quarta-feira, agosto 31, 2011

Vida de equilíbrio

Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa,
não me dês nem a pobreza nem a riqueza,
mantém-me do pão da minha porção de costume,
para que, porventura, estando farto não te negue,
e venha a dizer: Quem é o Senhor?
ou que, empobrecendo, não venha a furtar,
e tome o nome de Deus em vão.

Provérbios 30:8-9
    
Só a palavra de Deus para conter um ensinamento tão equilibrado sobre a vida.

Abba, pai

Somente uma vez eu saí de um culto no meio de uma pregação, isso faz algum tempo, foi a vinte e cinco anos atrás, por aí. Eu estava numa pregação para jovens, em um grupo ligado a uma grande e tradicional convenção de igrejas protestantes. Quem pregava era um pastor líder dos jovens da região. Eu me “revoltei” quando ouvi o pregador dizendo que chamar Deus de paizinho era uma falta de respeito. Julgar o pastor, tentando identificar o motivo que o levou a pensar dessa maneira, não convém. Mas eu posso pensar diferente e deixar registrado isso.
      A palavra “ab”, usada no tempo do antigo testamento, se transliterou para “abba”, usada no novo testamento, e significa pai em hebraico. Para os israelitas do antigo testamento, Deus era pai apenas deles, mesmo que a palavra “ab” fosse usada para outros fins, além de pai (os escravos chamavam seus senhores de “ab” também). No novo testamento a palavra começou a ser usada como pai de adoção, já que Deus foi apresentado como “abba”, pai, de todos os homens da terra que o aceitassem assim mediante o evangelho.
      O diminutivo paizinho denota uma intimidade com esse Deus pai, uma forma carinhosa de chamar aquele que cuida dos homens paternalmente. Essa forma de tratamento traduz a ótica neotestamentária de Deus, não mais o juiz da lei, do olho por olho, dente por dente, mas o pai misericordioso, cheio de graça, que se aproxima de todos os homens, de uma forma bem mais íntima, dando a eles a porção de seu Santo Espírito (a palavra em hebraico aparece três vezes no novo testamento, em Romanos 8:15, em Gálatas 4:6 e em Marcos 14:36, as outras citações estão em outra língua). Lembre-se que no antigo testamento não eram todos que tinham o Espírito Santo e nem durante todo o tempo. Existiam exceções, gente como Davi tinha bastante proximidade de Deus, assim como intimidade com a unção do Espírito.
      Não há nada de errado em se usar o termo paizinho, desde que essa intimidade seja margeada por outro princípio que rege nossa comunhão com Deus, o temor. É preciso entender temor não como medo, um sentimento de amedrontamento, que faz-nos distanciar de algo por acharmos que a proximidade pode nos trazer dano, nos fazer mal. O que nos dá o entendimento correto de o que é esse temor é o conceito de santidade. Deus é santo e para que nos aproximemos dele precisamos também estar em santidade. Nesse aspecto o novo testamento nos dá um privilégio que as pessoas do antigo testamento não tinham. Somos santificados mediante confissão de pecados e fé na propiciação plena de perdão através de Jesus, diferente do perdão através do sacrifício imperfeito de animais, que se fazia debaixo da lei. Confiança de que podemos nos aproximar de Deus com toda a intimidade mediante um coração limpo é o que define o caminho de nosso relacionamento com o Senhor.
      Porém, o motivo que me levou a escrever este texto não foi me justificar diante da opinião diferente do tal pastor. O propósito foi alertar sobre o perigo que corremos quando começamos a nos distanciar de Deus, seja lá por qual motivo for. O inimigo de nossas almas tem muito interesse que isso aconteça. Algumas religiões, dentre elas a instituição cristã mais antiga, tem interesse neste distanciamento, se bem que já permitiu que essa distância fosse maior quando fazia a liturgia do culto em uma língua morta que ninguém praticamente entendia. Esse distanciamento interessa para quem quer manter o controle sobre a doutrina, impede os religiosos de esboçarem opinião e fazerem crítica.
      A relação com Deus é estabelecida através de diálogo, Deus fala, nós ouvimos, nós falamos, Deus ouve. Não é um monólogo do homem abrindo seu coração para um deus distante e implacável, e nem um monólogo de um deus que fala e tem que ser ouvido e obedecido, em silêncio total. Contudo esse diálogo é concedido através da misericórdia de Deus. Facilmente nós endurecemos o coração e paramos de buscar o Senhor. Essa pessoalidade, que foi revelada aos homens pelo evangelho, difere bastante do deus distante e sem forma que o esoterismo e os meio ateus concordam em existir.
      Não deixe de conversar com Deus, de senti-lo como pessoal e como um Deus que se manifesta com formas humanas, com olhos, ouvidos, boca, braços e mãos, e acima de tudo, com um coração. A nossa alma precisa desse entendimento e Deus não nos proibiu de tê-lo. A Bíblia se refere a Deus assim, com antropomorfismos, ela também diz que fomos criados à semelhança de Deus. É perigoso ver Deus diferente, isso só nos afasta dele. Mas o melhor de tudo é saber que Deus é pai daqueles que o seguem, não de todos. Como pai, ele nos ama e aceita-nos como somos, mas como um pai melhor do que são nossos pais carnais, deseja que nós cresçamos, sendo cada dia mais e mais parecidos com ele.

