas. Deus sempre tem as portas de seu coração abertas. 
      Contudo, o convite que o profeta faz é mais que para um encontro, é para um reencontro, a quem um dia esteve perto do Senhor, por ele foi abençoado, mas que depois, por rebeldia, por imaturidade, por dar prioridade a alguma vaidade ou a algum prazer passageiro dessa vida, por ser enganado por uma ilusão, se afastou, e quem se afasta, principalmente depois de ter conhecido o melhor de Deus, paga um preço caro. O profeta admite esse preço, reconhece que ele é disciplina do Senhor para com os rebeldes, mas agora, num estado de quebrantamento acredita que o mesmo Deus que disciplinou, que feriu, poderá curar a ferida. Interessante as palavras “depois de dois dias nos dará a vida, ao terceiro dia nos ressuscitará e viveremos diante dele”, o profeta aceita que certos processos de reaceitação não são rápidos, mas ainda assim valem a pena.
      Amo as palavras que seguem, “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor“, Oseias revela a profundidade que existe no conhecimento de tudo através de Deus, ele fala da vocação mais alta que todo ser humano tem, acima de qualquer outra coisa. Essas palavras me passam a sensação de algo que nos leva a uma expectativa apaixonada para experimentar uma aventura maior, o profeta diz que conhecer a Deus é uma experiência que nos instiga a mais e mais prosseguir aprendendo. Conhecer a Deus não é saber algumas doutrinas religiosas, cumprir alguns sacramentos, para depois cair num tédio que faz com que as coisas percam a graça, onde não existam mais novidades, não é um curso primário, e nem só um curso superior, mas pós, pós e pós graduações que vão iluminando nossos caminhos em direção ao Deus Altíssimo.
      Infelizmente conhecer a Deus é uma maravilhosa aventura que grande parte dos cristãos não usufrui, muitos seguem fieis a ritos e tradições, como que por obrigação, com medo de pararem e serem castigados, mas ainda que assíduos a cultos e missas, desligam-se do Espírito de Deus. Conhecimento de Deus não é só informação intelectual, é comunhão com o Espírito Santo, quem se nega a isso morre, ainda que seja um bom religioso. Mortos amam mortes e enterros, preferem fazer sacrifícios que experimentar misericórdia, por isso a exortação que segue no texto, “vossa benignidade é como a nuvem da manhã... que cedo passa”. Conhecer a Deus é viver, é praticar a verdadeira espiritualidade, quem não persiste em conhecer o Senhor poderá até ter cargo em ministério, ser um cristão ativo, mas não terá vida espiritual que gere frutos de justiça.
      Meus queridos e minhas queridas, Deus me levou a fazer esse longo estudo sobre espiritualidade não para tentar exibir conhecimentos teológicos ou bíblicos, para isso existem materiais bem melhores, mas o objetivo foi compartilhar minha experiência de vida com o Senhor. A essa altura do campeonato, nesse ponto de minha vida, não tenho mais tempo para preconceitos ou hipocrisias, nem para defender teorias que não levam a nenhuma prática de vida realmente cristã. Me cansei dos púlpitos falsos, que falam e falam, alguns nos levando às lágrimas com palavras proféticas incandescentes, outros encantando nossos intelectos com estudos bíblicos profundamente embasados, mas sempre levando as pessoas a mesma qualidade de vida fugaz que tinha Efraim e Judá no texto acima, que passa “como o orvalho da madrugada”. 
      Existe vida em Cristo, que se manifesta em nós através do Espírito Santo e que nos conduz ao Deus mais alto à medida que nos ensina coisas maravilhosas, isso é acessível aos que querem, buscam e prosseguem conhecendo. Não desistam, o que muitos dizem ser o final é só o início, acreditem, e muitos não têm interesse em que tenhamos esse conhecimento, homens e seres espirituais rebeldes a Deus. Mas é preciso coragem e total desprendimento de necessidade de aprovação humana, os que querem viver para os homens serão escravos da carne, fora e dentro de igrejas. Contudo, é preciso também humildade, para não se deixar ser seduzido pelos anjos caídos, que querem nos desviar do altíssimo não pela ignorância, mas pela arrogância que acham nos corações daqueles que querem ser deuses que serem adorados, e não adoradores. 
      “A sua saída, como a alva, é certa”, essas palavras nos falam sobre a fidelidade e realidade de Deus, quem o conhece não se decepciona e nem se frustra. Se as pessoas desistem e perdem o prazer no evangelho é porque podem até terem se esforçado, ouvido, aprendido, e mesmo praticado, mas coisas de homens, e essas, ainda que pareçam encantadoras no início, no final se mostrarão enganosas. Deus, não, aquele que se coloca nele, por ele é cuidado, consolado, levantado, suprido em todas as áreas, já os que se desviam para religiões de homens que fazem os homens escravos de homens são abatidos por palavras duras que saem da boca de Deus, esses não são felizes. Mas a esses a palavra diz, “vinde e tornemos ao Senhor, porque ele... feriu e nos atará a ferida”, feridas da disciplina de Deus só Deus pode curar, nada mais. 
 
