terça-feira, fevereiro 11, 2020

Com ou sem muletas?

      “Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade. Por ti tenho sido sustentado desde o ventre; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe; o meu louvor será para ti constantemente.Salmos 71.5-6

      Todo vício é uma muleta emocional, anda de muleta quem não consegue andar só com as próprias pernas, assim precisa de um artifício para desempenhar uma função que normalmente poderia fazer sozinho. Muletas emocionais são agregadas de tal maneira às vidas das pessoas que essas acabam acreditando que as muletas fazem parte delas, e que assim são suas aliadas, amigas e por isso devem ser protegidas, mesmo adoradas. Dessa forma muleta é um vício que se torna um ídolo, algo falso que se coloca no lugar de algo verdadeiro, material ou não, mesmo de Deus, ser espiritual. Eu e você, conseguimos andar sozinhos ou somos dependentes de muletas? 
      Como se tornam amigas, companheiras, caminhar sem muletas pode trazer a princípio um sentimento de solidão, podemos até tentar andar sem elas, mas sentindo-nos sozinhos voltamos a elas, é preciso coragem, força, para andar sem muletas. O caminho mais alto com o Deus verdadeiro muitas vezes (ou quase sempre) é solitário, ao menos em alguns aspectos, assim pode ser secreto. No segredo não achamos aprovação humana nem aplauso de homens, mas nele provamos uma comunhão diferenciada com Deus. Conhecer a Deus intimamente não é para todos, só para os íntegros e libertos de muletas, de vícios e de ídolos, sejam quais forem as muletas, os vícios e os ídolos. 
      Religião pode ser muleta tanto quanto drogas, vício pode ser tanto gostar de más companhias quanto assistir cultos, e ídolos não são apenas santos romanos, podem ser também heresias retiradas da Bíblia. A pergunta, contudo, é simples: como queremos andar, com as próprias pernas ou com muletas? Cuidado, muita coisa que muitos de nós achamos ser espadas e escudos, armas de ataque ou ferramentas de defesa, são na verdade muletas, não nos deixam mais fortes e protegidos, mas fracos, dependentes, viciados, idólatras. Só sabemos de fato se usamos muletas e só entendemos que precisamos nos livrar delas, quando temos um encontro real com Deus, um encontro muitas vezes solitário e secreto. 

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