terça-feira, agosto 30, 2011

...ainda assim permaneceremos fiéis

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: 
"Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. 
Se formos atirados na fornalha em chamas, 
o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, 
e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. 
Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, 
que não prestaremos culto aos seus deuses 
nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer"

Daniel 3:16-18

Repetindo parte do texto da postagem "Atrevidos?", podemos dizer isso?
Se Deus não nos livrar, ainda assim permaneceremos fiéis? Realmente?

Molhem o altar

      Foram reunidos os profetas de Baal e Elias. A proposta de Elias era a seguinte: preparem dois altares, ponham lenha e novilhos sobre eles. Então cada um clamará a seu deus para que mande fogo do céu e queime o altar. Os profetas de Baal clamaram ao seu deus por algum tempo, e nada de cair fogo do céu. Então chegou a vez de Elias. Contudo antes de clamar, ele pediu que jogassem água no altar reconstruído do Senhor.
      “Depois arrumou a lenha, cortou o novilho em pedaços e o pôs sobre a lenha. Então lhes disse: "Encham de água quatro jarras grandes e derramem-na sobre o holocausto e sobre a lenha". "Façam-no novamente", disse, e eles o fizeram de novo. "Façam-no pela terceira vez", ordenou, e eles o fizeram pela terceira vez. A água escorria do altar, chegando a encher a valeta”, I Reis 18:33-35.
      Como assim, então ao invés de facilitar a situação, ou mesmo deixa-la do jeito que estava, para que o pedido fosse respondido, Elias mandou que jogassem água sobre o altar de Deus? Quer dizer, ele pediu para que deixassem seu altar ainda mais difícil de ser queimado?
      “À hora do sacrifício, o profeta Elias colocou-se à frente e orou: "Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje fique conhecido que tu és Deus em Israel e que sou o teu servo e que fiz todas estas coisas por ordem tua. Responde-me, ó Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus, e que fazes o coração deles voltar para ti"”, I Reis 18 36-37. Então Elias clamou e Deus enviou fogo do céu e queimou o altar até secar toda a água.
      O assunto do fogo sobre o altar foi apenas para provar a legitimidade do Deus de Elias. Depois disso ele fez o pedido a Deus, que responderia a verdadeira necessidade do rei Acabe e do povo, chuvas. A terra enfrentava um período grave de seca. Elias orou a Deus e a chuva veio. Deus demonstrou duas coisas: primeiro que ele tem poder para mudar o clima, segundo, que Elias era seu profeta. Deus não somente testemunhou sobre o seu poder como também honrou ao seu profeta Elias.
      Mas e a coisa de jogar água e mais água sobre o altar? Para que foi aquilo? Para que dificultar a intervenção divina? A resposta é para que fosse comprovado o poder de Deus sobre tudo. O coração de Acabe estava muito endurecido, somente um milagre legítimo de Deus, sobre o qual não restasse qualquer dúvida sobre quem o fez, convenceria o coração incrédulo do rei.
      Muitas vezes Deus aumenta a nossa tribulação e nós não entendemos. A coisa ao invés de melhorar piora ainda mais. Infelizmente isso pode ser necessário, devido à incredulidade daqueles que nos cercam, e que conhecerão o poder de Deus através do que ele operar em nossas vidas. As tribulações são somente teatros que Deus monta para que o seu poder seja manifestado em nós. Leia todo o capítulo 18 de I Reis para entender todo o contexto do fogo sobre o altar, da dureza de Acabe e sua idolatria, e da perseguição aos profetas de Deus. Algo muito sério precisou ser feito para que toda essa situação mudasse.

