Outra coisa que não
muda é o destinatário da pregação, na verdade o pregador sempre prega para si
mesmo. Quando ele diz e até pode pensar que está enviando suas palavras para alguém,
na verdade ele está projetando seus problemas, suas dificuldades, suas virtudes
e entendimentos, nos outros, então mesmo assim ele continua pregando para si
mesmo.
Isso não ocorre
somente com pregadores, com os artistas isso também acontece. Os músicos, mesmo
que componham ou cantem diversas músicas durante suas vidas, na verdade eles compartilham
sempre uma única canção. Podem variar os ritmos, os estilos, as harmonias, mas
no fundo músicos cantam e criam, durante toda a sua existência, uma mesma e única
canção. É um canto pessoal, na maior parte das vezes escondido nos meio de
outras canções, uma canção que revela o que existe de mais íntimo em suas
almas.
Contudo, isso não
acontece somente com pregadores e artistas, isso acontece com todos nós, com
todos os seres humanos. Cada ser tem sua assinatura, a assinatura da alma, é a
marca de sua identidade única, seu DNA espiritual. Nem todos lidam de forma correta com essa
assinatura, alguns não a aceitam, escondem-na, disfarçam-na, esses são os seres
mais infelizes. Infelizes são, não os que não têm uma marca pessoal, todos têm,
mas os que não convivem bem com essa marca. Almas assim passarão a existência
em conflito, numa luta não com as outras pessoas, mas consigo mesmas.
Essa postagem não é
uma exortação, nem um estudo bíblico, é realmente uma reflexão, uma reflexão sobre
um assunto que já foi falado neste blog por várias vezes, foi muito falado, aqui
e em outros púlpitos, mas mesmo assim as pessoas têm uma dificuldade enorme
para entender. Sobre o que fala esse assunto? Sobre a singularidade do ser, o fato de que todas as
pessoas são especiais, todas são únicas, todas têm uma assinatura de alma que é
diferente de todas as outras.
Se todos tivessem
realmente consciência dessa originalidade não precisariam estar recorrendo a
artifícios, forçados e exagerados, para mostrarem para todo o mundo que são
especiais. Não, essa originalidade não depende de capas externas, de roupas,
penteados, maquiagens, tatuagens, piercings, etc, já que ela não está na carne.
Ela é na alma, e mesmo que a pessoa não saiba disso, essa assinatura está bem
guardada no coração, e ninguém e nem nada pode apagá-la.
Descobrir, assumir
e ser feliz com essa assinatura é condição para ser feliz, se sentir realizado,
mesmo com todo o mal desse mundo, com todas as inconstâncias da carne, com as
muitas desconfianças dos semelhantes. Contudo, o melhor de tudo é deixar que Deus
escreva em nossa alma a sua assinatura, a assinatura de Deus se escreve assim:
Jesus Cristo.
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