“Espiritualidade Cristã”
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José Osório de Souza, 30/09/2020.

30/11/20

61. Surpresas na eternidade

Espiritualidade Cristã (parte 61/64)

      “E já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração. Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros; porque o amor cobrirá a multidão de pecados. Sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmurações, Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém.“ I Pedro 4.7-11

      Leio muito sobre religiões, profundamente, textos hinduístas, budistas, espíritas, esotéricos, assim como estudo filosofia e conheço essa nova visão que entende a necessidade de novos conceitos de família, sexualidade e igualdades. Não tive medo de conhecer aquilo que parece ir contra o que a teologia cristã protestante tradicional pensa, ou diferente daquilo que a doutrina evangélica pentecostal ensina. Deus me libertou de preconceitos para entender que o que está por trás das diferenças não é um “diabo” inimigo de Deus, não, são os seres humanos que estão por trás, seres diferentes e com tanto desejo e direito de serem felizes como os cristãos. O diabo é só um espectador condenado. 
      Creio em céu e inferno, mas construídos no plano físico e dele levados para o plano espiritual, não creio que na eternidade acontecerão coisas como num passe de mágica, e não entenda isso como mera metáfora, o que ocorrerá é só uma libertação do espírito. Seremos livres para sermos o quê? O que somos de fato, sem as cadeias do corpo físico, de suas paixões, ilusões, vícios, medos e encantos. Na eternidade não há lugares ou maneiras para fugas e escapismos, os refúgios que a carne oferece, no tempo e no espaço, não existem lá, por isso é tão importante construirmos ainda neste mundo um espírito reto, que de fato ama o bem, que deseja as coisas de Deus mais que as da carne.
      É isso que levaremos e é isso que será libertado e que nos dará o direito a melhor eternidade de Deus. Cristão, você diz que ama a Cristo? Então, viva esse amor na prática, “aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama, e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele“ (João 14.21). Quanto aos outros, creiam, podem ir além que de entidades, anjos e espíritos, e o caminho é Jesus, o texto que diz “disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14.6), não é mero extremismo cristão, é uma verdade, e perdoem os cristãos por não serem coerentes com a verdade em que acreditam. 
      Muitos de nós protestantes e evangélicos, mas também católicos e outros cristãos, levamos toda uma vida para descobrir que o que nos encantou no início de nossas caminhadas no cristianismo, que de fato mudou nossas vidas, não foram as igrejas, as belas palavras que ouvimos em púlpitos, não foram os louvores, as liturgias, nem as comunidades cristãs, o afeto de irmãos ou a oportunidade de sermos úteis que o mundo não nos deu, fazendo parte de algo maior, organizado e focado, tudo isso é lindo, mas não foi isso. O que nos marcou de forma diferenciada foi Jesus, ele esteve presente mesmo nas igrejas mais afastadas da igreja cristã original, e cuidou de nós, com um amor especial, sempre. 
      A todos, contudo, deixo o termo “multiforme graça de Deus”, presente no texto inicial, ah, se entendêssemos de fato que Deus manifesta sua multiforme presença nas vidas de todos os seres humanos, cristãos ou não, que o maior e mais lindo quadro que Deus pintou, sua obra prima artística que é o universo material, precisa de cada ser humano, de todos os tempos, lugares e credos, para ser completo, e que o Deus altíssimo não faz acepção de pessoas, nunca, ainda que alguns escolham esperar mais tempo para compor esse quadro. Entretanto, talvez, só talvez, o nível de espiritualidade de cada um de nós esteja inversamente ligado ao grau de surpresa que teremos quando entrarmos no plano espiritual.
      Como você será surpreendido na eternidade, para melhor ou para pior? “Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus. Porque, qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.” (I Coríntios 2.10-11). O que tem o Espírito Santo e a ele dá liberdade está corretamente preparado, porque já começou a viver a verdadeira espiritualidade aqui e consigo a levará para o céu. 

