sexta-feira, julho 02, 2021

Paranoia, não! Sabedoria, sim

      “Põe, ó Senhor, uma guarda à minha boca; guarda a porta dos meus lábios.Salmos 141.3

      Muitas vezes agimos por conveniência, achamos que algo é melhor só porque apoia nossas atitudes. O tímido, que fala menos, buscará em textos bíblicos, que aprovam falar pouco, aprovação para seu temperamento, já os falantes e que tomam iniciativa, acharão no ensino que incentiva a voluntariedade e a sinceridade aprovação para o seu jeito. Quem está certo? Quem obedece a Deus em cada assunto específico, não usando uma conveniência para se proteger, nem uma lei para agir sempre de um jeito sem se dar ao trabalho de buscar discernimento na razão e na oração
      Meu jeito natural de ser é falar muito e ser impulsivo, muitas vezes sem pensar muito antes, pago um preço caro por isso. O lado bom disso é que como sou rápido para tolices também o sou para obedecer a Deus, enfim, não sou insensível, mas tenho uma sensibilidade que precisa ser bem administrada. Nesse meu modo de ser tenho a tendência de achar que as coisas precisam ser ditas para serem resolvidas, que as bênçãos devem ser compartilhadas para que Deus receba o louvor, que a revelação, mesmo de problemas pessoais, pode ajudar outros com problemas semelhantes.
      Perdoe-me por ser pessoal nesta reflexão, mas se eu não fosse assim esse blog não existiria, e tomara que ele esteja abençoando de alguma forma alguém. Contudo, tenho mudado meu jeito nos últimos tempos, e eis o ponto deste texto, tenho entendido que é melhor falar menos, mesmo quando tenho razão ou que seja sobre uma coisa boa, e isso, não por qualquer tipo de paranoia, mas por sabedoria. O sábio não teme as trevas, por não poder ver onde está, ele está na luz, pode ver tudo com clareza e por isso toma cuidado com o que fala, faz e para onde anda, ele não tem malícia mas sabedoria. 
       Se para coisas ruins, erros, tropeços, é bem recomendado que depois de assumidos e perdoados fiquem só entre nós e Deus, já que as pessoas tendem a ter uma opinião fixa sobre nós, muitas vezes usando o nosso pior como referência, não acreditando que podemos mudar e para melhor, para coisas boas, bênçãos recebidas, vícios vencidos, também pode ser mais guardar segredo. Que os outros saibam quem somos por nossas ações no dia a dia, não por revelações verbais, entretanto, tem um motivo mais sério de porque é sábio mantermos certas coisas só entre nós e Deus. 
      “O cão é sujo”, você já deve ter ouvido essa frase, não gosto muito de usá-la pois não gosto de ficar pondo culpa de tudo no diabo, contudo, muitos seres, humanos e espirituais, podem fazer o papel do “cão”. O “diabo” em nossas vidas são todos os que se colocam como acusadores, julgadores e condenadores, e esses não veem nossa fé em Jesus e nossas boas obras no caminho da redenção, eles apenas querem achar motivos, sejam eles quais forem, para nos caluniar e prejudicar. Cuidado, paranoia não é sabedoria, não confundamos as coisas, mas que esse tipo de “diabo” existe, existe.
      Somos, contudo, vítimas de armadilhas que nós mesmos fazemos, na carência de querermos atenção, de recebermos aprovação das pessoas, de construirmos alianças, para não estarmos sozinhos e sermos parte de algo maior que nos proteja, podemos confiar em pessoas erradas, falar demais e entregarmos nossos tesouros a falsos amigos (veja sobre Ezequias em Isaías 39). Não tenho dúvida que se nossa intenção for pura e em Deus estamos livres e nada precisamos temer, mas estejamos vigilantes, nossa maior alegria é sermos agradáveis a Deus, ainda que ninguém saiba mais nada sobre nós. 

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