Essa situação de “empate”
podemos verificar na igreja, principalmente entre os que desempenham algum
ministério. Todos esses sabem que são, ou se consideram, chamados de Deus para
fazer determinado trabalho, todos creem, de uma forma ou de outra, que suas
funções têm legitimidade, portanto todos querem a vitória, dar a última palavra.
Contudo, nessa atitude, as pessoas podem se levantar como inimigas das outras, podem
acreditar que suas batalhas são legalmente divinas e que as outras pessoas se
levantaram como inimigas não somente delas, mas de Deus, isso pode ser uma
grande insanidade. Deus não toma partido, já que ele é indivisível, e também não
pode negar a si mesmo sendo infiel.
Nesses confrontos achando
que estão ao lado de Deus, e não estão, cristãos se colocam numa batalha equivocada,
contra correligionários, soldados do mesmo exercito, irmãos do mesmo ministério.
Contudo, é preciso entender que no ministério da igreja não existem vencedores
e vencidos, todos na realidade são vencedores, existe somente um vencido, o
Diabo.
O que ocorre é que
Deus pode usar uma pessoa e não a outra, pode levantar um líder e não o outro,
pode dar a um a unção para desenvolver determinado ofício enquanto não dá a
outro, mesmo que esse outro tenha mais habilidades intelectuais e físicas para
desempenhar o serviço. Há de se ter humildade, sensibilidade espiritual, espírito
obediente, alma mansa, para entender qual é a vontade de Deus, e não ficar
inventando batalha que não é para haver no meio da igreja, batalha que só faz
um vencedor, o Diabo.
Deus também tem
seus tempos, o tempo de um liderar pode ter passado, a vontade de Deus pode ser
agora de usá-lo de outra forma, em outro lugar, com outras pessoas, enquanto o
Senhor levanta outro para desempenhar o ministério.
Essa atitude de enxergar
em tudo e em todos, o tempo todo, guerras, pode ser um engano terrível. Por que
muitos adotam essa ótica? Porque é mais fácil, taxar alguém, com o qual se está
tendo alguma dificuldade, de inimigo, principalmente quando é alguém que não se
conhece direito (lembro-me aqui dos ditados, todos temem o que não conhecem, e o
novo sempre causa temor). É mais fácil chamar de inimigo do que se prontificar
a orar, a conhecer a amar. Mudar de opinião é mais fácil que amar, já que
colocamos a pessoa em outra “gaveta” ao invés de adequar a situação para encaixá-la
na “gaveta” inicial.
Sim, no nome de
Jesus os filhos legítimos de Deus sempre estão em luta contra o Diabo e esse
nunca dá trégua, é preciso manter isso em mente sempre. Mas que isso não seja
desculpa para não se exercer o amor, e antes de tudo, para não se aceitar a
vontade de Deus. Esse cabo de guerra que não leva a nada, que divide a igreja e faz com que ela perca tempo e se enfraqueça, deve ser encerrado. Não, não existe empate, a
vontade de Deus é única, mas não é para favorecer a ninguém, seja o homem que
for. A vontade de Deus é para honrar o seu nome, é preciso aceitar isso com humildade.
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