terça-feira, dezembro 22, 2015

Emoção ou unção?

         Quando o homem se converte, ele recebe o selo do Espírito Santo, eu creio que nesse recebimento todos os dons espirituais são entregues ao convertido, não é preciso outra experiência espiritual para que Deus entregue algo espiritual ao homem. O que muitos chamam de batismo no Espírito Santo, ou plenitude do Espírito Santo, ou recebimento de dons espirituais, é na verdade uma liberação emocional para que dons espirituais se manifestem. Os dons que já existem no espírito humano, ungido pelo Santo Espírito, são manifestados diante de um querer profundo, sincero e puro da alma humana.
          Por que muitos demoram anos, ou outros, nunca provam os dons espirituais? Não, não é porque não os possuem, mas é porque não deram liberdade as suas almas para exteriorizarem algo que seus espírito já têm. Portanto, o batismo no Espírito Santo, ou seja lá o nome que se queira dar a isso, é muito mais uma experiência emocional, que espiritual, é claro que o espírito humano precisa estar santo e obediente a Deus, mas são as emoções, liberadas em Deus, que dão vasão ao dons espirituais. Por que isso? Porque o espírito usa as emoções, os sentidos humanos, para manifestar o mundo espiritual a nós homens, enquanto encarnados. Uma visão espiritual que é vista, uma revelação que é ouvida, um discernimento que é sentido, mesmo que sejam coisas invisíveis, inaudíveis e subjetivas, são entendidas pelos sentidos humanos, olhos, ouvidos e todo o nosso corpo e alma.
        Por que muitos nunca têm experiências com os dons, principalmente aqueles cristãos de igrejas, chamadas tradicionais, que não buscam esses dons nos dias de hoje? Porque não dão liberdade as suas emoções, aos seus sentidos, para exteriorizarem, em toda a sua plenitude, os dons do Espírito Santo, mas isso não significa que tais cristãos não tenham os dons espirituais, ou ainda, não tenham o próprio Espírito Santo. Eles têm sim, e muitos os usam, mas de maneira mais discreta, e mesmo inconscientemente, se não fosse assim o Espírito Santo não agiria, não abençoaria, não salvaria, não curaria, não transformaria tantos em igrejas que não têm a mesma visão de dons espirituais que as chamadas igrejas pentecostais ou renovadas têm. 
        Então, ninguém se julgue melhor que ninguém, se a Igreja, em todas as manifestações de igrejas locais que existiram, existem e existirão pelo mundo, é de Deus, e se Deus acha por bem permitir e trabalhar assim, em tantas denominações cristãs distintas, não tenhamos nós a arrogância de nos acharmos melhor por ter essa ou aquela experiência emocional, seja de liberdade ou de controle. O Espírito Santo é o mesmo, indivisível, abençoador de todos os que buscam e servem a Deus, através de Jesus Cristo.

3 comentários:

  1. Paz Zé! (Se me permite a intimidade. rs)
    Seu texto foi bem reflexivo, pois é uma questão bastante discutida pelos sinceros cristãos nos dias de hoje. Com todo esse avanço das igrejas evangélicas, são tantas coisas que tem sirgido que alguns, por não entenderem ainda o momento presente, se escandalizam. (Por momento presente quero dizer o momento no qual hoje Deus tem nos permitido estar inseridos, no meio de um caos espiritual antecedendo o avivamento final).
    Gostaria de fazer uma adição ao seu texto, também para reflexão tanto sua, de sua família quanto dos leitores que futuramente lerão esse blog, se me permite.

    Creio que, consoante experiências pessoas e pregações ouvidas, a manifestação espiritual de fato Divina, é apenas verdadeira quando está presente o Fruto do Espírito relatado em Gálatas 6, logo, só pode ser manifestação do Espírito Santo de Deus quando esta manifestação não contradiz as Sagradas Escrituras.
    Lembro-me agora, ou Cristo coloca em meu coração esse texto agora, da passagem na qual o apóstolo João nos adverte a "provarmos os espíritos" e eles são provados da seguinte maneira:
    Se pregam a mensagem de que o Messias veio em carne, são verdadeiros, se não, negam tanto o Pai quanto o Filho, e isso é muito sério, dá-me temor e tremor.

