15/04/23

Conexão espiritual (1/2)

      “Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.Romanos 8.14

      Em algum tempo andando com Deus aprendi que sempre que precisar de uma resposta de Deus e eu perguntar ele responde, muitas vezes para saber se devo comprar ou não uma coisa, assunto que muitos nem se dão ao trabalho de pedir orientação ao Senhor, principalmente se for algo de valor pequeno. Já saí para comprar presente de natal e fiquei em dúvida, perguntei ao Senhor, ele respondeu não, e depois entendi que se tivesse comprado teria cometido um erro. Sim, na maioria das vezes o bom senso deve ser nosso guia, bom senso adquirido com vida madura e temor a Deus, mas às vezes um desejo incontrolável de fazer algo pode necessitar de obediência a uma resposta imediata do Senhor para que seja aplacado.
      É claro que quem pergunta quer saber e deve estar pronto para obedecer, não adianta Deus responder e a gente não dar atenção à resposta, principalmente se for uma resposta que não nos agrada no momento. Mas o ponto é: se perguntarmos a Deus ele responde imediatamente, mesmo que seja “busque mais para ser respondido mais precisamente”. Sei que evangélicos e cristãos em geral não costumam questionar ou levantar curiosidade técnica de como um Deus pode responder de maneira imediata a quase oito bilhões de pessoas, número atual de habitantes do planeta. Creia, muitos, mesmo sem terem consciência ou religião, perguntam coisas a Deus e são respondidos prontamente por ele, em lugares e situações das mais diversas. 
      A título de informação, para você que é evangélico e não conhece muito bem o funcionamento de outras crenças e religiões, seguem algumas considerações. No ocultismo e em religiões mágicas, complexos e longos sistemas e protocolos devem ser usados para que homens se ponham em contato com “outros espíritos”. Evangélicos, chamem esses “outros espíritos” como suas crenças acharem mais conveniente, de espíritos malignos, demônios, entidades, o ponto não é juízo de valor sobre a moral desses seres. Há uma diferença no tempo de resposta do Espírito de Deus e dos outros “espíritos”, por quê? Por causa do “tamanho” espiritual de um e dos outros espíritos, o maior atende a mais comunicações e mais depressa. 
      Tamanho em espiritualidade não tem a ver com extensão do corpo, mas com qualidade moral. Deus é todo-poderoso e alcança todos os espaços porque é santo, justo, benigno, assim sua luz é mais forte, luz mais forte brilha mais intensamente e alcança mais espaços. Já as trevas estão limitadas a seus cubículos, e se parecem grandes é porque muitos seres malignos se reúnem. Mas mesmo uma legião de “demônios” é vencida pela luz pura de um ser, seja um “anjo” de Deus, um ser espiritual, seja um justo encarnado no mundo, que em santidade, humildade e fé se coloca em conexão com Deus a orar. Contudo, que fique claro, algumas respostas mesmo Deus não dá na hora, principalmente se não estamos preparados para elas. 
      Sob o ponto de vista dos espíritas kardecistas, e aqui não vou julgar uma crença, só supor sua possibilidade, pode-se fazer contato com espíritos de seres humanos desencarnados, esses podem ter morais diferentes, elevadas ou baixas. Espíritos elevados, com moral alta, brilham mais e possuem informações úteis e de acordo com a vontade de Deus, já os mais baixos não são confiáveis, podem até fornecer informações úteis, mas como estão presos às fraquezas da carne são influenciados por imoralidades, vícios, ódios e culpas. Para kardecistas o conceito “demônio” estaria próximo aos seres baixos, já o conceito cristão de “anjo” está ligado aos seres elevados, ainda que para eles ninguém é “demônio” para sempre. 
      Ainda sob o ponto de vista do espiritismo kardecista, contato com espíritos de desencarnados não é algo simples e rápido, não como regra, é preciso foco e preparo de quem busca neste mundo e disposição de quem é buscado no outro mundo. Se a comunicação for feita por quem busca do jeito melhor, com boa intenção, preparo moral adequado e autorização de Deus, creem os espíritas que se poderá comunicar com espíritos que trarão boas orientações. Mas se for feita de qualquer jeito poderá haver conexão com espíritos rebeldes, sem compromisso com verdade, santidade e amor. Seja como for, essa comunicação não ocorre na velocidade do pensamento, responde só a um indivíduo ou a um grupo em local e momento determinados.
      Evangélicos só estou levantando a conjetura da comunicação kardecista ser possível, não vendo como vocês, só uma relação geral com espíritos enganadores. O objetivo do “Como o ar que respiro”, que este que vos escreve sente de Deus, é falar a evangélicos, na linguagem deles, ainda que cite cristãos de forma geral e católicos, o público alvo é evangélico pentecostal e o protestante tradicional, esse último em menor número atualmente. Mas também não se ofendam espíritas, sigam em suas crenças servindo a Deus e ao próximo da maneira como entendem, não estou aqui para condená-los. Voltando ao ponto da reflexão: o tempo de resposta do mundo espiritual muda, por isso o Espírito Santo por Jesus é o meio mais reto e direto. 