“Espiritualidade Cristã”
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José Osório de Souza, 30/09/2020.

29/11/20

60. Alfa e o Ômega

Espiritualidade Cristã (parte 60/64)

      “Eu sou o Alfa e o Omega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.” Apocalipse 22.13

      Todo bem feito no universo deve-se ao criador, todo mal feito, deve-se à criatura. Se você faz algo bom, glória a Deus por isso, não a você, mas se você faz algo ruim a responsabilidade é toda tua para colher as consequências disso. Se Deus é glorificado por um bem a ele também caberá recompensar quem fez o bem, e não cabe a quem fez exigir isso de alguma maneira, e se alguém não o reconhecer por isso, prestará contas a Deus. O bem verdadeiro vem de Deus e para ele volta, que novamente o devolve quando, onde e a quem achar justo. O mal que o homem faz permanece nele, o deixa em débito, assim não receberá de Deus justiça e ficará desprotegido do mal de outras criaturas, sejam físicas ou espirituais. 
      Vamos agora interpretar isso na prática de nossas vidas, em nossas vidas materiais, já que o bem não se realiza só nas áreas espirituais e morais, com paz e justiça, mas também em prosperidade material. Funciona do mesmo jeito, aliás, para Deus não existe material e espiritual, ele reina sobre tudo e todos, homens, espíritos, anjos e demônios. Isso não significa que você terá que trabalhar, estudar, se esforçar, e permanecer depois como um monge, na possibilidade de não receber nada por isso e na obrigação de ainda assim ser grato e não reclamar. O universo é uma máquina bem azeitada, se não vemos isso é porque estamos olhando de perto, já que de longe, no tempo e no espaço, tudo acontece de forma equilibrada.
      Um segredo de viver em paz é fazer como se não estivesse fazendo, não é não fazer e achar que pela fé as coisas acontecerão sem nossa atuação, isso é loucura e irresponsabilidade. Se agirmos assim, fazer como se não estivéssemos fazendo, a passagem por este mundo será leve, não esperará dos homens o bem que eles não podem dar nem os culpará pelo mal que nos dão. Se recebemos algum mal os únicos culpados somos nós mesmos, se não por termos feito algum mal, será por termos esperado o bem da origem, no tempo ou no lugar errado. Isso quer dizer que a existência aqui não tem graça? Não, mas quer dizer que ela é menor diante do que somos, do que é o universo, do que é Deus, isso quer dizer que devemos olhar certo.
      O entendimento de que o bem vem de Deus e para ele deve voltar é mais que um saber intelectual, é o conhecimento de um mistério espiritual, faz com que nos vejamos mais que como corpos de carne numa batalha injusta, num mundo mal e com homens egoístas, corpos fadados ao envelhecimento, a serem instalações de doenças e de culpas. Esse entendimento faz com que assumamos os seres eternos que somos, cujas missões são mais que terem famílias e boas vidas financeiras. Nossa missão é rumar ao Altíssimo, no qual não há fome, sede, nem nenhuma outra necessidade a ser saciada, porque é a essência espiritual primordial de tudo, de onde viemos originalmente e em quem acabaremos na melhor eternidade.
      Em Deus não há expectativas, ilusões nem surpresas, isso tudo é o início de toda dor e sofrimento, quem espera sempre se frustra, quem se ilude sempre se desilude, e se surpreende quem não sabe por onde anda porque olhou errado, olhou para baixo e não para o alto. Devemos olhar certo, para o lugar certo, que não é físico, neste mundo, em status social, bens ou em usufrutos materiais, devemos olhar para o Deus Altíssimo, o alfa e o omega, a vida eterna de luz, bem, paz e amor. Assim, a carne luta contra o espírito porque são opostos, incompatíveis no homem neste mundo, cabe-nos achar forças em Deus para convivermos com essa incompatibilidade, cientes de nossas limitações, nunca acreditando só em nós. 
      Isso é injusto, Deus é injusto por nos fazer viver assim? Não, ele apenas prova o nosso melhor e mais eterno, por isso a vitória nesta existência estranha aqui só se alcança na humildade de aceitarmos que não somos vitoriosos em nós mesmos, mas em Deus, por Deus, através de Deus, por isso é preciso entender que o bem verdadeiro só pode vir de Deus e para ele voltar. Não, isso não é masoquismo ou baixa autoestima, é elevar o espírito acima da carne, a eternidade acima deste plano, é entender a nossa existência maior e melhor, e é aceitarmos que só seremos felizes em Deus no plano espiritual. Isso representa o cerne da nova aliança que Jesus entregou no evangelho, a mais alta e verdadeira espiritualidade.