    Que o Espírito Santo nos dê o discernimento pra nos apegarmos, como você costuma colocar em seus posts, o equilíbrio entre o emocionalismo e a espiritualidade saudável, usando todos os recursos que Deus colocou em nosso ser a favor do Reino, porque Cristo usou todos os recursos do corpo humano em favor do Reino de Deus.

    João 4: Usou a sede para falar com a mulher sobre quem Ele era;

    João 11: Usou a emoção para mostrar aos homens o quanto amava Lázaro;

    Lucas 22: 39-46 Permitiu-Se, como Deus Soberano, chegar a tal ponto de Agonia Emocional e Psicológica a sangrar para mostrar a todos nós o tamanho da dor que sentiu ao ver chegada a hora.

    Mateus 27: 45-56 Sentiu tanta agonia ao receber o peso do pecado do mundo em sí que clamou a Deus pela Sua presença como um pecador clamaria ao estar longe de Deus para nos mostrar o desespero que passou ao enfrentar a cruz por nós.

    João 21: Depois de ressurreto, andou e comeu e se alegrou novamente com seus discípulos mais chegados para mostrar o quanto usar a emoção a favor do Reino de Deus é importante.

    Pois Deus é Pai... e não há Pai que não se comove ao ver um filho clamando por ajuda.
    Realmente, que Ele nos ajude a conhecer a emoção equilibrada de Cristo e usá-la, ou melhor, deixar o Espírito Santo usá-la como for do querer do Messias de Deus, Yeshua, Jesus, amém.

    Abraços Zé, que o Senhor te sustente a ti e a sua família!
    (Esperando ansiosamente os novos estudos sobre Adoração Instrumental, se Deus quiser que os faça, hehe.)

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    1. Davi, muito obrigado pela participação, e essa estendeu e muito a intenção inicial da reflexão.

      A verdadeira manifestação do Espírito Santo produz frutos, foi um ponto do seu texto, é isso, que podem ser diversificados, desde aqueles que atingem outras pessoas aos que são para edificação pessoal. Nesse último aspecto, entrar em êxtase falando em línguas estranhas pode ser útil, mas como tal, pessoal, é mais sábio que seja experimentado na privacidade do lar, do quarto de oração, ou no máximo numa reunião mais fechada da igreja, isso seria o ideal do uso da glossolalia, em minha opinião. Isso porque pode escandalizar não só não convertidos como convertidos com óticas diferentes sobre a manifestação dos dons espirituais.

      Mas o ponto que eu tentei frisar sobre isso, é que devemos separar expressão emocional de essência espiritual, tem muita gente que não manifesta as emoções, de forma mais escancarada, mas prova uma presença forte de Deus. Esses conseguem direcionar essa experiência para um fruto mais intelectual que pode ser mais eficiente para abençoar os outros. Contudo, o êxtase emocional que muitos vivenciam, é sem dúvida bênção para a pessoa, como terapia de desabafo, etc, mas nunca como simples fuga, quando tem origem no Espírito Santo.

      Outro ponto citado por você, foi "provar os espíritos", isso é muito importante, já que a expressão emocional pode ser ilegítima no que diz respeito a ter sido motivada pelo Espírito Santo de Deus. Digo mais, muitas vezes, talvez na maioria delas, muitas experiências exageradas que vemos em certos meios nem é coisa espiritual com origem maligna, mas é puro frenesi psicológico mesmo, que também pode ser útil como desabafo, mas que não pode ser atribuída a Deus e nem usada como status de espiritualidade.

      A verdade é que a divisão entre alma e espírito é algo difícil, às vezes, por isso é preciso temor de Deus para discernir entre frutos do Espírito e da alma, da emoção:

      "Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração." Hebreus 4:12

      Davi, obrigado pelo diálogo riquíssimo que você tem me proporcionado, esteja sempre à vontade, a casa é sua, o Zé agradece.

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