sábado, maio 12, 2018

“É proibido proibir!”

      “É proibido proibir”, frase de uma música de Caetano Veloso, que fez parte do movimento Tropicalista brasileiro, em sintonia com a revolução de costumes, de culturas e de políticas que invadiu o mundo nos anos 1960. Contudo, reprimida pela ditadura militar e pela moralidade tradicional da Igreja Católica, o Brasil não experimentou toda a abrangência dessa revolução. Pontos importantes, principalmente na área sexual, só tiveram relevância recentemente em nosso país. Uma consequência disso é que vivemos um tempo onde é proibido discordar, não se pode ter opinião diferente. Reflitamos sobre isso sob três aspectos, o dos cristãos, o da mídia (e da agenda nova era) e o do mundo.

      Não sabem discordar! Aqui eu começo falando da minha casa, de uma grande parte do povo evangélico. Tradicionalmente o cristianismo se opõe a certas escolhas, liberações ou características, seja qual for o nome que se dê a isso, me refiro a questões atuais como gênero sexual e tolerância religiosa. Na doutrina tradicional, as regras são claras, toda expressão de homossexualidade é errada, assim como é algo diabólico comunhão com entidades espirituais nas religiões do afro-esperitismo. Se querem saber, nem vou refletir aqui se isso está de acordo com a doutrina cristã, seu eu, em Deus, concordo com a outrina tradicional cristã sobre esses temas. Penso que quem acompanha o blog, sabe como vejo no Senhor esses assuntos, e se você não sabe, basta digitar algumas palavras no campo “pesquisar” do blog, e poderá ler algumas reflexões minhas a respeito. 
      Acredito que a questão não seja pensar isso ou aquilo, concordar ou discordar, mas em como administramos nossos princípios, principalmente diante de quem tem princípios diferentes dos nossos. O cristão pode dizer, “Jesus disse isso”, ou, “a Bíblia diz assim”, e baseado nessas coisas pode se achar no direito de jogar na cara das pessoas a verdade que ele acredita que não é sua, mas de Deus. Mas a verdade é que nem a posse de um conhecimento superior, dá ao cristão direito legítimo de usar esse conhecimento de qualquer jeito, isso, repito, na possibilidade dele realmente ter tal conhecimento. Quem nos ensina isso? Jesus encarnado, nosso exemplo máximo de ser humano neste mundo. Jesus agia com muita sabedoria, com muito amor, com muito respeito, isso não significa que ele não tinha um entendimento maior sobre todas as questões. Nós cristãos precisamos aprender a lidar com a discordância de pontos de vista, mesmo que tenhamos Deus ao nosso lado. Se o próprio Deus repeita os seres humanos que não querem seguir o caminho melhor do evangelho, quem somos nós para agirmos diferentemente?

      Não podem discordar, eis o segundo aspecto sobre discordância. Isso é o que diz a mídia, que tem-se colocado num papel religioso nos dias atuais, ditando regras de tolerância, de justiça, de liberdade, a mídia e todos os órgãos, instituições e corporações envolvidos com a agenda “nova era”, qualquer discórdia, pra essa agenda, é violência. Mas mesmo, que a agenda diga que todos têm direito de pensar e de fazer o que querem e não podem impedir os outros de agirem igualmente, na prática o cristianismo não pode ensinar que afroespiritismo adora demônios, isso seria uma intolerância, um desrespeito com os afroespíritas. Nessa falsa e manipulada tolerância, dizer que entidades espirituais são do bem, são de Deus, pode, mesmo que seja uma blasfêmia para os cristãos. Sabemos que o objetivo disso não é pregar o respeito com a diversidade, mas calar o cristianismo, tolerância só é válida quando defende o lado que a agenda quer beneficiar.

      Não querem discordar, é o terceiro aspecto. Muitos, contudo, mesmo cristãos, principalmente dos meios não pentecostais ou mais tradicionais, um grupo com um pouco mais de cultura, de poder aquisitivo, que se mistura muitas vezes com o mundo e poucas vezes revela o que aprende dentro das quatro paredes de seus templos, começam a comprar a “religião” de tolerância com a diversidade vendida pela mídia e pela agenda nova era. Esses discordam dos pentecostais mais radicais, e não querem que o mundo os confunda com eles, e isso não está errado, eu também penso assim, contudo, nesse cuidado excessivo, nessa falsa sabedoria, acabam se acovardando, esquecendo-se das raízes do evangelho puro. Assim adotam como cristianismo aquela interpretação que a agenda ama dar ao evangelho: o coração do evangelho é amor e respeito, assim ser evangélico é dar aos afroespíritas a liberdade de cultuarem suas emtidades espirituais. 
        O evangelho é amor, mas não esse falso amor, esse amor pela metade, esse amor que mima, mas não ensina a verdade. O evangelho é paciente, não tenta mudar um afroespírita à força, dizendo a ele um verdade que pode ofende-lo, sim, porque o mesmo amor que um protestante evangélico coloca em Jesus, um afroespirita coloca em Iemanjá, ou um católico coloca em São Jorge, ou um muçulmano coloca em Alá. O amor, o rspeito, a fidelidade, do coração do ser humano, são os mesmos, só são colocados em coisas distintas. Ofender  a São Jorge, magoará tanto um católico praticante, quanto ofender a Jesus deveria magoar um protestante evangélico. Existem momentos, muito especiais, em que podemos dizer a um amigo, que conhecemos há tempos, com a qual temos intimidade de amizade, que alguns pontos de sua religião não batem com o evangelho puro e verdadeiro. Mas Deus nos proporcionará esses momentos de forma muito especial, preparará o coração do amigo e nos dará muito amor e sabedoria nas palavras. Até um momento assim não chegar, o testemunho de justiça, de honestidade, de misericórdia de nossas ações, é que deverão mostrar para o nosso amigo o evangelho diferente que seguimos, não nossas palavras. 

      Esse evangelho panfletário que ainda hoje, às vezes, vemos sendo pregado em praças, não funciona mais, se é que funcionou algum dia. Esses evangélicos que se colocam como profetas do antigo testamento, estão mais para pessoas com transtornos psiquiátricos que para homens cheios da coragem do Espírito Santo. Não ensinaram para eles, e se ensinaram eles não entenderam, que os profetas do antigo testamento pregavam para nações de Israel e de Judá desviadas de Deus, eles não falavam às outras nações. Eram filhos rebeldes do Senhor que eram exortados, não homens e mulheres idólatras das outras nações, que nem filhos de Deus eram. Como pregar para o mundo nos foi ensinado por Jesus encarnado no novo testamento, e Cristo, repito, fazia isso de um jeito diferente, muito diferente do jeito estúpido e panfletário que tantos pastores famosos atuais pregam.
      Enfim, discordar no Espírito Santo, é algo que muito cristão não tem a mínima ideia do que seja nos dias de hoje. O diabo e o homem mau têm se aproveitado disso para atacar e enfraquecer as igrejas cristãs protestantes evangélicas, mas eles só têm entrado por uma brecha que o próprio cristão tem mantido aberta, por viverem um cristianismo raso, herege e materialista. Precisamos abrir os olhos, os dias são outros, a maldade se aprimora, e o evangelho de Jesus nunca mudou ou perdeu eficácia. O cristão, contudo, se apegou a uma interpretação antiquada e limitada do evangelho, que até funcionou há décadas atrás, quando o mundo estava preso a falsos moralismos. Hoje não é mais assim, ou o cristão olha a verdade de Deus de verdade e a pratica, ou será só mais uma religião, que tem que obedecer à tolerância pregada pela última cartada do diabo no mundo.

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