sexta-feira, novembro 10, 2023

Ao limite e além?

      “Por isso sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco então sou forte.II Coríntios 12.10

      “Não há limites para os teus sonhos, corra atrás deles e se realizarão”. É por acreditar em afirmações como essas que muitos jovens estão doentes atualmente, deprimidos e infelizes, ainda que com boas formações acadêmicas e até bem remunerados profissionalmente. O que ocorre é que muitos atingem seus limites e não querem parar, assim tentam seguir numa jornada impossível. No desperdício de energia podem perder o que tinham conquistado até então, e ao invés de se manterem na boa posição conquistada, retrocedem a posições mais baixas, humilhados e desfalecidos. Aceitar limites não é covardia de fraco, é decisão inteligente do forte, e é preciso ser muito forte para assumir diante de outros homens um limite. 
      Por várias vezes já refleti aqui na passagem sobre o espinho na carne de Paulo, registrada em II Coríntios 12, não farei isso novamente, mas vou frisar uma frase desse texto, sinto prazer nas fraquezas. Isso é dizer “não estou deprimido porque tenho barreiras, porque nem tudo que sonhei se realizou, mas sou feliz por reconhecer e respeitar meus limites”. Mas é ainda mais que isso, é sentir prazer nas fraquezas, isso não é masoquismo ou alguma doença emocional, é efeito de quem prova a segunda parte do mistério. Quem assume sua fraqueza depende da fortaleza de Deus, e nessa parceria pode-se ser feliz, útil, vencedor, não só na área material, mas na moral, a que constrói o céu no homem interior e leva o espírito a superar limites. 
      Que fique claro, achar o limite pode não ser fácil e rápido, precisamos tentar muito, trabalhar bastante, nos esforçar o máximo, para termos certeza que fizemos tudo que podíamos. Ainda assim alcançar o limite não é parar, é só conhecer o que se é e ser, em paz, sem a ganância e a vaidade de querer fazer o que não se é para fazer. Deus vai conosco até nosso limite, respeita-nos e nos protege, mas depois somos nós que temos que ir com ele, priorizando vida espiritual sobre a material. Muitos, contudo, não querendo assumir seus limites, largam Deus e seguem sozinhos, perdem o melhor da vida, a amizade do Altíssimo. É preciso ser humilde para saber quando ir e quando parar, e assim provar um Deus de luz e paz sempre por perto.
      Limite não é restrição, é proteção, entender isso é crescer no melhor plano de Deus. O Senhor não precisa de nossas capacidades para nos usar e nos ensinar, precisa de nós, obedientes e simples. Pela visão material dos homens, muitos acham que estão melhor preparados para serem mais eficientes tendo mais informação, mais experiência, mais bens, mais amigos, mas muitas vezes o mais atrapalha, não ajuda, exalta o ego e afasta o ser do Espírito de Deus. O propósito mais alto de Deus é nos aproximar dele, não das riquezas do mundo ou da aprovação de homens. Limites nos protegem de nós, criam delimitadores para que não nos percamos e foquemos no que importa. Assumir limites é ir direto ao ponto, a glória de Deus. 

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