sexta-feira, fevereiro 16, 2018

Fique com os amigos e deixe ir os outros

      Como cristãos, nosso desejo, nossa iniciativa, nosso trabalho, deve ser sempre com a intenção de entendimento, de aproximação, de adição, de amor. Contudo, erramos, cometemos injustiças, ingratidões, subtraimos direitos, egoísticamente, assim separamos ao invés de unir. Todos erramos assim, todos.
      O Espírito Santo em nossos corações nos conduz ao arrependimento, nos leva a pedir perdão e a tentar apagar o erro, com o propósito de apagar os atalhos de desvios e voltar ao caminho reto da comunhão. Contudo, nem sempre é possível corrigir um erro e continuar junto, simplesmente porque não depende só de nós.
      Ficou claro pra mim, até o momento com alguma experiência de vida, que existem dois tipos de pessoas. Não sejamos tão egocêntricos e insanos a ponto de achar que somos referências absolutas. Existem dois tipos de pessoas em relação a mim, e isso não é uma regra estabelecida para todos. Só Deus é absoluto!
      Com um tipo de pessoa temos laços de afetos fáceis e duradouros, parece que nunca existem desvios, seguimos num caminho reto mesmo que sejamos pessoas totalmente diferentes, mesmo que sejamos cristãos e as outras pessoas desse tipo não sejam.
      Com o outro tipo de pessoa pode até haver inicialmente uma conexão, assuntos em comum, mas bastará um deslize só para que o dia vire noite, o paraíso, inferno, o amor, um desconforto que nos faz, mesmo sendo nós cristãos, estar às portas de um ódio extremo.
      Como eu disse antes, nós não somos referências absolutas, alguém com o qual não nos damos bem, pode se dar muito bem com outra pessoa, e vice e versa, um amigo nosso pode ser inimigo ferrenho de outra pessoa.
      Por que é assim? Alguns dizem que é uma questão de pele, de química, e isso é verificado no casamento. Cada "panela" tem sua "tampa", que se encaixa de um jeito único, misterioso, que pode durar para sempre. Como sempre dizem, nem Cristo agradou e agrada a todos.
      Mas uma coisa precisamos entender, para seguir em paz nesta vida: é preciso deixar ir algumas pessoas, de preferência para bem longe. Tentar continuar junto só nos fará sofrer. Por mais que nossas inseguranças queiram a aprovacão de todos e tenhamos dificuldades para aceitar oposições e opositores, precisar aceitar a verdade.
      A verdade é que alguns não querem andar com a gente, por quê? Porque somos chatos? Porque os magoamos? Porque os incomodamos de alguma maneira? Porque tocamos em algum ponto nevrálgico deles, em alguma fragilidade deles, em algo que eles não assumem nem pra eles mesmos como sensibilidade?
      A palavra é: respeito. Talvez a maior prova de amor que podemos dar a alguém é dar a esse alguém o direito de não gostar de nós. Isso sim é amar quem não nos ama, aqueles que por algum motivo, que pode ser um erro nosso mesmo, se coloca como nosso inimigo e não gosta de nós. Aceite essa realidade, em Deus.
      Se perdoe, peça perdão a Deus, perdoe a pessoa e libere-a do teu coração, não leve esse desconforto com você. Se fez a tua parte e a pessoa não mudou de posicionamento, Deus sabe e te entende. O problema não é mais teu, por isso não o carregue com você. Ao invés de ficar perdendo tempo com quem nunca te amou, seja generoso com os amigos verdadeiros que Deus te dá.
      Acredite, Deus nos dá amigos conforme a sinceridade do profundo dos nossos corações. Esses amigos são o consolo, a água fresca e límpida, que precisamos para atravessar tantos desertos desta vida. Esses não são muitos, mas eles nunca se vão.

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