segunda-feira, agosto 18, 2014

Unção (parte 7 de 8)

VI. As virgens e as lâmpadas com azeite

Para entendermos a importância da unção na vida do cristão, saber que ela não é opcional, mas obrigatória, para aqueles que querem viver uma vida cristã real, e que desejam estar com Deus o mais rapidamente possível, não podemos deixar de refletir sobre essa parábola. Ela usa a simbologia das virgens com as lâmpadas cheias de azeite, para identificar a igreja ungida, interessante que essa simbologia reúne três metáforas que já citamos: as vestes brancas (das noivas), o óleo e o fogo. Nesse caso, o azeite é usado para iluminar, dentro da lamparina, e não apenas para emanar bom cheiro:

O reino do céu será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do noivo. Cinco delas eram insensatas, e cinco, prudentes. Ao pegarem as lâmpadas, as insensatas não levaram azeite. As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas.
E, demorando o noivo, todas começaram a cochilar e dormiram. À meia-noite, porém, ouviu-se um grito: O noivo chegou! Saí ao encontro dele! Então todas as virgens se levantaram e prepararam suas lâmpadas. E as insensatas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, pois nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as prudentes responderam: Não; talvez não haja o suficiente para nós e para vós. Ide, porém, aos que vendem azeite e comprai-o para vós.
E, assim que elas saíram para comprá-lo, o noivo chegou; as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento, e fechou-se a porta. Depois também chegaram as outras virgens e disseram: Senhor! Senhor! Abre-nos a porta. Ele, porém, respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. Portanto, vigiai, pois não sabeis nem o dia nem a hora.” (Mateus 25.1-13).

Já cheguei a ouvir de crentes, e bons crentes, a seguinte frase como resposta à pergunta se eles tinham certeza de sua salvação, se eles morariam no céu ou se eles seriam arrebatados: se Deus me achar digno, eu serei salvo, morarei no céu, serei arrebatado. Um cristão de verdade não deve pensar assim, ele precisa e tem todo o direito de ter a certeza, de que é salvo, de que morará no céu, de que será arrebatado. Isso não é arrogância e nem presunção, é privilégio. Não um convicção insana, mas baseada em testemunhos: primeiro da palavra de Deus, depois através das vidas de outros irmãos que participam da mesma igreja que ele, e por último debaixo da unção do Senhor, que nos dá a certeza de quem somos e para onde iremos.

A parábola, porém, nos dá alguns alertas:

1. Todas eram virgens e noivas: todas pareciam ser a igreja de Cristo, a noiva, e talvez todas fossem, há divergências sobre isso entre os teólogos, mas o que podemos entender lendo o Novo Testamento é que haverá oportunidade de salvação mesmo após o arrebatamento. Essa parábola nos parece que se refere ao arrebatamento, as bodas do Cordeiro, que só terão direito aqueles que partirem na primeira leva, digamos assim.
Mas não queira partir depois, o preço que se terá que pagar será muito alto, o livro de Apocalipse não faz entender que o preço será a própria vida. Pode ser, ainda, que haja oportunidade de salvação mesmo durante o milênio, contudo os que morreram em Cristo e foram arrebatados, terão um privilégio especial nesse período, administrarão a terra junto com Jesus.
Abrindo um parêntese, lembro que a simbologia de virgens e puras é bastante usada na Bíblia, e principalmente no Antigo Testamento, para se referir às pessoas que se mantinham longe dos ídolos. Pureza sexual é usada como analogia à pureza espiritual, assim adultério e prostituição, se refere àqueles que se sujam com a adoração de ídolos e entidades espirituais (demônios).
Contudo, nos dias atuais, a idolatria e a prostituição espiritual, que continua agindo debaixo da veneração de ídolos em imagens e esculturas, também assume facetas mais sutis, das quais muitos evangélicos não admitem que participam. A verdade é uma só: tudo aquilo que ocupa o lugar que é de Deus é idolatria, todos os que participam disso, estão com as vestes sujas e portanto numa condição de prostituição espiritual (fecho o parêntese).

2. Todas saíram ao encontro do noivo: todas eram voluntariosas com a ordem do noivo, obedientes, portanto não se ache que ativismo, religiosidade, presença nos cultos e nos ministérios e outros legalismos nos tornam ungidos  e merecedores de participar da bodas do Cordeiro.

3. As prudentes também cochilaram: por serem prudentes, não significa que eram perfeitas, mesmo elas se cansaram de esperar, isso, porém, não é desculpa para que não perseveremos. Ninguém pode dizer com certeza se a falta de vigilância é ou não condição para que as lâmpadas estejam cheias de azeite.

4. As insensatas saíram para buscar azeite: foram voluntariosas até o fim, dispostas, mas loucas, não tiveram a sabedoria para obedecer na hora certa, podiam até ter feito um cochilo, mas com as lâmpadas cheias de azeite; Loucos fazem e fazem, mas não têm discernimento, não agem com lucidez, com o equilíbrio do Espírito, porque não fazem para Jesus, mas para si mesmos, volto a bater nessa tecla (já falei sobre isso no estudo “Fazer a vontade de Deus”).


Talvez a lição mais séria e difícil de se aceitar nessa passagem seja: não basta ser noiva, tem que estar ungida. Aquele que realmente teme a Deus e o obedece saberá o momento certo de encher sua lâmpada, qual é o momento? Sempre, andando em vigilância. Não adianta fazer e fazer e não estar ungido. Essa disposição de vigilância se vive quando se anda num estilo de vida avivado, um estilo de vida onde a unção está sempre presente em nossas vidas.

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