Leia na postagem de amanhã
a 2ª parte desta reflexão

14/04/23

Amor

      “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. I João 4.8 

       Inferno é o tempo que demoramos para amar. Pode demorar muito, às vezes além desta vida, mas em um momento da eternidade todos nos renderemos ao amor, primeiro ao amor de Deus, depois ao nosso amor pelos outros seres, só, então, entenderemos e experimentaremos o amor dos outros por nós. Temos que dar para receber, em primeiro lugar nossas vidas a Deus e depois nosso amor aos outros, para recebermos o amor de Deus e depois o amor dos outros.
      Se invertermos essas coisas nunca nos sentiremos amados, sempre acharemos que os outros e até Deus estão em dívida de amor conosco. Essa condição de insatisfação que a ausência de amor causa é o inferno, que construímos aqui e continua conosco na eternidade, ela nos  impedirá de seguirmos para o céu. O que é o céu? O centro do amor de Deus, para onde todos os seres são atraídos e conseguem chegar se humildemente renderem-se ao amor. 

13/04/23

Serviço

      “Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.” I Coríntios 9.19

      Quem não pode comandar deve obedecer, mas algum de nós, seres humanos, de fato podem ou precisam mandar? E como gostamos de dar ordens, de sermos obedecidos, muitas vezes só para nos sentirmos valorizados. Só Deus pode liderar, só ele é Senhor, nós todos somos servos, pois o Altíssimo está acima de todos. Todavia, passamos a vida tentando negar isso, querendo ser senhores, e é exatamente por isso que a felicidade foge tanto de nós.  
      Jesus encarnado era Deus, mas sempre foi servo, nisso atingiu o mais alto nível de espiritualidade, posição que permitiu a todos os seres humanos chegarem a Deus através dele. O que queremos, que as pessoas venham a nós ou a Deus? Queremos ser o topo, o mestre, ou conduzirmos as pessoas ao mestre que está no topo? Servir não é só escolha, é vocação, e sendo assim é a única missão que temos e onde podemos achar a paz. 

12/04/23

      “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.” Tiago 2.26

     O que nos avalia diante de Deus é o resultado prático externo, não a vontade interior, ainda que a boa intenção possa ser a semente de uma obra imperfeita, mas sincera. O bom fruto colhe quem trabalhou para plantar e fazer crescer, ainda que querendo fazer muito fez só o que lhe foi possível. No final seremos o que fizemos na maior parte do tempo de nossas existências no mundo, sinceridade e boa intenção, sozinhas, não bastam, fazemos o que cremos ser o melhor, ainda que não admitamos isso.
      Toda obra é feita por fé, ocorre que nem toda fé glorifica o nome de Deus e nos leva para mais perto dele, assim a questão não é praticarmos o que cremos, mas crermos de maneira correta. As religiões na verdade ensinam equívocos sobre a fé, fé não é um lugar para se estar, nem é a porta de um lugar, é apenas a chave, mas mesmo ela não é construção humana, é dom que Deus dá aos que o buscam. Cabe-nos, entretanto, usar a chave, entrarmos no lugar que nos foi dado, não ocuparmos lugar dos outros, e nesse lugar sermos o nosso melhor. 