segunda-feira, agosto 29, 2011

Adocicar tua amargura

      “Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água. Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou” Êxodo 15:22-25

         Muitas vezes somos exagerados e pessimistas, bem, eu pelo menos sou assim, se algo dá errado, tenho a tendência de desistir, logo de cara. Quero outra coisa, não acredito mais que aquilo pode dar certo. Israel teve sede, achou água, mas a água era amarga. Pronto, bastou para que o povo desistisse daquela água, e mais, desistisse de Deus. Mas o mesmo Deus que fez o povo achar água não poderia também adocicar a água amarga, torná-la potável?
      Ocorre que a gente cria uma memória de derrota e simplesmente condena algo à ruína eterna, nunca mais poderá ser mudado, sempre será ruim. É assim com amizades, com a profissão, e pode ser até com o casamento. Amargou não será doce nunca mais, e fica pra sempre a amargura em nosso coração.
     Deus pode adocicar tua amargura, sim, ao invés de dar uma outra opção, dar algo novo, ele pode transformar o que é velho em novo. Podemos estar orando para Deus nos dar uma outra coisa, enquanto o que ele quer é mudar aquilo que já temos na mão e está arruinado.
      Remir significa justamente isso, libertar do cativeiro, pagar o resgate, conceder alforria, e foi o que Jesus fez em sua obra redentora, remissão. Ele remiu algo que estava perdido, toda a humanidade. Então não desista, Deus pode transformar tuas águas amargas em doces, aquilo que você já desistiu, pode ser uma solução ainda viável para Deus, basta que você creia. Será que não é o teu caso?

domingo, agosto 28, 2011

Mais sobre pecado que não pode ser perdoado...

Pecado que não pode ser perdoado é o pecado que não foi confessado. Não é Deus que para de nos perdoar, somos nós que não confessamos mais. Fazemos isso porque não conseguimos mais nos perdoar, então o perdão de Deus deixa de ter valor. "Livra-nos Senhor de chegarmos a tal ponto de endurecimento de cerviz". 

Que é a verdade?

Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum”, João 18:37-38

      Jesus falava pouco, mas fazia muito, e antes disso, orava bastante. Que exemplo para gente como eu, um falador compulsivo, que sempre tem uma explicação na ponta da língua para tudo.
      Foi Pilatos, embasado nas acusações dos judeus, quem disse que Jesus era rei. Disse isso, porque para o judeu essa afirmativa se constituía em uma heresia, uma afronta à sua religião.
      Mas Pilatos, como um bom político, queria agradar a maioria mas era sensato. Jesus respondeu, como sempre, não à pergunta aparente, mas àquela verdadeira, que estava escondida atrás das palavras de Pilatos. Jesus disse que ele falava a verdade, não era um mentiroso como diziam os judeus. Ele tinha vindo para ser rei, e um rei muito maior que o líder política nacional que os judeus esperavam, um rei espiritual, para toda a humanidade, de todos os tempos.
      Porém, Pilatos encerra o diálogo com uma pergunta genérica, “o que é a verdade?” Para essa pergunta, parece-nos que não houve resposta, todavia é o próprio Pilatos quem responde depois, talvez sem ter consciência disso, quando afirma: “não acho nele crime algum”. O conhecimento da verdade não está ligado a explicações filosóficas e nem a definições científicas, mas à consciência moral, mais ainda, ao estado do homem interior.
      A resposta é que a verdade é Jesus, quem tem a verdade é aquele a quem não lhe pode ser imputado pecado algum. Para nós fica a herança, se temos Jesus, se temos o perdão em seu nome, não temos pecado a nos acusar, portanto temos a verdade. A verdade tem aquele que não tem sobre sua cabeça nenhuma acusação.
      É importante que tenhamos cuidado para afirmar entre as pessoas esse testemunho, que nós temos a verdade. Pode soar como loucura, como arrogância. Jesus teve cuidado para dizer isso, ele conhecia o coração das pessoas. Que o Espírito Santo nos oriente, para testemunhar sobre a verdade, no momento certo, para quem tem ouvidos para ouvir, sem ficar jogando pérolas aos porcos. Isso porque somente aquele que é da verdade ouve a voz de Jesus.

