sábado, agosto 31, 2019

O que é o amor de Deus?

      “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.Romanos 5.3-9


      O amor de Deus, temos a mínima ideia do que ele é. Em primeiro lugar porque a grande maioria de nós não sabe amar, e não sabe porque não recebeu amor nem foi ensinado sobre ele. O mundo confunde amor com paixão, com sexo, com intimidade física, e tudo isso, sim, também faz parte do amor, mas tem mais a ver com a alma e o corpo humano. Amor vai além de sentimentos e pensamentos, muitas vezes terá que agir por fé e deverá mostrar com obras, com prática de vida, que muitas vezes sacrifica, entega-se, antes de usufruir e receber. Mas o amor, o verdadeiro amor, é completo e sempre conduz à perfeição.
       Quem se olha, se conhece, se avalia, sem orgulho ou falsidade, e tem o mínimo de lucidez para discernir a vontade e o agir de Deus no universo, entende o amor de Deus, contempla-o e maravilha-se com ele, como alguém como Deus pode me amar tanto, eu questiono? Eu erro e continuo errando, ainda que insisto em dizer que não gosto de errar é que não quero errar mais, e ainda assim Deus deposita crédito na minha vida. Eu injusto com as pessoas, exijo delas o que não sou, o que não vivo, como se eu fosse juiz, não só outro réu, e ainda assim Deus tem misericórdia de mim e não me trata como eu aos outros trato.
      Mas conhecer o amor de Deus é conhecer o próprio Deus e se desvencilhar de equívocos religiosos que não têm a ver com Deus, mas com tradições religiosas. Muitos perguntam, “se Deus é amor por que tantos sofrem no mundo”? Outros respondem, “sofrem porque peçam”. Então o lúcido questiona, “mas tantos sofrem inocentemente, sem terem pecado diretamente, como crianças e mesmo adultos, subnutridos, sem potência intelectual ou emocional para reagirem”. Será que tantos que afirmam nos púlpito que Deu ama a humanidade e abençoa todos os que se aproximam dele em Cristo, assumem a verdade que tantos sofrem injustamente e o “deus” que eles creeem não faz absolutamente nada para ajudar a esses? 
      Sim, isso acontece, e quem quer de fato entender o amor de Deus não pode fechar os olhos para isso, enfrentar essa realidade nos levará a nos libertarmos da religião e a conhecer de fato Deus e seu amor. Não, Deus não é um pai rico e liberal que dá a todos de forma indiscriminada, e não basta uma oração aqui no Brasil para que crianças africanas sejam abençoadas, ou mulheres no mundo árabe sejam libertadas. A responsabilidade de ajudar essas crianças e essas mulheres é justamente daqueles que se dizem abençoados pelo amor de Deus.
      Os mais culpados pelas injustiças e sofrimentos do mundo não são os ateus, espíritas e esotéricos, mas os cristãos, essa é a verdade (aliás, em termos de caridade ateus, espíritas e esotéricos fazem muitas vezes muito mais que evangélicos e protestantes). Por quê? Porque esses são os que dizem mais receber de Deus, que testemunham como sendo os que mais conhecem e provam do amor de Deus. Ao invés de ficarem arrecadando dízimos para possuírem grandes templos, ainda que isso seja feito com sinceridade e sem a intenção de enriquecer lideranças, os cristãos deveriam assumir suas responsabilidades de transformarem em obras de caridade todo o amor que dizem provar de Deus. 
      Sobre os que mais recebem pesarão as maiores cobranças, ninguém se engane, melhor seria para muitos dizerem que não conhecem assim tanto a Deus, que não têm tanta intimidade assim com o criador e Senhor do universo, melhor seria para muitos terem mais vergonha de dizer que são filhos amados de Deus, aliás, muitos não têm vergonha do evangelho, mas o evangelho tem vergonha deles, e não me refiram aos carnais e presos aos vícios, mas a muitos que se acham espirituais. A verdade é que o cristianismo perdeu a vergonha na cara, e isso desde sempre nas denominações tradicionais e oficiais, sempre que homens dominam sobre homens em nome de um “deus”.
      Ainda assim Deus continua amando, o Deus verdadeiro que manifestou em Jesus todo o seu amor, que se deu para que aprendéssemos a nos dar pelos outros. O cristianismo, principalmente o das religiões e denominações fora do catolicismo, sofrerá uma grande perseguição no final, mas isso não acontecerá porque o diabo se fortalecerá, o diabo sempre foi e será fraco, fraco e vencido. Mas o cristianismo das igrejas cristãs que mais se aproximam do verdadeiro evangelho é que se enfraquecerá, e esse processo já se iniciou, são os que representam o cristianismo no mundo que estão entregando de bandeja o evangelho para o inimigo. 
      O Espírito Santo, contudo, nunca é fraco, nunca se vende, e ele não é propriedade do pentecostalismo dos evangélicos carismáticos, nem do conhecimento bíblico apurado dos tradicionais, ele é Deus, o consolador que Jesus disse que viria para lembrar e ensinar o evangelho ao mundo. É para ele que devemos nos voltar, ele é a Igreja corpo de Cristo, não os templos, as denominações, as religiões, os homens. Só ele nos conduz à verdade e pode nos fazer amar o amor de Deus, um amor de obras, não só de palavras, a única coisa que pode ajudar a humanidade e mudar o mundo. 

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