11/04/23

Responsabilidade

      “A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo ficará sobre ele e a impiedade do ímpio cairá sobre ele.”  Ezequiel 18.20

     Os homens, em certos momentos, são senhores de seus destinos; o erro… não está nas estrelas, mas em nós”, palavras de William Shakespeare que falam sobre a responsabilidade que cada indivíduo tem por si mesmo. Gostamos de achar culpados, alguém para jogarmos a culpa e tirá-la de nós, nisso nem as estrelas escapam, mas serve qualquer poder cósmico que a superstição humana ache existir. 
      Não coloquemos a culpa por nossos erros em nossos pais, em nossos irmãos, em nossos líderes, em nossos cônjuges, em nossos inimigos e muito menos em Deus ou no diabo. Também não adianta culparmos as estrelas num mapa astrológico desfavorável a nós, cada escolha que fazemos define nosso destino, a responsabilidade por nós é só nossa. 

10/04/23

Justiça

      “A obra do justo conduz à vida, o fruto do perverso, ao pecado.” Provérbios 10.16

     Temos o que merecemos ter, nem mais, nem menos, e isso é justo. No final de nossas jornadas neste mundo, quando se fizer as contas e se chegar ao saldo, isso será visto. Os humildes, ainda que tenham feito pouco e sejam conscientes de que seus saldos são pequenos, entenderão que agradaram ao pai mais que sabiam, assim reconhecerão isso a tempo de subirem ao céu, o pouco que fizeram terá muito valor. O céu não é lugar para grandes saldos, mas para a verdade assumida diante da justiça.
      O universo é justo, o homem não é, mas Deus é misericordioso para todos que se aproximam dele com temor e em humildade. Não se considere injustiçado, você que de um jeito ou de outro teve oportunidades, não para ficar rico e importante, mas para ser alguém de bem e ter uma vida digna. Entendamos, porém, que tudo nos foi permitido para que alcançássemos virtudes morais, qualidades espirituais, as verdades sobre nós, que serão levadas conosco à eternidade.

09/04/23

Só prazer nunca basta (2/2)