      "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim", João 14:6

sábado, agosto 27, 2011

Sentimento de louvor

"Tu, Senhor e Deus nosso,
és digno de receber a glória, a honra e o poder,
porque criaste todas as coisas,
e por tua vontade elas existem e foram criadas"

Apocalipse 4:11

Insônia: aos que sofrem com ela

      Gostaria de compartilhar uma experiência minha. Sempre tive dificuldade para dormir, só foi piorando com o tempo. Demorei um pouco para diagnosticar insônia como enfermidade, isso me roubou muitos anos de felicidade. A insônia deu cria, gerou refluxo e até alguma psicose, mas Deus já está tratando disso, com oração e com medicação. Hoje sinto a vida bem mais leve, me acho mais lúcido, gasto menos para viver mais.
      Bem, quem tem dificuldade para pegar no sono, tem na verdade uma dificuldade enorme de se desligar. Na hora de por a cabeça no travesseiro, não consegue esvaziar a mente e relaxar. Um turbilhão de palavras e de rostos fica girando na mente. Como eu disse, isso pode piorar com o tempo, já que as ansiedades de jovem se transformam em apreensões legítimas da vida adulta, os cuidados com a sobrevivência neste mundo. Com o tempo, o passado pesa, o presente inquieta e o futuro amedronta.
      Quem sofre desse mal, não o sofre porque tem muitas preocupações, não necessariamente, mas isso nem importa. Esse na verdade corre atrás das preocupações, e mesmo que elas não existam, ele as inventa. Ele se viciou em ficar com a mente, o tempo todo, ocupada, ele precisa dessas ocupações. O menor desconforto, ele transforma num problema enorme, uma questão de vida ou morte. Talvez porque se não ficar assim, ele se sinta irresponsável. Mas nesta vida, a maioria dos problemas se resume em culpa, usamos as atividades para aplacar nosso sentimento de culpa. Muitas vezes necessitaríamos de muito menos esforço para viver bem, mas nos tornamos escravos do trabalho. Como eu disse no início, essa é a minha experiência.
      Precisamos entender que nós somos máquinas de carne que geram energia. Utilizamos energia para viver, para andar, para trabalhar, para estudar, para aprender, para lidar com as situações e com as pessoas. Essa energia é, a princípio, positiva. Contudo podemos utilizá-la contra nós mesmos, quando cobramos de nós mais do que o necessário que seja cobrado. Nesse caso essa energia suicida nos trará infelicidade e mesmo doenças, físicas e psicológicas.
      Como essa energia é da carne e da alma, precisamos aprender a lidar com ela, não somente no nível espiritual, mas também nos níveis material e emocional. No nível espiritual é simples, pelo menos ficou simples no momento em que nós nos convertemos a Jesus, basta crer. Contudo, nos níveis material e emocional, complica um pouco. É necessário tempo e esforço, para que a cura espiritual passe para as áreas física e psicológica.
      Uma coisa eu tenho aprendido, não adianta tentar resolver às onze horas da noite, deitado na cama, um problema que foi alimentado durante o dia inteiro. Passamos todo o dia ansiosos, preocupados, brigando com esposa, motoristas no trânsito, colegas de trabalho, ao vivo ou por telefone. Mesmo se não exteriorizamos a inquietude, nós a sentimos, focamos em nossa cabeça, no nosso peito, na nossa garganta, ou seja lá em que órgão for de nosso corpo que somatizemos a ansiedade. O resultado é que à noite, a mente não dá conta de tantas questões sem respostas, ela precisa de mais tempo, acordada, para poder se resolver.