“Espiritualidade Cristã”
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José Osório de Souza, 30/09/2020.

28/11/20

59. Causa e efeito

Espiritualidade Cristã (parte 59/64)

      “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai levará a iniqüidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele. Mas se o ímpio se converter de todos os pecados que cometeu, e guardar todos os meus estatutos, e proceder com retidão e justiça, certamente viverá; não morrerá. De todas as transgressões que cometeu não haverá lembrança contra ele; pela justiça que praticou viverá.” Ezequiel 18.20-22
 
      Na evolução espiritual que as religiões não cristãs acreditam e que é o processo que conduz o ser à espiritualidade mais alta, tal posição superior é alcançada conforme se conhece, administra-se e evita-se as consequências de ações ruins que se pratica, que os cristãos chamam de pecados. Enquanto o cristão crê que basta pedir perdão no nome de Jesus, entendimento que se for raso demais pode conduzir a irresponsabilidades e crenças em utopias, religiosos orientais, espíritas, esotéricos e outros, entendem que precisam lidar com as consequências dos erros com prática real de vida melhor, que se manifesta em obras, não só em fé. Assim, evolução espiritual para muitos não cristãos, é um árduo e demorado trabalho humano, não simples recebimento de graça divina, para isso o conceito do Karma é um princípio muito usado, mas que de certa maneira também existe no cristianismo.
      Karma (ou carma, do sânscrito कर्म, em páli, kamma, ambos os termos significam "ação"), é um dos princípios das religiões orientais, presente no hinduísmo, no budismo, mas também no xintoísmo e em outras, e mesmo em esoterismo ocidental, ainda que chamado de outro nome (como princípio hermético, na Cabala etc). Ainda que de formas um pouco diferentes, esse princípio diz o seguinte: no hinduísmo refere-se ao efeito que nossas ações geram em nosso futuro, no budismo se refere às nossas intenções, que podem ser boas, más ou neutras, boas intenções geram bons frutos, más intenções geram maus frutos. Mas de maneira geral é causa e efeito, que está relacionado também com um princípio científico da física, a 3ª Lei de Newton (princípio da ação e reação) que diz: a toda ação sempre há uma reação de mesma intensidade e direção, porém de sentido oposto. 
      Por que estou mencionado isso aqui, num estudo sobre Espiritualidade Cristã? A Espiritualidade Cristã nada mais é que retornar ao criador, ao Deus Altíssimo, aquilo que teve origem nele, assim na prática ela respeita esse princípio, que outras religiões estudam com mais profundidade, ainda que a Bíblia não o cite de forma clara. Dentro de evento causal original e maior que é Deus, todos nós estamos, assim boas obras sempre trazem de volta bons frutos, colhe-se o que se planta, o homem que pecar esse morrerá, são outras maneiras de se referir ao princípio Karma dos religiosos orientais. É claro que sabemos que as outras religiões pensam esse princípio de maneira mais abrangente, incluindo para explicar a necessidade de reencarnação, doutrina que o cristianismo tradicional não aceita, principalmente porque em Cristo todo efeito negativo de condenação espiritual eterna é anulado. 
      A anulação de Cristo não é de graça, experimentada pelos homens, sim, mas não foi para Deus, Deus teve que morrer e ressuscitar em Cristo para anular o efeito fatal do pecado e então poder salvar o homem. Assim, o Deus do cristianismo respeita o “Karma”, senão bastaria a ele decretar que quem cresse nele seria salvo e perdoado, mas nunca foi assim, para que um vivesse outro deveria morrer. Na velha aliança Mosáica sacrificavam-se  animais, e na nova aliança do evangelho Jesus foi sacrificado. Você pode até não entender o que está sendo dito aqui, mas precisa aceitar que causa e efeito, o Karma, é um princípio real, mesmo no cristianismo. Contudo, a grande diferença do cristianismo em relação às outras religiões é a salvação completa de Cristo, por isso o diabo pode aceitar e ensinar muitas coisas, coisas boas e verdadeiras, mas sempre negará a Jesus, o mais importante.
      No mundo material, o princípio de causa e efeito vale sempre, e ainda que o homem tenha sido perdoado, tenha paz e segurança da melhor eternidade com Deus, as consequências de seus atos ruins neste mundo são colhidas. Ninguém espere que basta fé para não ser preso por um crime que cometeu ou punido judicialmente por ter infringido alguma lei fiscal, dai a César o que é de César. Mesmo regras morais e sociais, como tratar as pessoas com educação e respeito, se desobedecidas geram consequências, e muitas vezes num momento em que a pessoa mais precisa de respeito e atenção, as mesmas coisas que ela um dia não deu a alguém. Vivamos neste mundo com cautela, o homem é injusto, mas o universo é justo, já Deus é misericordioso com aqueles que o buscam por Jesus, todas as nossas obras, contudo, têm consequências e nós as colheremos, em algum momento. 