      “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” Romanos 5.1

      Paz precisa bastar-nos, e para tê-la basta-nos fé, se não aprendermos isso Deus poderá ter que nos prender a leitos para aprendermos. Só quando o corpo para é que o espírito aparece, não para que o corpo seja ocioso, mas para que a mente entenda quais são as prioridades da existência, essas não são físicas, mas morais. Alguns são fortes porque seus corpos estão fortes, mantêm organismos sadios seguindo à risca orientações científicas, alimentam-se bem e têm hábitos esportivos, mas essa força os deixará quando mais precisarem, na velhice próxima à morte. Quando o corpo perder a força, só um espírito forte pode nos manter fortes. Espírito forte é o que pratica virtudes morais, principalmente andar na luz, amar os outros e ser perdoado por Deus. 
      Para muitos, a maior prova de suas vidas não experimentaram quanto tiveram que trabalhar, mesmo em condições ruins, mesmo sendo confrontados por homens invejosos, ociosos, por demônios e pelo mundo. Muitos seguirão, mesmo dando murros em pontas de faça, mas construirão uma reputação. Contudo, como se sentirão na velhice, quando estiverem doentes e limitados para fazerem e acontecerem? Pararão, descansarão em Deus e terão paz? Ou continuarão, mesmo castigando seus corpos e sacrificando outras pessoas, que precisam mais da companhia amorosa e paciente deles que de seus trabalhos? Muitos trabalham para pagarem outros para fazerem coisas que eles poderiam fazer se não estivessem trabalhando, vivem uma farsa. 
      Inferno é busca de felicidade falsa, que acaba achando prazer, não no que se alcança, mas na busca. Contudo, se a busca for cessada a pessoa se sentirá vazia, isso é o oposto da paz verdadeira e mais profunda de Deus. Essa é efeito de uma aprovação de Deus que é dada por andarmos na luz, ela é fim em si mesma, ela não precisa ser comprada por trabalhos, nem mantida por prazeres. Paz não é efeito de nada que não seja fé em Deus, não é efeito do que fazemos, mas causa que nos fortalece para fazermos as coisas. Quem tem paz é feliz mesmo que não possa fazer nada para mudar uma situação difícil, mas quem não tem paz terá que fazer sempre alguma coisa, mesmo que em igrejas, para se sentir útil, aprovado por homens, e ter algum prazer.
      Não pense que acordaremos transformados como num passe de mágica na eternidade, se a libertação em Cristo não for provada aqui, a doença seguirá conosco, guardada em nossos espíritos. Na eternidade não haverá atividades para fazermos para nos darem a ilusão dos prazeres do corpo, lá não haverá corpo, lá será nosso homem interior diante da luz de Deus. O que essa luz revelará? Uma fé profunda e genuína em Deus pelo nome de Jesus, que entrega paz acima de qualquer outro prazer, mesmo daquele que a religião dá? Ou seremos só viciados com síndromes de abstinência, querendo o prazer que já não será possível? O céu é mais simples que achamos, mas o inferno pode ser bem mais abrangente que pensamos ser, a paz determinará isso. 
      Muitos pastores de ministérios enormes, assim como músicos e pregadores famosos, são viciados, por isso, se não caem na prostituição e no alcoolismo, são dependentes de antidepressivos e outras drogas lícitas. Viciam-se na adrenalina que púlpitos e “altares” produzem quando os colocam diante de centenas de pessoas, e acredite, a emoção diante de grandes plateias ansiosas por receberem o que você tem a dizer e a ministrar, entrega um prazer sem igual. Eu pergunto se muitos pastores e cantores carismáticos, estão de fato preparados para aquilo em que mexem, a carência dos outros e as próprias vaidades. Por isso muitos cristãos proeminentes e gerentes de poderosos ministérios têm prazer, mas não têm aquela paz pura, simples e eterna.

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a 1ª parte desta reflexão

08/04/23

Que nos baste a paz (1/2)

