sexta-feira, novembro 27, 2020

58. Evolução Espiritual

Espiritualidade Cristã (parte 58/64)

      “No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.Gênesis 1.1-4

      Existem textos religiosos, não cristãos, que encontram extensos conhecimentos sobre eventos primordiais e que levaram milhares de anos para acontecerem entre os primeiros versos do primeiro livro do cânone bíblico, citados acima. Talvez a maioria dos cristãos não esteja preparada para esse entendimento, e na verdade saber ou aceitar esse entendimento não é necessário para se entender o conhecimento principal que Deus quer nos transmitir pela Bíblia, Jesus. Mas algo que temos que notar no texto inicial, é que antes de qualquer coisa no plano material no universo, antes mesmo do “big bang”, Deus existia como um espírito sobre as águas, águas que podem não ser o líquido que temos hoje em mares e rios do planeta Terra. Deus é a causa primordial de tudo, tudo saiu dele, por isso tudo é atraído para retornar a ele, num processo evolutivo que começa no espírito, passa à matéria e retorna ao espírito, obviamente em passagens com muitas nuanças de variações que misturam os dois elementos em proporções distintas. 
      Para as religiões não cristãs, de maneira geral, o processo da evolução que conduz à espiritualidade prova basicamente duas experiências: misticismo e caridade. Misticismo é a crença que se pode estabelecer comunicação entre o plano físico e o plano espiritual, caridade é amor, mas mais que o sentimento, é a manifestação dele em palavras e em ação, seja com Deus, mas principalmente com os homens, de maneira altruísta, opondo-se ao egoísmo. Principalmente amor para com os homens porque muitas religiões, principalmente as espíritas, creem que Deus é alguém de nível espiritual tão elevado que simplesmente é possível, pelo menos no nosso nível espiritual atual (como eles pensam), nos comunicarmos diretamente com ele. É por essa razão que tantos buscam comunicar-se com espíritos guias, com desencarnados, com entidades, com anjos e demônios, mas não diretamente com Deus, e na impossibilidade de manifestar um amor pessoal a Deus, o amor mais elevado deve ser manifestado aos homens.
      Se misticismo é pela fé e caridade é por obras, então achamos essas experiências também na espiritualidade cristã, a diferença, como sempre, é Jesus, ele nos permite acesso ao Deus Altíssimo, acesso que outros, por ignorância ou por outro motivo, não têm. O outro motivo, meus queridos, é uma das verdades sobre a espiritualidade não cristã, por mais caridosa e crédula que ela seja, ela afasta o homem de Deus à medida que o aproxima dos principados e potestades de seres espirituais, sejam quais forem os nomes que se deem a eles. Um espírita é sincero? É um homem de bem? É um ser que busca luz e justiça? É alguém que ajuda o próximo? Sim, sim, sim e sim, e se não for, o é tanto quanto não são alguns que se dizem cristãos. Entretanto, com tudo o que eles sabem e fazem de correto, não conhecem a Jesus, não como o único e suficiente salvador, e me perdoem, amigos espíritas, eu os entendo, mas essa é a verdade. Quem conhece a Jesus do jeito certo tem a vida mudada de uma maneira que nenhuma outra religião muda. 
      Mas seja como for, um princípio básico na grande maioria das religiões, é que o ser não é alguém passivo e parado no universo, ele é atraído para seguir num caminho que o leva mais e mais a uma iluminação, iluminação essa que o liberta da carne e o faz mais espiritual. Essa espiritualidade, contudo, não é algo que se manifestará só no plano espiritual, ele é evidenciada no plano físico, assim, para muitas metafísicas não cristãs o homem evolui à medida que existe no mundo, encarnando e reencarnando nele, numa evolução que pode demorar centenas, milhares de anos. Essa evolução, conforme pensam eles, também fará com que o ser humano desperte faculdades espirituais e psíquicas no plano físico, assim espiritualidade não é só virtudes morais, mas um certo poder espiritual manifestado na carne que torna homens em deuses. Essa é uma diferença em relação ao cristianismo, que ainda que sua espiritualidade disponibilize os dons do Espírito Santo, não crê numa evolução dessa forma.
      Transformar homens em deuses parece ser mais o desejo da serpente do Éden, isso para que possa se opor ao Deus altíssimo, não unir-se a ele, e eis o objetivo maior do “diabo”, dividir um poder indivisível, ocupar uma posição inalcançável, receber uma adoração impossível. Deus não divide seu poder, sua posição só é alcançada em Cristo, e só ele pode receber adoração, assim o que o diabo quer e diz que o homem pode ter é uma mentira, um engano, que só conduz à segunda morte, ao inferno, à separação espiritual de Deus. A verdade mais profunda é perigosa, por isso Deus ordenou ao casal mítico no Éden que não comessem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, e meus queridos, o conhecimento que eles tiveram não adveio do fruto, o fruto não tinha poderes mágicos, era apenas um teste. O conhecimento veio pela desobediência, pelo pecado, e foi um conhecimento, ainda que verdadeiro, ruim, prejudicial, amargo. Antes do tempo? Talvez, Deus tudo sabe e sabia que o homem não passaria no teste. 

“Espiritualidade Cristã”
é um estudo dividido em 64 partes,
por favor, se possível, leia todas as reflexões 
para melhor entendimento do assunto abordado.
José Osório de Souza, 30/09/2020.

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