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José Osório de Souza, 30/09/2020.

27/11/20

58. Evolução Espiritual

Espiritualidade Cristã (parte 58/64)

      “No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.Gênesis 1.1-4

      Existem textos religiosos, não cristãos, que encontram extensos conhecimentos sobre eventos primordiais e que levaram milhares de anos para acontecerem entre os primeiros versos do primeiro livro do cânone bíblico, citados acima. Talvez a maioria dos cristãos não esteja preparada para esse entendimento, e na verdade saber ou aceitar esse entendimento não é necessário para se entender o conhecimento principal que Deus quer nos transmitir pela Bíblia, Jesus. Mas algo que temos que notar no texto inicial, é que antes de qualquer coisa no plano material no universo, antes mesmo do “big bang”, Deus existia como um espírito sobre as águas, águas que podem não ser o líquido que temos hoje em mares e rios do planeta Terra. Deus é a causa primordial de tudo, tudo saiu dele, por isso tudo é atraído para retornar a ele, num processo evolutivo que começa no espírito, passa à matéria e retorna ao espírito, obviamente em passagens com muitas nuanças de variações que misturam os dois elementos em proporções distintas. 
      Para as religiões não cristãs, de maneira geral, o processo da evolução que conduz à espiritualidade prova basicamente duas experiências: misticismo e caridade. Misticismo é a crença que se pode estabelecer comunicação entre o plano físico e o plano espiritual, caridade é amor, mas mais que o sentimento, é a manifestação dele em palavras e em ação, seja com Deus, mas principalmente com os homens, de maneira altruísta, opondo-se ao egoísmo. Principalmente amor para com os homens porque muitas religiões, principalmente as espíritas, creem que Deus é alguém de nível espiritual tão elevado que simplesmente é possível, pelo menos no nosso nível espiritual atual (como eles pensam), nos comunicarmos diretamente com ele. É por essa razão que tantos buscam comunicar-se com espíritos guias, com desencarnados, com entidades, com anjos e demônios, mas não diretamente com Deus, e na impossibilidade de manifestar um amor pessoal a Deus, o amor mais elevado deve ser manifestado aos homens.
      Se misticismo é pela fé e caridade é por obras, então achamos essas experiências também na espiritualidade cristã, a diferença, como sempre, é Jesus, ele nos permite acesso ao Deus Altíssimo, acesso que outros, por ignorância ou por outro motivo, não têm. O outro motivo, meus queridos, é uma das verdades sobre a espiritualidade não cristã, por mais caridosa e crédula que ela seja, ela afasta o homem de Deus à medida que o aproxima dos principados e potestades de seres espirituais, sejam quais forem os nomes que se deem a eles. Um espírita é sincero? É um homem de bem? É um ser que busca luz e justiça? É alguém que ajuda o próximo? Sim, sim, sim e sim, e se não for, o é tanto quanto não são alguns que se dizem cristãos. Entretanto, com tudo o que eles sabem e fazem de correto, não conhecem a Jesus, não como o único e suficiente salvador, e me perdoem, amigos espíritas, eu os entendo, mas essa é a verdade. Quem conhece a Jesus do jeito certo tem a vida mudada de uma maneira que nenhuma outra religião muda. 
      Mas seja como for, um princípio básico na grande maioria das religiões, é que o ser não é alguém passivo e parado no universo, ele é atraído para seguir num caminho que o leva mais e mais a uma iluminação, iluminação essa que o liberta da carne e o faz mais espiritual. Essa espiritualidade, contudo, não é algo que se manifestará só no plano espiritual, ele é evidenciada no plano físico, assim, para muitas metafísicas não cristãs o homem evolui à medida que existe no mundo, encarnando e reencarnando nele, numa evolução que pode demorar centenas, milhares de anos. Essa evolução, conforme pensam eles, também fará com que o ser humano desperte faculdades espirituais e psíquicas no plano físico, assim espiritualidade não é só virtudes morais, mas um certo poder espiritual manifestado na carne que torna homens em deuses. Essa é uma diferença em relação ao cristianismo, que ainda que sua espiritualidade disponibilize os dons do Espírito Santo, não crê numa evolução dessa forma.
      Transformar homens em deuses parece ser mais o desejo da serpente do Éden, isso para que possa se opor ao Deus altíssimo, não unir-se a ele, e eis o objetivo maior do “diabo”, dividir um poder indivisível, ocupar uma posição inalcançável, receber uma adoração impossível. Deus não divide seu poder, sua posição só é alcançada em Cristo, e só ele pode receber adoração, assim o que o diabo quer e diz que o homem pode ter é uma mentira, um engano, que só conduz à segunda morte, ao inferno, à separação espiritual de Deus. A verdade mais profunda é perigosa, por isso Deus ordenou ao casal mítico no Éden que não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, e meus queridos, o conhecimento que eles tiveram não adveio do fruto, o fruto não tinha poderes mágicos, era apenas um teste. O conhecimento veio pela desobediência, pelo pecado, e foi um conhecimento, ainda que verdadeiro, ruim, prejudicial, amargo. Antes do tempo? Talvez, Deus tudo sabe e sabia que o homem não passaria no teste. 