      “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.I João 1.7

      Queremos Deus ou o prazer que é efeito de uma experiência com Deus em nossos corpos? Muitos de nós estamos tão viciados nos prazeres físicos, que podemos acabar, não buscando valores religiosos, mas só trocando de vícios. Já refleti outras vezes sobre esse tema aqui, mas no momento, Deus me chama especialmente para um tratamento, onde o Espírito Santo me liberta das últimas consequências de vícios. Faço uma pergunta: e se Deus se calasse para você? Não, isso não significa que ele iria parar de cuidar de você, de ouvir tuas orações diárias sobre tuas necessidades básicas, que não te perdoaria mais, não é isso. Estou dizendo que ele, ao menos por um tempo, impedisse experiências que dão a você emoções mais fortes, te entregando só sua paz. 
      Mas paz não basta? Paz deveria bastar, como consequência simples de andarmos na luz, tendo comunhão com as pessoas e perdão pelos nossos pecados. Contudo, muitas vezes passamos a vida buscando fortes emoções, e fazendo isso até em igrejas e em trabalhos religiosos, porque desejamos algo além da paz. Por isso muitos são obcecados, não pelo mundo, não por sexo, comida e bebida, mas por igrejas, por desempenharem ministérios dentro delas. Deus usa isso para abençoar os outros? Sim, sempre. Mas Deus usa isso para abençoar quem faz atividades assim só por obsessão? Por um tempo, na infância de suas jornadas com ele, mas num determinado momento ele terá que confrontar o servo que serve assim, para curá-la e libertá-lo. 
     Difícil é esse tratamento, a libertação de vício religioso, mas é necessário para o que de fato quer amadurecer. Esse vício religioso afeta especialmente músicos, e posso dizer isso porque foi na música que mais trabalhei em igrejas. Muitos são fiéis em ministérios por anos, mesmo debaixo de lideranças que sabem quem estão erradas, porque o prazer que sentem fazendo música é muito grande e se tornou um vicio, maior mesmo que a verdade. Sei que muitos não aceitarão essas palavras, dirão, “mas o que tem de errado eu servir a Deus na igreja com meus talentos e ser feliz com isso?”. Não é errado para muitas pessoas, não é errado para o neófilo na caminhada com Deus, mas pode ser errado para os que querem crescer espiritualmente. 
      Vivendo neste mundo material, o prazer físico, advindo da experiência que for, do corpo ou do espírito, tende a ficar cada vez mais difícil de ser provado e mantido. Quando jovens nos encantamos com facilidade, primeiras vivências sempre são deslumbres extasiantes, nos apaixonamos depressa e pelas coisas mais absurdas possíveis, mas isso muda à medida que nossos corpos envelhecem e que nossos emocionais são usados. Quem não se libertar da necessidade de prazer como efeito, procurará sempre causas mais poderosas para produzir efeitos mais fortes e perenes de prazer. Ainda que quando jovens nossos filtros sejam mais permeáveis, se envelhecermos sem qualidade moral e emocional os filtros perderão ainda mais qualidade. 
      O texto bíblico inicial é uma daquelas passagens bíblicas que contém chaves para maravilhosos mistérios espirituais, nesse caso a chave da paz. Ele cita três conceitos, luz, comunhão e perdão, paz não é citada, mas ela só pode existir quando esses três conceitos são experimentados. Tudo começa na luz de Deus, essa revela a verdade, que se seguida conduz ao amor e à santidade. Na luz temos paciência para amarmos, assim temos comunhão, querer amar os homens sem estar na luz de Deus não é possível. Muitos não amam e colocam a culpa nos outros, mas a culpa é deles que não amaram antes a Deus. Quem está na luz de Deus conhece seus pecados e verdadeiramente se livra deles, buscando perdão no nome de Jesus e ficando em paz com Deus.

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a 2ª parte desta reflexão

07/04/23

Minhas palavras não passarão

      “Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.Marcos 13.31-33

      Como em toda palavra profética bíblica, três entendimentos podem ser feitos. O primeiro é o mais objetivo para o momento histórico em que ocorre a passagem relatada. Jesus fala de coisas que aconteceriam para os homens de seu tempo, e para esses a profecia do texto bíblico inicial pode já ter se realizado. O cerco à Jerusalém e a destruição de Templo no ano 70 d.C., podem ter sido a profecia imediata que Jesus fez. O segundo entendimento também é profético, mas para acontecimentos mais futuros, que podem ainda não terem ocorrido, portanto ainda profecia a ser realizada mesmo para nós hoje. O terceiro entendimento, é o que na prática mais nos interessa, assim como a seres humanos de todos os tempos.
      Para esse último entendimento dois ensinos nos chamam a atenção no texto bíblico inicial, o primeiro é passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão. O que vem de fato de Deus, mesmo passando pelos filtros dos contextos históricos dos que registram os textos bíblicos, infalivelmente se cumprem. Jesus disse que até céu e terra passarão, e a ciência diz que a possibilidade do nosso sistema solar entrar em colapso e nosso planeta ser destruído é para daqui a só cinco bilhões de anos. Assim, o cumprimento de profecias sobre fim do mundo, levando em conta os corpos celestes se colapsarem, ainda demora muito, mas enquanto isso, como antes disso e depois disso, a palavra de Deus mantém-se fiel.
      Um detalhe, Jesus disse que o dia final nem os anjos e nem ele sabiam, só Deus, mas vejam que ele afirmou isso ainda como homem. Hoje Jesus é Deus, ou está mais perto de Deus que qualquer outro ser celeste, assim hoje, como ser espiritual, talvez ele tenha essa informação. Se ele sabe pode dizer a alguém? Até poderia, mas isso seria útil? Não para nós homens encarnados, e é sobre isso que nos fala o segundo ensino da passagem, olhai, vigiai e orai, porque não sabeis quando chegará o tempo. Não saber nos leva a vigiar o tempo todo. O trabalho de vigilância moral é nossa vocação principal aqui, é assim para que vençamos pecados e cresçamos espiritualmente, nos preparando para o céu, a melhor eternidade de Deus. 
     Algo importante é preciso dizer sobre a verdade atemporal da genuína palavra de Deus, e entenda que nem tudo que a tradição religiosa cristã de homens lê e entende da Bíblia é essa palavra irrevogável. A palavra de Deus não muda, sempre se cumpre e sempre é verdade, mas pode ficar mais clara, se buscarmos mais a Deus e nos for permitido ver. Quem olha para a Lua a olhos nus e com telescópio vê o corpo celeste dos dois jeito, mas com telescópio enxerga mais detalhes. O que olha a olhos nus não pode dizer que enxerga mais a verdade que o que usa telescópio, nem o que usa telescópio pode dizer que não é a Lua que enxerga, mas outra coisa. Como você olha a palavra de Deus, a olhos nus ou com telescópio? Você escolhe.

