Alguns buracos são necessários, não que sejam absolutamente bons, já que não são criados por ninguém além de nós mesmos, mas podem ser únicas saídas em determinados momentos. Os que ainda não fizeram uso deles, não julguem os que se afundam, não em excessos e obsessões, mas em paradas necessárias, silêncios e solidões, para descansar olhos e ouvidos da alma, para se olhar, se medir e se conhecer. Contudo, cuidado, tais buracos devem ser temporários, não fiquemos tempo demais dentro deles, existe tanto o perigo de nos acostumarmos com uma exceção e começarmos a olhá-la como regra, assim como o risco de ficarmos sem forças para sairmos. Muitos que entraram em buracos para aplumar ego e mundo, acabaram para sempre neles, acreditando que o mundo não existe mais, só o seu ego.
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