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

26/11/20

57. Sigamos para o Altíssimo

Espiritualidade Cristã (parte 57/64)

      “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” Filipenses 3.13-14

      Nestes meus últimos anos de vida tenho sido levado, creio que pelo Espírito Santo, a conhecer mais profundamente algumas religiões, principalmente o hinduísmo e o budismo. Quando se deixa o preconceito de lado e se busca conhecer aquilo que é muito importante para muitas pessoas, ainda que pareça ser diferente daquilo que se está acostumado a estudar, principalmente na área religiosa, podemos nos surpreender e sairmos da experiência mais lúcidos. Não pense que esse tipo de conhecimento seja pecado, ainda que não seja para todos, ainda que seja sábio buscar a orientação de Deus antes de começar a adquiri-lo, no meu caso eu pedi autorização e Deus me deu. 
      Quanta sabedoria achei no Bhagavad Gita, que li na íntegra, e no Mahabharata, que li numa excelente versão em forma de romance, o Bhagavad é uma espécie de novo testamento dos textos sacros hindus, já o Mahabharata originalmente é extenso demais para ser lido integralmente com mais facilidade. Esses são textos sagrados do hinduísmo, o budismo basicamente se baseia no hinduísmo, mas com a ótica do Buda, que está para o hinduísmo como Jesus está para a religião israelita do antigo testamento, para usarmos comparações arredondadas para que possamos entender melhor como cristãos. Mas o ponto aqui não é uma reflexão sobre as teologia budista e hinduísta, talvez numa outra ocasião. 
      Sim, há muita sabedoria em textos de outras religiões, principalmente em assuntos sobre busca de valores morais mais altos e de domínio próprio para abrir mão dos apetites carnais e dos valores materiais do mundo, a fim de se preparar melhor para uma eternidade espiritual. Contudo, algo precisa ficar bem claro, só o cristianismo foca na necessidade de salvação e a entrega unicamente através da obra de Jesus, essa eficiência de reposicionamento espiritual possível através exclusivamente de fé em Jesus só o cristianismo ensina, ainda que outras religiões toquem em pontos para lá de relevantes principalmente nos efeitos que devem existir na vida dos que buscam a mais elevada espiritualidade.  
      Talvez você não concorde com isso, mas todas as religiões possuem parte da verdade, incluindo as não cristãs, e todas as religiões acreditam em partes da mentira, incluindo as cristãs, só Jesus é a verdade absoluta, e essa só conhecemos quando a buscamos no Deus altíssimo pelo Santo Espírito, não nas religiões. Mas muitos podem questionar, “mas se não acho Jesus pelas religiões, então, que igreja frequentarei, qual é a que pode me ajudar no caminho”? A resposta é: todas e nenhuma. Isso confundiu mais que ajudou? Mas é simples, comece pelas religiões, comece pelas igrejas, comece em denominações protestantes cristãs, comece em templos evangélicos, mas não pare aí, siga em frente a Deus.