06/04/23

Use o escape de Deus

      “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.I Coríntios 10.13

      Se Deus diz que dá-nos o escape para vencermos a tentação, para que nenhuma tentação seja maior que nossas forças possam vencer, mas ainda assim estamos com alguma facilidade caindo em uma tentação, de duas uma. Ou vemos o escape e não o usamos, ou ainda não entendemos qual é esse escape, uma coisa é certa, Deus não mente, nem muda. Ocorre muito é não conseguirmos usar um escape por não o entendermos, e se o entendemos, não damos a devida importância a ele, teimamos em não aceitá-lo. 
      Escape sempre será uma disposição, uma escolha, uma atitude, uma palavra ou só uma convicção mental e emocional, que nos fortalecerá o suficiente para resistirmos à tentação do mal. Em grande parte das vezes essa tentação não é de algo excepcional, mas daqueles pecados mais comuns do nosso dia a dia, principalmente exagero com apetites do corpo, como sexo, comida e bebida, e obras da carne, como ira e inveja, sejamos honesto sobre isso. O escape nos permite superar essas fraquezas de forma objetiva. 
      Vazios, ainda que limpos, entregamos lugar para o mal, assim, além de orarmos e nos acertamos com Deus, temos que ocupar, de maneira produtiva e positiva, nosso tempo e nossas energias. O escape pode ser só estarmos ocupados com o bem. Mas tudo tem o outro lado, nos ocuparmos em demasia, mesmo com coisas que não são más, pode nos cansar, não só fisicamente, mas emocionalmente. Isso pode nos enfraquecer diante de tentações banais, assim, o escape pode ser descansarmos ou fazer algum lazer. 
      Fazer ou não fazer, o que fazermos? Às vezes estamos tão cansados que não temos forças nem para descansarmos, essa é a situação mais difícil de se descobrir o escape. Numa situação assim só uma atitude de serenidade emocional e vigilância espiritual silenciosa pode nos fortalecer. Essa situação é difícil, mas pode ser consequência de uma insistência nossa numa desobediência, que nos deixou exaustos. A vida é constante aprendizado sobre nós mesmos, coisas a princípio boas, podem se mostrar prejudiciais depois. 
      Minha experiência pessoal no momento em que escrevo este texto, é que o escape de Deus para mim, é aceitar pela fé uma informação que o Espírito Santo tem me dado nos últimos dias, e que eu não estou querendo aceitar. Nessa dúvida fico aflito, aflito fico ansioso e como efeito, enfraquecido. Aceitar o que Deus está me dizendo confirma tudo que minha fé pessoal em Deus me ensinou e me deu até aqui. Vou só descansar e aceitar, confiar no Deus que tem me conduzido em vitória, eis o escape para mim agora.