      “Pela manhã ouvirás a minha voz, ó Senhor; pela manhã apresentarei a ti a minha oração, e vigiarei”, Salmos 5:3. “De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz”, Salmos 55:17. “Farta-nos de madrugada com a tua benignidade, para que nos regozijemos, e nos alegremos todos os nossos dias”, Salmos 90:14.

      Ninguém melhor que o salmista para nos ensinar como transformar energia negativa, preocupações, temores, em paz. Como ele fazia isso? Orando. Mas o que é orar pra você? Orar não pode ser algo formal, frio, apenas um reza, racional, uma obrigação que se cumpre e que nada tem a ver com o que realmente sentimos. Não, muitas vezes orar parece um trabalho de parto, dependendo do tamanho da pendência, pode ser terrível, exaustivo, doloroso, mas tem que ser feito. Quando nosso ser chegou a um estado de ansiedade que já está somatizando tudo, nos tornando colecionadores de doenças, com o nosso coração gritando aos berros, implorando por atenção, não existe outra saída se não orar e orar com todo o sentimento, com todo o pensamento, com todas as palavras e demais ruídos.
      Mas procure fazer isso de manhã, no início do dia, e passe todo o seu tempo debaixo do sol com o mesmo espírito, de clamor, de confiança em Deus, acalmando todo o sentimento, repousando-o em Deus. Tenho aprendido que às vezes precisamos aprender tudo outra vez, como respirar, como comer, como andar, como olhar, como ouvir, como agir e reagir a cada minuto do dia. Às vezes o problema é tão sério que temos necessidade, sim, de acompanhamento terapêutico e de medicação, de tanta ansiedade que acumulamos durante os anos de nossa vida.
      Nosso corpo e nossa alma, assim como a natureza, são extremamente honestos. Eles não nos devolverão flores se nós passamos a vida jogando pedras neles. Podemos até tentar enganá-los, mas um dia eles retornam todo o mal que fizemos a eles, através de tsunamis emocionais, de frentes frias de pensamento ou de erosão do corpo. Se necessário, reaprenda a viver, para ser tranquilo, para ter a paz necessária e de direito daqueles que seguem a Deus.

      Eu não posso deixar de citar Filipenses 4:6-8 para encerrar esta postagem, sei que você talvez já tenha ouvido esse texto várias vezes, mas leia mais uma vez:

      “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus. Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas”.

sexta-feira, agosto 26, 2011

Em que lugar você está?

      O capítulo onze do livro de Números mostra-nos quatro lugares para estar, ou não:

1º. Nas extremidades do acampamento
2º. Na provação do deserto
3º. Na liderança do povo
4º. No meio do acampamento

      “Aconteceu que o povo começou a queixar-se das suas dificuldades aos ouvidos do Senhor. Quando ele os ouviu, a sua ira acendeu-se e fogo da parte do Senhor queimou entre eles e consumiu algumas extremidades do acampamento. Então o povo clamou a Moisés, este orou ao Senhor, e o fogo extinguiu-se. Por isso aquele lugar foi chamado Taberá, porque o fogo da parte do Senhor queimou entre eles.”, versículo 1 ao 3.

      Quem fica atrás, no fundo, nas beiras, geralmente são aqueles que não estão muito confiantes, que estão com um pé dentro e outro fora. Bem, esses foram queimados pela ira de Deus. É bom tomarmos uma posição firme, diante da vontade do Senhor, crendo em suas promessas e testemunhando, diante dos incrédulos, com coragem, sem medo.

      “Um bando de estrangeiros que havia no meio deles encheu-se de gula, e até os próprios israelitas tornaram a queixar-se, e diziam: "Ah, se tivéssemos carne para comer! Nós nos lembramos dos peixes que comíamos de graça no Egito, e também dos pepinos, das melancias, dos alhos porós, das cebolas e dos alhos. Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este maná! "”, versículo 4 ao 6.

