sexta-feira, abril 10, 2020

Loucura (parte 6) Podemos saber?

6. Podemos saber?

      “Multiplicando-se dentro de mim os meus cuidados, as tuas consolações reanimaram a minha alma.” 
Salmos 94.19

      Na 6ª parte do estudo sobre loucura, que será compartilhada na próxima postagem do blog, faremos uma reflexão sobre o mundo espiritual, esse assunto é bastante pensado aqui no blog, veja por exemplo o estudo “Desvendando o mundo espiritual”. Desta vez tentaremos entender algo impossível de ser provado pela ciência, a existência pós-morte, mas antes faremos uma reflexão introdutória sobre o porquê de levantarmos esse tema neste estudo sobre loucura.
      Conhecimento sobre a morte é algo que só podemos obter pela fé? Bem, pela fé se obtém bem mais que doutrinas teóricas, antes experiências fortes e claras, e que não deixam dúvidas aos que as têm, são provadas sobre muitas coisas do mundo espiritual e por muita gente. Essas coisas são loucuras ou de fato é possível comunicação com os mortos, com os espíritos, com anjos e outros seres espirituais? Isso fica com a fé de cada um, mas qual a relevância disso para o tema loucura? Muita relevância.
      Nas experiências envolvendo mediunidade, necromancia, possessão demoníaca, dons espirituais cristãos etc, a comunicação, ou suposta comunicação, é feita através de nossas mentes, é por ela que entidades, espíritos, humanos desencarnados, ou o Espírito Santo de Deus, se comunicam com os seres humanos. Não estou fazendo juízo de valor, pondo todas essas experiências no mesmo nível, seja doutrinário, espiritual ou moral, nem estou dizendo que isso é verdade ou mentira, contudo todas essas “experiências”, legítimas ou não, podem ser confundidas com alucinações auditivas ou visuais, que são psicopatologias, doenças, não experiências espirituais. 
      Sob o ponto de vista da doutrina protestante evangélica tradicional, experiências de comunicação espiritual podem ter três origens e meios, e em alguns casos fins, ou elas vêm de Deus, ou vêm de espíritos malignos ou são invenções de nossas mentes. O cristianismo tradicional não contempla comunicação com espíritos de homens desencantados e mesmo com anjos, e com demônios só na expulsão e em algumas situações (Jesus conversou com a “legião” em Marcos 5.9). Essa é outra abordagem que precisamos fazer para entender eventos subjetivos que se passam, pelo menos a princípio, só em nossas cabeças, para então podermos identificar a loucura. 
      Alguém pode dizer, “minha experiência é espiritual, não é mental”, mas o espírito precisa de um instrumento para ser entendido por nossas consciências. Antes que nosso corpo reaja e aja, se mova, sinta, é em nossas mentes, com visões e audições mentais (e às vezes com outros sentidos mentais como cheiro e paladar) onde a experiência “espiritual” se passa. Nossa mente é quem recebe o primeiro contato que nosso espírito faz com o mundo espiritual, e é ela quem passará ou não essa informação para o nosso corpo. Discernir de onde vem é importante, para decidirmos se uma experiência possa ser passada para frente ou ser anulada ali, na origem.

      Preciso também compartilhar mais uma coisa, antes de seguir o estudo sobre “Loucura”, aproveitando essa reflexão introdutória, o entendimento que tenho sobre muitas coisas do mundo espiritual é fruto de várias experiências. A primeira delas é conhecimento bíblico, graças a Deus posso ter várias versões de Bíblias e de comentários de Bíblias a mão, também, aos sessenta anos, sou de uma época que a maioria das igrejas Batistas tradicionais (CBB) tinham ótimas E.B.D.s, minha base de conhecimento bíblico é antiga, fundamentada assim como eclética. 
      Tive a oportunidade também de estudar teologia em seminário, assim possuo uma biblioteca extensa de livros técnicos, ainda que atualmente tenhamos excelentes materiais disponíveis gratuitamente na internet, para quem quiser ler e aprender. Infelizmente a disponibilidade de material cresce em relação inversa ao interesse que as pessoas têm nos últimos anos por adquirirem boa informação, que requer estudo e tempo, muitos preferem informações rápidas ainda que falsas. 
      Não expus tudo isso por vaidade, Deus sabe, não tenho em mim motivos para me exaltar, meu orgulho é poder provar de uma imensa misericórdia de Deus, mas ainda com todo o conhecimento que tenho de terceiros, meu entendimento também é baseado em experiências de primeira mão com o Senhor, na oração e através dos dons espirituais. Não, nem tudo é claro pelo cânone bíblico, e o que tenta se basear só nele ficará preso à palavra morta e perderá muito da palavra viva do Espírito Santo.
      Precisamos buscar em Deus o discernimento, mas precisamos aceitar que Deus é muito mais que as experiências registradas na Bíblia de homens antigos com ele. Não estou incentivando ninguém a crer em coisas que não estão claras na considerada palavra escrita de Deus, assim se o que é compartilhado aqui te escandaliza, procure outro espaço, fale com o seu pastor, ore a Deus, se informe mais, mas faça tudo isso com mente e coração abertos. 
      Ainda existe um senso comum entre os cristãos que não se deve tecer teorias sobre certos assuntos, e pior ainda, que não se deve nem pensar neles, sempre usando o texto de Apocalipse 22.18-19 para alegar como pecado qualquer adição ou subtração a qualquer doutrina bíblica. Penso que isso é mais uma ideologia católica que protestante, também creio que isso mais atrapalha que ajuda, não deixa as pessoas mais praticantes do que sabem, ainda que saibam com restrições, mas deixa os hipócritas mais ignorantes, condição conveniente para os manipuladores. 
      Repetindo sempre o que dizemos aqui, a palavra de Deus é o vivo Espírito Santo, e ele está sempre aberto a diálogo com os que temem o altíssimo através do nome de Jesus. Todavia, a conversão de muitos ocultistas ao evangelho (principalmente os da “mão esquerda”) tem trazido informações certificadas pelo Espírito Santo, para quem está, repetindo, aberto para o verdade. Sejamos mais aplicados em conhecer o mundo espiritual, os inimigos de Cristo têm se aprimorado, enquanto muitos cristãos continuam católicos, ainda que se denominem protestantes evangélicos.

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