“Naquela mesma noite Deus apareceu a Salomão, e disse-lhe: Pede o que queres que eu te dê. E Salomão disse a Deus: Tu usaste de grande benignidade com meu pai Davi, e a mim me fizeste rei em seu lugar. Agora, pois, ó Senhor Deus, confirme-se a tua palavra, dada a meu pai Davi; porque tu me fizeste reinar sobre um povo numeroso como o pó da terra. Dá-me, pois, agora, sabedoria e conhecimento, para que possa sair e entrar perante este povo; pois quem poderia julgar a este tão grande povo?
Então Deus disse a Salomão: Porquanto houve isto no teu coração, e não pediste riquezas, bens, ou honra, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento, para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te constituí rei, Sabedoria e conhecimento te são dados; e te darei riquezas, bens e honra, quais não teve nenhum rei antes de ti, e nem depois de ti haverá.”
II Crônicas 1.7-12
Muitos, imaturos e apressados, passam a vida fazendo perguntas, questionamentos mal pensados que obtém respostas rápidas e rasas. Uma das leis inexoráveis do universo e que se acha o que se procura, respostas medíocres serão dadas para perguntas medíocres. Contudo, quando amadurecemos paramos de perguntar, de nos acharmos melhores só por duvidarmos e fazermos perguntas, a vaidade deixa de alimentar nossas almas e passamos a buscar alimento melhor. Passamos a pensar mais antes de falar e ao invés de exigirmos milhões de respostas nos concentramos em fazer a pergunta certa, aquela cuja resposta satisfará ao questionamento mais importante de nossas almas.
Começamos a fazer a nossa parte, antes de exigir da vida, do universo, de Deus, a grande resposta, estudamos mais, adquirimos conhecimento, trabalhamos mais, nos esforçamos mais, abrimos nossas cabeças para aquilo que vai além do que nossos pais e nossas religiões nos ensinaram, passamos a duvidar das certezas alheias e começamos a verificar a prática após as teorias. Então, depois de colecionar meias verdades, de coordenar todos os pontos de vista, e de deixarmos tudo isso maturar em nossos corações, começamos a postular a pergunta.
Todo esse processo nos leva a respeitar mais a vida, a nós mesmos, os homens e principalmente a Deus, não queremos mais levar ao Senhor qualquer coisa, se podemos fazer, fazemos e agradecemos, mas sem pedir milagres tão desnecessários quanto impossíveis, não os feitos realmente por Deus e não por outros poderes que os ociosos e infantis insistem em dizer que foram obra de Deus. Entendemos que no final seremos avaliados não pela quantidade de respostas que conseguimos, mas pela qualidade de uma única pergunta que fizemos, uma que sozinha define não quem é Deus, o que é a vida, o que é a humanidade, mas o que nós somos.
A pergunta de Salomão era “o que de fato é mais importante pra mim, o que me fará um rei bom e justo, como poderei cumprir minha missão como rei de Israel da melhor maneira?”. Ele teve a sensibilidade para entender a resposta de Deus, sabedoria é o mais importante, asssim, foi isso que ele pediu ao Senhor. Como já compartilhamos aqui, orar não é pedir algo a Deus mas saber o que Deus quer de fato nos dar e que verdadeiramente nos fará mais felizes. Tudo vem de Deus e para Deus volta.
A grande pergunta que precisamos fazer a Deus, para obtermos a resposta que saciará plenamente nos almas pode não ser “como eu posso ganhar muito dinheiro?”, ou “como poderei ter aquele cargo em minha empresa ou a liderança daquele ministério em minha igreja?”, ou ainda “como poderei ter o esposo ou a esposa dos meus sonhos?”. Isso tudo Deus nos dá, não percamos tempo em saber como ter essas coisas, apenas façamos a nossa parte. Mas façamos uma pergunta que vai nos fazer servos mais fiéis, cristãos mais fortes, filhos mais gratos, homens e mulheres de bem e que realmente testemunham do Senhor neste mundo. Façamos a Deus espiritual uma pergunta realmente espiritual.
A verdade, todavia, é que a pergunta de uma vida é algo muito pessoal, é tão importante que devemos guardar em segredo, entre nós e o Senhor, aperfeiçoando-a a cada dia, preparando com cuidado nossos espíritos para a receberem a resposta para ela somente de Deus, e de mais ninguém. Quando se é jovem, entretido com sonhos, iludido com a carne e o mundo, essa resposta pode não ter tanta relevância, estamos tão ocupados com o dia a dia que uma resposta espiritual parece não ser tão importante. Mas creia-me, só ela nos conduzirá no final de nossas vidas, quando a paixão esfriar e a dor ficar, em paz e consolados.
Vou quebrar aqui o segredo e responder à pergunta, vou dar a resposta que serve não só pra mim, mas para todos, e que a maioria, mesmo de cristãos convertidos, que já a receberam, não a entenderam. Vou revelar a resposta que todas as religiões e filosofias tanto procuram, que as tradições as esqueceram, mesmo dizendo-se guardiães fiéis de seus arcanos. A resposta é Jesus, o verbo de Deus. Essa é a resposta para todos os mistérios, todas as pessoas, todas as necessidades, todas as dúvidas. Somente o Espírito Santo pode entregá-la e só ele pode explicá-la.
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