      O povo novamente murmurava contra Deus, ele não queria estar no deserto, mas no Egito. Aquilo que era para ser benção, a provisão do Senhor, estava enjoando o povo, o maná. Mas não era o maná que era enjoativo, era o tempo da provação no deserto que estava sendo muito longo. Estava longo porque o povo tinha se rebelado contra Deus e a viagem que era para demorar meses, demorava anos, o tempo suficiente para que a geração rebelde morresse no deserto. O maná não foi dado para ser consumido durante tanto tempo, por isso ficou enjoativo. O incrédulo come maná até morrer, mas à vezes só enjoando de maná é que a gente aprende.

      “E ele perguntou ao Senhor: "Por que trouxeste este mal sobre o teu servo? Foi por não te agradares de mim, que colocaste sobre os meus ombros a responsabilidade de todo esse povo? Por acaso fui eu quem o concebeu? Fui eu quem o trouxe à luz? Por que me pedes para carregá-lo nos braços, como uma ama carrega um recém-nascido, a levá-lo à terra que prometeste sob juramento aos seus antepassados? Onde conseguirei carne para todo esse povo? Eles ficam se queixando contra mim, dizendo: ‘Dê-nos carne para comer! ’ Não posso levar todo esse povo sozinho; essa responsabilidade é grande demais para mim.”, versículo 11 ao 14.

      Diante da murmuração do povo e da ira de Deus, Moisés se sentiu no lugar errado, estando na liderança, então reclamou para Deus. Não é bom desejar os extremos, principalmente posições superiores. Contudo, se Deus nos chama para a liderança, temos que aceitar isso com temor e sobriedade. Não adianta fugir da responsabilidade.

      “E o Senhor disse a Moisés: "Reúna setenta autoridades de Israel, que você sabe que são líderes e supervisores entre o povo. Leve-os à Tenda do Encontro, para que estejam ali com você. Eu descerei e falarei com você; e tirarei do Espírito que está sobre você e o porei sobre eles. Eles o ajudarão na árdua responsabilidade de conduzir o povo, de modo que você não tenha que assumir tudo sozinho. "Diga ao povo: Consagrem-se para amanhã, pois vocês comerão carne. O Senhor os ouviu quando se queixaram a ele, dizendo: ‘Ah, se tivéssemos carne para comer! Estávamos melhor no Egito! ’ Agora o Senhor lhes dará carne, e vocês a comerão.”, versículo 16 ao 18.

      Deus respondeu aos dois pedidos, à murmuração do povo por carne e a de Moisés, pedindo auxílio para liderar. A insistência de Israel foi tanta que o Senhor concedeu seu pedido, contudo, essa resposta, que não era o plano inicial de Deus, trouxe para o povo amargas consequências.

      “Mas, enquanto a carne ainda estava entre os seus dentes e antes que a ingerissem, a ira do Senhor acendeu-se contra o povo, e ele o feriu com uma praga terrível.”, versículo 33.

      Não é bom insistir num pedido que Deus está dizendo que não vai responder. Pela insistência, Deus até pode nos atender, mas pagaremos um preço por isso.

      “O Senhor desceu na nuvem e lhe falou, e tirou do Espírito que estava sobre ele e o pôs sobre as setenta autoridades. Quando o Espírito veio sobre eles, profetizaram, mas depois nunca mais tornaram a fazê-lo. Entretanto, dois homens, chamados Eldade e Medade, tinham ficado no acampamento. Ambos estavam na lista das autoridades, mas não tinham ido para a Tenda. O Espírito também veio sobre eles, e profetizaram no acampamento. Então, certo jovem correu e contou a Moisés: "Eldade e Medade estão profetizando no acampamento". Josué, filho de Num, que desde jovem era auxiliar de Moisés, interferiu e disse: "Moisés, meu senhor, proíba-os!" Mas Moisés respondeu: "Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre eles! "”, versículo 25 ao 29.

      Deus autenticou o milagre das codornizes com a unção do Espírito sobre a liderança. Essa liderança tinha ido para um lugar específico, longe do povo. Eldade e Medade, porem, ficaram em outro lugar, ao invés de junto da liderança, no acampamento. Mas nesse caso, o lugar onde permaneceram os dois, não estava errado. Moisés, já restabelecido, manso e sábio, exorta que ele ficaria feliz se todo o povo fosse como Eldade e Medade, profetas de Deus, cheios do Espírito.

