Só recebemos na vida, aquilo para o qual estamos preparados para ter, mas isso depende do tipo de ser humano que queremos de fato ser. Os que querem seguir a Jesus de verdade são os que menos têm, pois, muitas coisas, se tivessem, os fariam afastar-se de Cristo. Assim, Jesus ouve o nosso desejo maior e só nos dá aquilo que não nos priva de ter o que mais desejamos, se dizemos que queremos segui-lo, antes de tudo, a resposta desse desejo definirá todas as outras. Quanto aos que não querem seguir a Cristo, mesmo que frequentem templos, mesmo que se digam religiosos, mesmo que falem e se vistam, que aparentem ser cristãos, poderão ter muitas coisas neste mundo, e além de dinheiro e bens, ou mesmo sem eles, terão fama e respeito da maioria. Esses terão mesas sempre fartas, não necessariamente de pão e vinho, mas de amantes, de gente que diga que eles são os melhores.
O ponto, portanto, é só um: o que mais deseja o nosso coração, de verdade, lá no fundo? O que, apesar de correrem os anos, de tanta coisa mudar, de tanta dor ficar e de tantas alegrias passarem, mais queremos nesta vida, não na outra, não na eternidade, mas aqui, neste mundo? O que realmente eu quero da vida? E não achemos que estamos em cima do muro, essa posição não existe, quem cala sempre consente e geralmente permite o pior, todos se posicionam, assumindo ou não isso.
Se realmente for seguir a Jesus estejamos preparados para perder, para sermos injustiçados, para sermos desrespeitados, para não sermos entendidos, para sermos desprezados, e quanto mais quisermos conhecer a Deus e seus mistérios mais seremos execrados pelos homens, todos eles. Dessa forma, o quanto antes assumirmos isso para nós mesmos, visto que se é verdade já assumimos para Deus e para os homens, o quanto antes estivermos em concordância com a nossa escolha, prontos a pagar todos os preços por ela, vendo esses pagamentos não como roubos feitos pelo destino, mas como doações pessoais e voluntárias, antes teremos paz. Talvez, depois disso, junto da paz, se Deus assim quiser, possamos até receber um pouco daquilo que já não nos faz falta viver sem, que já se tornou moeda sem valor para nossos espíritos, que evoluídos podem então receber qualquer coisa, até respeito dos homens.
Encerro esta reflexão com um mistério, não somos nós que queremos o melhor caminho, é o melhor caminho que nos quer. Nós nunca desejaremos plenamente seguir a Jesus, é Jesus que nos atrai com amor a ele. As ovelhas seguem somente seu pastor, mas quem nos faz boas ovelhas não somos nós mesmos, nossas obras, nossa intenções, mas Deus, o pai. Assim, as ovelhas nunca serão arrebatadas das mãos de seu verdadeiro pastor, Jesus, quando Deus de fato, não outros meios, homens ou seres, as dá a ele.
“As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.” João 10.27-29
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