sábado, abril 22, 2017

Prometeu - o mito

      "E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás." Gênesis 2.16-17

      Moisés foi um homem muito especial, mas não só como libertador de um povo, e realizador de milagres grandiosos, foi especial como escritor. Os cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco, foram escritos por ele. Sim, com certeza reuniu tradição oral, histórias passadas de pai pra filho oralmente, de anos e anos de história da parte do mundo em que viveu.
      Mas teve, eu creio, orientação de Deus na seleção, soube usar relevância espiritual para saber o que deveria ser registrado e o que não, e de que forma isso devia ser escrito. O texto de Gênesis esconde mistérios que só na eternidade saberemos. O sábio e temente a Deus entenderá a vontade de Deus, lendo esse livro, e saberá que não existe conflito entre a verdadeira ciência e a fé genuína. Mas vamos ao ponto desta reflexão.

      Existem variações da história de Prometeu, com adições, subtrações, de autores como Ésquilo, Safo, Platão, Esopo e Ovídio, incluindo ou não a história de Pandora. O conceito principal, contudo, é que é interessante, "deuses" em conflito para dar a "ciência" (o fogo) à humanidade. 
      Isso revela pontos interessantes sobre os chamados primeiros e maiores anjos caídos ou rebeldes, conforme a ótica judaica-cristã registrada na Torá, Bíblia e em apócrifos como "O livro de Enoque". 
      Mas isso pode mostrar, também de acordo com a visão cristã, a maneira como esses deuses querem ser conhecidos, ou a maneira como certos homens interpretam esses "deuses", não como realmente eles são. Leia mais a respeito no link da Wikipedia, segue um resumo de Hesíodo.

      "Segundo Hesíodo foi dada a Prometeu e a seu irmão Epimeteu a tarefa de criar os homens e todos os animais. Epimeteu encarregou-se da obra e Prometheus encarregou-se de supervisioná-la. 
      Na obra, Epimeteu atribuiu a cada animal os dons variados de coragem, força, rapidez, sagacidade; asas a um, garras outro, uma carapaça protegendo um terceiro, etc. Porém, quando chegou a vez do homem, formou-o do barro. 
      Mas como Epimeteu gastara todos os recursos nos outros animais, recorreu a seu irmão Prometeu. Este então roubou o fogo dos deuses e o deu aos homens. Isto assegurou a superioridade dos homens sobre os outros animais. 
      Todavia o fogo era exclusivo dos deuses. Como castigo a Prometeu, Zeus ordenou a Hefesto que o acorrentasse no cume do monte Cáucaso, onde todos os dias uma águia (ou corvo) dilacerava seu fígado que, todos os dias, regenerava-se. Esse castigo devia durar 30 000 anos.
      Prometeu foi libertado do seu sofrimento por Hércules que, havendo concluído os seus doze trabalhos dedicou-se a aventuras. No lugar de Prometeu, o centauro Quíron deixou-se acorrentar no Cáucaso, pois a substituição de Prometeu era uma exigência para assegurar a sua libertação."

      Por que levantei esse assunto aqui? Porque as religiões e filosofias não cristãs, principalmente as esotéricas e é claro, as explicitamente satanistas, utilizam esse mito e o Livro de Enoque para definirem um diabo ou uns diabos que não são tão maus como dizem os cristãos.
      Assim defendem grandes anjos rebeldes como defensores dos homens diante de um "Deus" egoísta que quis lhes negar ciência e conhecimento. Isso pode parecer estranho pra muito cristão, mas é base e argumento para os piores e mais perigosos inimigos do cristianismo.
      Mas nada mais é que a velha tática do jardim do Éden, quando a serpente enganou Eva, no registro de Moisés no livro de Gênesis, tática que funcionou e levou toda a humanidade para um caminho mais difícil. Interpretados metaforicamente ou ao pé da letra, esses textos falam muito sobre a essência do engano dos anjos caídos.

      "Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!" Gálatas 1.8

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