      Em que lugar você está? Nas extremidades, na provação, na liderança ou profetizando no meio do povo? É importante que entendamos em qual lugar Deus nos pôs. Nas extremidades, junto dos rebeldes, incrédulos e carnais, dos mornos, que ficam em cima do muro, esse é o pior lugar, saia daí já. Se for no deserto, tenha fé, é somente uma fase temporária, seu destino é Canaã. Se for na liderança, exerça-a com cuidado, com amor, com paciência. Se for no meio do povo, que seja cheio do Espírito, tendo no coração sempre uma palavra ungida e cheia de graça para compartilhar com o povo de Deus.

quinta-feira, agosto 25, 2011

Poder do silêncio que não julga

"Portanto, não julguem nada antes da hora devida,
esperem até que o Senhor venha.
Ele trará à luz o que está oculto nas trevas
e manifestará as intenções dos corações.
Nessa ocasião, cada um receberá de Deus a sua aprovação".
"Pois o Reino de Deus não consiste de palavras, mas de poder".

I Coríntios 4:5 e 4:20

Dê a causa por perdida

“Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra; E, ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa; E, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas”, Mateus 5:38-41.
      As pessoas podem nos confrontar, querendo nos agredir, de maneiras diferentes. Num nível mais alto, pode ser através de agressão física, mas pode ser também através de palavras ofensivas. Contudo, pode ocorrer uma provocação mais sutil, tentando-nos para que percamos o controle, para que fiquemos irritados, de maneira que nos force a dizer ou fazer algo ruim e descontrolado.
      O segredo é saber parar, e não se deixar levar pela animosidade, parar antes que pequemos. Após isso, se a pessoa quiser continuar com a agressão, seja em que nível for, que continue sozinha. A nossa parte é fazer o possível para não brigar. “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens”, Romanos 12:17-18.
      Mas com isso, você acha que estará perdendo a causa? Estará saindo por baixo, na disputa? Sim, é isso mesmo, às vezes é melhor dar a causa por perdida. Nesta vida não podemos vencer sempre, nem é preciso. Existem confrontos em que nós sairemos com prejuízo. Com prejuízo? Na verdade, é um prejuízo apenas aparente, aos olhos dos homens. Diante de Deus não, pois as causas que nós consideramos perdidas, Deus as toma para si, passa a lutar por nós.
      Contudo esse privilégio só tem quem realmente entrega a causa nas mãos de Deus e depois age debaixo da orientação do Santo Espírito, com amor, dando lugar à ira de Deus, veja o restante do capítulo 12 de Romanos: “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”.
      Dar lugar a ira de Deus não é tentar anular a ira, procurando controlar a emoção, fazer uma oração rápida e se livrar do problema. Bem, se você consegue fazer a coisa assim, que Deus te abençoe. Mas a minha experiência, é que para dar lugar à ira de Deus, eu preciso passar um bom tempo orando. Sentindo o ultraje até minha última gota de emoção, escancarando o coração. Gasto toda a energia que usaria reagindo à agressão, explicando e me emocionando diante de Deus. Isso muitas vezes não é fácil, mas acredite, é libertador.
      Todavia isso tem que ser feito, se não ainda continuaremos com a posse da ira. Se for assim, uma hora ou outra, voltaremos a nos confrontar com a pessoa, e ao invés de oferecer a outra face, somos nós que damos na face do próximo, somos nós que agredimos. Quando isso acontece, Deus se retira da peleja. A ira do homem, externada em toda a sua plenitude, pode se transformar em homicídio, e se for contida da maneira errada, em enfermidade.
      Além de oferecer a outra face e de entregar a causa nas mãos de Deus, devemos amar o inimigo e favorece-lo, se isso for necessário. “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus”, Mateus 5:44.
      Temos muita dificuldade de dar a causa por perdida. Somos teimosos, se for possível lutaremos até o fim. Mas não adianta, as armas daqueles que realmente não caminham com Deus são sujas, são das trevas. Eles não deixarão de usá-las, se for necessário. Nós, que caminhamos com Deus, não, por mais que nos desviemos momentaneamente da presença de Deus, dando lugar à nossa ira, chega um momento que nos sentimos mal. O Espírito Santo fala mais alto no nosso coração, a gente para e se arrepende.
      Então, para não passar vergonha, tendo que se arrepender depois na frente do ímpio, é bom nem começarmos a contenda. Deixemos que o outro dê a última palavra, ofereçamos, nós, a outra face, dando a causa por perdida. Na hora certa Deus lutará por nós, vencerá e fará justiça.

