sábado, agosto 16, 2014

Unção (parte 5 de 8)

IV. O mover do vento impetuoso

Agora não falaremos apenas de simbologias, mas de uma impressão real que as pessoas tiveram depois que provaram um derramar poderoso da unção de Deus. Não que o sacerdote ungido com óleo santo e Moisés não tivessem recebido unção de Deus, mas era temporária. Em Atos 2.1-6, a primeira experiência que o homem teve com uma presença do Espírito Santo permanente começou com o sentir de um forte vento:

Ao chegar o dia de Pentecostes, todos estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E apareceram umas línguas como de fogo, distribuídas entre eles, e sobre cada um pousou uma. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Estavam em Jerusalém judeus piedosos de todas as nações que há debaixo do céu. Quando o som foi ouvido, a multidão se aglomerou. E todos ficaram confusos, pois cada um os ouvia falar na sua própria língua.”

Um vento impetuoso, significativo para a inauguração do ministério da igreja, onde a vontade de Deus não seria experimentada mais por uma nação física, Israel, mas por todo o mundo. O evangelho é assim, um vento tempestuoso que não pode ser contido por falsos profetas, manipuladores de conveniências, e nem entendido pelos sábios desse mundo. Um vento que sopra por todas as direções com liberdade e que torna acessível a salvação a todos.
Se os israelitas podiam se considerar donos da velha aliança, proprietários exclusivos de um pacto que os privilegiava da presença de Deus, isso não pode acontecer mais com o evangelho. Ninguém, nenhum homem, igreja ou religião, é dono do evangelho, assim como ninguém é proprietário exclusivo da unção de Deus, ela pode ser experimentada por todos os salvos em Cristo, ricos, pobres, eruditos, analfabetos, brancos, negros, amarelos, pastores e ovelhas.
Um vento impetuoso, define a manifestação da unção do Senhor para o mundo, a partir de Atos, forte, livre e viva, em movimento, como deve ser a obra de Deus que tem sua unção. Ao contrário disso, quantas vezes os cristãos têm engessado a manifestação de Deus, com racionalismos, com religiosidades, e não me refiro só aos chamados crentes tradicionais, os pentecostais também tentam limitar as manifestações do Espírito Santo, para poder ter controle. Mas a unção do Espírito Santo representa justamente o contrário disso, representa liberdade, leiamos II Coríntios 3.13-18:

E não somos como Moisés, que colocava um véu sobre o rosto, para que os israelitas não fixassem os olhos no restante da glória que se dissipava. Mas a mente deles tornou-se insensível. Pois até hoje, quando ouvem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece e não lhes é retirado, pois somente em Cristo ele é removido.
Sim, até hoje, sempre que Moisés é lido, há um véu sobre o coração deles. Contudo, quando um deles se converte ao Senhor, o véu é retirado. O Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com o rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, que vem do Espírito do Senhor.”

Esse vento do Espírito Santo é que deve nos dirigir, como dirigiu os apóstolos e outros discípulos quando fundaram a Igreja de Cristo, e não qualquer outra intenção, já que ele nos dirige para cumprir a vontade de Deus e não de homens:

- às vezes sabemos para onde: “Assim, enviados pelo Espírito Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.” (Atos 13.4);

- às vezes para não fazer nada: “Atravessaram a região frígio-gálata, mas foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia.” (Atos 16.6);

- e outras vezes ainda para um mistério, para algo que não sabemos onde vai dar, e que poderá dar mesmo em algo perigoso para nós: “Agora, impelido pelo Espírito, vou para Jerusalém, sem saber o que acontecerá ali, senão o que o Espírito Santo me garante, de cidade em cidade, dizendo que prisões e tribulações me esperam.” (Atos 20.22-23).


Avivamento é movido assim, por um vento impetuoso que vem do alto, algo que vai muito além das forças humanas, algo que inclina, que impulsiona, para a salvação, cura e consolo do homem. 

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