segunda-feira, abril 24, 2017

Pescando em aquário? Sim!

      O termo pescar em aquário é usado como crítica àqueles cristãos que "evangelizam" cristãos de outras igrejas, pessoas convertidas e comprometidas com outros ministérios, para tirarem tais pessoas de suas congregações para fazerem parte de outras, das dos tais "evangelizadores". 
      Reconheço a legitimidade dessa critica em muitos casos, contudo, nos dias atuais, diante de um enorme crescimento das igrejas evangélicas em nosso país, junto do aparecimento de muitos ministérios herejes e de igrejas-empresas, a pesca em "aquário" pode e deve ser justificada.
      Em primeiro lugar vamos analisar as palavras pescar, peixe, aquário e mar. Entendem, os defensores da crítica, que o mar é o mundo, pescar é evangelizar, peixe é o ser humano e aquário é uma igreja local. Será que uma igreja deve ser um aquário? No sentido direto das palavras, não metafórico, o mar é o lugar natural para o peixe viver, portanto o melhor. Aquário é um espaço artificial limitado, uma prisão, portanto não o melhor espaço para um peixe.
      Quando usamos essa simbologia, não mudamos o peixe, só mudamos o lugar onde ele vive. Alguém pode dizer, "mas o mundo não pode ser mudado, só as pessoas, só no céu a pessoa transformada por Jesus encontrará seu reino externo natural". Se é assim, não adianta prender ninguém em aquário, só para tentar esconder do mundo, proteger do inferno, do pecado e do diabo.
      Entendo que a simbologia aquário, que não é bíblica, interessa bastante a homens, que querem controlar, manipular e usar as pessoas para seus fins egoístas e hereges. Penso que num momento onde o Evangelho se tornou moda, onde existem evangélicos em quantidade e não em qualidade, onde pastores, profetas e ministros de louvor se desviam, é tempo, sim, de pescar em aquários. Contudo, não pra colocar os peixes em novos aquários, não só para tirar de igreja errada para colocar em outra igreja errada, mas para devolver os peixes para o mar.
      Você pode perguntar, "mas como assim, devolver os cristãos para o mundo?". Sim, exatamente isso, mas não serão devolvidos como eram, serão devolvidos convertidos, lavados pelo sangue de Jesus, selados com o Espírito Santo, para que possam pescar almas, não para homens, para igrejas, para aquários, mas para Deus, para a vida eterna, para o céu espiritual do Senhor.
      "Mas aí não existiriam igrejas?" Claro que existiriam, igrejas de verdade são comunidades que aparecem naturalmente a partir de pessoas que querem compartilhar a mesma experiência em Deus. Precisamos, todavia, de igrejas bíblicas, a exemplo da igreja primitiva do novo testamento, com gente santa, humilde, e com líderes-pastores de coração e conforme o coração de Deus, onde o Espírito Santo, e não leis, tradições e conveniências humanas, ensinam a vontade do Senhor.
      Essas igrejas verdadeiras não são aquários, mas partes da grande e eterna Igreja espiritual, do corpo de Cristo. Isso é utopia? Mas é a utopia que temos que perseguir, é a "utopia" bíblica? Mais que isso, é realidade possível de Jesus.

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