quarta-feira, agosto 24, 2011

Inútil é tudo que é postado aqui SE

          Se você não crer, se não quebrar os muros da incredulidade, de ceticismo, se não buscar a Deus crendo que ele te ouve e pode te abençoar, de forma maravilhosa. Se você não tiver fé, você pode ler textos como estes, tornar a ler, e reler, mas nada vai acontecer com você, só vai ficar ainda mais vazio. Pare de lutar com o Espírito Santo de Deus, creia.

"Ora, sem fé é impossível agradar-lhe,
porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus
creia que ele existe,
e que é galardoador dos que o buscam"

Hebreus 11:6

Tempo de poda

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado” João 15:1-3

      Então o galho está bonito, dando frutos, nesse momento nós esquecemos da vida, podemos nos esquecer até vigiar. Mas de repente parece que o mundo vira de cabeça pra baixo. Perdemos um monte de coisas, perdemos o rumo, parece que a nossa fé é abalada de um jeito que nada mais faz sentido.
      A primeira coisa que pensamos é que estamos em pecado, não naquele pecado do dia a dia, sintoma das aflições deste mundo, que deve ser limpo frequentemente de nossas vestes espirituais. Mas achamos que tem algo mais sério, escondido, algo que não estamos vendo.
      “Não, não precisa ficar desesperado”, diz o Espírito Santo. “Tua santidade do dia a dia tem sim que ser vivida, mas não se assuste, achando que algo terrível está acontecendo”. O que está acontecendo é algo simples, Deus está te limpando para que dê mais frutos.  Do jeito que você estava, estava bom, mas você já atingiu o limite de frutos, daquela maneira. Para melhorar, tem que ser podado, e então frutificará mais.
      Ser podado dói, aparar os brotos errados, que crescem na gente entre duas safras, duas fases de nossas vidas, fases de dar frutos e agradar a Deus. Não tem jeito, fomos chamados para frutificar. Esse processo nos acompanhará durante toda a vida, frutificação e poda.
      Mas sabe o que nos apara, o que corta, o que limpa? A palavra de Deus, o estudo da palavra registrada na Bíblia, o ouvir de uma palavra legítima, no púlpito de uma congregação da Igreja, e a oração atenciosa e insistente de um coração que quer saber de Deus e obedecê-lo.
      É importante, contudo, que tomemos um cuidado, a palavra tem que fazer diferença, tem que incomodar. Cuide para que você não esteja ouvindo apenas aquilo que te interessa, que cai bem nos ouvidos, que parece agradável. A palavra mentirosa não apara, apenas deixa galhos inchados e secos, que se não tomarem cuidado, poderão ser cortados da árvore.
       Sim, também temos direito ao consolo, que é colocado em nossas cabeças como o alabastro com unguento que a mulher jogou sobre a cabeça de Jesus na casa de Simão. Contudo, a época da poda é de suma importância para que o filho de Deus seja preparado para novas coisas em sua vida.
      Para terminar uma palavra, quando a poda termina, pode ficar um sentimento estranho, de vazio, já que os brotos errados, que tinham que ser cortados para não impedir a frutificação, não existem mais. Nesse momento, é tempo de se esperar em Deus, com fé, porque logo nascerão os verdadeiros ramos. Esses sim, vingarão, crescerão e darão fruto, no tempo certo.
      Fica tranquilo, suporta a poda, permita-se ser aparado, logo você estará dando novos frutos, melhores e em maior quantidade que antes, em uma nova fase de sua vida com Deus.