quarta-feira, dezembro 02, 2020

63. Conhecimento é vida

Espiritualidade Cristã (parte 63/64)

      E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” João 17.3

      Sede de conhecimento espiritual é uma boa curiosidade, alguns a têm de forma mais natural, se for o teu caso não tente supri-la com teorias de conspiração, com explicações fantasiosas que existem aos montes no mundo, essas são mais ferramentas de manipulação, que de fato explicações verdadeiras. A verdade está na fonte, assim acesse-a de preferência em primeira mão, diretamente de Deus, “quem conta um conto sempre aumenta um ponto” e cada um armazena informação com as ênfases que lhe convêm, busque em Deus as tuas respostas. Mas se você não for curioso, cuidado, isso pode não representar uma virtude, mas só um desinteresse de quem ou não entendeu ou se esqueceu que amar a Deus é fonte de vida que nos atrai a ele nos faz crescer, “buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Isaías 55.66).
      Podemos correr o risco de quando mais precisarmos termos dificuldades de achar a Deus, não porque Deus se esconda de nós, não é Deus quem se afasta, são nossos corações que podem se esfriar de tal maneira que não sintam mais vontade, que não tenham mais fé, que não experimentem mais a curiosidade espiritual, que nos leva a prosseguir querendo conhecer mais e mais a Deus. “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir, mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Isaías 59.1-2). Com Deus só tem uma direção a seguir, para frente e para cima, não se acomode, mas continue, conhecendo a Deus, ore mais, obedeça mais, viva mais a espiritualidade cristã.
      “Mas o que me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.” (Provérbios 1.33), a curiosidade que nos dá vida espiritual não é vontade que se origina na alma do homem que deseja saber sobre coisas que não têm explicação, mas é iniciativa de Deus para revelar ao homem aquilo que ele precisa saber para ter uma vida espiritual sadia. Dessa forma, querer conhecer mais a Deus é uma questão de desobediência, quem se acomoda desobedece e se enfraquece, mas alguém pode perguntar, “mas como faço isso, lendo mais a Bíblia, indo a mais cultos, frequentando a E.B.D.? Também, mas o mais importante é orar dando liberdade para o Espírito Santo, o mestre é o Espírito Santo, e comunhão com o Espírito é algo que só se aprende fazendo, coisas espirituais se aprendem do jeito espiritual, debaixo do poder do nome de Jesus. 
      Os cristãos, por medo, que os leigos têm e os líderes querem manter para terem controle sobre os leigos, acabaram se afastando de experiências espirituais mais profundas, com isso passaram a crer e a ensinar uma religião de teorias, não de práticas. Por isso tantos preferem os espiritismos e esoterismos, essas crenças se aprofundam na comunicação e no conhecimento espiritual e entrega aos homens uma espiritualidade mais legítima e prática, ainda que ao não colocarem Jesus como único e suficiente salvador se perdem nos principados e potestades e não alcançam o Deus Altíssimo. A verdade é que o protestantismo, ainda que tenha pretendido um retorno ao cristianismo primitivo, o fez dentro de paradigmas católicos, sabemos que Martinho Lutero nunca quis deixar de ser católico, só queria se libertar de burocracias e de hierarquias religiosas.
      De fato Martinho Lutero e outros protestantes fizeram uma reforma, mas não fizeram uma transformação, simplificaram mas mantiveram os fundamentos, do cristianismo original? Não, do catolicismo, mesmo que sem os “santos”, ainda somos católicos, caros irmãos evangélicos, não nos enganemos, dessa forma ainda presos a lei (ao cânone bíblico) e não ao Espírito, a liturgias e não à liberdade de culto, a tradições e não ao conhecimento vivo e gradativo de Deus. Não, a palavra de Oseias 6.3, “conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”, não se aplica à prática do cristianismo que muitos evangélicos vivem atualmente, e que talvez nunca tenham vivido depois do primeiro século, esses são os fatos, os que tiverem olhos abertos verão. Deus abençoou a humanidade apesar disso? Sim, mas há limites.
      Precisamos acordar, não poderemos seguir como cristãos sem de fato conhecermos a Deus, uma grande, diferenciada e final perseguição se arma, sem mudança o cristianismo não resistirá, e já não está resistindo à medida que tenta lutar contra o inimigo com armas das trevas, não da luz. Nisso a espiritualidade cristã se desprestigia, à medida que o fruto da árvore do conhecimento do bem e do fica mais atrativo, entregando uma espiritualidade que respeita e valoriza todos os seres humanos. Jesus não perde o poder, mas se o homem escolher não vivê-lo a luz mais alta se apagará no mundo, e isso, meus caros, é o anti-cristianismo se manifestando. O mesmo homem que deu poder ao diabo pelo livre arbítrio pode anular a salvação de Cristo também por uma simples escolha, Deus deu o mundo ao homem e esse pode dá-lo a quem escolher dar. 
      O texto inicial desta reflexão é o lema do blog “Como o ar que respiro”, uma das coisas que me dá segurança em compartilhar o que entendo em Deus como sendo espiritualidade cristã é João 17.3, me veio ao coração em maio de 2010 quando criei o espaço. Não foi só mais um de tantos versículos importantes na Bíblia, mas representa o centro de minha chamada neste mundo, que só vem se fortalecendo nesses dez anos de blog, chamada que me leva a não me acomodar com o tradicional e nem me prender a pré-conceitos, mas prosseguir, conhecendo a Deus, nisso tenho achado vida, libertação de vícios e vaidades, iluminação que me realiza e que me faz feliz. Com ele encerro o estudo “Espiritualidade Cristã”, exortando a todos que conheçam mais de Deus, e que não parem enquanto não acharem felicidade real que permanece. 

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

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