domingo, julho 18, 2021

Corra até o final

      “Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. E todo aquele que luta de tudo se abstém; eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar. Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.I Coríntios 9.24-27

      O corredor, que já percorreu uma longa jornada, não para dez metros antes do final para apreciar a paisagem, para namorar, para fazer um lanche, para descansar. Não, ainda que esteja cansado, tirará de dentro de si as últimas forças, o último suspiro, esquecerá das dores nas pernas e pés, mesmo da sede, e terminará a corrida, afinal, falta-lhe tão pouco. Esta palavra é para todos, jovens, maduros, velhos, que estão lutando por algo, que estão se esforçando para alcançar um objetivo, superando limites próprios assim como tantas adversidades dos homens e do mundo. 
      Não desista nunca, se é algo bom, digno, justo, se há paz e a ninguém prejudica, é de Deus, seja um diploma, um emprego, uma promoção, um casamento, e principalmente a libertação de um vício. Mas se os que estão iniciando não devem desistir, mais ainda os mais velhos, principalmente em suas caminhadas espirituais com Deus. Quando a paixão passa, quando o corpo cansa, ainda temos o Espírito Santo, e ele sempre renova nosso espírito, esse não precisa envelhecer, ao contrário, pode tornar-se mais vivo e mais iluminado à medida que conhece e obedece a Deus.
      Aquele que persiste em Deus, quando parece que não tem mais forças, descobrirá não o fim, mas um novo começo, mas repito, experimentará isso se persistir em Deus. O que faz o “milagre” (e veja que coloquei a palavra entre aspas) não é a matéria, a persistência humana, mesmo a boa intenção, mas o Espírito de Deus, é ele que nos leva em direção ao altíssimo, numa jornada espiritual, que independe das forças do corpo físico. O trabalho do homem é descobrir como dar liberdade a esse Espírito, ainda vivendo em sua existência no mundo aprisionado a um corpo.
      O milagre é o homem descobrir isso, não o que ele pode fazer depois que descobre, o milagre é a causa, não o efeito, é a fé, não o mover da montanha, é a fonte, não a água, é a água, não o vaso, é o vaso, não a mão. O milagre desconstrói o óbvio e surpreende, só corre até o final o que aprende a se surpreender, a desacreditar, não para se perder, mas para se achar. Deus se agrada dos que descansando nele se inquietam, não para produzirem ansiedade e consequente fuga em prazeres do corpo, mas para conhecerem mais a ele em espírito e em verdade, eis o final da corrida. 
      Muitos desistem quase no final porque depois de passarem a vida tentando mover montanhas se esgotam, fazem de tudo para achar fé para isso, mas não entendem que quem tem fé não precisa mover montanhas. Para que mover montanhas? Para provar a si mesmo que tem fé, ou pior, para mostrar para os outros que tem? Quem acha a fé maior lhe bastará o mínimo neste mundo para estar em paz, não se preocupará com aparências e conhecerá mais a Deus. Quem assim procede não precisa de milagres, já provou o maior deles, esse terá forças para finalizar a corrida. 

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