      Ninguém precisa começar o caminho pelo fim, nem pode, a jornada é longa e se estreita à medida que caminhamos, mas é importante começar, e começar com a intenção correta. Onde? Tanto faz, Deus vê o coração, mas se houver um desejo profundo de conhecer a verdade ela será achada. Por quê? Porque a verdade está num Deus de amor que tem interesse em iluminar os que o amam. O caminho não é só aquisição de conhecimento intelectual, de respostas a perguntas, mas é um processo de transformação interior que muda as pessoas de dentro para fora. Mas é preciso que se tenha os olhos focados em Deus, isso é algo que se faz por fé, fé pura e interessada unicamente em Deus, no que ele pensa e quer de nós.
      É prazeroso achar respostas para perguntas, mas isso, simplesmente, pode não mudar nossas almas, ao contrário, muitas vezes aceitar do jeito certo perguntas sem respostas pode nos transformar muito mais para melhor. O conhecimento pode conduzir à arrogância intelectual, mas a ausência dele, depois de buscado persistentemente, pode nos conduzir a uma humildade espiritual profunda. Deus tem interesse em responder às nossas perguntas mais importantes concernentes aos mistérios mais altos do universo? Sim, mas só depois que nosso caráter for transformado, religiões podem responder as perguntas e nos dar algum status religioso numa comunidade, mas só Deus pode nos ajudar a mudar nossos homens interiores.
      Agora, uma palavra a todos os homens, religiosos, ateus, espiritualistas, materialistas, cristãos ou não: somos todos iniciantes no conhecimento de Deus, só que alguns são iniciantes há mais tempo, ninguém é mestre, assim não nos achemos assim ou chamemos os outros disso. Saibam que Deus ama a todos, entende a todos, se importa com todos, sejam quais forem suas crenças e descrenças. Saibam também que indiferente do que igrejas oficiais cristãs fizeram e fazem de errado no mundo, Jesus é algo muito especial vindo de Deus, e isso, eu nunca negarei, ainda que eu saiba da beleza espiritual que existe em muitas religiões, em muitas crenças, em muitas descrenças, em todos os homens. 
      O que abre nossos olhos espirituais é a humildade, que reconhece Deus como o Altíssimo e que aceita que o melhor jeito de existir só ele pode dar, seja qual for o nome que se dê a esse Altíssimo, ainda que Altíssimo só exista um. Quem tem essa intenção, ainda que em caminhos escuros, chegará à luz e ao Deus verdadeiro, outros, contudo, ainda que estejam no caminho mais direto e reto do cristianismo original, se não possuem essa intenção, se estiverem tentando usar o cristianismo, ao invés de deixarem que Deus os use, estão perdidos mesmo que debaixo da luz, em trevas, ainda que falando no nome de Deus. Esses não aprenderam ainda o caminho da verdadeira espiritualidade. 
      O que é espiritualidade? É a espiritualidade cristã, essa é a mais elevada, se posicionam nela os humildes que creem em Jesus. Não, meus queridos que ainda não foram “iluminados” pelo poder do evangelho, que ainda não nasceram de novo, não olhem para o cristianismo, mas olhem para Cristo, ele não mudou em dois mil anos de história, ainda que o cristianismo tenha mudado, e tantas vezes para pior. Por que o cristianismo resiste e forte mesmo corrompido? Porque Jesus está nele, e incorruptível. Por que um Deus incorruptível trabalha num meio corrompido? Por amor, e nesse amor ele tem achado seres humildes que provam de fato a verdadeira espiritualidade, a espiritualidade cristã. 

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.