sábado, abril 08, 2023

Que nos baste a paz (1/2)

      “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.I João 1.7

      Queremos Deus ou o prazer que é efeito de uma experiência com Deus em nossos corpos? Muitos de nós estamos tão viciados nos prazeres físicos, que podemos acabar, não buscando valores religiosos, mas só trocando de vícios. Já refleti outras vezes sobre esse tema aqui, mas no momento, Deus me chama especialmente para um tratamento, onde o Espírito Santo me liberta das últimas consequências de vícios. Faço uma pergunta: e se Deus se calasse para você? Não, isso não significa que ele iria parar de cuidar de você, de ouvir tuas orações diárias sobre tuas necessidades básicas, que não te perdoaria mais, não é isso. Estou dizendo que ele, ao menos por um tempo, impedisse experiências que dão a você emoções mais fortes, te entregando só sua paz. 
      Mas paz não basta? Paz deveria bastar, como consequência simples de andarmos na luz, tendo comunhão com as pessoas e perdão pelos nossos pecados. Contudo, muitas vezes passamos a vida buscando fortes emoções, e fazendo isso até em igrejas e em trabalhos religiosos, porque desejamos algo além da paz. Por isso muitos são obcecados, não pelo mundo, não por sexo, comida e bebida, mas por igrejas, por desempenharem ministérios dentro delas. Deus usa isso para abençoar os outros? Sim, sempre. Mas Deus usa isso para abençoar quem faz atividades assim só por obsessão? Por um tempo, na infância de suas jornadas com ele, mas num determinado momento ele terá que confrontar o servo que serve assim, para curá-la e libertá-lo. 
     Difícil é esse tratamento, a libertação de vício religioso, mas é necessário para o que de fato quer amadurecer. Esse vício religioso afeta especialmente músicos, e posso dizer isso porque foi na música que mais trabalhei em igrejas. Muitos são fiéis em ministérios por anos, mesmo debaixo de lideranças que sabem quem estão erradas, porque o prazer que sentem fazendo música é muito grande e se tornou um vicio, maior mesmo que a verdade. Sei que muitos não aceitarão essas palavras, dirão, “mas o que tem de errado eu servir a Deus na igreja com meus talentos e ser feliz com isso?”. Não é errado para muitas pessoas, não é errado para o neófilo na caminhada com Deus, mas pode ser errado para os que querem crescer espiritualmente. 
      Vivendo neste mundo material, o prazer físico, advindo da experiência que for, do corpo ou do espírito, tende a ficar cada vez mais difícil de ser provado e mantido. Quando jovens nos encantamos com facilidade, primeiras vivências sempre são deslumbres extasiantes, nos apaixonamos depressa e pelas coisas mais absurdas possíveis, mas isso muda à medida que nossos corpos envelhecem e que nossos emocionais são usados. Quem não se libertar da necessidade de prazer como efeito, procurará sempre causas mais poderosas para produzir efeitos mais fortes e perenes de prazer. Ainda que quando jovens nossos filtros sejam mais permeáveis, se envelhecermos sem qualidade moral e emocional os filtros perderão ainda mais qualidade. 
      O texto bíblico inicial é uma daquelas passagens bíblicas que contém chaves para maravilhosos mistérios espirituais, nesse caso a chave da paz. Ele cita três conceitos, luz, comunhão e perdão, paz não é citada, mas ela só pode existir quando esses três conceitos são experimentados. Tudo começa na luz de Deus, essa revela a verdade, que se seguida conduz ao amor e à santidade. Na luz temos paciência para amarmos, assim temos comunhão, querer amar os homens sem estar na luz de Deus não é possível. Muitos não amam e colocam a culpa nos outros, mas a culpa é deles que não amaram antes a Deus. Quem está na luz de Deus conhece seus pecados e verdadeiramente se livra deles, buscando perdão no nome de Jesus e ficando em paz com Deus.

Leia na postagem de amanhã
a 2ª parte desta reflexão

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