sexta-feira, fevereiro 12, 2016

"Somos aquilo que adoramos"

      "Somos aquilo que adoramos", essa frase não é original, e como é verdade, somos mais parecidos com aquilo que mais gostamos de fato. Então, me vem à cabeça uma questão: por que pessoas, que aparentemente para muitas outras, parecem ser espirituais, não faltam a cultos, conhecem a Bíblia de cabo a rabo (principalmente no meio tradicional), falam em línguas e caem em êxtases em todo culto (nos meios pentecostais), mas ainda assim têm vidas na prática tão estranhas? 
      Não são humildes, não amam, não perdoam, não são honestas com dinheiro e bens, agem como se tivessem direitos especiais para serem arrogantes e deslocados simplesmente pelo fato de terem status espiritual dentro dos templos durante os cultos? Essas pessoas realmente não se parecem com o Deus que dizem servir e adorar, e são elas as que mais querem mostrar para todos que servem e adoram a Deus, com fervor, que sobem a montes para orar, que fazem jejuns intermináveis, ou que estudam meticulosamente textos bíblicos e teologia (os meios variam, mas existem equívocos em todos eles).
      Com menos rigor serão tratados aqueles que adoram o mundo e se parecem com o mundo, neles existe coerência, verdade, enquanto que aqueles que se dizem parecidos com Deus e não o são, porque adoram falsos deuses, uma grande mentira construída de partes da verdade, fora do contexto e do centro da palavra de Deus, serão tratados como hereges, enganadores, que diziam que Deus estava presente, quando não estava, esses não só tropeçam como fazem tropeçar a outros.
      Sei que na caminhada cristã passamos por várias fases, e no início, na infância, podemos nos enganar, nos iludir, exagerar, Deus entende isso, sua graça protege as crianças, tanto físicas quanto espirituais, contudo, as exigências aumentam conforme o tempo passa. 
      Em primeiro lugar são julgados, por Deus, os que se colocam no papel de mestres, de líderes, de ensinadores, esses têm que oferecer as condições para crescimento. Se o tempo passa e as ovelhas não amadurecem, por falta de alimento sólido dos pastores, esses correm um risco muito sério de serem disciplinados por Deus. Mas se o alimento está sendo dado, e ainda assim as ovelhas se negam a recebê-lo, se negam a crescer, se mantêm preguiçosamente em disposições imaturas, de forma insana continuam agindo como crianças espirituais, então elas também serão disciplinadas.
      O ponto dessa reflexão não é a imaturidade de permanecer na carne, ensinamento que pastores acomodados gostam de dar, pra esses basta que os novos convertidos se livrem dos vícios elementares, como álcool, tabaco, drogas e adultério, para estarem prontos. Não, a imaturidade pior é a falsa espiritualidade, essa não usa a carne, mas adora demônios, à medida que cultua um falso deus, uma mentira construída de pedaços de verdade fora do contexto e do centro da Bíblia, como foi dito acima. 
      Esse é o maior dos pecados, mas que os que possuem intimidade com Deus discernem, quando veem a verdadeira face daqueles que dizem adorar a Deus, mas vivem uma vida prática sem frutos espirituais. Esses desviados que não perdem cultos, parados na fé que lideram ministérios, hereges que parecem ter experiências e dons espirituais legítimos e altos, cometem o maior dos pecados, pior que a devassidão e a violência, cometem a idolatria, não de ídolos feitos de material sólido, mas subjetivos, feitos de ideias, de sentimentos, de falsa espiritualidade, esses não se parecem com Deus, mas com o diabo (lembremos que o diabo não é um ser carnal, mas espiritual...).

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